por Daniel Tocha para o site www.consubter.rg3.net
Consubter - Qual é a formação da CO-4?
Eduardo Sô - A formação da CO-4 é: FabrÃcio, Bruno, Fábio, Rey, Morgana e eu.
FabrÃcio - Essa é a formação fixa pra trabalho, mas tem as pessoas que fazem parte da famÃlia CO-4, que aà já vem o Arthur, a Joana e a Ana (da Alemanha).
Consubter - Como é que surgiu a idéia de montar a equipe?
Eduardo Sô - A idéia na verdade, foi um encontro entre mim e o FabrÃcio. Eu mudei pra cá, porque eu morei dez anos em São Paulo e eu comecei a me enturmar de novo com os dançarinos daqui que estavam mais na ativa, aà eu encontrei com o FabrÃcio que já tava fazendo um trabalho de pesquisa sobre a cultura original do Hip Hop e das danças também. E comecei a me juntar com eles e tivemos a idéia de compartilhar esses conhecimentos e fazer uma coisa mais séria, voltada mais pra cultura original do BBoying, Popping, Locking, Boogaloo e Up-Rocking.
FabrÃcio - A formação da CO-4 foi em prol de querer mostrar para as pessoas a verdadeira beleza da dança original. O que é dança original, o sentimento real da dança. Porque hoje as pessoas querem fazer acrobacias, chegar lá e ficar subindo em cima da mão, querendo aparecer e não querem simplesmente chegar e dançar e expressar o sentimento real da dança. Eu costumo dizer que somos um pedacinho do Bronx, porque nós somos a continuação da vida do Bronx da época que as pessoas começaram a dança, o MCing, o Graffiti; começaram as outras artes independentes uma da outra. Nós somos a continuação disso aqui no Brasil.
Consubter - A CO-4 apresenta os 4 estilos, as 4 danças do Breaking?
Eduardo Sô - O "4" do nome na verdade, tem a ver com os 4 elementos do Hip Hop e tem a ver com os 4 estilos, como você falou, que é o BBoying, Locking, Popping e Up-Rocking. E a idéia é mostrar isso na rua (como aqui agora né?), mostrar isso em teatro, levar essa arte pras pessoas entenderem que é uma dança que tem que ser respeitada como qualquer outra dança; como o Ballet, Dança Conteporânea, Afro, Sapateado, Jazz, Dança de Salão, etc. Então agente faz esse trabalho porque é um trabalho sério. A CO-4 é uma crew mas tabalha como grupo pra trabalhar também em teatro...
FabrÃcio - Usando as danças básicas como elemento cênico. Esse número 4 é um número justo mas é injusto também ao mesmo tempo porque tem outras danças que também utilizamos que fazem parte das danças clássicas, o Robot por exemplo, que é uma das danças mais antigas. Os 4 elementos são BBoying, Popping, Locking e Up-Rocking. A gente não cita o Robot mas ele tá aqui, de uma forma ou de outra, ele tá nesse tempo que intercala uma dança e outra. Temos o Robot, temos o Boogaloo.
Assim como no Locking a gente trás raÃzes dos passos Sociais, que são Rock Steady, Good Foot e outras danças que agente trás também com o Locking. Mas é um número simbólico, assim como ele é simbólico no Hip Hop, porque não é correto falar "4 elementos", porque o Hip Hop não é "elemento". É "atitude", é a "maneira" é o "jeito". Isso é palavra do KRS-One: "Hip Hop é o jeito do Bronx de viver".
Consubter - Eduardo, você como BBoy da velha escola, você acompanhou e fez parte do processo de expansão do Hip Hop em BH e São Paulo... Eu gostaria que você falasse algumas coisas importantes na cena do BBoy de Belo Horizonte, algumas coisas que aconteceram na história do BBoy aqui em BH...
Eduardo Sô - A cena em BH começou quando nós, alguns caras que já dançavam, já faziam passos de Funk, danças sociais. Eu, Pelé do Santa Tereza, (o MC PQ hoje é o MC Pelé; o Pelé do Santa Tereza infelizmente faleceu) e outros dançarinos que tinham na época. Nós vimos o filme "Flash Dance" pela primeira vez em 1983, no cinema aqui em Belo Horizonte e nós vimos uma dança diferente, os caras imitando robô, imitando um boneco, os caras dançando no chão, agente não sabia o que era aquilo. E fomos ver que aquilo era uma dança. E agente ficou extasiado. "Puxa, quero aprender aquilo!".
