Quando A Cafeteria fechou as portas, Belo Horizonte inteira sentiu o drama. Afinal de contas, perder um ponto de encontro em plena Praça da Savassi, pólo de agitação cultural, para (mais) uma loja de celulares parecia uma afronta à mineiridade. Clientes colocaram faixas reclamando o fim do café, os tapumes da obra da loja foram danificados (muitas vezes com mensagens de ódio) e, no primeiro mês de funcionamento da loja, uma manifestação pacífica até provocou o fechamento do estabelecimento.
Meio ano se passou e agora a Claro anuncia seu primeiro projeto cultural em Minas Gerais, que pretende devolver à cidade o prazer de utilizar a Praça Diogo Vasconcelos como ponto de encontro cultural. A partir de 19 de junho, o Claro Minas Instrumental proporcionará, quinzenalmente, concertos gratuitos e inéditos no quarteirão fechado da Rua Antônio de Albuquerque, trazendo uma boa amostra da produção nacional de música sem letra.
SHOWS
Em parceria com Túlio Mourão, a produtora Casulo selecionou jazzistas, roqueiros, eletrônicos, populares e eruditos, com o intuito de acompanhar o desenho da música instrumental brasileira. A idéia é discutir o que é música instrumental através de encontros que reúnem o requinte dos “pesos-pesados” à nata da criativa do underground. A produção convida inclusive o público a participar do “fazer música” através do material de divulgação, que consiste em instrumentos de “percussão” inusitados (veja a descrição deles ao lado).
“O desafio é capturar a grandeza do momento e, para isso, tanto vale instigar os ícones quanto provocar as colisões criativas, autorizando os encontros imprevisíveis”, explica o músico Túlio Mourão, que se apresenta ao lado do Proa em 18 de Setembro.
Para abrir o evento, no próximo dia 19, dois grandes nomes: Toninho Horta e Marcos Suzano. O primeiro já foi listado entre os melhores guitarristas do mundo; o segundo é um dos percussionistas brasileiros de maior destaque.
Ainda tem o Projeto Cru toca com Markú Ribas (3 de Julho), Monte Pascoal e Nivaldo (17 de Julho), Daniel Ganja Man, M. Takara e Rinoceronte Sound System (7 de Agosto), Artur Maia e André limão Queiroz (21 de Agosto), Cleber Alves e Dudu Maia (4 de Setembro), e, para fechar com chave de ouro, o encontro internacional de Aliéksey Viana, Paul McCandless e Dimas Goudaroulis. Ufa!
PATROCÍNIO
Uma grande estrutura será montada para o Claro Minas Instrumental. Além dos R$ 160 mil captados através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, o projeto também tem o patrocínio da Sony Ericcson, que possibilitou que um grande lounge com telões seja montado na rua.
Segundo o diretor regional da operadora, Sérgio Pelegrino, o ponto de vendas na Praça da Savassi foi uma grande conquista, mas a Claro se preocupou em firmar uma parceria com o Café Três Corações para manter um pequeno café na loja. Ainda de acordo com o diretor, o projeto do Claro Minas Instrumental caiu como uma luva para as intenções da operadora de não perder o charme e a tradição da praça. “O festival valoriza a música brasileira e fortalece o vínculo da Claro com os mineiros, reforçando a Praça da Savassi como um local de convívio da cidade”, afirma Pelegrino.
A Claro anuncia que tem interesse em levar o festival de música instrumental para outras capitais do Brasil e está em finalização do calendário de patrocínios culturais para 2008, que inclui outras ações em Belo Horizonte. Fico na torcida.
SERVIÇO
De 19 de junho à 2 de outubro, terça-feira sim, terça-feira não, sempre às 19h e de graça, na Praça da Savassi. Além dos shows, dois workshops: de percussão com Marcos Suzano (informações no folheto ao lado) e produção musical com Daniel Ganja Man (dia 8 de Agosto, com inscrições gratuitas). Informações: (31) 3222-3242.
Oi Mi, acho que esse festival foi uma conquista dos mineiros, através dos protestos contra o fechamento da Cafeteria. No mínimo, o direito de ser a primeira capital a receber o projeto. Muito legal isso!
