Música Popular Preta e MPB branca
Em 1975, em plenos anos de chumbo, foi criado no Rio de Janeiro um conjunto musical chamado Grupo Vissungo.
Em 1974, ainda sem nome definido, o grupo teve como antecedentes o trabalho do trio formado por Antônio José do EspÃrito Santo (vocais, violão e percussão), seu irmão Luiz Antônio – Lula - (contrabaixo, bandolim, cavaquinho e vocal) e Roosevelt da Silva (Violão).
É já desta fase a adoção do principal elemento da proposta do grupo, aquele que o caracteriza definitivamente: a pesquisa da cultura negra do Brasil, e a tentativa de construir, a partir desta pesquisa, um conceito de música negra brasileira moderna, coisa impensável naquela época contraditória, onde a onda vanguardista da MPB não chegava até a cozinha da tradicionalÃssima música negra, espécie de ‘reserva técnica’ do folclore nacional.
A idéia ‘contraculturalista’ de uma música negra ‘pop’, era eletrizante para o clima de resistência cultural contra a ditadura, que impulsionava a juventude artÃstica, muito criativa e atuante da época, rumo ao mergulho de cabeça na experiência pop-vanguardista-nacionalista que foi o ‘Tropicalismo’.
Mas havia também a não menos profunda busca da sutil modernidade contida na música do ‘Brasil profundo’, pesquisa inaugurada pelo fabuloso Quinteto Violado, que fazia uma interessante fusão entre a música tradicional nordestina (como a rica escala afro-ibérica de Asa Branca, de Luiz Gonzaga) com certos aspectos, digamos assim, mais avançados da chamada moderna música popular brasileira (expressos na obra de Edu Lobo , por exemplo), com elementos de jazz e música semi-erudita, num caldeirão de muita inventividade e desprendimento.
O nome do Grupo Vissungo, no contexto desta proposta, foi extraÃdo então da expressão ‘Vissungo’ (‘Ocisungo’, hino ou canção no idioma Umbundo de Angola) que denominava cantos de trabalho da região do garimpo de ouro e diamantes em Diamantina, Minas Gerais, no tempo da escravidão.
Esta caracterÃstica ‘antropológica’ da proposta, em particular, acabou por revelar, de maneira fortuita, uma ligação direta entre os dois irmãos fundadores (Antônio e Lula EspÃrito Santo) e seu mais remoto passado. Descobriu-se assim, no transcorrer da pesquisa que a famÃlia dos dois, pela linha paterna, muito provavelmente, havia sido iniciada por um antepassado vindo de Angola, que havia sido escravo exatamente naquela região e, como tal, poderia ter um dia cantado vissungos.
Coisa do destino talvez, gravado como memória genética.
Ainda em 1974, já com esta mÃstica proposta definida, o grupo adota, durante um curto espaço de tempo, o nome de ‘Sararamiôlo’, agora formado também, além dos irmãos EspÃrito Santo (Antônio e Lula), pelos também irmãos Carlos ‘Codó’ Brito (que substitue Roosevelt) e Lena ‘Codó’ Brito (filhos do grande violonista bahiano Clodoaldo Brito, o ‘Codó’). É assim que, agora como um quarteto, durante ensaios do recém construÃdo prédio do DCE da UFF, nasce oficialmente com este nome em 1975, o Grupo Vissungo.
É desta fase a criação das bases estético-musicais do trabalho do grupo, representadas pelo casamento entre a pesquisa de campo em comunidades negras do interior do paÃs, e o aprofundamento dos ricos elementos de modernidade eventualmente contidos nas inusitadas escalas desta música tradicional. Este aprofundamento nascia, principalmente, do senso harmônico de Carlos Codó, herdeiro da erudição do violão de Codó pai, professor emérito, desde a Bahia, de muita gente boa, tal como João Gilberto, Caetano Veloso, Egberto Gismonti e Gilberto Gil (com quem o autor chegou a cruzar, entre uma aula e outra, na casa de Codó, no bairro do Estácio, no Rio).
Esta fase é inspirada também nas sugestões apaixonadas do historiador e acadêmico José Maria Nunes Pereira, um especialista em cultura angolana que, já na fase anterior (Sararamiôlo), chamava a atenção do grupo para a enorme beleza da música africana real. Esta fase seminal, culmina com a descoberta, por parte do grupo, da grande similaridade existente entre a cultura negra tradicional do Brasil e o que, em termos musicais, ocorria na Ãfrica contemporânea - notadamente Angola e Moçambique.
A grande questão neste momento é que, apesar de se estar vivendo uma época (1978) de grande efervescência cultural, musical principalmente, havia muita restrição - e até um certo desprezo- por parte do meio musical em geral (e do mercado fonográfico em particular), por abordagens artÃsticas voltadas, diretamente e de forma mais aprofundada, para a cultura negra. Tolerava-se o Samba convencional e algumas poucas propostas de forma genérica denominadas ‘Música Afro’, geralmente adaptações de pontos religiosos tradicionais, extraÃdos do Candomblé e da Umbanda.
No âmbito da música essencialmente afro-brasileira, dominada por um purismo exacerbado, a modernidade era, portanto, rigorosamente, um conceito tabu. A releitura criativa, a experimentação e, principalmente, a utilização livre de instrumentos ‘acústicos’, convencionais, misturados com instrumentos eletrônicos, como contrabaixo e guitarra por exemplo – marcas essenciais da proposta do Vissungo - já inseridos em outros gêneros musicais desde o final da década de 60 (onde pontificou o Ãcone “Alegria, alegriaâ€, com Caetano Velloso e Os Mutantes) não eram, estranhamente, bem tolerados nas poucas bandas e grupos de música negra existentes.
