Mágico: o artista da ilusão

Erich Macias
O visual misterioso é imprescindível a qualquer mágico
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Pérola Pedrosa · Macapá, AP
5/2/2010 · 31 · 3
 

Nem abracadabra, nem alacazam, o que faz um mágico é a paixão pelo lúdico, o desejo de enganar os olhos das pessoas, todo mágico tem a certeza de que não existe magia, mas sim um truque bem feito.

Trinta e um de janeiro, foi o dia do Mágico, esse profissional capaz de criar ilusões, levando encantamento e fascinação, seduzindo aqueles que o assiste. A data comemorativa surgiu em homenagem a São João Bosco, o padroeiro dos mágicos, no dia de seu falecimento, em 1888. Desde jovem João ajudava nas finanças da família, trabalhando como mágico, malabarista e acrobata.

Os mágicos de hoje, não são diferentes de João, começaram cedo a trabalhar, quase todos nasceram de baixo de uma lona de circo, são filhos de circenses, herdaram dos pais o talento e ofício. Como o jovem Roger Ramito, de 25 anos, sexta geração e herdeiro do Circo Broadway, que está em Macapá fazendo apresentações, na zona norte. Substituindo ele no palco, outro jovem mágico, Diogo Mariano, de 26 anos, também criado em circo, já é de uma quarta geração circense. Ambos, além de mágicos, fazem outras funções no palco.

Profissão: Mágico
O mineiro Mariano se diz apaixonado pelo circo, diz que pretende morrer no picadeiro, mas a profissão de mágico veio por acaso, um dia no circo o mágico foi embora e precisaram de alguém para exercer a função, ele foi o escolhido, era adolescente ainda. Com um tempo passou a gostar da profissão. Exerceu por alguns anos acrobacias áreas, mas voltou a mágica a dois anos. Auxilia no palco o mágico Roger e também o substitui no palco.

Roger Ramito, descendente de espanhois, herdou indiretamente a profissão, era para seu irmão mais velho seguir os passos do pai mágico, mas este acabou ocupando-se com a administração do circo, e repassou os ensinamentos da mágica para o irmão.

Aos 13 anos, Roger iniciou os truques de magia, aos 16 anos foi para São Paulo fazer um curso especializando em ilusionismo. Ali conheceu os grandes nomes do ilusionismo, e passou a frenquentar os festivais de mágica.

Vida de mágico
O mágico Ramito é casado, conheceu a esposa que era bailarina em vários idas e vindas do circo, acabaram ficando juntos e ela hoje é ajudante do mágico, e tem dois filhos, que parecem que irão seguir seus passos.

Segundo Ramito, a magia do Circo não se acaba por causa da tradição das famílias circenses, e pela vida que o Circo proporciona. “Nós conhecemos várias cidades, países e pessoas, poucas profissões tem esse privilegio”, ressalta.

Para ele o circo não está acabando, apenas se organizando mais, está virando empresa, como uma forma de sobreviver. Ele não executa apenas mágica, faz trapézio e anda de moto na corda.

A grande mágica
De acordo com os dois mágicos, Mariano e Ramito, o segmento da magia que melhor se adapta ao Circo, são as grandes ilusões, pois a platéia fica distante para executar as pequenas magias, as de manipulação com cartas, dados e moedas.

Para Ramito, todo mágico é um pouco de engenheiro, pois tem que ver os detalhes, ângulos e formas para que a platéia não veja o truque que ele está executando. “Essa é a grande satisfação da nossa profissão, conseguir fazer a mágica diante dos olhos de tantas pessoas e essas se questionarem como foi que eu fiz aquilo”, relata.

Inspiração e dedicação
Roger se inspira nos grandes mágicos, como Harry Houdini e David Copperfield. Mas tanto ele como Mariano, tem em Thyane, um dos nomes mais importantes. O mágico húngaro que veio para o Brasil e aqui fundou seu Circo, é querido e admirando pelos mágicos brasileiros.

Para ser um bom profissional, de acordo com Ramito, deve-se dedicar a profissão, assistir a filmes e vídeos. Ele também costuma participar de encontros de mágicos e festivais de magia. “Precisamos estar antenados no que está sendo feito na área e também é uma forma de criar outras mágicas”, diz.

Pelo Brasil e mundo
Mariano relata que já percorreu quase todo o pais, só não conhece quatro estados, mas ainda tem muito chão pela frente. Já trabalhou em vários circos, como Stanschysw, Belga, Imperial e Mega Circo Show. Seus pais trabalham no circo Belga.

Já Ramito percorreu todas as capitais brasileiras e viajou para fora do país, esteve no Paraguai, Uruguai, Argentina, Colômbia, Venezuela, Panamá e Estados Unidos. Ele já fez a conta, foram 3 mil e 800 cidades.

Ramito pretende viajar para o Canadá no final desse ano, para fazer cursos e conhecer outros circos.
Na lembrança, tem uma viagem feita a Las Vegas, para um dia de apresentação. “Fui a um almoço de encontro de mágicos, conheci muitos nomes importantes lá, só não foi o David Copperfield, quem eu mais espera ver, mas valeu a pena”, relembra.

O segredo
Para todo mágico o grande trunfo é o mistério, diz Ramito. “Ele é o responsável pela mágica ser bem executada”, revela.

Presente para mágico
No dia do Mágico, tanto Mariano como Ramito, querem reconhecimento, esse é o presente mais desejado, a platéia cheia e aplaudindo suas mágicas. “Não tem coisa melhor que ver a platéia gostar do seu trabalho”, diz Ramito.

Circo Broadway
Com mais de 30 anos de história, o circo Broadway é uma das companhias mais respeitadas no país, pertence a família Ramito, descendente de espanhóis há mais de 158 anos, que está na sexta geração. Sua sede fica em Minas Gerais, com escritório em Belo Horizonte.
Em Macapá, estão na zona norte da cidade, ao lado do terminal rodoviário, com duas sessões por noite, as 6h 30 e as 8h 30.

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Viktor Chagas
 

Opa, Pérola,

Que bom texto! Fiquei curioso com a história do Mariano, que já integrou várias trupes diferentes. Como é que sérá que funciona essa troca de passe, no "mercado" do circo? :)

Viktor Chagas · Rio de Janeiro, RJ 6/2/2010 12:16
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Pérola Pedrosa
 

Oi Viktor!! Obrigada!!
Bom O Mariano me falou que eles ficam no Circo pelo contrato, assim que acaba eles podem mudar de um circo para o outro. Mas quem é filho de dono de circo, como Ramito, fica mais difícil, mas pode acontecer. Mas o que prente os artistas é a vida meioq ue cigana deles, eles adoram viajar, conhecer outras cidades, outras pessoas, eu pude ver nos olhos deles isso. Tem um brilho quando eles falam da vida deles.

Pérola Pedrosa · Macapá, AP 6/2/2010 14:29
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Anderson Luis
 

Oi Pérola,
Olha, confesso que sempre tive um pouco de medo de palhaços. Mas a matéria tão boa, que a gente até repensa.
=D

Anderson Luis · Rio de Janeiro, RJ 8/2/2010 00:12
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