O IDiálogo de Multiplicadores do Teatro do Oprimido de Ponto a Ponto do RS foi além das nossas expectativas mais otimistas.
A começar pelas instalações perfeitas da Cia de Arte, que nos disponiblizou além de seu confortável e amplo teatro , uma outra sala ampla, cozinha, internet, telefone e seu equipamento de luz e som, bem como a atenção e o carinho de seus associados.
Pela manhã tivemos os jogos para atores e não atores do TO, ministrados com seu costumeiro brilhantismo pelo nosso camarada John, coringa nato, a todos os oficineiros trazidos pelo mesmo de Alvorada, pela Maristoni de Viamão, e a Patota Bacana de GuaÃba, com a Déa e o Araxane. Mais de 40 oficineiros, casa cheia!Também contribuiram com os jogos os multiplicadores Nelmar, Núbia e Araxane.
Ainda pela manhã, aguardando o almoço, que saiu mais tarde, descemos para o ótimo teatro da Cia de Arte onde fomos surpreendidos pela passagem de cena da Patota Bacana. A segurança e propriedade com que as meninas passaram suas falas, o ritmo, a presença no palco foram muito comentadas e não faltaram as merecidas congratulaçãoes ao Araxane e Déa, coringas experientes, também auxiliados pela Suri, Núbia e pelo John na preparação das atuadoras.
Não dá para esquecer o lanche, composto de deliciosas bolachas integrais, chá e café preparados pela nossa dedicada multiplicadora Maristoni. A economia popular solidária presente no I Diálogo do TOPP/Sul, provada, aprovada e comprovada na prática.
Após o caprichado almoço, servido pelo próprio e no Bistrô da Cia de Arte, cercados por obras de arte da Bienal B, que ocorre paralela a Bienal do Mercosul de Porto Alegre, com muitas pessoas chegando, interessadas pelo TO, fomos brindados com a peça de bonecos do Grupo Camaleão, "A ÃGUIA QUE QUASE VIROU GALINHA" , segundo a idealizadora Tânia de Castro "em formato de contação de historia com bonecos, música e objetos o grupo trabalhou com a lenda africana chamada “A UIRACU†(a Ãguia).Esta lenda também é contada por Leonardo Boff que cria uma metáfora da condição humana no seu livro, “O Despertar da Ãguiaâ€. Também contada por Ruben Alves no seu livro Historias de Bichos."
A peça de bonecoas se revelou uma ótima introdução a proposta do Teatro do Oprimido de Ponto a Ponto feita por mim, que aproveitei o momento para frisar estas questões tratadas na peça:
- Esta é minha plenitude?
- Nunca aceitaremos o conformismo.
Bem consoante com a Estética do Oprimido, da qual falei neste momento.
Enquanto aguardávamos no Bistrô os preparativos para a aguardada apresentação de Teatro-Fórum com a Patota Bacana convidei o John para ir demonstrando os jogos do TO, o que foi feito, para alegria e descontração do numeroso público presente.
O Teatro-fórum "O Assalto" foi apresentado a seguir, praticamente sem falhas do inÃcio ao fim.Com um figurino bem construÃdo, o que auxiliou demais a compreensão da cena, em um ônibus urbano, onde os passageiros de diferentes classes sociais entram em um conflito, permeado pelo racismo e a injustiça social, o Teatro-fórum teve cinco intervenções, seguidas de muito debate.Impressionou a capacidade dos personagens principais em dar continuidade as diversas situações de desenlace que foram apresentadas.
Para finalizar com chave de ouro subimos para a sobreloja da Cia de Arte, onde a Nádia tinha montado o projetor para a apresentação da montagem provisória do vÃdeo-documentá rio, usando como trilha sonora a trilha composta pela nossa equipe musical do II Curso de Multiplicadores do TOPP/RS para a cena que foi apresentada no Odomodê.Demais a emoção!Vimos com saudade todos os colegas envolvidos nos jogos, pintando a nossa bandeira, as crianças da oficina do "Invasão Cultural" atuando com brilho e todos cantando o Hino do Brasil que nós queremos .
Não posso deixar de citar a grande contribuição para a produção deste Diálogo da colega Maristoni Moura, que abraçou a produção com coragem e dedicação, da PatrÃcia Dornelles da RRS do Minc, que auxiliou na parte organizativa e do gerente da Cia de Arte, José Vicente Goulart, o Zé Vicente que não poupou esforços para o sucesso deste I Diálogo, e da Tânia de Castro, vice-coordenadora da Cia de Arte, integrante do Fórum de Culturas Populares do RS, que não titubeou em abraçar este histórico encontro de conscientizaçã o e aprendizagens mútuas que o Teatro do Oprimido nos propicia. E do Geo, que lá do Rio nos incentivou e que na hora de depositar a ajuda financeira do CTO foi muito rápido, em função do feriado nacional,para que o evento acontecesse.
Depois de tudo isto, os multiplicadores presentes ficaram com gosto de quero mais, claro, e já se preparando para o II Diálogo em Pelotas, no dia 28/10.
"Põe mais água no feijão", mama Sirley e camarada Dilermando!
Grande abraço,
Eduardo Sejanes Cezimbra, da Comissão Organizadora do I Diálogo do TOPP/RS pelo Fórum Estadual de Culturas Populares do RS.
Edu,
Muito Legal!!! Trazer noticias sobre o Teatro do Oprimido para o Overmundo. Fico aguardando mais noticias, relacionadas ao assunto, daà e de outras plagas.
Abs,
Zezito,
Que bom que gostaste!
Méritos para o CTO de Augusto Boal, no Rio, e seus incansáveis coringas, que em parceria com o Programa Cultura Viva estão fazendo um esforço excepcional na formação de multiplicadores do TO de Ponto a Ponto em todo o Brasil, Moçambique e Guiné-Bissau.
Grande abraço
Grande iniciativa trazer o TO de novo à pauta. Tem toda minha força.
Abraço.
Bustamante
Rico relato. Dá gosto de ver como a turma das artes cênicas, com muito sangue e suor, produz tanta coisa boa por esse Brasil afora. Aqui em Alagoas tem uma professora, atriz e diretora de teatro que faz do ensino das artes cênicas sua vida e é uma inspiração para seus alunos, a Nara Salles, e também um grupo de vanguarda que faz um movimento por aqui, os Saudáveis Subversivos.
Vou procurar conhecer mais sobre o Teatro do Oprimido.
Abraço, obrigado pelas informações e parabéns pela história.
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