Nacionalismo: marcas de um silêncio que persiste

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Vargas e Plínio Salgado conseguiram silenciar a cultura dos imigrantes europeus.
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Labes, Marcelo · Blumenau, SC
9/10/2007 · 249 · 20
 

Peço calma ao leitor. Isso porque, de início, este texto parecerá algo panfletário, fruto de politicagem. Peço calma porque é preciso falar de política para explicar como o poder, em sua forma política, em algum momento da história, castrou a cultura. Voltando à questão da imigração européia em Santa Catarina, sutilmente citada neste texto aqui, é preciso explicar como ela aconteceu, por alto, a fim de explicar como a política brasileira deu fim ao desenvolvimento cultural dos imigrantes.

UM POUCO DE HISTÓRIA

O século XIX foi marcado pelo êxodo rural europeu, mas ao contrário do que normalmente acontece, estes retirantes não somente se instalaram nas grandes cidades européias, mas muitos deles tiveram de viajar ao Novo Mundo, à América do Sul. O Brasil, então administrado pelo Império, foi otimista com a vinda de imigrantes. Via-se a Europa como um país muito grande em que a cultura, a educação e a economia eram virtudes inerentes aos seus habitantes. Recebendo terras gratuitas e incentivos por parte do Império, imigrantes alemães começaram a se fixar no Vale do Itajaí e em várias outras regiões de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

Os imigrantes alemães que vieram para o Sul do Brasil tinham uma característica particular. Denominado de Deuschtuum (dóitchtum), o sentimento destes emigrados era de que, onde quer que estivessem, falando qual fosse a língua, continuariam sendo alemães. Isso, somado à idéia da Heimat (raimat), ou seja, de pátria, os fazia sentirem-se em casa mesmo que tão distantes, no Brasil. Dessa forma, as colônias foram se desenvolvendo e os imigrantes alemães davam origem, agora, à comunidade teuto-brasileira. Se, de um lado, havia nessas comunidades quem tivesse nascido na Alemanha e emigrado para o Brasil, por outro já havia os filhos e netos destes imigrantes, que eram genuinamente brasileiros por terem nascido no território desse país. Acontece que, nas colônias, os próprios moradores não sabiam realmente o que eram: se alemães que viviam fora da Alemanha ou se brasileiros que sentiam saudade da terra natal.

O que se pôde perceber nas colônias alemãs era a capacidade de organização de seus habitantes. Praticamente, toda a população teuto-brasileira era alfabetizada. Disso se encarregavam pais e professores. Um dado interessante é que em 1916 havia em Blumenau cerca de dez escolas do governo brasileiro (que ensinavam a cerca de 500 crianças) e mais de cem escolas privadas notavelmente germânicas, com mais de 5.000 alunos. Ou seja: era importante aos colonos que seus filhos conhecessem o idioma alemão, assim como a cultura germânica. Afinal, mesmo estando distantes da Alemanha, estavam muito próximos dela, ligados por uma espécie de cordão umbilical patriótico.

A partir de meados do século XX, uma grande preocupação começou a afligir o governo brasileiro. Com a proclamação da república em 1889 e tendo já enfrentado algumas das mais cruéis guerras separatistas da história do país (Guerra dos Farrapos e Guerra de Canudos), o recente governo brasileiro via-se obrigado a demonstrar sua força de modo que os habitantes do Brasil percebessem que ali havia uma força unificadora que conseguia unir o território brasileiro de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Como preocupasse a República o fato de haver lugares no Brasil onde não se falasse português (o que poderia se tornar um grande empecilho na comunicação entre governantes e governados), surge a necessidade de nacionalizar o ensino: os idiomas estrangeiros deveriam ser restringidos e, aos poucos, deveria se instituir o português como língua oficial em todo o território brasileiro. Nos primeiros anos de república começam as campanhas de nacionalização do ensino. Isso, a partir da década de 1910, vinte anos antes de Getúlio Vargas e do Estado Novo.

