Jardim de Infância, pequeno espaço de fantasia e aprendizado, mundinho feliz todo à parte. É o Jardim da escola onde sempre estudei a concentrar a maior parte de minhas lembranças escolares felizes. Três doces, belos anos em meio às tias, aos brinquedos do pátio e da salinha, ao coelho, às galinhas, à horta onde plantávamos e que nos permitia, cheios de orgulho, levar para o almoço de casa alfaces e rabanetes. Jardim de Infância de uma escola privada de Porto Alegre, localizado em um ponto alto da cidade à sombra de figueiras seculares. Um Jardim que hoje, lembrando, me parece realmente bom, com professoras e funcionárias dedicadas e carinhosas, e com ambiente alegre e bonito que nos confortava da distância do lar.
Se não recordo com igual ternura os demais anos de escola (ainda que recorde com carinho), isso se deve à gradual perda de algo que estava presente no Jardim e que estivera presente em toda a escola até o final dos anos 80, graças à sabedoria de uma diretora especial: algo difÃcil de definir, mas que talvez possa ser resumido na capacidade de transmitir de modo eficaz valores de respeito (ao outro, ao que é de todos), amizade e solidariedade, além de aliar à abertura ao diálogo uma maior dose de disciplina. Os crescentes nÃveis de agressividade entre alunos e desprezo por professores e pelas coisas comuns da escola (realidade que penso presente também em outras escolas privadas desse perÃodo) não são, contudo, de única responsabilidade da escola, e sim, certamente e em grande parte, de responsabilidade dos próprios alunos e de seus pais. Feliz percebo, hoje, a retomada daquele especial modo-de-ser da escola que tanto gostava. Mas isso é outra história...
Vamos à história que mais quero recordar. Era uma vez um Jardim de Infância para o qual chegávamos com alegria, na expectativa de encontrar o pátio espaçoso, com toda aquela areia, os bichinhos, a horta. A sala com os brinquedos das meninas e os brinquedos dos meninos, rigorosamente separados. Tintas coloridas, giz de cera, massinha de modelar. Toalhas individuais com nosso nome bordado, almofadas idem para a aguardada hora da leitura: todos deitados no chão, luz apagada, a imaginação voando solta. Os momentos de música e dança com a tia Marion, entusiasta, ao piano. A festa de Natal, com o tio Wilson, professor de ginástica e nosso herói, mal disfarçado de Papai Noel. Vestir-me de prenda na Festa Junina e na Semana Farroupilha: a flor vermelha no cabelo, xale nos ombros sobre o vestido, até batom nos lábios, ocasião única em que as mães nos maquiavam. Uma delÃcia, lembrando.
Doces anos de Jardim, é verdade, mas que tanta doçura não engane. Para uma menina tÃmida, sonhadora e um pouco medrosa como eu era, o Jardim podia revelar-se um território quase “hostilâ€. Então, era uma vez o mesmo Jardim de Infância, onde os boletins, com relatório e parecer das professoras sobre o desenvolvimento dos alunos, retratavam uma menina introspectiva que trocava o “r†pelo “lâ€, que tinha medo de saltar, que hesitava em brincar de roda com as colegas, preferindo restar sentada no banco a observar, em companhia das tias. Um Jardim onde a colega que deixou escapar um xixi nas calças era levada ao banheiro para se lavar, voltava para a sala enrolada em uma coberta (sem as calças, que estavam secando) e era colocada em uma cadeirinha separada dos demais, como se estivesse de castigo. O medo que acontecesse comigo também! Até hoje não entendo o porquê daquilo. Será que não havia calças do uniforme de reserva para eventualidades do tipo? Um Jardim onde, para a festa de Natal, a algumas poucas meninas seria designado o tão almejado papel de anjo, a alguns meninos o papel de rei mago, além dos especialÃssimos cargos de José e Maria, e onde todos os demais deviam contentar-se em ser... pinheiros (meu caso). Como era feita essa escolha não sei, mas posso dizer que não era mediante um procedimento democrático, não mesmo. Do alto dos meus seis anos senti cheiro de “influências†no ar, talvez foi por ali que comecei a desenvolver meu apurado senso de justiça.
