(ou “Estive no Rio - Primeiras impressões de um paulistano sobre a Cidade Maravilhosa”)
Sempre senti que o Rio de Janeiro representava a epítome daquilo com o qual eu não me identifico, um lugar que eu não me interesso, com uma cultura pela qual não me interesso cheio de pessoas que não me interessam.
Grande parte disso é sim birra de adolescência, turbinada por um orgulho paulistano (não confunda com paulista: um grupo muito mais amplo). Sempre fiz piadas de cariocas e de argentinos, a rivalidade com esses dois tipos é muito presente no meu humor.
Tudo começou a mudar depois que cresci, conheci alguns exemplares cariocas digníssimos e bons amigos se mudaram para a cidade supostamente maravilhosa. Uma vontade de conhecê-la foi plantada (e as tirações de sarro provocativas ficaram no reino puramente humorístico) e brotou apenas recentemente, na última páscoa para ser preciso.
Após anos rejeitando-o, encarei o Rio de peito aberto, ansioso a conhecer os maiores clichês e menores buracos. Estava disposto a tudo, sem reservas. Tudo dependia de meus guias.
Sendo um paulistano orgulhoso, adoro levar meus hóspedes a diferentes lugares e improvisar tours pela cidade; não me sinto bem como um turista de excursão, dá a impressão de um zoológico invertido, um bando de branquelos bobos e desavisados tirando zilhões de fotos de qualquer porcaria enquanto pagam caro por bugigangas. Prefiro descobrir sozinho ou ser apresentado por nativos. Qual a graça de fechar um pacote e ir nos lugares pré-determinados por um estranho cujo objetivo final é pegar seu dinheiro? Quero me divertir com os amigos, socializar com estranhos, ficar perdido e descobrir um lugar só meu.
Assim, tentei observar o máximo desde a chegada do ônibus de manhã cedo até minha banal visita à praia. Os arredores da rodoviária parecem um cenário de filmes bestas de ação tipo “Velozes e Furiosos”; Santa Teresa é um bairro incrível, as ruas e as casas são fascinantes, uma cidade paralela à que vemos correndo pela orla em Ipanema e Copacabana; o centro é complexo como o de São Paulo; A Barra da Tijuca é um pesadelo, tenho pavor de comunidades fechadas onde tudo é novo, artificial e coisas práticas ficam longe; o Cristo não é tão grande quanto parece, mas vale pelo mito e pela vista; no Leblon o mar é violento e as ruas agradáveis e calmas.
Há carros estacionados em todo e qualquer espaço da cidade, a CET de São Paulo faria a festa em apenas um quarteirão. Foi o quesito em que a expressão “carioca folgado” fez mais sentido pra mim, paguem um estacionamento ora bolas, quem tem que sofrer é quem tem carro, não quem já está andando como um camelo – curiosamente, pelas ruas do Leblon (onde me instalei) vários automóveis tinham o limpa pára-brisa levantado, um carioca talvez possa esclarecer esse mistério.
É interessante perceber a diferença na ocupação, vivi apenas em cidades onde o acesso à terra era livre e desimpedido. No Rio não é tão simples, em alguns casos é preciso literalmente cavar espaço, mover montanhas e conquistar morros. Mas mesmo nesse confinamento havia grandes espaços vazios que descansavam a vista e permitiam o ar correr, algo que em São Paulo é muito raro.
Uma vez debati com um conhecido carioca o orgulho de nossas respectivas cidades. Industrialista que sou, reclamei do excesso de valor que o carioca dá à praia em detrimento de conquistas humanas (o que explica o estado de vários prédios que vi no Centro e na Lapa); ele, carioca que é, reclamou de nosso orgulho excessivo e comentou que se sente confinado em um lugar em que olhando ao redor tudo que vê são prédios, que o mar dá uma sensação de que há algo além da cidade. Mas eu não consigo cair fora pelo mar; é libertador para os olhos, mas uma barreira física para o meu corpo. Em São Paulo, há saídas e estradas para todos os lados; se entendi direito, para sair do Rio tenho que seguir um caminho específico, pois de um lado está o mar e do outro estão morros e pedras colossais, isso pra mim é confinante. Entendo o apelo e aprecio as águas, mas não o suficiente para me instalar ao lado delas.