E eu particularmente tive a impressão que nunca ia aprender, que aquilo não ia chegar nunca no Brasil, principalmente em Belo Horizonte. Mas do nada, a mÃdia abraçou (vamos pôr assim) essa moda que se tornou o "Breakdance" (nessa época eles começaram a chamar a dança de "Breakdance", no final de 1983). E nós começamos a fazer aquilo porque estava em todos canais de televisão, programas, clips... foi uma moda, foi uma sensação, aquela coisa toda... E nós entramos nesse embalo.
Dentro dessa cena foi criado um grupo chamado "Break Crazy", o primeiro grupo profissional, que foi formado na sacada daquela companhia de Jazz MarÃcio Tobias, no Santo Agostinho, na Rua Araguari. Eu, Pelé, Marques e Charles fomos os primeiros a dançarem na rua aqui em Belo Horizonte em frente a Wrangler, ali na Praça da Savassi em Fevereiro de 1984. E a partir daà o Break Crazy começou a ter mais membros, começamos a conhecer um pessoal e fizemos um point no Pop Pastel, isso no inÃcio de 84. Aà vinha uma galera, outras pessoas de outros bairros que começaram a juntar no Pop Pastel e na Praça da Savassi pra fazer os encontros todo final de samana.
Aà virou uma febre, como em outros paÃses, em outros estados do Brasil. Tinha a moda e nós também praticamos a moda. Mas só um detalhe, em 83 nós Ãamos em uma danceteria que tinha dentro do BH Shopping, que tinha vários dançarinos que se encontravam lá dentro e agente dançava, imitando, fazendo o que agente via nos clips na televisão, que agente não sabia os nomes, e o quê que era. Em 84 nós começamos a saber o quê era, que era algo que tinha a ver com o Hip Hop. Nas revistas, nos jornais, tinha alguém que já tinha feito entrevista lá fora e então nós sabÃamos o que era. Mas não sabÃamos exatamente, os detalhes, o que era realmente.
No meio do ano, veio um filme chamado "Break Dance" (tÃtulo no Brasil, lá fora se chama "Breaking"). Mas o que abriu nossos olhos foi o "Beat Street" (1984). Porque ele mostrou a cultura original, a cultura Hip Hop de verdade, mostrando os 4 elementos da cultura e mostrando o modo de viver do Bronx, como o FabrÃcio falou. E aquela coisa passou pro mundo inteiro. Nós vimos que num era uma moda, que não era "Breakdance" e que era muito mais do que isso. E começamos a mudar de atitude através do filme "Beat Street".
Isso começou forte e a moda acabou depois desse filme, ficaram só aqueles que realmente entenderam a mensagem que a coisa não era uma moda, era um comportamento de vida, tinha uma filosofia de vida e agente começou a praticar isso na dança, alguns como MC's, outros com o Graffiti, DJ... entre nós mesmos. Nós mesmos nos tornamos DJ's, MC's e Graffiteiros. Na época a maioria cantava, a maioria graffitava, a maioria dançava. A moda acabou e nós continuamos. E a cena em Belo Horizonte foi muito forte.
Ao contrário do que dizem em São Paulo e, alguns aà falam que tudo começou em São Paulo, isso é uma mentira! Antes de eu ver as pessoas dançando na mÃdia em São Paulo, eu já dançava, eu não sabia que eles existiam. E os dançarinos que dançavam comigo, a mesma coisa. Então, não começou em São Paulo, começou tudo no Brasil ao mesmo tempo. Não teve uma pessoa que trouxe também, como dizem que foi o Nelson Triunfo que trouxe o Hip Hop pro Brasil, isso é uma mentira. Quem trouxe o Hip Hop pro Brasil foi a mÃdia através da televisão, através do cinema, das revistas e jornais. A mÃdia é que trouxe. Isso foi no Brasil inteiro ao mesmo tempo.
Em 84 já dançava, o Dentinho (o Roger Dee), que hoje é DJ e produtor. O Dentinho teve grande influência na história do Hip Hop em Belo Horizonte. Ele era respeitadÃssimo, todos os BBoys de fora, em São Paulo, os caras que viram ele dançando ficaram impressionados com ele e com o grupo Break Crazy (que era eu, o Dentinho, o Evandro, o Ronaldo e o Linguiça). Nós fomos pra São Paulo e eles racharam lá. Os caras ficaram impressionados porque eles já tinham estilo, tinham uma postura de BBoy, de cultura Hip Hop de verdade. E o Dentinho foi um cara muito importante pra história do Hip Hop de BH.