Todas as manhãs no Jardim iniciavam com... brinquedos! Uma maravilha, não fosse a verdadeira batalha feminina diariamente travada (não sei se o mesmo se passava com os meninos). A porta da sala se abria e todas se lançavam num atropelo para ver quem conseguia ficar com as bonecas mais bonitas e desejadas. Minha falta de agressividade e de espÃrito de competição não colaborava, contentava-me com as sobras. Resignada, espiava com devoção aquele grupo de colegas lindas e loiras, lideradas por uma menina que era uma pequena barbie em carne e osso, brincando triunfantes de casinha com suas perfeitas filhas de plástico ou tecido. Até que um dia...
Até que um dia me enchi daquilo e, caso inédito, corri mais do que todas e consegui apanhar nos braços a boneca mais disputada. Não podia acreditar, era fantástico. Girava com a boneca nos braços, a erguia para cima, admirando seus cabelos de lã azul e vestido de mesma cor, os bracinhos abertos para mim, como a dizer: “Mamãe, finalmente estamos juntas!â€. Não durou muito tempo, minha felicidade e meu triunfo. A tal lÃder das meninas tratou de arrancá-la de meus braços em segundos, restituindo-a a quem deveria detê-la: a si própria, pequena tirana que tanto poder exercia sobre nós. Reagi como sempre reagia e como seguiria reagindo por tantos anos: chorando. Não aos berros, minha timidez não permitiria, mas chorando baixinho, um choro doÃdo, invisÃvel.
Naquela mesma noite, em casa, bolei um plano diabólico. Depois do jantar, escondida, armei-me de papel e canetinhas para esquematizar minha idéia. No pátio da escola havia uma ponte feita de cordas grossas que era a grande diversão do recreio. As crianças em fila se equilibrando, agarradas nas cordas, a ponte que balançava, balançava, até que se chegava são e salvo do outro lado. Meu plano: cavar um buraco bem fundo logo ao final da ponte, disfarçado detrás de uma árvore estrategicamente localizada, atrair a atenção de minha inimiga para aquele lado e vê-la, desesperada, despencar na enorme cratera, esfolar os joelhos, rasgar o uniforme. Vingança! Posso me ver, aos cinco anos, fazendo este desenho no chão da sala, com direito a cores e flechas explicativas. Pela primeira vez me sentia forte, satisfeita comigo mesma pela minha audácia e coragem. Saboreava por antecipação o gosto da vingança, que me parecia doce, muito doce. Mais tarde descobriria como estava errada. Mas não no dia seguinte. Pois era uma nova manhã, as coisas de volta à normalidade, as meninas de sempre com as bonecas de sempre. A hora do lanche, a hora da estória. Um pouco de magia restituÃda. E sabiamente decidi arquivar o meu plano.
Jardim de Infância... admito. Uma saudade gostosa eu sinto. Desejos de pintá-lo todo cor-de-rosa, passar a borracha em qualquer outra cor. Não importam as bobas lembranças lacrimosas que incrivelmente sobrevivem ao tempo, vindo assaltar a menina já crescida de hoje. Memórias de uma garotinha romântica e silenciosa que às vezes, apenas às vezes, voltava para casa tristonha. Mas sempre apaixonada pelo seu Jardim.
_____________________
* Dados:
Nome da escola: Colégio Farroupilha
Perfil: privada, laica, fundada em 1886 por famÃlias de origem alemã
Cidade: Porto Alegre/RS
PerÃodo em que estive no Jardim de Infância: 1983-1985
* Um pouco da história do colégio (fonte Wikipédia Pt.):
“Foi fundado em 1886 pela Deutscher Hilfsverein (Associação Beneficente Alemã), uma associação criada para auxiliar os imigrantes alemães e seus descendentes. A escola recebeu o nome de Knabenschule des Deutschen Hilfsvereins (Escola de Meninos da Associação Beneficente Alemã) e, inicialmente, ocupava algumas salas alugadas da comunidade evangélica, no centro de Porto Alegre.
Em 1895, foi inaugurado o prédio próprio, na rua São Rafael, atual avenida Alberto Bins. A Escola de Meninas começou a funcionar oficialmente em 1904. Em 1911, começou a funcionar o jardim de infância, o primeiro do Rio Grande do Sul e terceiro do Brasil.