Com as campanhas de nacionalização do ensino, o que se queria era, aos poucos, fazer com que os imigrantes assimilassem o idioma português, bem como a história e os costumes brasileiros. Pelo fato de as colônias teuto-brasileiras não demonstrarem grande interesse em se integrarem a esse sentimento de adoração pelo Brasil enquanto nação, a nacionalização não somente do ensino, mas das próprias colônias foi se tornando uma obrigação e um problema para os estados e para a federação.

Na verdade, vale lembrar que, quando falamos em teuto-brasileiros (imigrantes e filhos de imigrantes alemães estabelecidos em território brasileiro) é preciso fazer a importante ressalva de que estes, apesar do sentimento de nacionalismo alemão que traziam consigo (Deutschtuum), faziam parte do Brasil constitucional: cumpriam a constituição e estavam subordinados ao governo brasileiro. A maioria dos habitantes dessas regiões tinha noção que não morava mais na Alemanha (o espírito sim, este ainda habitava por lá), mas que agora precisavam viver as novas regras e as novas leis do país para onde migraram.

GETÚLIO VARGAS, PLÃNIO SALGADO E O FRITZ

Quando Getúlio Vargas tomou o poder à força em 1930 através de um golpe de estado, o gaúcho percebia — como percebiam as elites intelectuais brasileiras — que o poder econômico centralizado em São Paulo e Minas Gerais era um mau negócio para o Brasil e para os brasileiros. Dessa forma, procura centralizar o poder no Rio de Janeiro, a capital nacional da época, através do fim das unidades da federação, os estados como então conhecemos hoje. Assim, em 1937, Getúlio Vargas queimas as bandeiras dos estados brasileiros e hasteia, no lugar de cada uma delas, a bandeira do Brasil. Estava dado o último aviso de que o Brasil rumava junto à unificação, à centralização.

Apoiando Getúlio Vargas e o nacionalismo promovido pelo governo, estava a Aliança Integralista Brasileira. Sob a batuta do escritor Plínio Salgado, este movimento livremente inspirado nos regimes totalitários mundo afora (o nazismo alemão, o fascismo italiano) fazia as vezes de partido político, religião e polícia. Para os integralistas, era essencial que o Brasil proclamasse a sua independência, finalmente. Na verdade, os integralistas apoiavam Getúlio no intuito de tomarem o poder à força ou ao menos conseguirem representação política garantida, já que seguidores eles tinham. Consta que tiveram 500.000 associados, mas o número de apoiadores pode ser bem maior.

O cerco se fechava contra as colônias teuto-brasileiras. Havia um governo totalitário que tentava forjar, a qualquer custo, a idéia de Nação e um grupo partidário-ideológico que buscava a pátria brasileira apoiado em teóricos (e, pior, práticos) de alguns dos piores regimes totalitários que o mundo já pôde ver: o nazismo e o fascismo.
No entanto, nada disso teria sido tão traumático quanto a declaração de guerra feita pelo Brasil contra os países do Eixo: Alemanha, Japão e Itália. É nesse momento, sobretudo, que a repressão às colônias estrangeiras no Brasil cria força e torna-se invariavelmente violenta.

A GUERRA E O SILÊNCIO

Ninguém melhor que a imprensa para explicar o que acontecia no Brasil das décadas de 1930 e 1940. Jornais europeus como o London Times plantavam a discórdia nos territórios em que havia colônias estrangeiras no Brasil. Em 1937, este jornal inglês denunciou o grande número de alemães que moravam no Sul do Brasil e alertavam: Hitler tomaria estas terras e seria apoiado pela população germânica que vinha habitando aquela região nos últimos cem anos.

Foi o início de um turbilhão de violência. Se antes já era difícil para o teuto-brasileiro ter de conviver dentro de seu eterno dualismo de Saudade e Esperança e já sofrer as conseqüências das campanhas de nacionalização do ensino e da ascensão de Vargas ao poder, agora eram tratados como criminosos. Antes, o idioma alemão era, aos poucos, substituído pelo português nas escolas. Agora, falar alemão era proibido. Falava-se em casa e escondido; se denunciados, os falantes e praticantes de culturas germânicas eram humilhados e muitas vezes presos.

