Na última newsletter do Digestivo Cultural que recebi há um artigo sobre o livro “Fupâ€, do Jim Dodge que li há uns dez anos atrás quando dei com ele num balcão de bota-fora da Livraria Transamazônica, da minha amiga Ângela. Digo minha amiga porque, embora não sejamos muito próximos, sempre que vou lá sou muito bem recebido e conversamos brevemente sobre literatura e amenidades, tudo sem entrar em muitos detalhes.
O artigo é assinado por Rafael Rodrigues e intitula-se simplesmente “Fup, de Jim Dodge†e a newsletter é só de Colunistas e Convidados. Como não tenho lido as outras que me chegam semanalmente não sei em que categoria o Rafael se encaixa.
De qualquer forma seu texto é bem curto e direto, além de dar uma luz sobre essa pequena grande obra literária e deixar a gente com vontade de ir logo adquiri-lo.
Quer dizer, vocês, porque eu já tenho o meu e não é de agora, nessa mais recente descoberta dela (inclusive, li algo sobre Fup numa Época, não faz muito tempo atrás).
Deixei no DC esse comentário do artigo supra:
“O meu "Fup" desencavei num balcão de encalhados numa das pouquÃssimas livrarias de Macapá, uns dez anos atrás. Naquela época, eu costumava pôr a data de aquisição e o local. Infelizmente, neste não consta nada. Quando o peguei - pra mim um ilustre desconhecido - o que me atraiu foi o release da contracapa. “Uma pequena editora da Califórnia, em 1983, lança seu terceiro livro, tornando-se um sucesso graças à divulgação de seus entusiasmados leitores.†O quê? Como pôde uma história onde três personagens improváveis de se darem bem em qualquer núcleo familiar vira uma obra cult? E eu - que me julgava o cara mais ligado em qualquer coisa cult (olha a modéstia indo pras cucuias!) - não sabia disso? Pois é. E ainda tinha na capa um comentário do The New York Times (...um best-seller do underground). Além de Fup toda poser desfilando à beira de um rio (acho), sobre um fundo azul. Sem querer estragar a leitura de vocês não me prenderei à história. Termino dizendo que meu Fup é da Nova Fronteira, 4ª edição, de 1984, em ótimas condições. O que você está esperando? Vá logo pegar o seu!...â€
Para concluir, lembro que quando li não achei essa “coca-cola†toda, como se diz. Passado algum tempo, a reli. E as coisas começaram a fazer sentido e aquela historieta dos confins da Califórnia me atingiu de tal maneira que comecei uma espécie de mantra tipo que se um dia virasse escritor gostaria de escrever daquele jeito e naqueles ritmo e tema – como digo, a esmo e sem pretensões de virar um best-seller.
Mas, então, qual o sentido de se escrever?
Qualquer um. Como essa história da Fup, de um velho nonagenário porra-louca e um rapagão tipo guarda-roupa que detesta briga e adora fazer cerca e uma pata gorda e que não podia voar. Quer algo mais maluco?
Você me convenceu. Também vou ler. E, delÃcia de texto...
Abraço.
Que bom que o texto mexeu com você, Cidinha. E melhor, você vai ler o livro... legal. É uma historieta bem curtinha, mas envolvente, sem aquele frisson ou piruetas verbais e/ou cenas tÃpicas de road movie hollyoodiano. Nada disso. É,... bem, não vou estragar a surpresa. E obrigado pelo "delÃcia". Abraços
Pepê Mattos · Macapá, AP 5/5/2007 00:06
Pra quem já estava angustiado à procura de FUP em alguns dos mais labirÃnticos sebos de Fortaleza; para quem, como eu, não sabia mais o que fazer nem a quem recorrer, confesso que a sua colaboração é um convite a mergulhar de vez no fundo do poço... e lá permanecer pelo menos até daqui a duzentos anos!
Brincadeiras e exageros à parte, adorei o texto despretensioso da colaboração e, mais ainda, a confissão, com cara de jura de amor eterno, segundo a qual FUP é realmente tudo aquilo que dizem dele. O texto também renovou meu ânimo detetivesco: eu tenho de encontrar esse livro, custe o que custar!
Abraços, meu caro!
