Estava sozinho na noite fria da última quinta, dia 28, zanzando de um lado para o outro do Clash Club na esperança de encontrar algum conhecido e não ficar só tirando fotos de qualquer porcaria como um bobo aleatório.
Tendo chegado pontualmente à s 21:00 fiquei decepcionado ao descobrir que o show do Pop Armada começaria apenas à s 23:00, especialmente considerando a pontualidade extrema do evento no domingo. Provavelmente houve uma pequena falta de esclarecimento, uma confusão entre abertura da casa e inÃcio do show.
Marinheiro de primeira viagem no Clash, e acostumado a casa noturnas apertadas como a Funhouse ou a Obra, fiquei contente com o espaço disponÃvel, equiparável ao CB – sem o inconveniente das mesas; embora depois de duas horas de espera eu tenha sentido falta de um local para sentar. Demorou um tempo para o lugar rechear, e quando aconteceu, ainda existia bastante espaço para respirar.
Depois de driblar a espera conversando com estranhos e fumando cigarros finalmente pude testemunhar a apresentação do Pop Armada, um dos vencedores do concurso Novos Sons. Um pequeno desvio na tentativa de Dudu Marote de buscar sons fora de São Paulo. Parece que quando o assunto é Rock, o lugar em 2007 é aqui.
Limitados por pouco espaço no palco (o equipamento do Eagles of Death Metal já estava montado atrás deles) a banda teve um show curto, cerca de cinco músicas, mas bem executado. Simpáticos, têm a energia básica esperada de uma banda de rock (e isso é um grande elogio, já que muitas bandas bem famosas nem isso têm). Apesar de ter ouvido alguns gritos de “já deu†– de um espectador um pouco quimicamente alterado - eles conseguiram conquistar os membros da platéia, ansiosos por Eagles, na medida certa.
Pouco depois da meia noite é que surge Eagles of Death Metal, para o delÃrio de fãs e leigos. A simpatia do Pop Armada foi esmagada pelo caminhão energético do Eagles. Jesse "The Devil" Hughes deixou o palco como entrou: um furacão de presença, simpatia, empolgação e rock’n’roll.
Se durante o Pop Armada havia apenas uns quatro fotógrafos dedicados, no Eagles havia uns dez. Entre eles uma garota pequena, com uma câmera pequena, tipo snapshot, sendo esmigalhada por aparentes profissionais com seus equipamentos colossais. Me identifiquei com a figura, já que se não tivesse conseguido um equipamento emprestado estaria na mesma situação, ou pior.
Durante o show, nem o equipamento agüentou e um amplificador estourou, o que deu ao público a chance de xingar a Motorola. Mas nem isso impediu a banda de tocar e interagir. E um público furioso eu diria, que me deu tapas na cabeça como chamego - acabei por subornar uma garota com a baqueta que caiu na minha cabeça na esperança de conseguir aliados e sair ileso.
"Got a light?"; "Are your ready for more rock'n'roll?!" e "Nothing's gonna come between me, you and rock'nroll tonight!!" foram alguns dos bordões entoados pelo Demônio. Nem todos apreciaram as pausas, conversas e saracuticos, mas esse que vos escreve, que era parte do grupo dos leigos, aprovou. É uma pena que o Pop Armada tenha sido ofuscado por esse colosso do palco.
Assim que terminou o show as pessoas debandaram, deixando para a dupla Roots of Rock Revolution embalar o resto da noite para quem ainda tinha energia para dançar, inclusive o prório Devil, agora entrosando com os fãs.
Fotos no Flickr
Relato pessoal no blog
Exelente texto, merecia estar em primeiro lugar, vai com meu voto!
victorvapf · Belo Horizonte, MG 3/12/2007 11:20Estive a lere já votado. Tua cobertura foi ótima. Bem escrito de ponta a ponta. E viva Sampa. abçs.
Cintia Thome · São Paulo, SP 4/12/2007 10:29Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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