Este comportamento conservador do meio musical, de certo modo, forçou o Grupo Vissungo a participar, de forma militante, no chamado Movimento Negro, tornando-se uma espécie de sÃmbolo musical da luta antiracista carioca naquele momento.
No entanto, do ponto de vista de suas preferências culturais, havia uma curiosa contradição se instalando no seio deste movimento negro emergente que, embora firmemente interessado na erradicação do racismo no Brasil, passava a subestimar - ou mesmo ignorar - em suas estratégias e polÃticas, as eventuais lições advindas da luta anti-colonialista, ainda em curso em Angola e Moçambique, para exercer no âmbito externo, uma atração polÃtica, de certo modo exagerada, imitativa e acrÃtica, pela cultura negra norte americana, notadamente, a chamada Black Music, trilha sonora essencial da luta dos Panteras Negras e do neo islamismo de Malcom X.
Neste mesmo sentido, no plano interno, tornando suas opções culturais desta vez francamente elitistas, este Movimento Negro passou também a privilegiar uma cultura negra idealizada e, de certo modo oficializada já que, referendada por teses de mestrado de eminentes etnólogos, privilegiava muito mais o Candomblé bahiano e produtos sucedâneos, em detrimento da música negra de Minas Gerais, São Paulo e do próprio Rio de Janeiro (para ficar só nos exemplos da região Sudeste) música oriunda das colônias e ex-colônias de lÃngua portuguesa que mandaram escravos em maior número para o Brasil, exatamente a vertente para a qual, por coerência artÃstica, o Grupo Vissungo se voltava nesta época.
São estas contradições culturais que, afetando o mercado musical de um lado e o Movimento Negro de outro, introduzem o Grupo Vissungo numa crise de identidade que o leva a se afastar um pouco de sua proposta artÃstica original, de vanguarda, interessado em contribuir na superação desta contradição que ameaçava afastar – como por fim afastou- o Movimento Negro brasileiro de suas bases populares mais evidentes.
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Aniceto e Clementina, cadê vocês?
É ainda na tentativa de superar estas limitações ‘de mercado’ que o Vissungo radicaliza seu mergulho nos meandros da música negra tradicional, se ligando á figuras essenciais como Clementina de Jesus (por impulsão da Fundação Cultural de Curitiba, dirigida á época por Jaime Lerner, que nos une à Clementina num show antológico no Teatro Paiol) e João do Valle, Ãcones da década anterior, lançados nos shows ‘Opinião’ e ‘Rosa de Ouro’, mas, de novo caÃdos no limbo do esquecimento, fora do mercado.
Neste mesmo sentido, um pouco mais tarde, o grupo se liga profundamente a Aniceto do Império Serrano, figura histórica do samba carioca mais profundo (um dos maiores especialistas em Partido Alto), relegado ao total ostracismo na ocasião e grande influência no trabalho do grupo a partir de então.
A fase se caracteriza também pelo aprofundamento, por parte do grupo, de sua pesquisa de campo, exercendo de forma militante a difusão da música africana, principalmente angolana, não só em seus aspectos originais, como também em sua expressão afro-brasileira, principalmente, o Jongo e a Congada. A experiência, flagrada pela revista Cadernos do Terceiro Mundo, editada por asilados brasileiros no México e distribuÃda mundialmente, deu ao Grupo o status de boa referência neste campo, não só em seu viés, francamente, antropológico, como em sua opção pela difusão de aspectos da cultura popular do interior do Brasil que viviam, solenemente, esquecidos nos grotões.
O radicalismo desta fase, acentuando a crise de identidade, provocou um racha no grupo e a posterior dispersão de alguns de seus membros originais – entre os quais Lula EspÃrito Santo - que decidiram tentar penetrar no mercado sob a forma de grupo de Samba convencional.
Sobrevém uma fase de muito engajamento e alguma incerteza artÃstica, com a adesão de músicos amadores, de diversas procedências, compondo formações apenas adequadas, a um repertório onde predominava a música negra tradicional do interior da região sudeste do Brasil. As fusões mais recorrentes eram entre a música tradicional de Minas Gerais, e canções revolucionárias de colônias, como Angola, Guiné Bissau e Moçambique, que promoviam uma sangrenta guerra de libertação contra a metrópole portuguesa. Pontificavam no repertório, letras do poeta Agostinho Neto, musicadas por Rui Mingas, ambos angolanos e de José Carlos Schwartz, compositor e guerrilheiro guineense, gravado em disco produzido por Miriam Makeba.
Por vias transversas no entanto, esta fase (meados da década de 80) foi muito bem sucedida pois representou enfim, o ingresso do Vissungo no mercado fonográfico, a partir da autoria, junto com Wagner Tiso (e a voz de Milton Nascimento) da premiada trilha sonora do filme Chico Rei de Walter Lima Júnior. O disco gravado pela Som Livre - único da carreira do Grupo Vissungo até hoje- contém entre outras pérolas, o último registro em estúdio da voz de Clementina de Jesus, cantando a introdução da música Xico Reyna (de EspÃrito Santo e Samuka).
...â€O épico Chico Rei deu continuidade ao projeto de um cinema histórico mais atento à s elaborações mitológicas que ao rigor das versões acabadas. Lima Jr. usa a história do primeiro escravo a se tornar dono de ouro no Brasil para investigar as suas próprias raÃzes negras.
O Grupo Vissungo, em sua fusão de arte e militância, teve papel decisivo na formatação sonora do filme, que ainda mobilizou Ãcones da música negra brasileira como Milton Nascimento, Clementina de Jesus, Naná Vasconcelos e Geraldo Filme. “
Trecho do artigo “um cinema que quer ser músicaâ€
de Carlos Alberto Mattos Publicado na revista Veredas (CCBB/Rio, Nov-2000)
Seguiram-se a participação do grupo nos discos de carreira de Milton Nascimento (‘Encontros e despedidas’), Wagner Tiso (‘Branco & Preto/Preto & Branco’) e Tetê EspÃndola (‘Gaiola’).