O único item culinário que conhecia previamente sobre o Rio era o tal Biscoito Globo (que inclusive aparece em Bossa Nova, aquela apresentação de novela do Manoel Carlos disfarçada de filme). Fiz questão de comer - mesmo sendo avisado por minha anfitriã (mineira) de que era uma droga; algo que gerou debates fervorosos em um encontro interestadual Minas-Rio-São Paulo. Não tinha nada demais na verdade, meio insosso, mas bom pra comer na praia e não sentir sede. Algumas coisas, mesmo que bobas, entram para o folclore e valem a pena experimentar.
Ainda no ramo culinário recomendo a dica Overmundiana do café da manhã noCafé do Alto, infelizmente não tive tempo de conferir mais dicas, como a da Rocinha, ficará para a próxima visita.
Aliás, em SP é difícil ser forçado a passar por uma favela por falta de opção já que a maioria delas está nos arredores da cidade (a não ser que você se perca em alguma via expressa). Já no Rio, azar de quem mora na Zona Sul e trabalha na Barra: tem que dar um oi pra Rocinha (eu dei). Elas são uma parte inexorável do cotidiano.
Na Glória ocorreu o único momento da temida violência carioca: policiais munidos de fuzis enquadrando um táxi superlotado – que em retrospecto posso dizer que não foi novidade, já vi inúmeros motoqueiros abordados da mesma forma por aqui. Momento esse que gerou a expressão “estive no Rio”, usada sempre que um pré-conceito ou clichê se confirmava. Felizmente ela se repetiu apenas duas vezes.
Meu anfitrião disse uma vez apreciar muito São Paulo, um dos pontos positivos seria a receptividade das pessoas, sempre fazendo “amigos descartáveis” – um elogio que achei surpreendente. Admito que fiquei bastante acanhado em interagir com as pessoas que esbarrava pelo Rio, imaginando que seria aloprado por ser paulista por toda e qualquer pessoa. E na verdade notei um grande contraste: as pessoas com as quais interagi realmente eram muito receptivas e simpáticas, já entre si elas eram extremamente agressivas e de pavio curto, cheguei a ver dois guardadores de carro quase saírem no tapa por causa de um cliente.
Mesmo sendo constantemente bombardeado por imagens novelescas, tudo era novidade. A partir disso conclui que a Globo tem muito que aprender. O Rio de Janeiro que eu visitei não é o que aparece no horário nobre, uma visão estreita e pobre de algo extremamente complexo. É mesmo uma cidade maravilhosa (não diria que “A”, se gostar de prédios é ser orgulhoso demais, o que dirá se auto-intitular dessa maneira). Tem várias qualidades e vários dos mesmos defeitos que vejo por aqui, manifestados de diferentes maneiras, ainda não é uma cidade na qual moraria, mas é uma que pretendo visitar novamente, pois ainda há muito que quero fazer e muito que ainda vou querer.
Minha visita foi afortunada por ter sido na páscoa, quando a cidade fica tranqüila e pouco habitada, um contigente menor do que esperaria do carnaval ao menos; além disso a temperatura estava agradável e tolerável. Mesmo com toda a rivalidade Rio/SP, eu recomendo a visita ao menos uma vez na vida. Portanto, ficam aqui minhas desculpas pelo atraso de 25 anos e pelas inúmeras piadas (que continuarão sendo feitas), e um pedido por mais dicas de coisas a conhecer, além de um convite aos cariocas a escreverem um texto “Estive em São Paulo”.
O texto é bem pessoal, espero que topem a brincadeira mesmo assim. E vale notar que na verdade não sou paulistano, não de nascensa ao menos, sou Ribeirão Pretano ;)
Fernando Mafra · São Paulo, SP 10/4/2007 22:48Que legal. Dificilmente eu deixaria de gostar de um relato sincero sobre a minha cidade (nasci em SP, mas não conta, nem vivi lá), independente da mensagem que passasse. Espero que você tenha passado pelo Guia aqui do Overmundo no Rio de Janeiro, há dicas legais. Quanto ao pára-brisa levantado, tenho quase certeza que é o código informal dos guardadores para definir que carro está sob vigilância de quem. Um pára brisa levantado é carro de fulano. Dois, de cicrano, etc. Pelo visto o código não funcionou entre os dois que você viu prestes a cair no tapa... Bonitas as fotos! Abraço
Helena Aragão · Rio de Janeiro, RJ 11/4/2007 14:46
Se esse é o propósito das paletas levantadas, eu e minha namorada causamos futuras disputas, pois abaixamos algumas achando que estávamos fazendo um favor.