Durante a década de 20, começou a adotar o ecumenismo nas aulas de religião, sendo a primeira escola da capital a tomar essa atitude. Em 1929 foram unidas, definitivamente, a Escola de Meninos com a Escola de Meninas.
Com o crescimento, em 1962, a escola foi transferida para um novo prédio, construÃdo num terreno que havia sido adquirido em 1928, denominado Chácara das Três Figueiras, e que acabou por dar o nome ao bairro que ali se formouâ€.
Estou suando aqui para adicionar mais duas fotos... Espero conseguir em breve!
LetÃcia L. Möller · Porto Alegre, RS 3/10/2007 11:52
Querida LetÃcia:
Adorei demais a sua história, muito muito mesmo! Só não posso jurar, mas tenho quase certeza, que a Ize também vai amá-la. A Ana Mineira também escreveu sobre o tema. Aliás, proponho que leia o que ela escreveu e os comentarios, muito pertinentes e adequados, da Ize. Acho que vão valer pra vc também.
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
Não estou com o link aqui mas já te passo, no próximo comentário, ok? Você foi uma criança linda!
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
O texto da Ana Mineira está aqui.
Se você não quiser colocar o nome da escola dentro do texto coloque-o numa nota de pé de página. O jardim ainda existe?
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
Olá Joca,
muito obrigada pelas palavras gentis.
Fico feliz que tenhas gostado e achado apropriado ao projeto.
Já coloquei uma notinha ao final do texto com alguns dados sobre a escola. Se precisar de mais algum, por favor avise-me.
O Jardim, assim como a escola (ensino fundamental e médio) ainda existem, sim. Espero que tenham vida longa, e que dos meus anos de escola para cá tenham retomado a qualidade que caracterizava a escola até os anos 80.
Lerei o texto da Ana Mineira com muito prazer. Tenho procurado acompanhar todos os textos dirigidos ao projeto.
Um grande abraço,
LetÃcia.
Querida Leticia:
Se tiver fotos do Colégio, quantas mais melhor, faça um album flicker e as disponibilize para nós, ok?
beijinhos e eu é que agradeço
Querido Joca,
achei interessante acrescentar, na nota final, um pequeno texto sobre a história do colégio. Ali refere que o seu jardim de infância foi o primeiro do Rio Grande do Sul, e terceiro do Brasil. Outro dado interessante é que o colégio tornou-se misto já em 1929, quando era predominante nas escolas a separação de meninos e meninas; e ainda a referência à adoção do ecumenismo nas aulas de religião, ainda na década de 20.
O que achas? Devo manter este texto?
Um abraço,
LetÃcia.
Querido Joca, de novo,
fiz duas mÃnimas alterações no segundo parágrafo, para salientar meu carinho pela escola e o fato de ela não ter naufragado no caos, dos anos 90 para cá, mas de me parecer ter conseguido recuperar os valores e a qualidade de um tempo (talvez a partir de nova troca da direção, mas não saberia dizer com segurança). Escrevi de modo bem sucinto porque não queria adentrar um assunto (mais sério) que não se conforma com o objetivo principal do texto, focado nas lembranças doces do jardim.
Quantos às fotos, infelizmente não as possuo (fotos da escola, de sua estrutura). Procurei no site do colégio, mas não encontrei.
Um abraço, e obrigada pela atenção,
LetÃcia.
Querida LetÃcia:
Achei ótima a idéia do texto sobre o Colégio. Acho que tem tudo a ver.
Estive pensando e concluà que o ponto alto do seu texto está resumido na feliz, eu diria antológica, expressão "Desejos de pintá-lo todo cor-de-rosa, passar a borracha em qualquer outra cor" que resume magistralmente o tal "Mito da infância Feliz" citado pela Ize. Parafraseando Lorca eu diria "Rosa que te quero Rosa". Muito bom! Não exagero quando digo que adorei.
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
LetÃcia, parabéns.O melhor de tudo isso é que a gente faz uma viajem linda na infancia. Seu texto ficou excelente. Um abraço mineiro. Obs: O Joca já falou tudo.
anamineira · Alvinópolis, MG 4/10/2007 09:37
Doces recordações, Lê e, claro, descritas com maestria!