E por muito tempo ele segurou a onda aqui, muitos pararam (eu mesmo, fiquei dois anos parado) e ele segurou a onda. Eu continuei em 89, comecei a voltar na cena. Aà veio aquela cena do "Rap music", que veio o Public Enemy, veio os comédias, veio o Vanila Ice, MC Hammer, aquela galera toda. Mas depois agente começou a ver quem era original, que era De La Soul, A-TRIBE, agente dançava com Public Enemy, Boogdown Production, Big Dady Cane, que veio um pouco antes, entre outros MC's... aà a cena continuou underground, original. Os irmãos fazendo MCing, DJing, dançando e grafitando.
Daà passou um tempo. Em 95, 96, eu mudei pra São Paulo, fui pra trabalhar em Guarujá, mas lá eu também dançava, eu montei um grupo lá, montei um esquema de centro cultural, pros caras treinarem também. Muita gente nova tava aprendendo. Fizemos um trabalho muito forte lá em Guarujá. Aà eu já pulei pra São Paulo. Morei em São paulo também em 89. E fiquei muito tempo com o Gêmeos, com os caras da Street Warriors, o Alan Beat que hoje é o produtor do Sampa Crew. E voltei pra São Paulo em Janeiro de 96.
Em 98 eu mudei de vez pra capital pra morar e viver de dança mesmo. Graças à Deus eu encontrei com pessoas que tinham a mesma busca de manter a atitude original, manter a essência, falar a verdade sobre as danças, as danças da Califórnia, de Nova Iorque, nós estávamos em dúvida em algumas coisas, começamos a pesquisar mais. Continuamos a montar o quebra-cabeça. Montamos a Companhia DiscÃpulos do Ritmo, que foi montada pelo Frank Ejara, que é um dançarino que veio de Andradina, divisa de São Paulo com Mato Grosso do Sul. E encontrou comigo, com o Andrezinho e montamos a Companhia DiscÃpulos do Ritmo e fortalecendo a cultura da dança. Tanto no Hip Hop quanto no Funk Style. Fomos pra França, pra Bélgica, Paris, vários paÃses. E até hoje a Companhia continua firme e propagando a dança de rua original, levando essa arte para o teatro. Isso também precisa ser reconhecido.
Eu voltei pra BH tem um ano e aqui formamos a CO-4 com a mesma disposição, continuando o trabalho em outro estado, fazendo a coisa certa. E a cena em BH ficou muito tempo fraca na parte da dança. E estamos aqui pra resgatar, fazendo esse encontro aqui na rua, na Praça 7, ensaiando, incentivando outros grupos a não perderem essa identidade, aprender a dança, aprender a falar corretamente, a falar os nomes, a nomeclatura, e isso é que é o mais importante. Fazer esse trabalho original e ser uma comunidade forte e fortalecer os dançarinos e fazer o que é certo.
Consubter - Você falou que foi pra alguns paÃses, que foi pra França, Bélgica... Eu queria que você falasse um pouco da experiência que você teve com os criadores...
Eduardo Sô - Eu tive oportunidade de viajar duas vezes pra Paris e viajei muito pro interior da França fazendo espetáculos com a Companhia DiscÃpulos dos Ritmo e lá, em algumas festas nós conhecemos alguns criadores, que estavam em Paris, em eventos, dando aula e participando de eventos como jurados, fazendo shows... Tivemos oportunidade de conhecer Popping Pete, que é irmão do Boogaloo Sam, que é o cara que inventou o Popping e criou também o Boogaloo Style.
O Popping Pete tá no filme Break Dance que passaou aqui em Julho de 84, ele é um dos caras que tá no filme dançando. É um cara que nós tÃnhamos como referência. Ele dança até hoje e eu tive a oportunidade de conhecer ele. Depois eu fui pra Los Angeles fazer aula com eles, com o grupo Electric Boogaloo, que é o grupo deles, que é só de popping e Boogaloo. Lá eu tive a oportunidade de conhecer o Boogaloo Sam, que é o cara que criou o Back Slide, que eles chamam de Moonwalker (que o Michael Jackson levou a fama), mas na verdade quem inventou esse passo foi Boogaloo Sam.
