Fiuza na galeria Espaço Imaginário

Com uma sala repleta de obras onde as cores primárias, brilhantes e chapadas contrastam com a rigidez das formas geométricas e do próprio material que as compõe (a lata e o arame queimado), Fiúza apresenta nessa exposição um grupo de trabalhos inseridos no contexto de suas
pesquisas junto ao material que é a própria lata de tinta, de solvente, etc., tomando partido, literalmente, de tudo que a pintura tem a oferecer.
Dando continuidade a uma antiga prática na vida do artista, que chegou a trabalhar na montagem de painéis de publicidade feitos manualmente (outdoors) e com chapas galvanizadas, Fiúza retirou desta experiência singular e também do seu conhecimento na área da construção civil, fortes referências que o ajudaram em direção ao desenvolvimento de pesquisas que utilizam a lata
de tinta, que é aberta e “costurada�, como suporte para suas pinturas, quase sempre realizadas de forma a fazer menção a artistas como; Malevitch e a movimentos como; o Concretismo.
Desta forma, é possível ver também certa relação entre este universo racional, representado pela qualidade dos materiais escolhidos e pelas composições geométricas que privilegiam o uso de retas verticais e horizontais com um universo sensorial presente na combinação de cores brilhantes da tinta esmalte e acrílica com certas rugosidades, possivelmente provocadas durante o processo de abertura e estiramento da lata, ocasionando pequenas distorções que pairam na superfície e quebram um pouco a rigidez concreta inicial.
A exposição pode ser vista até dia 10 de junho de 2010, na galeria Espaço Imaginário - Lapa - Rio de Janeiro.


Texto de Renata Gesomino
doutoranda em História e Crítica da Arte pelo
Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFRJ
Rio de Janeiro, maio de 2010