Gostoso de ler!
Flores sempre @>--
Muito bom LetÃcia. Texto brilhante e doce como as cores e o sabores da infância... Lindo... Parabéns! Abçs!
Nydia Bonetti · Piracaia, SP 4/10/2007 14:00
LetÃcia, seu texto é primoroso e irretocável (acho que é a primeira vez que o Joca não propõe alguma mudancinha rsrsrsrsrsr). Aliás, percebe-se que ele está feliz. Como eu tb estou. Sabe pq? ( Vou contar pra um segredo que nem o Joca sabia ). Entre as muitas coisas que faço, trabalho com formação de professoras da Educação Infantil e primeiras séries. E uma das estratégias metodológicas que uso (sem originalidade alguma pq essa metodologia de formação é corrente na França e em Portugal) é a do resgate das memórias. Lembrando do que passaram na escola, as futuras professoras podem, trazendo para o presente as lembranças, pensar o agora das salas de aula. Se vc conhece Benjamin um pouquinho, já imagina que foi a partir dele que estruturei essa metodologia. Pois bem, esse livro do Joca vai me servir feito luva. Até o momento, pra desentocar a imaginação de minha alunas, uso as memórias de escola de Graciliano Ramos (o livro Infância traz episódios lindÃssimos e tristes), de Machado de Assis ("Conto de Escola"), de Raul Pompéia ("O Ateneu") de Bartolomeu Campos de Queiroz ("Ler, escrever e fazer conta de cabeça") etc, etc, como as memórias de uma preceptora alemã que veio para o Brasil nos idos de 1800 educar três capetinhas numa Casa Grande (esqueci o nome da autora, mas o livro chma "Os meus romanos"). Agora, com os lembranças dos overmanos e manas, a coisa vai melhorar muito. Vou até confessar que já tive Ãmpetos de imprimir os texto e de usá-los. Mas claro que resisti, e vou continuar resistindo até ele sair pq senão estraga a surpresa.
Mas, o que eu queria dizer, é que essas suas lembranças vão dar panos pra manga...Só o que vc traz sobre a questão do gênero na educação infantil ia me render boas aulas e discussões.
Beijos pra vc e PARABÉNS
Querida LetÃcia, Linda vc: em infãncia e agora, a recordar doces lembranças...
Nossa, viajei, fui até a tua Escola e brinquei com tudo o que descrevestes. E me vi vingada a arquitetar o teu plano de vigança, pena ñ ter sido executado.
Adoro jardins de inf^ncia, sou uma arte-educadora que to vou me tornar pedagoga, estou estudando Pedagogia só para trabalhar com essas coisinhas lindas!
Pena que o nossso PaÃs não prioriza a Educaç~~ao, muito menos nessa faixa etária, que eu afirmo, ser o cerne da questão. É ali ou ai, onde tudo começa...
Adorei tudo!
Um grande abraço.
Querida Leticia:
Sei que é bobagem, mas tinha vontade de saber que fim levou a "litle Barbie", aparentemente tão bem resolvida, mais ainda nesta sociedade em que as pessoas são estimuladas a competir e não a cooperar.
beijos e abraços
do Joca oeiras, o anjo andarilho
LetÃcia, achei teu texto fantástico, porque além de você descrever- e muito bem, porque foi possÃvel visualizar todos os momentos descritos, mesmo aqueles ligados aos seus sentimentos interiores, ao seu "jardim interior", como se fosse um filme- as lembranças doces, o lado lúdico desse pedaço da tua estória, você também nos contou sobre as dificuldades e ansiedades pelas quais passou, sobre as "tragédias" por que passam todas as crianças num ambiente novo, distante e estranho que é uma escola. Sobre isso, tem um trecho muito interessante, que é "(...) e com ambiente alegre e bonito que nos confortava da distância do lar.†Você conseguiu mostrar os dois lados da estória, com suas boas e as não tão boas lembranças, sem que um suplantasse o outro, com equilÃbrio. Muito legal, parabéns! Abraços.