Às vezes penso que certas obras deveriam mesmo ser encontradas somente em sebos ou bota-fora, como o meu Fup. Sou do time ostensivamente contra best-sellers. E foi num sebo - não lembro qual e nem onde - que encontrei o Cama de Gato, do Kurt Vonnegut. Lembro que fiquei imensamente feliz e na noite deste mesmo dia saà pra bebemorar com meu eterno parceiro (dos meus tempos etÃlicos), Moses, hoje um politizado professor de História. Bebemos tanto que ao amanhecer não lembro nem quanto gastei e nem por onde andava meu Vonnegut. Resumindo: perdi num dos fimdemundo onde me meti a bebericar e nem sei do que tratava a obra do meu livro cult - aliás, nem lembro onde li que ele era cult, mas com certeza era... ou é. Bom, agora viajando pela web descobri um tal burburinho (www.burburinho.com) onde um tal Nemo Nox, disseca resumidamente o tal livro. Enfim, portanto, sebófilos e afins cavuquem os sebos circunvizinhos: de repente, vocês dão de cara com um cult, escondido debaixo de toneladas de teias de aranha, poeira, livros destroçados por traças, pelo tempo e pela impaciência de Indianajones das letras.
Pepê Mattos · Macapá, AP 7/5/2007 19:34
Acho que ontem estava com sorte. Sem tempo para percorrer os sebos do centro de Goiânia, decidi ir às livrarias do shopping. A Siciliano tinha o FUP em catálogo, apenas para pedido, que demoraria uns 15 dias. Resolvi arriscar na Saraiva, e eis que havia apenas um exemplar, completamente perdido na seção vermelha. Depois de muita insistência, a vendedora conseguiu achar o solitário exemplar, para o meu deleite. Da Editora José Olympio, edição 2006, tradução Melanie Laterman, e apresentação de Marçal Aquino, que também integra o fã-clube de Fup. Aliás, a apresentação do Marçal é tão entusiasmada quanto a sua. Ah, e Cama de Gato já está na minha lista de procurados.
Abração.
Passei algum tempo da minha tarde de hoje lendo Fup. Não tinha lido o seu post –; ouvi apenas o comentário de uma amiga que tinha lido e decidido comprar Fup-, nem tampouco o do Rafael, do Digestivo Cultural. Peguei o livro e li a apresentação do Marçal Aquino. Comecei a ler e se senti angustiada forma com que Dodge narra a morte de um personagem na primeira página. Mas me encantei com a história simples e principalmente com a lição de vida ministrada pela pata Fup e o porco do mato.
O livro é uma envolvente fábula sobre a liberdade. Fiquei impressionada com a forma com que Dodge explora a metáfora da cercas de Miúdo para falar do quão importante é a liberdade nas nossas vidas e como, muitas vezes, como Miúdo, construÃmos cercas para nos sentirmos seguros, quando o que deverÃamos fazer realmente é destruir as cercas para nos libertarmos.
Acho que Fup é um livro que a gente deve dar de presente para as pessoas que a gente ama. Elas certamente vão lhe agradecer com um sorriso largo de dizendo que Jim Dodge é “;o cara”;. E para crianças que estão tomando gosto pela leitura. (Elas podem até não entender direito porque você lhe deu o livro, mas mais tarde, quando crescerem, vão lhe agradecer e dizer que você foi responsável por elas gostarem de ler).
Fup é um livro para se ler quando a gente está em estado de inércia fÃsica e moral ou quando se quer coisas que nem a gente mesmo sabe o que.
Bom isso tudo é por conta da minha primeira leitura do livro. Vou ler de novo.
Legal, né, que nossas impressões sobre aquilo que gostamos ganha outra acepção quando encontramos alguém para dialogar e sintonizar nossas idéias. FUP é dessas coisas que todos deveriam ler para sentirem o prazer de se encantarem com o belo. O que tem de historietas incomuns por aà que mereceriam, pelo menos, um conto, não é brincadeira. Ou seja, há milhares de FUP's por aÃ. O problema é encaixar isso num livro. E, quem sabe, virar uma leitura saborosa.
Pepê Mattos · Macapá, AP 9/5/2007 06:36
só pra constar: consegui fazer o pedido: ele chega em quinze dias! até lá, espero...
abraços!
Quem não conseguir encontrar Fup em "um sebo perto de você" ou na livraria mais próxima, pode lê-lo online em formato PDF ou mesmo imprimir. O e-book pode ser baixado em http://sabotagem.revolt.org/sites/sabotagem/files/Fup(JimDodge).pdf
Tacilda Aquino · Goiânia, GO 9/5/2007 15:12Taà uma coisa que ainda não consegui fazer: baixar e-books. Acho que é a mesma sensação que tenho em ouvir música em mp3. Não consigo pensar em recorrer a essas modernidades e deixar de lado meus cds e livros de papel. Não obstante, sinto que minha visão aos poucos vai se deteriorando, a ponto de evitar o máximo ficar com os olhos grudados no monitor. Santa velhice, Batman!
Pepê Mattos · Macapá, AP 10/5/2007 02:23Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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