O folclore é a tradição expressa de um povo, são lendas, crenças, canções e costumes. Minas Gerais é um Estado extremamente rico na variedade de folguedos. Somente no Centro-Oeste mineiro encontramos as Cavalhadas, Folias de Reis, Boi do Sabino, Congado, Encomendação das Almas, entre outros.
Em Divinópolis uma das festas mais tradicionais é o Congado. Escravos trazidos da Ãfrica buscavam através de rituais um extrapolar de sentimentos e culto a sua fé. O Congado nasceu da fusão destes ritos com a religião católica, imposta aos negros pela Igreja. Daà surgiram novas histórias que envolviam pricipalmente Nossa Senhora do Rosário, São Benedito, Santa Efigênia, Nossa Senhora das Mercês e Nossa Senhora da Aparecida.
O surgimento do Congado em Minas Gerais assumiu movimentos abolicionistas, sendo um dos responsáveis Chico Rei, em Vila Rica de Ouro Preto onde foi fundada a primeira Igreja do Rosário no Estado.
A primeira irmandade de Nossa Senhora do Rosário nessa terra foi fundada em primeiro de agosto de 1881, sete anos antes da abolição da escravatura. Nos anos 30 o então arcebispo de Belo Horizonte resolveu combater as festas afro-brasileiras. Quem desobedecesse às ordens estaria ameaçado de excomunhão, tendo como conseqüência a paralização das manifestações em quase toda Minas Gerais. Divinópolis foi uma das poucas exceções neste processo, começondo a fazer parte significativa dessa história. A partir daà se tornou uma das mais difundidas e significativas expressões da cultura e da fé divinopolitana.
As festas eram realizadas junto à antiga Igreja do Rosário, onde hoje é o Mercado Municipal. Porém, foram se transferindo para os bairros com a demolição da igreja. Em 1985 foi construida uma capela réplica da antiga Igreja do Rosário, voltando a se tornar ponto de manifestações. Mas foi só em 1994 a retomada de sua força total.
Com a abolição da escravatura nasceu a Missa Conga, em comemoração à libertação dos escravos. E foi somente a partir de sua criação pelo vaticano que voltou a se permitir as manifestações que tinham sido suspensas. A primeira Missa Conga realizada em Divinópolis foi no dia 15 de maio de 1977.
Quanto à tradição da coroação de reis e rainhas, perpétuos ou congos em Divinópolis, era sempre concedida a pessoas negras e de famÃlia tradicional na realização da festa. A coroação só acontecia no caso de falecimento, renúncia ou deposição do rei ou da rainha que se encontravam nas funções. Na ausência de apenas um deles, no caso do falecimento da rainha, por exemplo, o rei permanecia no cargo e uma nova rainha era escolhida. Após a eleição, dava-se o ato solene da coroação, sendo o pároco local aquele que lhes concedia a coroa. As nações concorriam para abrilhantar as festas de coroação com encenações que eram apresentadas em palcos montados, com teatro, música e dança, chamadas de auto dos Congos. Essas encenações representavam a coroação do Rei Congo e tinham personagens que representavam um cortejo real, com cargos de nobreza como duques, embaixadores, prÃncipes e princesas. Com a popularização da festa de coroação, conquistaram a parceria de brancos e negros, pobres e ricos. Sendo hoje o critério usado pelas irmandades a fé e a dedicação à preservação da tradição, não levando em conta famÃlia nem cor de pele. Por exemplo, já receberam a coroa de Rei Congo os cantores Milton Nascimento e Gilberto Gil.
CATIRA OU CATERETÊ
Dança rural que já foi bastante difundida em Dinópolis. Trata-se de um conjunto com oito a doze dançarinos que se dispoem em duas fileiras par-par, seguindo a marcação geral ditada pelo guia. Os instrumentos podem ser viola, violão e acordeom. A coreografia constitui-se de volteios, sapateado e bater de palmas. Pode ser cantada de duas até cinco vozes.
BOI DO SABINO
Sabino, figura lendária em Divinópolis. Negro de quem as crianças tinham medo. Em todo carnaval era infalÃvel seu bloco azul e branco e à frente seu boi, com raÃzes no auto "bumba meu boi". Era tão obrigatório quanto hoje é a figura do Rei Momo.
CULTURA MASSIFICADA
Em Divinópolis a preservação do folclore, apesar de nem sempre fazer parte do dia a dia do povo, em algumas temporadas crianças, jovens e adultos dedicam parte de seus dias a estas manifestações culturais, que apesar da invasão da cultura globalizada, algumas formas ainda resistem. Outras acabam sendo aos poucos esquecidas como o "Boi do Sabino" e "Folias de Reis", que fizeram parte da vida de seus antepassados.
Texto: Ingrid Gomes
Matéria publicada: Jornal EmDiv, Junho de 2007;
Portal EmDiv, Junho de 2008.
Que maravilha!! Adoro conhecer mais sobre cultura!
TExto MUIIIIITO bom!!
VotadÃssimo!!!!
AplaudidÃssimo este texto que tanta riqueza tem!
Parabéns!
beijos poéticos,
Mais uma boa informação no site. Quando estive em Ouro Preto visitei a Mina de Ouro do Chico Rei. Passamos a noite no restaurante lá existente, ouvindo histórias atrás de histórias.
Eh,Eh Minas Gerais.
Abração, Ivette G M
Ótimo texto! Tenho um Blog Agenda Cultural RJ , se tiver interesse envie um release com fotos para que eu publique no Blog - agendaculturalrj@gmail.com - será muito bem vindo!
Gabriele · Rio de Janeiro, RJ 16/12/2013 08:56Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
Você conhece a Revista Overmundo? Baixe já no seu iPad ou em formato PDF -- é grátis!
+conheça agora
No Overmixter você encontra samples, vocais e remixes em licenças livres. Confira os mais votados, ou envie seu próprio remix!