Quanto ao texto, dois detalhes: acho que não tem crase em "de 19 de junho a 2 de outubro" e os organizadores prepararam uma pegadinha - não há apresentação no dia 31 de julho, o que quebra a periodicidade quinzenal! :-)
Abraço.
Tetê, excelentes observações de edição, pena que não dá mais para mudar. Essa crase entre datas é praticamente involuntária, tenho realmente que me policiar e parar com isso. E acho que você merece um prêmio por observar a quebra da periodicidade, nunca me ocorreu checar essa informação!
abraços,
Oi, Camila. Tranquila?
Não tem dessas de auto-propaganda, não. Eu acho que a função principal deste site é de difundir independentemente. Além do mais, música é música e ponto inicial.
Cafeteria! Você me deu uma boa idéia: A musa do café expresso...
Um abraço, Camila. Correspondente de cultura.
completinho, mi! parabéns pelo texto. :)
Guilherme Mattoso · Niterói, RJ 17/6/2007 22:53Parabéns pela colaboração, Mi. Ficamos no aguardo das coberturas!
André Dib · Recife, PE 18/6/2007 00:55
Beleza de post, Mi!
Abraço!
Uau, que ótimo! E parabéns pro povo daí que soube protestar (pacificamente ou não). Loja de celular já tem demais nesse mundo, né?
E o melhor de tudo: o evento é de graça! Aplausos de pé para a proposta de difundir a música instrumental.
Vejamos: ficaste de chororô pelo fechamento do café e agora alardeia a esmola que a empresa telefônica oferece, com direito a aramecos, bumbangas, milixas e roçados. UFA! Claro Minas Instrumental: R$ 160 mil captados através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Que tacada de gênio: ganham publicidade com dinheiro público após destruir um marco da cidade. Românticos do mundo, uni-vos!
Marcus Assunção · São João del Rei, MG 18/6/2007 09:26
Marcus, sua crítica é pertinente, estou na fila dos românticos. Porém, gostaria de ressaltar que o "chororô pelo fechamento do café" cumpre seu papel de manter a memória do espaço viva, e "a esmola" é um projeto bem construído de um festival gratuito de música boa, acredito ser um bom uso da Lei.
Abraços,
anntes pouco do que nada, mas que a savassi fica cada vez mais sem graça, fica. certas regioes das cidades deveriam ter proibidas a existencia de lojas como essas. enfim... faça-se o festival, e bola pra frente.
André Gonçalves · Teresina, PI 18/6/2007 14:58
A farra da lei de incentivo/publicidade é que ferra tudo.
De resto, a ação é claramente voltada para quem reclamou do fim da cafeteria, com a Claro tentando "limpar o nome na praça" (com perdão pelo trocadilho). O que não quer dizer que seja ruim.
Reclamar dos shows e chamar de esmola é uma bobagem. É uma ação completamente válida para manter a praça como um ponto de encontro. Sem contar que o show é pra qualquer um, o café era só pra quem tivesse disposto a pagar 2 reais na xícara e 3 no pão de queijo, o que exclui um bocado de gente, ao meu ver.
Por mim, fechava-se todas as lojas de celular da região e abria-se três cafés. Mas o fato de ter as três lojas ali realmente não vai acabar com a praça nem nada (vide a boa centena de moleques que ainda se reunem nela todos os fins de semana - e alguns dias de semana - à noite). Acabou a graça pra quem só ia no café. A praça está lá, firme e forte.
Olá, Sou Gui Carvalho, guitarrista do Rinoceronte Live System.
Fico satisfeito de tocar em um evento como esse da claro mas...
quando ví o flyer de boa qualidade reparei que me cortaram da foto da banda.
a arte do flyer ficou ótima mas cortar a foto de uma banda é muito pouco profissional. é isso aí. como artista eu fiquei umpouco bolado. Apesar dessa gafe da produção, vai ser muito som o rinoceronte com o Ganja man... dia 7... estarei lá... tocando... mesmo não tendo saído na foto.. hehe.
as artes tão muito legais, mi!
Guilherme Mattoso · Niterói, RJ 24/8/2007 09:24Para comentar é preciso estar logado no site. Faa primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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