Sobre o guia, na verdade foi usado e cometi o erro de não mencionar - vou corrigir isso ainda hoje.
Faltou um outro pedaço da resposta, colei errado:
A briga entre os guardadores foi ao pé do Cristo. Estavam disputando a guarda do carro da minha amiga.
...que eu saiba limpador de pára-brisas levantado significa que o "cliente" pagou ao guardador (ou não pagou? agora não me lembro...)
Engraçado... nunca tinha pensado no mar e montanhas como barreiras ao escape, não é que pode ser mesmo...
Mas, Fernando, não confunda o Rio com a Zona Sul. Ela representa apenas cerca de 1/7 da cidade. Se você for para a Zona Norte e Zona Oeste são quilômetros e quilômetros "abertos" em todas as direções. Veja no mapa...
Aliás, tem uns malucos que sugeriram transplantar o Distrito Federal (capital) para uma área de 20 km quadrados ali no meio da Zona Oeste.
Pra você ter uma idéia há um decreto criando a Aparu (Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana) da Serra da Misericórdia, centro da Zona Norte, com 43km quadrados. Cabem dentro 27 bairros e 80 favelas. Um milhão de pessoas...
Abraços!
Egeu, até faltou incluir um mapa legal aqui nas imagens, mas achar um que seja CC pode ser complicado.
Com certeza eu tive uma pequena amostra do Rio; imagino que pouquíssimas pessoas possam dizer que conhecem o Rio pra valer, que entendam mesmo - como SP, mesmo (e talvez principalmente) os habitantes se limitam a um raio pequeno de distância de suas casas e locais de trabalho; eu tenho orgulho de conhecer vários lugares por aqui, mas mesmo assim sei que tenho muito o que aprender. Como diz o subtítulo, essas foram as primeiras impressões de um universo complexo.
Mas essa idéia do Rio=Zona Sul é constantemente propagada pela mídia e mesmo pelo povo, tudo que se fala é o que está nessa região - eu até comprei um "mapa" da 4Rodas que dizia ser do RJ mas só contemplava do centro ao Leblon, uma porcaria.
Valeu Fernando! É assim mesmo, a gente vai devagarinho...
Egeu Laus · Rio de Janeiro, RJ 13/4/2007 15:42Muito legal seu texto. Sabe que também sou paulista e nunca tive vontade de conhecer o Rio, talvez seja culpa da mídia que nos mostra apenas nas novelas uma "cidade maravilhosa", mas nos jornais vemos uma cidade violenta capaz de despertar desejos epaixões emvisitá-la. Seu texto despertou em mim uma vontade, quem sabe um sonho, de conhecer a beleza do Rio de Janeiro...
Giba · Ribeirão Preto, SP 13/4/2007 20:37Eu sempre fui fascinado pelo Rio (assim como por São Paulo, antes de vir morar aqui), mas em geral só vou lá a trabalho, não dá tempo de conhecer nada nem encontrar os amigos. A única vez em que fui a passeio foi para acampar, mas o camping era na Barra, não consegui sair muito dali.
Marcelo V. · São Paulo, SP 14/4/2007 13:13
Antigamente não é que eu não gostasse do Rio de Janeiro, era pior. Eu era completamente CONTRA o lugar. Ironicamente, acabei namorando uma carioca e indo pro Rio fim-de-semana-sim fim-de semana-não por cerca de um ano.
Por lá, sempre evitei os clichês, mas acabei conhecendo ótimos lugares (mas sempre na zona sul, admito). Com o tempo, descobri que os cariocas são folgados só pra mim mesmo, porque entre eles aquilo tudo é muito nomal. Só não aprendi a lidar muito bem com o calor. Esse sempre me matou.
No final das contas, hoje acho que é uma cidade bem bonita. Ao seu jeito.
Mário, comigo era assim também; mas nunca me levei muito a sério nessa questão. Entendia que devia estar sendo extremista demais.
Tenho um amigo que continua assim, mas já tinha preguiça das calúnias dele antes mesmo de ir ao Rio, pois sei que são infundadas e infantis.
