Desde 1990 eu ouço algumas palavras constantes que muitos irmãos e amigos falam como palavra de Ordem; Consciência, Ideologia, Revolução, Evolução. Mas isso não é colocado em prática, pelo menos não em larga escala ou que se faça por atingir um grande número de pessoas, tendo uma postura visÃvel e melhoria real.
Nesse mês de novembro, “comemorado†(esse num tom bem sarcástico) o dia da Consciência Negra, representada pela morte de Zumbi dos Palmares. Eu não vou me concentrar em escrever sobre a história de Zumbi, mas fazendo uma certa comparação entre Zumbi e Domingos Jorge Velho, na real, nada mudou entre os negros desde aquela época.
A mentalidade ainda continua de escravo, de algumas formas. Uma quando o negro começa a partir de certo momento a se envolver cada vez mais com o bwoy (o bwoy não é branco, nem é rico, e não é boy por uma questão de dinheiro, e sim é pela atitude), desde esse primeiro momento o negro se torna uma marionete desse bwoy, não ganha nada em espécie, simplesmente cria uma ilusão de que um dia pode ganhar alguma coisa, dinheiro, status ou qualquer coisa do tipo. Na realidade, num vai ganhar nada, porque o bwoy se for ver mesmo vive de ser “poserâ€, compra um tênis, um blusão e te chama de mano. MANO? Você negrão periférico é MANO = IRMÃO de bwoy sustentado aos 20 e poucos anos pelos pais?! BUMBOKLAAT!!!!!!!!!!!
Outra é a mesma idéia de Domingos Jorge Velho, a atitude de um tentar de qualquer forma se sobrepor a outro. É uma espécie de circulo vicioso, a pessoa nasce, cresce e é escravizada pelo branco (digo isso em tempo real, HOJE), reclama, xinga, não quer aquela situação. Quando realmente consegue certa independência, por menor que seja, se torna o “espertoâ€, e escraviza ou pelo menos tenta escravizar outros “irmãos†– a real é que isso rola muito, mas não da muito certo, um preto escravizando o outro aqui não é lá coisa muito natural.
Agora sobre a questão de pele, temos alguns nomes que são mais xingamentos do que qualquer coisa do tipo, o termo MULATO ou MULATA, tanto falado, acho que ainda não foi bem compreendido. No dicionário da lÃngua portuguesa de Silveira Bueno, MULATO = filho de pai branco com mãe preta ou vice versa, homem escuro, trigueiro, mulo. MULO, no mesmo dicionário = Mu, Asno, Burro. Mulato ou Mulata, só serve pra rebolar o pandeiro mesmo, já que um asno ou burro não pensam, no máximo que podem fazer é rebolar e carregar peso. Nem vou comentar mais sobre esses adjetivos, que dá neurose.
Se você pensa, que por ter recebido o adjetivo de MORENO, deixou de ser preto, existe um certo estudo de origem de palavras, baseado em sua raiz, é muito usado para saber de onde surgiram alguns termos. Palavras de lÃnguas do oriente são bem mais fáceis de serem estudadas, pois as variações são enraizadas por outras palavras. Basicamente são estudadas 3 letras para se saber a raiz de cada palavras, no exemplo;
MaRoonS (tribo africana, que lutou – e muito, pela independência na Jamaica juntamente com a Tribo Ashanti)
MoRenoS (nome dado aos mestiços de negros e brancos na América do Sul)
MooRS (os mouros ou sarracenos. Moors ou Mouro é o nome dado pelos Europeus aos Negros monoteÃstas de pele mais clara, já que a maioria era islâmica.)
A raiz M-R-S indica algumas tribos africanas e nomenclaturas dadas aos descendentes dessas tribos, que foram trazidas para as Américas, digam o que for, MORENO pro europeu é negro, e se um dia voltar à escravidão, vai junto de volta ao navio como qualquer outro, é uma mera ilusão achar que porque tem a pele mais clara ou mais escura vai se fugir das origens, o máximo que pode perder é a raiz e a essência, o resto, vai ser tratado como negro em qualquer outra parte do mundo. Nesse ponto, a única coisa que resta saber é que o racismo trata os negros como eles são, todos iguais.