Marcato Pereira · Rio de Janeiro, RJ 4/10/2007 22:27LetÃcia,amei ler o texto,muito bem escrito!A escola nos proporciona boas lembranças e algumas não tão agradáveis.Das desagradáveis,nos resta achar graça,agora que passou e das boas,guardá-las com carinho.Continuem compartilhando conosco essas belas histórias!Sobre as fotos:você continua linda!Bjs.
linney · Canoas, RS 4/10/2007 23:43Lê, adorei! Me vi em suas palavras! Coisas parecidas aconteciam comigo, magia, medo, esperança, alegria... beijos!
Tati MOTTA · Belo Horizonte, MG 5/10/2007 06:59
Queridas Ana, Adri e Nydia,
obrigada pela força.
Fico feliz que tenham gostado destas lembranças.
Um beijo,
LetÃcia.
Querida Ize,
agradeço tanto pelas tuas palavras, que me estimulam em minhas pretensões de escrita. Gostei muito de saber do teu belÃssimo trabalho. Que coisa bacana o livro organizado por vocês, já de saÃda, ser utilizado em um curso de formação de professoras! Não poderia ficar mais feliz (e surpresa) em imaginar que meu singelo texto possa fomentar discussões interessantes sobre a educação infantil...
É realmente muito interessante a metodologia que adotas nesse curso, ao estimular s professoras a resgatar suas memórias escolares, para melhor pensar o presente e seu papel na educação. Fiquei curiosa para ler ou reler algumas das obras que referes (havia lido o “Conto de Escola†do Machado de Assis e “O Ateneu†de R. Pompéia). Na verdade, a primeira coisa que quis ser, quando grande, foi professora (da educação infantil), e depois escritora. Acabei virando professora (universitária, contudo) e advogada. O sonho de ser escritora segue mais forte do que nunca. Mas o interesse que nutro pela educação infantil também se manteve de alguma forma vivo, tendo agora aflorado ao recordar meus tempos de criança. Talvez eu quisesse justamente ser professora pela boa experiência que tive e pelo carinho que recebia e retribuÃa à s minhas “tiasâ€.
Obrigada pelo incentivo.
Um abraço,
LetÃcia.
Querida Branca,
muito obrigada pelo teu carinho!
Adorei saber que te levei a brincar comigo e, até mesmo, a arquitetar juntas aquele plano de vingança... Mas melhor que deixamos de lado, não é? O “doce sabor da vingança†é completamente ilusório (além do fato de que, vendo com olhos de adulto, meu plano era totalmente inviável...).
Muitos beijos,
LetÃcia.
Oi Joca,
a “little barbie†seguiu sendo minha colega por alguns anos. Seguiu na posição de lÃder das meninas, exercendo seu poder e seu fascÃnio (eu mesma, devo admitir, era fascinada por ela nos tempos de jardim... amor e ódio juntos). Mas aos poucos começou a ser excluÃda pelas demais, até que, pelo que lembro, acabou trocando de escola. Nunca mais soube dela (nem quero saber, depois de ter escrito essas lembranças...).
Um abraço,
LetÃcia.
Marcato,
teu comentário me deixou muito feliz. Obrigada pela leitura e pelas palavras generosas.
De fato, nem tudo são rosas na vida das crianças... e certamente nem tudo são rosas na escola. Os tempos de jardim me recordam as lembranças mais doces, mas é normal que passemos por momentos mais “traumáticos†(as pequenas tragédias que bem referiste). Coisinhas que, aos nossos olhos de adulto, são quase invisÃveis; mas para a criança são todo o seu mundo.
Um grande abraço,
LetÃcia.
Queridas Linney e Tati,
agradeço de coração a vocês, pela leitura emotiva e pela sensibilidade dos comentários. É muito bom poder compartilhar estas lembranças da infância com pessoas queridas como vocês.
Um beijo,
LetÃcia.
LetÃcia, quantos detalhes. Acho fantástico essa coisa de trazer à tona lembranças do passado. Ainda mais quando elas vêm com tamanha riqueza. Por um momento deu até pra imaginar trechos de um curta: Era uma vez um Jardim de Infância
Parabéns pela ótima memória e, também pela bela história.
abço.
Oi amiga LetÃcia,
você mandou vê com todos os detalhes importantes seu belo depoimento sobre os fatos ocorridos na sua tragetória pelos bancos escolares. Meus sinceros aplusos e beijos.