E lá eu e o Frank fizemos aula com o Boogaloo Sam, com o grupo Electric Boogaloo. Fiz aula com o cara que criou a dança Locking, que é o Dom Campbell, que inventou o Locking em 1969. Fiz aula também com outros dançarinos que eram do Bronx, fiz aula de Up rocking com Tino do Incredible Breakers. Conheci muitos BBoys da cena da primeira geração, segunda geração do Bronx, tive oportunidade de conhecer pessoalmente, foi uma honra e foi foi muito importante pra mim de estar compartilhando e conhecer pessoas. Eles me elogiaram, elogiaram o Frank, em saberem que no Brasil têm pessoas que se preocupam com a dança e com a cultura original.
Consubter - Eu gostaria que vocês também falassem um pouco sobre suas atuações culturais...
FabrÃcio - Eu, como cultura, estou prolongando a vida do BBoy, estou mantendo o BBoy na ativa e eu busco nas raÃzes isto, pra que seja realmente uma cultura. Pra cultivar o que realmente é. Eu não estou enfiando outros elementos pra que assim surja uma nova cultura. Eu não quero isso, eu quero simplesmente fazer o original, o BBoying, que nasceu no Bronx.
Eu acho que esse é o meu papel na cultura. Cultivar o BBoying e passar pra frente da forma que eles criaram lá, pra que isso não se acabe. Que é igual aquela brincadeira "telefone-sem-fio", você vai brincando, vai passando pra um, vai passando pra outro, que vai mudando, que vai mudando, que vai mudando.... chegou no fim, a dança original acaba. Porque criaram tanta coisa que esqueceram da dança original. Esse é que é o meu papel.
Rey - A gente passa as informações corretas sobre a história da dança BBoy e das outras danças também. Porque tem muita gente equivocada em Belo Horizonte que acha que está dançando, mas na realidade (o que nós discutimos muito dentro da CO-4), é a questão de "orgulho", as pessoas não conseguem assumir e ver a verdade. Porque a dança existe e os criadores ainda estão vivos e ainda dançam. Então, nós temos que respeitar os caras que criaram a dança. Todos os passos têm nome, não foi nada criado por acaso. E a minha atuação dentro da CO-4, além de ser escritor de Graffiti, BBoy, dou oficinas também, (tanto de Graffiti quanto de BBoy), palestras, show's...
Consubter - Vocês tem outros projetos além da CO-4?
FabrÃcio - Não, nós tentamos colocar esse ano um projeto na Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Mas como sempre, somente pessoas que já têm "porte cultural", pessoas que já têm um projeto aprovado na Lei Federal, pessoas que têm apoio de empresas privadas, pessoas que literalmente não precisam da Lei Estadual, conseguiram aprovação e o nosso projeto que era um projeto idôneo, pode não estar escrito da maneira que eles querem, porque hoje eles querem que você entregue um projeto bonitinho, que você vá lá e paga um profissional pra escrever pra você...
Eu não tenho dinheiro pra pagar um profissional. Nós fizemos o projeto e deixamos claro o que querÃamos fazer. Nós querÃamos dar oficina pra ensinar nossa arte. E não conseguimos uma aprovação na Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Provando que esse negócio é uma balela, uma picaretagem do caralho.
Bruno - Minha atuação cultural atualmente se baseia somente no BBoy. Eu estava fazendo a festa "H2 Style", que começou como festa de BBoy, depois se tranformou numa festa de Hip Hop e depois se tranformou numa festa de Rap como muitos falam aÃ. Atuação como produtor dessa festa não tenho mais, mas é uma idéia que eu posso olhar mais pra frente, produzindo também festas de BBoy (nós vamos fazer uma festa de BBoy logo mais). Mas a minha idéia cultural agora é a CO-4, fazer junto com eles, trabalhos, trabalhos comunitários, de rua, igual aconteceu aqui agora, shows também.
Trabalhar o grupo CO-4. Trabalhar como BBoying e Rocking. Eu me baseio mais no BBoying e no Rocking. Popping e Locking é mais pelos outros integrantes da CO-4. Minha atuação cultural está sendo essa. Eu adoro dançar na rua, isso é uma atuação que eu estou desenvolvendo atualmente e isso à muito tempo não acontecia e agora tá acontecendo aqui (que surgiu da Consubter), da idéia de fazer Freestyle aqui, e vimos que deu certo e nós também querÃamos fazer uma parceria e essa idéia está crescendo.