Finalizando a comparação entre Domingos Jorge Velho e Zumbi, ambos foram negros, sobreviventes e viverão conforme o seu tempo, a diferença, um lutou por toda uma comunidade, o outro pela própria sobrevivência, em pé de igualdade os dois mataram, os dois morreram... negros.
Sobre a LEI 13.707 http://www.mundonegro.com.br/noticias/?noticiaID=781
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Querido Ras:
Escrevi, dias atrás,aqui no overblog, o que eu chamei de reflexão sobre o dia da consciência negra. Fracasso de público, o meu texto, que também não deverá ser do seu agrado, também não faz oba oba para a data, mas propõe um ponto de vista diferente para encarar a negritude. Como o tema, ou pelo menos o tÃtulo, contém a mesma palavra, achei interessante te dar conhecimento da existência dele.
Ele está no http://www.overmundo.com.br/overblog/dia-da-consciencia-negra-uma-reflexao
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
Querido Ras:
Obrigado pela simpática resposta. Quando disse que você "não gostaria" não fiz nenhum exercÃcio de futurologia, apenas constatei que temos pontos de vista diversos sobre o racismo e a sua superação e que, assim como não votei no teu texto você não votaria no meu. Não pela forma, mas pelo conteúdo. Quanto à obviedade tenho para mim que nada é obvio, principalmente para a maioria, embora possa sê-lo para algumas pessoas. Por isto a eventual obviedade, para alguns, não me incomoda. Mas me incomoda, e muito, as pessoas se exergarem "iguais" e "diferentes" não por suas idéias, sentimentos e ideais, mas pela cor da pele. E
Em seu texto você não se dirige a mim, Joca Oeiras, não negro, nem aos brancos que assim se consideram. Apenas esta "opção pelo público", definido em termos raciais, já mostra a distância entre os nossos textos que espelham, é inegável, o nosso pensamento, por mais óbvio que ele seja.
Prazer discutir contigo!
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
Se quiser responder no meu http://www.overmundo.com.br/overblog/dia-da-consciencia-negra-uma-reflexao eu treplico aqui no seu
Oi Ras,
Mandei uma e.mail. Eis os links que te sugeri:
Este
Este outro (em duas partes) :
E mais este
Abs,
( O 'mais este foi errado. Aqui o certo)
Ras, meu caro Ras,
Espero poder ainda comentar o teu escrto de que gostei imensamente, um abraço andre
Ras, ia saindo a chuva nao me permitiu,
- O entendimento da "utilidade" do MUlAto nós o teremos se conhecermos um pouco a Historia da Revolução do Haiti;
- E nos falta, ao homem do mundo, consciência de que é preciso propor solução. Para propor solução precisamos entender a escravidão africana. Para entender precisamos dar nomes ao bois. Dar nomes aos bois não significa vingança, ira; ou marrrar uma corda na ponta do tempo e puxá-lo de volta. Não...
- A Escravidão Africana foi engenho e gerência do Cristianismo; sómente a Europa, povo e o cristianimo, ação de estado, ganharam enriqueceram com a escravidão africana;
- A solução, e aÃ, para o Mundo passa necessariamente pela Indenização do Negro Brasileiro e outros, e pela Reparação da Escravidão Africana, que parecem a mesma coisa mas não é.
- "O pior da escravidão africana foi a ausência de intercâmbio", diz Mestre BenÃcio. O exemplo do Haiti, está aÃ. A Reparação é o desbloqueio comercial das nações, e dos povos negros do Mundo. E o Brasil é a Nação mais apropriada para puxar este barco - tanto da indenização, quando da reparação,
um abraço, Andre.
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