Carlos Magno
Oi Leticia!
Muito interessante as coisas que narraste sobre o tempo de Jardim de Infância. Parabéns!
Abçs. Benny.
LetÃcia,
Sou grato a você por me convidar para ter acesso a uma narrativa desta. Tudo muito agradável e envolvente. Até me emocionei. Excelente!
Parabéns por tudo.
Adorei e votei!
Amigos Carlos, Benny e Rubenio,
mil obrigadas pelo tempo dedicado `as minhas pequenas lembranças.
Rubenio, quem fica muito grata sou eu, com a tua presença!
Um abraço grande,
Leticia.
Excelente mesmo. Adorei ler esse texto. Voto carimbado. Grande abraço!
Lobodomar · Guarapari, ES 5/10/2007 12:43
Ontem passei, li e marquei.
Volto agora para ler mais um pouco.
Uma Beleza LetÃcia. Tão bom essas recordações não é mesmo.
Lindo demais querida. Parabéns! Fico muito grata pela partilha.
Deixo aqui meu voto e um beijo
Querida, voltei. Grande abraço para vc e tudo de bom com milhões de lembranças inpirações!
Votada!
Tive a honra de mandar suas memórias para publicação! Parabéns, linda!
crispinga · Nova Friburgo, RJ 5/10/2007 19:55LetÃcia, passando repidamente por aqui para reler e votar. E, claro, conferir o sucessso de seu texto. BJS.
Joana Eleutério · BrasÃlia, DF 5/10/2007 20:54O tempo de escola... Engraçado, não lembro de ter querido lembrar desse tempo... Não era exatamente o que gostaria de querer lembrar... Só depois de algum tempo é que vim entender a dimensão de se ter um passado na escola... Levei bastante tempo, é o que me dirão... Agora, organizar reminiscências de um tempo perdido numa última curva antes do clarão da realidade... Pode ser um bom exercÃcio: nada terapêutico, talvez muito revelador... Quiçá, lúdico, como pespegar a cauda num animal desenhado numa cartolina... E se deliciar com isso, como você na sua doce e frustrada vingança (ainda bem) contra a lÃder da turma...
Pepê Mattos · Macapá, AP 5/10/2007 23:25
Queridos amigos Lobodomar, Rita, Branca, Crispinga, Joana e Pepê,vocês me deixam muito feliz com suas palavras carinhosas e elogiosas, que muito me incentivam. Obrigada por terem dedicado um tempinho a essa leitura (sei o quanto todos temos a fazer, e quantas coisas interessantes temos para ler aqui no overmundo). Um beijo grande a todos!
Pepê: li em algum lugar que tu estavas remexendo o baú das reminiscências e aprontando alguma coisa para o projeto. Em que pé anda? Não deixe de participar!
Abraços,
Leticia.
LetÃcia, maravilhoso o seu texto. Você escreve tão bem ! (sentiu uma certa inveja nesta exclamação?).
Suas lembranças são muito bonitas e as descreveu tão perfeitamente que me senti ali com você, chorando pela boneca todos os dias, perdida. Até se parece comigo, só sabia chorar.
Adorei.
beijos
Também tenho foto com Papai Noel. Ai, ai, ai...
Rynaldo Papoy · Guarulhos, SP 6/10/2007 09:57LetÃcia, primoroso, fácil entendimento, muitas imagens nas palavras, muito bem organizado. SensÃvel, emocional na medida, muito bacana LetÃcia. Votado.bj
Cintia Thome · São Paulo, SP 6/10/2007 15:59
Cara LetÃcia,
Que beleza! Teu texto me deu uma pista para o elemento aglutinador do projeto do Joca e da Ize: ao grande tema da escola como ponto focal das experiências dos colaboradores, agregam-se as vivências interiores que ela deixou e que nos acompanham até hoje...Meu voto e meu abraço,
Aldo
LETÃCIA,
gostosas lembranças do jardim contadas com carinho especial.
Abçs de Betha.
LetÃcia,
São bem mais doces que amargas as tuas reminiscências...
Adorei a tua narrativa, ela flui com delicadeza e nos envolve nos tornando co-partÃcipes dos fatos narrado.