Consubter - Pegando nesse ponto... Nós fizemos um encontro desses aqui na Praça 7 juntando BBoy's e MC's... A roda de MC de repente abriu e os BBoys começaram a dançar no meio da roda que os MC's estavam rimando e ficou tudo mais unido naquela hora. Você acha que esse tipo de coisa é possÃvel? A união dos elementos do Hip Hop? Muitos falam que o Hip Hop não é unido... Queria saber seu ponto de vista sobre isso. Se o Hip Hop é unido, tem união, ou, se não é, se tem possibilidade de tornar uma coisa mais forte?
Bruno - Com certeza, o que nós fizemos aquele dia, os caras fazendo freestyle e os bboys dançando ao mesmo tempo, aquilo lá é cultura Hip Hop original. É resgatando o que se foi esquecido. Porque tanto aqui em BH, São Paulo, como no Bronx tinha as Block Parties. Isso é possÃvel. Aquele dia eu adorei, eu achei que foi o melhor dia que aconteceu uma roda na rua, do jeito que estava, a roda fechada, os MC's falando de BBoy, falando de coisas legais, essa é a minha idéia também. Nós BBoys não estamos fechados, queremos mais parceria. Os caras estavam aà hoje mostrando os graffitis deles na pasta, os esboços...
Rey - De primeira instância, BBoy's, Escritores de Graffiti, MC's e DJ's sempre vão andar juntos, aqueles que conhecem a verdadeira Cultura Hip Hop, a "cultura de rua". O próprio nome já fala "cultura de rua", ela nasceu na rua, os primeiros frutos foram ali. Então porque não começar a dançar na rua? O intuito não é permanecer na rua. O intuito é reunir as pessoas que têm amor a esta dança, mesmo que dance de uma forma errada, mas reunir as pessoas, porque como eu disse, é uma dança social e a dança social é o convÃvio um com o outro. A roda é um momento que você pode encontrar amigos, fazer amizades. Esse é o intuito.
Quando formos fazer uma festa em qualquer outro lugar o pessoal fica sabendo, pra divulgar a dança, pra fortalecer Belo Horizonte. Porque BH não é conhecida nos outros estados. Muito pouco se ouve falar em BBoy e BGirl de BH em São Paulo, em BrasÃlia e em outros lugares que existe a dança. O Rio não era tão forte como em BH, mas hoje tá bem mais à frente. Mas é mais a questão dos BBoys se mostrarem. À um tempo atrás nós tÃnhamos que ligar para as pessoas pra virem dançar, hoje não precisa, hoje podemos vir tranqüilo que todo mundo estará se encontrando e é o que está acontecendo hoje. E isso é pra fortalecer. Os MC's têm que aparecer pra mostrar presença, pra eles verem o BBoy, o BBoy assistir aos MC's fazendo freestyle, ou cantando Rap. E essa é a real e a verdadeira cultura de rua.
Consubter - Bruno, a Consubter Crew, como você citou, quando começou a desenvolver esse encontro, veio com várias idéias, até essa de resgatar o Hip Hop do jeito que acontecia no Bronx, de tentar fazer uma coisa assim aqui. Foram várias idéias diferentes à respeito disso. Um dos pontos principais é que esses encontros poderiam ser uma espécie de resposta pro pessoal que acha que o Hip Hop é aquela coisa que só fica dentro de boate. O que você acha sobre isso?
Bruno - Com certeza eu concordo. Eu fazia festas fechadas também que se tranformaram em uma festa Rap, eu vi o negativo disso, porque é muita picuinha. Quando eu comecei a fazer festa de BBoy não tinha tanta picuinha. Mas misturou o Rap... (o Rap Blim-Blim, não o Rap underground ou o freestyle igual acontece aqui). E é isso, fazendo esse tipo de evento aqui. Hoje deu uma roda com umas cinquenta, sessenta pessoas observando. Se fizermos isso num dia de pico, vai dar mais de cento e cinquenta, duzentas pessoas aÃ. Aà chama atenção! E as pessoas que fazem festa fechada vão querer chamar a gente pra fazer esse tipo de coisa.