A crise de identidade do Vissungo, no entanto, prossegue pois, a vocação original do grupo na busca da modernidade artÃstica (interrompida no inÃcio da década), só poderia ser retomada, se contasse com novos músicos com talento, experiência e vontade para encarar os novos desafios musicais que, desta feita, seriam marcados pela busca de um formato, ao mesmo tempo, moderno e popular, de preferência dançante, tendência que passava a predominar na música urbana do mundo inteiro naquela época (época do boom da indefectÃvel ‘Lambada’).
O grupo é por fim muito bem sucedido nesta fase, encontrando com sua nova formação, composta por EspÃrito Santo (vocal solo e percussão), os retornados Lula EspÃrito Santo (baixo e vocal) e Carlos Codó (violão), além de Samuka, José Maria Flores (bateria) e Braz Oliveira (Guitarra) uma sonoridade muito aproximada do que buscava desde sua origem.
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Dançando no ONU Center Wien
Em 1989, com esta nova formação, o Vissungo faz então sua primeira viagem á Europa, realizando uma das melhores experiências de sua carreira no show na sede européia da ONU em Viena, em benefÃcio da Unicef para uma platéia totalmente composta por africanos, de todas as partes do continente, que dançavam, cada qual ao jeito de seu paÃs, aquela mistura de música brasileira, guineense e moçambicana que o Vissungo apresentava.
A forte energia produzida pela curta, porém, intensa primeira experiência do Vissungo na Europa, não encontra, no entanto, grande respaldo com o retorno do Grupo ao Brasil. Envolvido em mais um de seus equÃvocos eleitorais o povo brasileiro acabara de eleger para presidente, o aventureiro populista Fernando Collor de Mello que, após uma série de ameaças ás ‘elites’, interrompia a maioria das iniciativas governamentais voltadas para o fomento da cultura. O intempestivo ato do ‘caçador de Marajás’, inviabilizava o trabalho de vários artistas e, praticamente, determinou a interrupção das atividades do Grupo Vissungo, que negociava com contatos da Funarte da época, a gravação de seu primeiro disco solo.
É quando surge o irrecusável convite do sociólogo italiano Tulio Aymone, da Facoltá de Economia de Modena, para que o Vissungo, a princÃpio representado por apenas dois de seus membros, EspÃrito Santo e Samuka, se apresentasse no Festival Internacional de Cultura do jornal do Partido Comunista italiano L’Unitáâ€, em Bologna. Foi assim que o Grupo Vissungo, cansado de guerra, decidiu, numa espécie de exÃlio voluntário, transferir-se de mala e cuia para a Europa.
A carreira européia do Vissungo se reinicia em julho de 1990, com a ida da dupla para Modena, Itália, afim de cumprir um contato para uma tournée de um espetáculo de música negra e dança afro-brasileira tradicional, cuja renda seria, em parte, revertida para a vinda do restante da banda.
Artisticamente muito bem sucedida, a tournée pelo norte da Itália - Modena, Bologna, Reggio EmÃlia, Corregio, Carpi, Ãmola, etc.- área na qual as tropas brasileiras combateram na 2a Guerra Mundial (o soldado José Cyrilo, pai dos irmãos EspÃrito Santo, entre elas), infelizmente, não teve uma renda suficiente para bancar o sonhado resgate dos membros da banda que ficaram no Brasil.
Transferindo-se para Viena, Ãustria, após os quatro meses em que durou a experiência italiana, o Vissungo foi enfim recomposto com músicos locais, entre os quais o excelente guitarrista vienense Claudius Jelinek, o baixista uruguaio Pablo Solanas, o percussionista senegalês Jimmy Wolof e os brasileiros Ita Moreno (violonista) e Tatá Cavalcanti (baterista).
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Vissungo afro beat
Durando cerca de três anos, a carreira européia do Vissungo, representou, como o fim de um ciclo, a realização do sonho original contido na proposta inicial do grupo, por uma música negra brasileira moderna, na qual não se abrisse mão daquelas raÃzes africanas mais profundas, proposta tão penosamente buscada no Brasil e enfim encontrada viva e pujante no mercado musical europeu, no qual o conceito mais moderno de música popular é aquele realizado pela maravilhosa fusão de ritmos africanos das colônias (Guiné, Senegal, Nigéria, Gana, etc.), com a música negra norte americana (Soul, Funk), conceito fundado pelo grande músico nigeriano Fela Kuti, e conhecido na Ãfrica e na Europa genericamente como ‘Afro-beat’.
O resultado deste feliz, embora tardio, encontro do Grupo Vissungo com os sons africanos que lhe eram similares ou irmãos, pode ser felizmente mostrado em seu retorno definitivo ao Brasil em 5 de Novembro de 1996, num inesquecÃvel espetáculo na Sala CecÃlia Meirelles, em comemoração ao mês de Zumbi de Palmares.
Para a nova formação do grupo, os dois únicos remanescentes da formação original (os irmãos Antônio e Lula) recorreram a uma incrÃvel fonte musical, de existência inpensável na década anterior: Um núcleo de jovens músicos negros, com experiência em música pop adquirida em sua dedicação militante à reggae Music, congregados no Centro Cultural Donana, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, inegável foco da posterior ascenção do reggae no mercado pop brasileiro, com o KMD5 (banda depois rebatizada como Negril) e o Cidade Negra (antes liderada pelo polêmico Ras Bernardo).