Parabéns e abraços
Querido Sérgio,
nossa, havia me esquecido de te responder lá em cima! Mil desculpas pela distração…
Fiquei muito feliz com teu comentário e em saber que consegui transmitir imagens nÃtidas do texto. Penso que é um traço que costuma caracterizar o que eu escrevo. Vou admitir para ti (bem baixinho) que já nutri a fantasia de ver um conto meu (“Vizinhosâ€, escrito no ano passado) transformado em um curta... um sonho, apenas.
Um grande abraço,
LetÃcia.
Saramar,
eu é que adoro tudo o que escreves, seja na poesia seja agora na forma de memórias de escola. Uma inspiração!
Grande beijo, e muito obrigada pela leitura,
LetÃcia.
Caro Rynaldo e querida amiga CÃntia,
muito obrigada pela presença e pelos comentários.
Beijos,
Caro Aldo,
obrigada pela visita!
Sim, é mesmo incrivel como as lembranças de escola são marcantes, sejam elas mais ou menos boas... e como voltam a habitar nossa mente com facilidade, nos fazendo repensar o passado escolar e a forma como nos moldou e nos fez crescer.
Um abraço,
Leticia.
Betha e Agenor,
fiquei muito feliz com a visita de vocês e com as palavras queridas.
Um grande abraço,
Leticia.
Querida LetÃcia:
Quanto mais penso nela, mais gosto da sua colaboração! E tenho pensado muito.
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
PS Se que não é tarefa fácil, mas acho que vou escrever sobre ela.
Puxa Joca,
obrigada pelo carinho.
Me sinto tão honrada com a tua atenção ao meu texto, e tão feliz em saber que gostaste de verdade... Que minhas lembranças simples de jardim – nada extraordinárias, nada surpreendentes ou diferentes – tenham de alguma forma te tocado, divertido ou emocionado. Me faltam as palavras para expressar a minha alegria, surpresa e gratidão.
Bem, podes imaginar que fiquei muito curiosa para saber o que te inspirou a escrever, e sobre o que escreverias... Conta para mim!
Beijos e abraços,
LetÃcia.
Querida Leticia:
Por favor, aguarde
Estou escrevendo.
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
Querida LetÃcia:
´Já está láa primeira versão do meu texto. Talvez mude alguma coisinha mas é isto.
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
LetÃcia.
Dizes que pretendes ser escritora. Então, penso, deves continuar escrevendo e lendo. Tuas memórias, em que nós leitores mergulhamos, além de constituir os cenários e as personagens, inda são simples e corretaemnte escritas a ponto de darmos, pelo menos eu, toda a atenção ao conteúdo.
Eu gosto assim de escritos que contem histórias. Mesmo as de ficção. Não quer dizer que consiga eu escrever assim.
Também quero agradecer tua visita aqueles tempos de Dolores o meu postado de reminiscências da escola e me considero honrado em estar a seu lado numa futura publicação ainda que virtual.
Leticia, minha prenda linda
Pois é, mesmo dentro do universo preparado pelas diferenças que marcam e engalanam os adultos - crianças são iguais, muito iguais. As viscitudes da vida vão deturpando construindo muros e abrindo abismos.
Mas, consegui lhe ver esprimida em ter a boneca desgarrada das mãos; faceira no posto de primeira prenda; lhe vi ora na faceirice de menina que se mostra.... E parabens, andre.
Spero poder ler, + d sua forma d expressar...
Se puder dar 1 confers...
Muit obrigado.
http://www.overmundo.com.br/banco/orahora
At +, 1 abrço.
Caro Adroaldo,
agradeço-te emocionada pelo incentivo, que significa muito para mim. Tanto mais pela admiração que tenho pelo que escreves e sobretudo por quem tu és.
A honra em sermos prováveis colegas de publicação, acredite, é toda minha.
Um grande abraço,
LetÃcia.
Querido André,
esta prenda crescida muito te agradece pela palavras gentis.
Esta numa faceirice só!
Obrigada pela leitura e pela tua observação atenta.
Um abraço,
LetÃcia.
Pierro,
obrigada pela visita!