Aà nós vamos incomodar eles, vamos estar incomodando o espaço deles. Se começarmos a fazer evento aberto eles vão se sentir incomodados com isso. Eu concordo com esse tipo de coisa. Bater de frente com esse tipo de festa. Apesar também de que é festa Blim-Blim, é festa de moda, não é festa Hip Hop (se fala Hip Hop toda hora no microfone, mas não é. É Blim-Blim). Nós estamos com intensão de fazer eventos aqui, igual você tá com intensão de fazer eventos aqui, o Nadu tá com intensão de fazer um evento aberto. Acho que tem que fazer isso.
Consubter - Queria que vocês dissessem se a CO-4 tem projetos para 2006.
Rey - Nós temos um projeto a todo instante, né? Queremos trabalhar com dança, nós vivemos de dança, então tem sempre que estar treinando, sempre ensaiando, sempre desenvolvendo apresentações, montando shows, para divulgar a CO-4. No final do ano passado fomos pra BrasÃlia, fizemos também apresentações aqui no Marista Hall, fomos pra São Paulo, pro Master Crew, fomos pra encontrar com o que agente chama de "BBoy original".
As pessoas hoje têm raiva da gente falar "BBoy original", mas são os BBoys que realmente permanecem dançando, porque... hoje em dia, o que acontece, os BBoys de hoje são muito "Freestyle", eles não estão sabendo o que estão fazendo, são tudo Freestyle. Está havendo uma confusão de nomes. O que é o projeto da CO-4? É divulgar a real e a verdadeira dança BBoy e a dança BGirl.
Bruno - Como o FabrÃcio falou, nós estávamos com um projeto pra Lei de Incentivo, não rolou pra gente dar oficina, mas estamos abertos para qualquer outro projeto que nos procure pra trabalhar com oficinas sociais, culturais, em escola, estamos tentando pelo Programa Fica Vivo, estamos procurando várias coisas pra gente trabalhar. Nosso projeto pra CO-4, talvez, nesse ano, é participar da Master Crew e Batalha do Ano, em São Paulo, e Sudaka, no Chile. Onde tivermos um cantinho, nós tentaremos mostrar nosso trabalho.
contacte a CO-4: reyone206@hotmail
Legal a entrevista, Daniel. Só achei que começa meio do nada, sem sabermos o que é o CO-4, sem você apresentar o grupo... Até eu entender do que se tratava demorou um pouquinho... Minha sugestão é você fazer um parágrafo no começo que explique um pouco o que é o grupo e por que você resolveu fazer a entrevista. Valeu!
Helena Aragão · Rio de Janeiro, RJ 4/12/2006 15:10
Poxa, realmente está começando do nada esta entrevista... mas infelizmente eu fiquei limitado pela quantidade de palavras que podeia conter o texto e ainda tive que cortar algumas partes da entrevista pois nao caberia. Além disso, fiquei sem tempo de fazer esta modificação. Como uma "solucao" mais facil para mim, apenas mudei o titulo de "Cultura Original 4" para "Entrevista com os BBoys da CO-4", que assim pelo menos dá pra entender um pouquinho do que se trata.... Mas muito obrigado pela dica Helena! Um abraço!
Espero que gostem da entrevista... e comentem ai!
O cancão faz o negocio direito ai... rsrsrsrsrs...
É isso ai Dr ChaTo... Legal... Muito bom... Very Good...
Tô indo pra sampa amanha, quando voltar vamu agilizar o lance do projeto do Herc... Cê viaja quando pra Montes????
Olá tudo bem? Bom, o motivo de lhe escrever é que estou com um Projeto na Faculdade,faço Rádio e TV, este prejeto está valendo nota e é sobre a Cultura Hip-Hop, tenho que fazer este trabalho sobre tudo o que há neste meio, e gostaria de saber como que faço para poder marcar uma entrevista com os BBoys da CO-4? ou com você mesmo, pois esta é uma das minhas idéias. Gostaria de saber como que faço e se voce poderia me dar algumas dicas. Abraço, e obrigado, estarei aguardando.
Renan Scodeler · São Bernardo do Campo, SP 22/2/2007 17:15meu e-mail é: re.scodeler@hotmail.com ou re.summer@hotmail.com
Renan Scodeler · São Bernardo do Campo, SP 22/2/2007 17:19Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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