Desta fonte maravilhosa e revigorante, foram arregimentados Lauro 'Biko' Farias, baixo (logo em seguida 'roubado' pelo O Rappa), Reinaldo Amancio (logo em seguida integrando o 'Cabeça de Nego'), além do fabuloso batera Jahir Soares, decano do reggae raiz carioca até os dias de hoje. Integraram também o Vissungo, neste seu último espetáculo, Welington Coelho (depois do Farofa Carioca) e Paulão Menezes (ainda hoje percussionista da banda de Bia Bedran)
Ali, diante de uma platéia entre surpresa e extasiada com a diferença gritante entre o som que o grupo trouxe da Europa e os sons da comedida música negra em voga no Brasil (onde o Reggae começava a pontificar), o Grupo Vissungo decidiu se recolher a sua significância, sabe-se lá até quando.
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Esta matéria, sendo sobre música, deveria conter um arquivo de áudio com o som do Vissungo.
Falha da época: Além do LP do disco com a trilha sonora do filme Chico Rey (talvez ainda não lançado em CD) e de faixas há pouco tempo inseridas num remix (este sim, em CD) do disco de Clementina de Jesus ‘Canto dos Escravos’, existe muito material gravado pelo Grupo Vissungo, espalhado por aÃ, em mÃdias diversas (a maioria deste material, está em suportes considerados hoje obsoletos, tais como fitas K7 e fitas VHS).
O acervo do grupo (centenas de horas de registros de áudio em fitas K7, negativos P&B e slides fotográficos) fruto de suas pesquisas de campo, até hoje razoavelmente conservado, contém também interessantes registros de shows e ensaios, no Brasil e no exterior, aguardando digitalização, missão sobre a qual, alguém terá que se debruçar um dia.
LegÃtimo produto artÃstico da inesquecÃvel década de 70 do século 20, o Grupo Vissungo pode ser visto hoje, distanciadamente, como uma espécie de sÃmbolo natural da privação de acesso ao mercado – e aos meios de produção e registro mais elementares - sofrida por determinados artistas e grupos musicais brasileiros, antes do formidável advento desta atordoante revolução das mÃdias modernas, e seus meios e suportes democratizados (ou banalizados) como nunca o foram na história.
Empávido, umas vezes aos trancos e barrancos, outras gloriosamente, o Vissungo durou 20 anos. Sobreviveu muito bem aos desafios de seu tempo. Na verdade, tendo sido de algum modo registrado, gravado, nem mesmo pode ser declarado clinicamente morto, ainda.
Como vinho envelhecido, ele está ainda adormecido numa adega destas da vida, num quintal destes do mundo onde, brasa dormida, até hoje pulsam suas emoções, passÃveis de serem digitalizadas, eternizadas, se tornando, portanto, imortais.
Eu pelo menos, um dos EspÃrito Santo desta história, continuo vivinho da Silva.
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'A véia preta tem cinco fio
os cinco fio
do mesmo pai
na meia noite
o pai tá sumido
véia pregunta pros cinco fio:
menino preto, cadê teu pai?'
Jongo do Vissungo
Spirito Santo
Setembro 2007
olá Spirito Santo: que bom que você escreveu sobre o Vissungo por aqui! Entusiasmados agradecimentos!
Hermano Vianna · Rio de Janeiro, RJ 22/9/2007 22:25
Pois é, herr Mano
Promessa é dÃvida. Lembrei de alguns lapsos (são tantos) e vou inserÃ-los.
Valeu pela força
Abs,
Herr (senhor) no bom sentido, é claro (não resisti ao trocadilho).
SpÃrito Santo · Rio de Janeiro, RJ 23/9/2007 14:54
spirito santo,
Excelente aula de história da música brasileira!
Elizete Arantes
Valeu, Elizete!
SpÃrito Santo · Rio de Janeiro, RJ 23/9/2007 20:03
Beleza Spirito! Estive com o Lula outro dia...
Abraço!
Caramba Spirito!
Esse relato me deixa assim meio atordoado e animado ao mesmo tempo. Atordoado pela clareza com que você expõe um conceito, uma direção artÃstica, um objetivo estético sem a pretensão básica de quem quer fazer alguma coisa "nova", é um conceito definido e legÃtimo, isso é muito raro. Atordoado pelos fatos históricos que não conhecia, esse encontro com Clementina, o espetacular Aniceto (do qual vi um filme interessantÃssimo de Zózimo Bubul -com quem trabalhei no filme "Pedra do sal" recentemente) que conheço de estórias várias, essas andanças do grupo pelo mundo. Fantástico.
Animado estou pelas intenções que você mostra em organizar esses arquivos e disponibilizá-los, e também pela vontade que transparece em remontar o Vissungo, serei um "agulhador" dessa idéia (inclusive se puder fazer algo de concreto, farei).
Conheço bem seu irmão Lula (estava esperando uma oportunidade de te contar isso) de Niterói (nasci lá do outro lado da poça), grande compositor/cavaquinista e grande papo. Conheço bem o Paulão e o Jahir Soares com quem já estive tocando em várias ocasiões, grandes músicos e amigos.
Enfim Spirito, quero ouvir o Vissungo, como faço?
Que tal realizar um projeto de restauração desse material e masterização? Disponibilizar num site?
Lanço aqui o "Movimento pela volta do Vissungo".
Do entusiástico admirador
Mansur
Grande Mansur!