As fotos estão muito boas. O seu recorte pessoal foi muito bem costurado. Abraço.
FILIPE MAMEDE · Natal, RN 16/4/2007 08:29
Fernando,
depois de ler seu texto me deu uma vontade imensa de escrever sobre São Paulo. Estive pela primeira vez aí em 2003. Em breve rolará um texto resposta!
E ai Fernando!
Bela narrativa como você sempre faz amigo, muito bacana seu olhar com as fotos também. É uma pena não ter mais tempo, sempre queremos mais, um abraço amigo.
Quem não sabe o valor de uma praia em detrimento de "conquistas humanas". Rapaz, não vou conseguir te explicar isso nunca. Malemolência, jogo de cintura e pouca roupa é só para iniciados. Carioca é quem adota a cidade. Samba, samba, samba e samba. Isso é o Rio. Venha qd quiser. Divirta-se. Alegre-se. Brasileire-se. Coloque um pouco de África na sua vida. E aquele abraço. O Rio continua lindo.
Mansur · Rio de Janeiro, RJ 16/4/2007 10:16
Guilherme, é mais ou menos isso que estava querendo provocar. Um intercâmbio de impressões (positivas ou negativas).
Apesar da vontade também não deu tempo de ir pra Niteroi.
Agora você precisa rever seus conceitos sobre o argentino. Vá a Buenos Aires, ande pelo mundo e terá muitos dos seus preconceitos derrubados! Pode crer, e aqui quem diz é um carioca que morou 19 anos em São Paulo e hoje mora na Europa este velho continente rachado por etnias. Somos todos do planeta Terra! Abs!
Marcelo Candido Madeira · Rio de Janeiro, RJ 16/4/2007 11:06
que legal o seu texto!! =DD
também estive no Rio durante essa páscoa. devo dizer que tinha a mesma visão que você - e que mesmo morando numa cidade com mar essa sensação de "liberdade" é falsa mesmo, só descansa os olhos. era louca por são paulo e detestava o rio... hoje sou doida pra voltar lá de novo. e sim, vc teve sorte de ir na páscoa, a cidade fica realmente mais calma. =]
Fernando, excelente o seu texto. Nasci em São Paulo e cresci em Ribeirão Preto, mas moro há 5 anos no Rio, também tinha muito destes preconceitos, mas depois que vim para cá, eles se dissiparam, a cidade é ótima, divertidíssima, alegre.
Venha sempre e divirta-se sempre.
Encantada pela imagem inicial, acabei vindo para conferir que o Rio de Janeiro, Fevereiro e Março na Páscoa é que de fato "continua lindo e continua sendo". Um dia chego lá para dar meu depoimento e tocar a mão do Cristo, que nem você fez - com tanta sensibilidade!
A foto principal e todas as outras ficaram muito boas. Detalhe: por que "pedaços importados de Minas" na segunda foto? Muito legal a iniciativa de "fazer as pazes" com a cidade carioca. Também preciso, como também com Caçapava, Pelotas e Santos Dumont.
Marcus Assunção · São João del Rei, MG 16/4/2007 16:19
Agradeço aos comentários, escrevi esse texto bem desiludido, já que é quase uma entrada de blog. Bom saber que o pessoal tanto de fora como de dentro do Rio se identificou de alguma maneira.
Marcus, a legenda da segunda foto é porque o Largo do Boticário tem uma cara meio de cidades históricas mineiras, que é são o meu referencial em arquitetura colonial.
Liberar-se dos clichês identitários é complicado, mas acho que com o Rio de Janeiro eu nunca tive este "pé atrás". Acho mais complicado é livrar os clichês jornalísticos de 'cidade do crime' e tudo o mais, mas isto penso que é para quem vai viver poucos minutos de glória como "turista", o que, definitivamente, não é a minha vontade e postura, quando conheço uma cidade... Eu acredito que o bacana é isto, afetar-se por cada ruela com que a gente se depara, tentar imergir no clima da cidade, e captar cada ângulo... E, poxa, os teus ficaram lindos!!! QUE FOTOS MARAVILHOSAS! Parabéns, Fernando.. ;) e, ao Marcus ai de cima, por que tens que te reconciliar com Pelotas? Hehehe sou de Rio Grande, mas vivo em Pelotas.. :) [curiosa que sou..]