Abraços, e volte sempre,
Querido amigo Joca,
sou a ti muito grata. Me emociona demais a tua sensibilidade, delicadeza e generosidade.
Não penso merecer tamanha atenção...
(já está lá no teu postado meu sincero MUITO OBRIGADA)
Beijos,
LetÃcia.
LetÃcia, minha querida,
estou com vergonha da inveja que sinto agora por não ter memórias tão lindas pra contar - e sequer capacidade para contar as que tenho com tanto amor e paixão e competência e delicadeza e beleza...
Na verdade estive por longos dias desencavando as minhas memórias para o projeto Joca/Ize e vi o quanto me foi difÃcil - talvez até por não serem assim tão felizes, embora tivesse lá seus momentos de grandeza. Aliás, é por causa desse trabalhão que só agora estou chegando nas memórias suas e dos tantos overmanos e overmanas que participam deste lindo projeto. E estou, sinceramente, maravilhado, apaixonado e roxo de inveja, insisto em confessar. Acho que no fundo eu queria ser ao menos um pouquinho de cada um, viver um segundo a saudade de cada um, sentir as alegrias e tristezas... Mas, não. Tive que ir prum colégio interno, longe do mundo, numa ilha longÃnqua. Se bem que vendo assim na lonjura dos tempos eu até me reconheci em muitos dos sentimento ques cada um aqui viveu. Pois eu também era um criança, mesmo vivendo as Dores e alegrias de uma escola à beira-mar, que agora a convido também a visitar.
Um milhão de beijos pelo seu texto. Meus parabéns e meu voto, mesmo reduzido a peso 4 - não sei por que.
Abraços.
letÃcia,
um texto brilhante. há mesmo brilhantismo em saber contar, não importa a veracidade ou não dos fatos, não importa se é ou não ficção: saber contar. e contas com uma tua sinceridade preservada, creio, desde a infência, essa coisa misteriosa que apenas pessoas tÃmidas detém. tua verve escritora não deixa dúvidas, e capturas mesmo a quem te lê, sem subterfúgios. também fico numa ânsia de contar algo de minha infância nessa empreitada... mas tenho algumas limitações me me desenvolver em prosa...
beijos,
r
erratas: onde lê-se infência - infância, e onde lê-se mas tenho algumas limitações me me desenvolver em prosa... - mas tenho algumas limitações em me desenvolver em prosa...
Caro Nivaldo,
peço desculpas pela minha demora, mas nos últimos dias tive dificuldade para conectar a internet.
Quero te dizer que o teu comentário me emocionou muito, é até difÃcil responder-te. Sou uma pessoa com uma autocrÃtica muito forte, que se exige demais e por isso tende a ficar insatisfeita com o resultado do que escreve. Hesitei muito em expor essas lembranças escolares aqui no overmundo. O retorno tão positivo que tive dos amigos daqui me surpreendeu e segue surpreendendo. Vejo muita generosidade em todos por aqui, nas palavras que estimulam a seguir em frente e que acalentam a alma.
As suas foram exatamente assim, para mim. Por isso, muito obrigada!
Vou agora, com muito atraso mas com muito prazer, ler as tuas memórias.
Ah, com relação ao peso do voto: eu, a muito custo e lentamente, consegui chegar ao voto com peso 5. Mas, em virtude dos últimos dias de não participação, já estou vendo-os voltar ao peso 4. Enfim, teu voto 4 é tão bem-vindo como todos os outros, inclusive como o voto zero, o não-voto, a simples leitura. Isso já vale demais.
Um forte abraço,
Leticia.
Querido Renato,
muito obrigada pela tua leitura e pelas belÃssimas palavras, que me deixam muito feliz.
O que escrevi acima, para o Nivaldo, escrevi também para ti.
A sensibilidade do teu comentário me emociona e me faz pensar que, talvez, e devagar, eu realmente possa realizar meu grande sonho, o sonho que nutro desde pequena com intensidade e paixão. Por essa razão, sou muito grata a ti, por me fazer sentir que isso é possÃvel.
Espero sinceramente que tu escrevas tuas reminiscências escolares. Conhecendo a tua poesia, não posso imaginar menor beleza na prosa...
Um grande abraço,
LetÃcia.
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