O Zózimo (e a Biza, é claro) é um grande amigo e foi um dos principais incentivadores do Vissungo (chegou a produzir um show da banda no Parque Lage, ali pelo inÃcio dos anos 80)
Sobre uma eventual volta da Banda, não é uma coisa tão simples assim. No meu livro sobre Samba (no pelo), fiz um levantamento dos músicos que passaram pelo Vissungo. Deu uma lista de quase vinte pessoas. Algumas pessaos nem chegaram a se conhecer. Você imagina, uma banda que sobrevive vinte anos! De todos, eu sou o único que percorreu todas as fases e anos. Como escolher só uma determinada formação agora? Alem do mais, infelizmente, as pessoas mudam e nem todo mundo tem esta paixão assim tão viva por um lance que já está parado há 10 anos.
O que me ocorre neste momento, é a possibilidade de se fazer uma espécie de CD póstumo, única forma de juntar tanta gente, algumas simbólicamente, outras à vera mesmo (os que se interessarem, é claro). Tenho até um repertório selecionado para este sonhado CD (algumas faixas já gravadas até, pelo Calafate)
Tenho tocado quase sempre com o Jahir Soares e o Reinaldo Amancio. O Lauro Farias do Rappa também é uma figura muito saudosa do que aprendeu com o Vissungo. Vejo com certa freqüência muitas outras pessoas que foram da banda.
Eu toparia, de coração, uma empreitada destas,mas, sabe como é, quem produz uma coisa assim? Conhece alguém?
Obrigado pela força!
Tá contratado!
Vamos trocar contatos por e.mail, ir aos conformes e, ripa na chulipa.
A coisa vai pegar fogo.
Grande abraço
Que aula, Mestre! Conta mais! E o Movimenteo pela volta do Vissungo... Brilhante! Sucesso! Abçs...
Nydia Bonetti · Piracaia, SP 24/9/2007 21:55
Olá SpÃrito Santo,
lido, votado e publicado, rs...
Abraços capixabas pra vc!
Voto em um show do Vissungo no 1º Encontro Nacional do Overmundo.
Obs: Parabéns!
Obs: Estou esperando o que outrora nos prometeu a respeito da entrevista com a Senhorinha de 100 anos na época de 1986 se não me falhe a memória. Um abraço!
Ajudo a montar a turnée em Porto Alegre, caro produtor Mansur.
Beijin Antônio José do EspÃrito Santo (que baita nome, querido amigo!).
Tua estrada me percorre
feito caminhão
na ribanceira
fico louca de saudade
não ter sido tua parceira
minha vida vem depois
mas continua tua lida
é que de Ãfrica sois,
somos, sons, filhas e filhos
(diria até, sem qualquer erro conhecidp até aqui, toda a humanidade o é!)
Vou guardar no coração e na cabeça e no pé e na ginga do quadril.
Beijin
Higor,
Você fala do áudio da entrevista da véia? Estou esperando as condições objeticas se apresentarem.
É tanta demanda...
Excelente leitura pra se começar o dia... que trajetória hein SpÃrito, caramba... Relato fantástico, as fotos são fantásticas... Maestria, vanguardismo vissungano... Pode ouvir alguma coisa de vocês seria muito bom SpÃrito. Espero que alguém possa se "debruçar" sobre a digitalização do acervo.
Um abraço meu amigo.
Valeu, Felipe!
Como vês, aquela entrevista que você pediu está saindo, diluÃda por aÃ, em posts como este. Vai chegar a hora dela.
Genial, SpÃrito. Depois diz que não tem memória boa... Beijos e votos.
Joana Eleutério · BrasÃlia, DF 26/9/2007 09:18
Já venho juntando tudo meu amigo SpÃrito... mas como jornalista é bicho besta, tá sempre querendo uma exclusividade...(risos)
Um abraço.
E tem outra: Jornalista, pode editar as coisas. Estás, desde já, autorizado, ora. É só me mandar a edição para mim conferir, acrescentar um tico ou outro. Tá valendo?
SpÃrito Santo · Rio de Janeiro, RJ 26/9/2007 09:41
SpÃrito, depois de um tempo sem entrar no overmundo (um pouco por falta de tempo, um pouco por outros interesses, um pouco por falta de vontade...) me deparo, logo na página inicial, com mais um texto seu, desta vez falando do seu trabalho. E dessa sua forma fácil de escrever (fácil no bom sentido, no sentido que dá a beleza do que é simples e claro). Rapaz, isso é bom demais! Uma história que precisava ser registrada. Aqui e num CD, não é? Aguardo o CD ou a postagem de algumas músicas aqui.
Te abraço!
Ilha,
Bem que senti a sua falta, mas, como também andei sumido, achei que eu é que era o ausente infrator.
Dá pra intuir um pouco os motivos, também ando tomado por eles, mas, não some não, vai.
Grande abraço retribuido
Spirito, muito atrasada chego a este papo, atordoada como o Mansur com tanta história boa. Engraçado que aos poucos vamos conhecendo sua trajetória via Overmundo... Antes você escreveu um texto sobre viver na Ãustria. Agora entendemos por que foi viver na Ãustria. Qual será o próximo capÃtulo que você vai nos revelar? rs
Mais bacana ainda é ver o texto ser complementando com uma lista de comentários empolgados de gente de todo o paÃs disposta, da maneira que for possÃvel, a resgatar, a entrevistar, a produzir a volta (ou a homenagem) ao Vissungo. Maravilha...
Fico até sem graça de fazer um comentário que, dentro de um texto tão cheio de detalhes, não tem a menor importância: quem tocou Alegria, Alegria com o Caetano foi se não me engano o grupo argentino Beat Boys. Os Mutantes tocaram Domingo no Parque com o Gil. Mas, como disse, detalhe tão pequeno perto dessa imensidão de texto!
Helena,
Boa e precisa lembrança (sobre o 'Alegria, Alegria'). bem que na hora em que escrevia o post me bateu esta dúvida sobre quem tocou com o caetano, na verdade. Contudo, nem me lembrei dos Beat Boys.