bigatrice · Rio Grande, RS 16/4/2007 20:29Mafra, certo, entendi, é que o prédio pela foto não me pareceu muito "mineiro", ainda mais com os azulejos, que, no meu imaginário pessoal, estão em São Luis. Mas é coisa minha, bobagem. Bigatrice, eu fiz só uma brincadeira, Caçapava, Santos Dumont e Pelotas foram as cidades que surgiram na cabeça quando eu estava escrevendo. Amigos, se eu cristalizasse a impressão que tenho dos cariocas só por aqueles que passam o carnaval por aqui, meu Deus, eu cravava que a Rede Globo e sua Malhação demonstram a realidade.
Marcus Assunção · São João del Rei, MG 16/4/2007 21:34
Sou paulistano, cresci em Natal e o Rio realmente continua lindo!!
Estive 4 ou 5 vezes lá/aí e sei bem a sensação que vc teve ...
Outra visão da Rocinha
A primeira vez que estive por lá/aí (tinha uns 15 anos) optei por explorar sozinho: fui de Paquetá (aluguei bicicleta e tudo) até a Barra da Tijuca; desci no Leblon e fui andando até Botafogo (onde estava hospedado) só pra dizer que pisei em tudo por ali. Desembarquei da balsa na Praça XV umas oito da noite e fui andando até a Cinelândia (onde tinha certeza de transporte para Botafogo).
Cristo Redentor, Pão de Açúcar, bonde de Santa Tereza, Arcos da Lapa... também fiz esse circuitão.
Mas de todas as aventuras, de todas as paisagens, monumentos, montanhas que vi-toquei-senti, a que mais marcou foi a Rocinha acendendo de longe como um presépio (nem de tão longe assim! de cima da passarela que passa pra São Conrado).
Nem preciso ser religioso pra ser tocado pela visão daquela maneira: é uma das coisas bonitas que guardei na memória até agora. Essa é minha dica pra pouco antes do pôr do Sol.
hoje, abraço nos cariocas; antes, essa mesma birra paulistana .. rs
p.s. só não tenho certeza se a passarela é um lugar tão tranqüilo como há 15 anos. deve ser! eu acredito.
não resisti quando vc falou "azar de quem tem passar ali em frente daquela cidade" .. hehehe vale a pena passar dez minutinhos ali.
abração
Yuno, meu comentário sobre a Rocinha pode ter sido altamente influenciado pelas notícias alarmistas. Mas meus anfitriões me asseguraram que é bom mesmo "ficar experrto", e um deles faz essa conexão rocinha diariamente, e já passou por apertos.
Não deixa de ser uma favela, não um parque de diversões. Claro que, como até já vimos no Overmundo, existem esforços para que se torne um lugar cada vez mais amigável. E viva esses esforços, e viva aqueles que não se sentem intimidados e visitam a Rocinha - pretendo ser um dos destemidos um dia...
Fernando, me identifico com seu texto apesar de ainda nunca ter ido ao Rio. Me sinto mal as vezes por ter este pensamento, de que o Rio de Janeiro não é uma cidade maravilhosa. Penso assim por amar São Paulo e valorizar ainda mais a cidade dos prédios, culturas, a garoa, a literatura, o clima, o cinza, as pessoas, o estudo e o trabalho que Sampa nos oferece. Mas ainda tenho a visão de que o Rio me surpreenderá muito quando eu o visitar. Falando com clareza, o Rio de Janeiro, por guias e exemplares que leio, não é totalmente um bixo de sete cabeças. POr incrivel que pareça eu não acreditava que nesta cidade existia alguem que NÃO se preocupava com o exterior, com o belo e bonito, fisicamente falando. para mim era assim, mas eu vi que existem alguns que salvam e que valorizam o trabalho, o interior e o emocional de um paulistano, por exemplo.
Seu texto foi de muita valia...Obrigada pelas informações, mesmo "preferindo" sempre São Paulo!!!
Fernando, muito bom o texto, parabéns.
Em tempo, eu estive no Rio, uma vez, visitei quase os mesmos lugares que você mencionou, visitei amigos, mas para conhecer o que estava fora das intensões turisticas, eu fiz meu próprio roteiro, e foi muito bom. Não visitei tudo o que gostaria e por isso pretendo lá voltar um dia.
