Na última noite do festival Motomix 2007, o que se via e se sentia no Vegas Club era um público animado e ansioso pela apresentação do Boys Noize, “projeto de um garoto só†do dj alemão Alex Rhida. Clube cheio e com o subsolo fechado, porém ainda com espaço o suficiente pra circulação e pra fazer social com o povo da cena alternativa de São Paulo – jornalistas, blogueiros, DJs, designers, fashionistas, fãs e seguidores do hype e das tais “novas tendências†musicais. Era apenas questão de saber para onde olhar e encontrar o seu pequeno nicho dentro da cena.
Gil Barbara abriu a noite com um set diversificado e empolgante de electro, new rave e remixes próprios – ponto alto pra versão engraçadinha de Gasolina, do Bonde do Rolê, que rendeu um coro animado do público, já em polvorosa com a presença inesperada do Boys Noize na cabine. Que se provou alarme falso logo em seguida, só pra deixar a tensão correndo solta no ar, enquanto Jô Mistinguett começava sua apresentação. Acompanhada de um DJ que soltava as bases eletrônicas mezzo funk, mezzo electro para suas intervenções vocais, Jô empolgou pouco a pista, deixando a responsabilidade de reanimação para Alex Ridha. Pode ter sido a insegurança por esta ser sua primeira apresentação, mas deu pra sentir que a garota tem uma trilha interessante a seguir se superar a sÃndrome da primeira vez.
Eis que Boys Noize sobe na cabine, e armado de seus indefectÃveis boné, graves e agudos de sutis a ensurdecedores, tomou o público de assalto com o que só se pode definir como uma das noites mais intensas do ano. Fazendo uma comparação brincalhona, se as garotas conversaram no Tim Festa (em outubro, na The Week), aqui os garotos fizeram barulho. Muito barulho.
A tensão do público logo se tornou compreensÃvel. Não porque todos ali não soubessem o que esperar, mas pelo caos sonoro e esquizofrêncio criado pelo jovem DJ alemão. Com domÃnio do público como poucos conseguem ter, Boys Noize incitava todos a dançarem e vibrarem com seu som de alta voltagem, intenso e pulsante. Abriu com Don't Believe The Hype, e assim seguiu noite adentro, alternando entre faixas de seu álbum de estréia, Oi Oi Oi, e seus já famosos remixes para gente como Bloc Party, Kaiser Chiefs, Monster Magnet e Justice, entre outros.
O momento alto da noite ficou para o primeiro single, And Down, que fez a pista (a essa altura já lotada) cantar em coro, num volume muito mais alto do que a própria música, o refrão “Dance dance dance!â€. E o garoto barulhento ainda teve espaço pra fazer brincadeiras com faixas de Michael Jackson, Prodigy e Miss Kittin; provou assim que DJ bom não é só aquele que toca o que o público gosta, mas que sabe renovar o que na mão de outros poderia soar como truque de DJ preguiçoso e sem repertório.
Para fechar a noite mais densa e schizo do Motomix, o “remix do anoâ€, de My Moon, My Man, da canadense Feist. Momento mais do que especial para um público já extasiado com tudo que havia presenciado na pista do Vegas Club, todos cantaram e aplaudiram a despedida do mais novo querido DJ alemão por estas bandas.
as fotos vêm já já!
Rafael Teixeira · São Paulo, SP 3/12/2007 17:21Dê uma olhada em votação: http://www.overmundo.com.br/overblog/o-afro-na-cultura-midiatica
Paulo Apolonio · Salvador, BA 6/12/2007 23:06Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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