Aviso aos navegantes:
Extra! Extra!
Este forum informa em edição extraordinária e em primeira mão que eu e o grande Mansur acabamos de nos falar por telefone. A conversa torna material, real, palpável o que acertamos acima. Concretamente estaremos acertando os detalhes da produção de um CD do Vissungo. Foi dada a largada.
Torçam aÃ.
Fico feliz com a tua notÃcia extra, SpÃrito.
E, como disse antes, ainda que nada tenhas referido, continuo disposta a ajudar no que possÃvel for.
reacendeu minha vontade de fazer musica de tudo o que vejo. abraços
georgesaraiva · Guarapari, ES 26/9/2007 14:55
Juliaura guria,
Já muito ajudas com a felicidade. No mais, esteja à vontade que de muito se carece.
Abs,
George,
...Até porque, tudo o que vemos já é música mesmo. A despeito do que a gente fizer ou deixar de fazer, música é uma coisa que já nasce feita, certo?
Maravilhosa colaboração, completa! Adoro histórias reais e tão plenas de arte! Vida e entusiasmo. parabéns pelo belÃssimo texto.
Patricia Moreira · Vitória da Conquista, BA 26/9/2007 16:22
Quando lembro dos festivais da Record ou revejo o Toni Tornado dançando na Br-3, Wilson Simonal cantando" Sim, sou negro de côr...", Jorge Benjor, Sandra de Sá e etc... Estes Ãcones da musica negra no Brasil, não pensei que ainda teria a honra de conhecer o Vissungo, que se paga pela história e que, merecidamente, deverá nos dar o prazer de ouvi-lo em breve, conforme as informações de Spirito&Mansur.
Estarei no gargarejo essperando para aplaudir.
Um abraço.
Que MegaLegal esse CD eu vou querer!!!!
Pq. o show no Parque Lage, eu estava lá.
Eu quero é te fazer um convite : participa da Comunidade do Orkut lá da Escola de Música de Muqui/Espirito Santo. Será uma Honra .
Um gr abraço
Escola de Musica e do Teatro Arraial dos Lagartos _ Muqui/ES
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=39603579
Veja nossa programação.
Claudia Puget
Ah meu caro Spirito,
Minha passagem foi de leitura, de aprendizado. Bela resenha. um abraço, andre.
Cara, uma matéria como essa tem que ficar aqui e no banco de cultura, pois é um baita acervo, parabéns pela riqueza de detalhes e pelo texto fluÃdico.
Alê Barreto · Rio de Janeiro, RJ 26/9/2007 23:39
CLaudia,
Caraca! Você estava lá? Que fantástico overmundo pequeno.
André,
Sempre grato
Alê,
Boa dica, mas, o texto presente é um resenha sobre um produto o Banco da Cultura, pelo que entendo, é para espaço para o produto, arquivos de áudio, letras de música no caso w, no futuro,
quem sabe, o tal CD.
Abs
Realmente deveras incrÃvel!
Achei nesta diabólica internet uma matéria da época em que o Vissungo fez o show com a Clementina em Curitiba. O cronista é o fantástico crÃtico de música popular Aramis Milarch (fizemos uma entrevista na casa dele, na época), que sabia e registrava tudo que aparecia de boa musica popular em sua cidade.
http://www.millarch.org/ler.php?id=13433
A propósito, pessoal de Curitiba que passar por aqui, um pedido questão de ordem: A Fundação Cultural de Curitiba gravou este show antológico. Eu mesmo trouxe de Curitiba uma cópia K7 desta gravação que, acho que se extraviou. Alguma alma bendita aà poderia dar uma passada para verificar se o registro ainda existe no acervo da Fundação? O acervo do Aramis também deev conter umas coisas bem legais.
Ficaria eternamente grato.
Abs
já li e ouvi muito sobre a banda black rio, sobre o dom salvador... agora esse grupo Vissungo ainda é novidade!
vou caçar pra escutar esse som ai.
Por essas e outras que o overmundo me deixa bolado!
joão xavi,
também estou caçando. Só posso adiantar que é bem diferente do que a Banda Black Rio e o Dom Salvador faziam. Outra praia, para ser mais exato.
Hermano, Elizete, Egeu e toda a galera de comentaristas convivas!
Cumpro o dever de por à público, a Ata número essencial das tantas e tantas emoções:
1- Os 'velhinhos' ex-vissungos disponÃveis já se reuniram e decidiram: Vai rolar o revival (pelo menos em CD)
2- A dupla Spirito&Mansur (mais Lessa, o sócio) e Fabão (o aprendiz de Vissungo) se reuniram ontem, já na 'caverna na montanha' onde está nos finalmentes o estúdio (enorme) onde o 'Vissungo Rides Again ocorrerá.
3- Dead line traçada, um projeto de prospecção de recursos para daqui a dias, já se começou a arqueologia do material que será gravado (reperório já selecionado e tudo) logo:
A virtualidade neste Overmundo, pelo menos desta feita, se fez realidade.
Coisa de comemorar, sabiam?
muito bom esse revival! por favor continue mandando notÃcias do desenrolar do projeto - abraços!
Hermano Vianna · Rio de Janeiro, RJ 6/10/2007 22:59
Hermano,
Mandaremos sim, com certeza. Você também é um dos tios desta ressuscitada criança.
Abração!
Em tempo:
(me lembrei agora)
Uma das histórias mais engraçadas (e curiosas) desta fase com Clementina, foi a de um fanático seguidor que havendo achado um pandeiro num ônibus de Niterói, seguia o Vissungo por toda parte, praticamente implorando para ingressar no grupo, mesmo não sabendo tocar rigorosamente nada e, sob o risco - completamente infundado, pode perceber depois - de ser recusado e execrado pelo grupo por ser completamente branco.