Tenho uma vontade enorme de conhecer São Paulo, e não estou falando da parte sufocante da cidade, quero conhecer o que dizem as músicas, e não os telejornais. O Museu da Língua Portuguesa, por exemplo, não sai um segundo dos meus planos de roteiros.
Talvez nas minhas férias de julho, quem sabe.
Abraço
Esqueci de dizer das fotos. Me emocionou rever - um fragmento - do Largo do Boticário. Lindo. Rever Santa Tereza e lembrar do passeio no Bondinho. E a segunda foto, aquele prédio qual é? me lembrou vagamente a fachada do Gabinete Português de Leitura, ou é algum outro prédio do Centro Antigo do Rio? Ah, não quis experimentar o tal Biscoito Globo, achei estranho comer biscoito em plena Ipanema.
Parabéns de novo!
O que EU acho engraçado é que, com toda essa deliciosa experiência de conhecer cidades e destruir clichês, achando várias coisas bonitas em cidades lindas e maravilhosas, o amor pela minha casa aumenta.
Voltando da minha primeira viagem ao Rio de Janeiro, estava encantada com a cidade contando para minhas companheiras de vôo sobre coisas que elas não tinham visto. A empolgação era tanta que alguém indagou: "Mi, você vai mudar para o Rio?" Eu respondi, sem pensar ou hesitar, que minha casa ainda é Belo Horizonte.
Yuno, a passarela da Rocinha continua tranqüila. Aliás (sem querer transformar em paraiso), não há assaltos na Rocinha, ao contrário de São Conrado.
Egeu Laus · Rio de Janeiro, RJ 17/4/2007 12:06O primeiro texto que postei no Overmundo tinha muito a ver com a reflexão que você propõe sobre o Rio. Na época houve uma conversa legal, mas acho que o seu texto foi bem mais feliz em repercutir o que as pessoas dos outros estados acham do Rio. De certa forma, eles se complementam, acho eu. Abraço
Helena Aragão · Rio de Janeiro, RJ 17/4/2007 18:48
Você sabe que passei a maior parte da minha infância nesta cidade tachada como "maravilhosa" e como você mesmo disse ela é, mas não "A" cidade... Uma das coisas que eu sempre me indagava quando ia pra lá era sobre a questão da rivalidade de Rio e Sampa, com o tempo aprendi a gostar desse povo marrento e cheio de malandragem, mas com um coração enorme e muito alegre apesar das trsitezas que a mídia mostra.
Parabéns pelo seu texto!!! bjks
Estive lá faz pouco pela primeira vez e...porra, é bonidemais!
Só fiquei um pouco contrariado porque, indagando os cariocas zona sul como se chegava em Oswaldo Cruz, ninguém sabia sequer por onde começar. Parecia que eu estava falando de outra cidade (estava?) hehe!
Enfim, só o décimo-primeiro (décima-primeira) carioca que se deparou com essa questão me deu a dica: central, "supervia" (vulgo trem), umas 10 estações... e a Portela continuava a coisa mais bela!
Sobre a zona sul... Empada aberta de siri, Bip Bip, Arpoador e a sujeira de Copacabana (e a imponência da Rocinha) me fizeram não querer voltar mais pra Porto Alegre.
\o/\o/\o/
(Zona extremo-sul, litoral muito bonito mas... A av. das américas e adjacências, me perdoem, é um saco!)
Oi, FM,
eu sou carioca e amo sp. sempre tive fantasias incriveis sobre o potencial sufocante da cidade, sobre "a poesia concreta de suas esquinas", sobre engarrafamentos homéricos e chopes e pasteis e passeios no shopping. Qdo finalmente fui a sp, fui respeitadíssima profissionalmente, bem tratada, acolhida. Conheci pessoas espetaculares em sp, que nunca me levaram a um shopping, nem pra ver aviao decolando.
acho sp linda, especial, chique, me sinto uma caiçara boba qdo chego aí. eu sou do tipo que vai à praia todo dia, mesmo que seja só pra dar um mergulho, mas nao me sinto sufocada em sp. Minhas velhas fantasias sobre sp nao se concretizaram, mas encontrei outras muito melhores pra alimentar. projeto ponte-aérea já! bj pra vc
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