Dia Nacional da Cultura

Brasil: país da mistura, de complexidades e diversidades artísticas

Pérola Pedrosa
Nesta quarta-feira (5), comemora-se o Dia Nacional da Cultura. Diante de tantos problemas em diferentes áreas do país, a Cultura é sem dúvida um dos pontos positivos que o país apresenta, ela é motivo de orgulho, além de se destacar no cenário global, pela sua qualidade e diversidade.
Esta diversidade pode ser observada e admirada de várias formas, tipos e estilos. Música, dança, teatro, folclore, roupas, ornamentos e artesanatos presentes no dia-a-dia são resultados de influências de povos que aqui estiveram ao longo desses 508 anos de história - como os colonizadores, invasores e imigrantes de diversas partes do mundo - e ainda muito antes, os índios.
A cultura brasileira é um misto desses povos, pegando um pouquinho de um aqui e um tantinho de outro acolá, há manifestações em cada canto do país, que mostram beleza, riqueza e muita criatividade.
A maior referência do Brasil para as outras nações é o Carnaval, festa realizada em fevereiro que toma conta de todo o país. Apesar de ser um só evento, a forma de retratá-la varia de região para região. Ou seja, no Rio de Janeiro é através do samba, já em Recife, capital pernambucana, o que se dança é o frevo.
Mas as diversidades se multiplicam ainda mais, pois até nas próprias regiões e nos estados ainda há diferentes formas de manifestações culturais.
Um exemplo está aqui no próprio Estado. A referência da cultura amapaense é o Marabaixo, dança trazida pelos escravos africanos. Mas ela não é a única manifestação, pois no Curiaú, distrito de Macapá, existe o Batuque, realizado na festa do padroeiro do povoado, São Joaquim. Já no município de Mazagão, ocorre “A Batalha entre Mouros e Cristãos�, onde os moradores da pequena cidade se transformam em artistas promovendo o espetáculo pelas ruas. E neste mês - novembro - acontece na União dos Negros do Amapá (UNA), o Encontro dos Tambores, em alusão à Semana da Consciência Negra. Durante o evento, várias comunidades quilombolas se encontram para mostrarem seus costumes, danças, crenças e arte. É um dos grandes momentos da cultura local.

Anjos da Cultura
Não são apenas os artistas que fazem cultura, existe uma turma que trabalha para que a arte seja desenvolvida, e divulgada. Estes são os produtores culturais, que estão dia-a-dia, buscando mais espaços para a cultura amapaense. Seja nos setores públicos ou privados, como museus, biblioteca, serviços sociais e empresas.
Eles são chamados de anjos da cultura, porque acreditam que arte além de lucrativa é uma das mais belas formas de mostrar o que o Amapá tem de melhor. “Nossas belezas não são apenas naturais, nosso povo criou coisas muito ricas e belas, como o marabaixo, o batuque, as esculturas de Pantaleão, as maravilhosas poesias de Alcy Araújo, a criatividade do artesanato das mulheres tapuias do Coração, o encanto da música de Zé Miguel e tantos outros que fazem a nossa cultura ser muito vibrante e nos encher de orgulho�, dizia a diretora teatral Zeniude Pereira.
* Zeniude Prereira foi uma das produtoras teatrais que mais lutou pela arte cênica no Amapá. Suas sementes estão espalhadas em cada pedacinho desta terra. Ela nos deixou no ano passado, vitima de um câncer. Mas ela ficou no coração daqueles que tiveram o prazer de tê-la conhecido, pois sua paixão pela cultura contaminou a todos nós.