Ilton mendes, o personagem desta história, começou assim a sua carreira de herói do Samba, estreando no show com Clementina em Curitiba, para anos depois criar, no final dos anos 80 um dos principais ‘templos’ do Samba autêntico e popular do Rio de Janeiro: O Bar Candongueiro, em Niterói.
Galera amiga,
Volto para corrigir um lapso imperdoável (assinalado por um dos músicos citados abaixo)
Pois é o seguinte: Devo ressaltar que foram integrantes da fase que vai da criação da trilha de Chico Rei até a gravação do vinil da Som livre, entre outros, os violonistas Laercio Lino e o multiinstrumentista Antônio Naval, acordeonista Tonico Pereira e o cavaquinista Adão Hilton, cada um a seu modo contribuindo para a concepção do trabalho que acabou sendo registrado, parcialmente, no referido disco.
De antemão vou logo me penitenciando de outros possÃveis lapsos, afirmando que, nestes casos, é impossÃvel mesmo citar todo mundo e as opções sobre quem será ou não será citado, acaba sempre desagradando alguém que, de algum modo, participou desta longa história.
Quem se sentir omitido, por favor, nãos e avexe não, apresente-se.
Abs
(Carta enviada para o Dicionário Cravo Albin de MPB, importante referência sobre o assunto que, ao tomar a louvável decisão de crair um verbete para o grupo Vissungo (o que até hoje não havia ocorrido) acabou sendo induzido a um erro importante)
"Prezados srs,
A respeito do currÃculo do Grupo Vissungo, recentemente inserido neste importante dicionário, gostaria de ressaltar que a autoria da trilha sonora do filme Chico Rei, de Walter Lima Júnior, foi realmente composta e, em boa parte, gravada pelo grupo, cabendo a outra parte ao compositor Wagner Tiso, configurando-se, oficialmente, como uma parceria (apesar de terem sido criações artÃsticas independentes e isoladas entre si).
Na verdade, na referida trilha, contou-se - e apenas- com a voz de Milton Nascimento, cantando duas canções compostas por Wagner, especialmente para o filme. Foram inseridas também na edição final da trilha, faixas extraÃdas de discos de Naná Vasconcelos e Geraldo Filme.
Os dados corretos da autoria desta trilha podem ser, facilmente, conferidos na exibição dos letreiros iniciais do filme e, embora havendo sido corretamente assinalados na matéria da internet de minha autoria (que, suponho, subsidiou o verbete), acabaram sendo, erradamente, 'corrigidos' nesta presente edição.
A atribuição da autoria da trilha a uma eventual - e inexistente, neste caso - parceria entre Wagner e Milton, é um equÃvoco recorrente nos releases, crÃticas e artigos relacionados ao filme, fruto talvez de uma discutÃvel- e condenável- estratégia de marketing usada pelos divulgadores na época do lançamento do filme quando, decidiram omitir dos créditos da trilha a autoria do Grupo Vissungo (um nome desconhecido), para valorizar seu produto - e melhor 'vender' o filme - exagerando a participação de Milton Nascimento.
O equÃvoco é particularmente injusto com o Grupo Vissungo porque a referida trilha (assinada também por Wagner) obteve dois importantes prêmios internacionais (Bélgica e Colômbia), talvez os lauréis mais importantes da carreira do grupo.
GostarÃamos, por favor, de ver corrigido o desagradável equÃvoco, nos colocando à disposição para quaisquer outros esclarecimentos.
Antonio José do EspÃrito Santo (SpÃrito Santo)
http://spiritosanto.blogspot.com "
Caraca!!!
Errei o endereço do meu próprio blog. Troquei worpress (do meu blog) por blogspot (do meu projeto Musikfabrik).
O link errado leva ao blog de um jovem galã que, por estas duas caraterÃsticas (entre outras) não tem, rigorosamente, nada a ver comigo.
Abs
O certo por linhas tortas:
Tudo novo no projeto de retomada do Vissungo que, como vocês viram, patinava e ficou interrompido por quase um ano.
1- O produtor real da parada agora chama-se Felipe Cavalieri (as boas e simpáticas intenções de Ricardo Mansur, incentivador inicial da retomada, por razões que não vem ao caso, na prática, infelizmente não rolaram)
2- Como Felipe Cavalieiri é um velho 'rato' de estúdio, apaixonado por remixes, o CD do Vissungo poderá conter estranhas pérolas gravadas em K7 ao vivo, no inÃcio da carreira do grupo em 1975, por exemplo com inserções de takes de hoje em dia.
3- Um primeiro ensaio ontem na UERJ, nova casa do Vissungo foi eletrizante. Reinaldo Amancio guitarra, Jahrir Soares batera, Samuka percussa e SpÃrito Santo vocais, marimbas e kalimbas (o veteranos da banda) além de Reinaldo Gaia (percussa novo no pedaço, cria do 'Musikfabrik), de Ricardo Moreno baixo (também novo na onda), são a troupe da hora.
A onda é o que está dito acima: Música da diáspora africana (brasil incluÃdo, é claro) com acento afrobeat (não é nenhuma banda Calyso não, mas é bem moderno e maneiro)
Felizes e em êxtase, saÃmos do ensaio ruminando algumas más intenções de voltar a fazer coisas ao vivo, a princÃpio ali pela Uerj mesmo. O próprio Felipe Cavalieri com a parceria do Ricardo Moreno, no 'sapatinho', ficaram afim de produzir este lance ao vivo também (vagamente Felipe fala da possibilidade de participação numa onda na França chamada Citè de la musique' que recebe projetos de world music com shows e workshops - o que inclui o Musikfabrik na onda).
Enfim, torçam aà que agora a coisa anda. Tudo agora é só alegria.
Que bom sobreviver!
Abs
Gente que se mexe, no mÃnimo se movimenta.
Gente que cria, diz Einstein, é quem tem condições de ampliar o universo.
Ggente que cria arte, tem as condições de fazer isso com qualidade.
Então... muita arte.
Tenham excelentes experiênncias (are you experienced, perguntaria Hendrix?) e receberemos aqui as vibrações.
Manda dizer do que gravarem que eu já quero o meu cedê.
E posso ajudar mais gente a querer também.
É só dar o endereço da venda.
Fui na venda comprar pão.
tinha lá não,
tinha lá não,
fiquei de voltar depois
Voltei lá não
voltei lá não
fui na venda ver belinha
vi e nunca mais deixei de ir.
Sempre que posso vou à venda
E até compro pão,
de vez em quando até compro pão
Veja isto na poltrana: Grupo Vissungo num clip de 1988! Caraca! Parece que foi ontem!
'Brasa dormida' soltando chispas de fogo e eletricidade: Foi assim o Grupo Vissungo, ao vivo ontem, na 'Canja Carioca' , na Lapa. Crei até slogan novo: "Grupo jurássico, dos anos 70, em fase de ressuscitação". Na próxima....
SpÃrito Santo · Rio de Janeiro, RJ 11/9/2009 09:29...vou até cantar aquel ponto de Vudu do Haiti.
SpÃrito Santo · Rio de Janeiro, RJ 11/9/2009 09:30...vou até cantar aquele ponto de Vudu do Haiti.
SpÃrito Santo · Rio de Janeiro, RJ 11/9/2009 09:30
Tá chegando a hora de fechar o primeiro capÃtulo desta história: Nos dias 20 e 21 no Centro de Referencia da Música Carioca (dirigido pelo meu velho amigo Claudio Jorge, excelente violão entre outras facetas, exclusivo do Martinho da Vila)
Gente, nunca foi tão fácil e tão difÃcil.
O chamado meio musical carioca, do qual andei afastado anos a fio, está me parecendo bem neurótico e megalô (deve ser culpa da morte do CD). Tanto que, até agora, a maioria as promessas dos...produtores incentivadores, estas mesmas que reacenderam a chama, não têm passado de espuma internética. Acabam sempre deixando os véios com a vela na mão.
O grande prazer mesmo tem sido os ensaios de levantamento da banda velha cascuda a força de rezas lúdicas e muita cantiga vudu. Soprar brasas é sempre uma coisa emocionante, não é não? Quem viver verá e ouvirá e o resto é o resto.
Sei não o que se passa pelaÃ, se tal de CD morto deu no que deu, mas pelaqui passa-se igual, tchê... tivemos ontem o Festa Coletiva das Artes, no Mercado Público de Porto Alegre, a comemorar os 140 anos da casa. Bem, não pagamos o palquinho, de 6x4, um meto de altura. Pagamos som (side e retorno, sem p.a.) e não apareceu um patrocÃniozinho sequer, nem cafezinho,nem água. Sem cachê.
Na moral, o Jornal Fala Brasil, a Rosane Scherer à frente, puxou a produção do bolso e da paciência de Rô (que a de Jó já esgotara) e fizemos duas horas e meia de programação, com Karine da Cunha encerrando, Marietti Fialho contando e cantando o que fez aaà no Rio, Pedro Mazzan, uma grande presença e Adilson Rodriguero com regional de batutas (sic!) de meter medo em gente das maiores de grandes, com Plauto Cruz, essa legenda de mais de 80 anos da flauta transversa, dando um carinho nos ouvidos da gente.) Spirito, isso é que vale, o resto é o resto ou menos que isso.Não precisa dizer que o pessoal não queria ir embora.Foi porque não tinha mais dinheiro pra espichar o som, que cobra. Os cachês dos artistas, que ainda teve poesia incorporada de Fernando Pessoa, foram os sorrisos, choros e aplausos do público embevecido.
Levantou poeira sem precisar de pó, se me entendes.
Por essas e outras e que estou disponibilizando aqui mesmo no Overmundo, de graça, para meia-duzia de interessados que haja, minha novela O Dia do descanso de Deus. Não vou nem p^^or o linque pros donos da casa não acharem que estou fazendo merchandising indevido em postado alheio, como se isso fosse crime de lesa humanidade. quem se interessar saberá procurar. é pôr o tÃtulo no gugui com diz minha neta.
Toca ficha.
Já te pedi o raider e o custo da apresentação, tô de olho nuns produtores de carne e osso aqui.
Toca ficha e dê-le polka!
Abraço.
Grande Adro!
Pois é por isto que nós neste nosso sul-sudeste tamo mesmo 'juntos e misturados', como dizem os jovens daqui, de forma até um tanto leviana as vezes. É por isto também que fiz aqui a minha preleção aà em cima, só pra afirmar que nóis é homi de vera e não foge aos desafios. No caso deste, caso tenham achado que os véios iam medrar na curva, danaram-se até as tripas.
Livres de filigranas terceirizadas e advogados como sempre fomos no passado, felizes da vida faremos sim a reestréia para daà pra frente seguir para onde deus quiser, inclusive Portoalegretchau (dava tudo para ter o amigo aqui neste rito de passagem)
(Mando pro teu e.mail foto da prova de fogo que topei fazer para ver se os velhinhos davam ainda no couro. Deram e eletrizaram a galera presente que pediu bis)
Tamo aÃ, meu véio.
Abs
IncrÃvel! Fantástico! Extraordinário!
Siga todas as notÃcias sobre a ressuscitação do Grupo Vissungo neste link
Como diria o Chapolin Colorado: _"Não contavam com a nossa astúcia!"
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