Foram também proibidos os cultos em língua alemã nas igrejas luteranas, até então as que continham o maior número de adeptos. Nomes de ruas, de prédios públicos, de entidades privadas, de escolas. Enfim. Nomes em alemão eram proibidos e substituídos por nomes em português. Foi assim que a Wurststrasse (Rua da Lingüiça) tornou-se Rua XV de Novembro e o Teatro Frohsin, Teatro Carlos Gomes. Mas mais do que nacionalizar nomes e o idioma, o nacionalismo exacerbado do Estado Novo — que pretendia instituir o sentimento de nação, uma vez que Estado já havia — acabou por frustrar o desenvolvimento de toda uma população de imigrantes. Cabe lembrar que todas as colônias sofreram penalidades. Foi assim com descendentes de japoneses, italianos, poloneses... No entanto, apesar de envolvidos de uma forma ou de outra com a Segunda Guerra Mundial, nenhum deles tinha um Hitler no comando, e poucos eram tão temidos como a Alemanha e o que fizesse lembrar o Nazismo.

Denominado como “Silenciamento Lingüísticoâ€, o período em que não se pôde falar alemão nas colônias teuto-brasileiras tornou-se um momento para se esquecer. Da mesma forma como a literatura produzida nas regiões de imigração no final do século XIX e no início do século XX não descreviam os motivos que obrigaram alemães a emigrarem para o Brasil, até bem pouco tempo não se discutia esse longo período de silêncio que chegou que durou até alguns anos depois do término da Segunda Guerra.

No entanto, há que se ver que com o fim da guerra, a queda de Getúlio Vargas e a retomada da liberdade de expressão em idiomas estrangeiros, as marcas demoraram a passar. Desde a proibição de livros em idioma alemão (década de 1930) até as primeiras publicações literárias datadas da década de 1960, são trinta anos de silêncio. Da mesma forma, outras classes artísticas além da literária sofreram com este período. E, claro, quem mais sofreu foi o povo. Se com o passar dos anos já estava superada a saudade da terra natal e estes descendentes de alemães foram tratados novamente como invasores e criminosos, com a liberdade alcançada com o fim do Estado Novo era hora de voltar a cultivar o germanismo, as tradições dos antepassados.

EIN PROSIT, BLUMENAU

A colaboração das elites burguesas de Blumenau foi essencial para que tanto o movimento integralista quanto o policiamento proposto por Getúlio dessem certo. Como Blumenau está dentro do mundo e o mundo é o que é, não poderia ser diferente que houvesse, por parte das oligarquias, colaborações tão interesseiras. Acontece que — e é aqui que reside o paradoxo — as elites nas colônias de imigrantes eram compostas por... imigrantes!

Este apoio às tendências nacionalistas não foi em vão. Desde o início do século XX podem ser visto imigrantes e descendentes de imigrantes relacionados com o poder no Governo do Estado e nos Governos Municipais. O que se costumava chamar de oligarquia, hoje classe média-alta, não ascendeu ao poder e não conseguiu posses em vão: tiveram apoio do mesmo governo que combatia seus iguais, mas tinham noção de que, colaborando com o silenciamento cultural, conseguiriam seu lugar ao sol.

Então, se hoje combato (não arduamente, mas insistindo) na visão que se tem de que a região Sul do Brasil é, em determinados pontos, tentativa reconstituição germânica, é porque isso raramente acontece. Há, sim, regiões que apostam na germanidade, na continuação dos costumes germânicos por isso mesmo, por costume. Mas não há que se enganar: o que ocorre é a teatralização do germânico. Festas como as que acontecem em outubro na região do Vale do Itajaí (Oktoberfest, Schützenfest etc.), festivais de danças típicas alemãs e a propaganda que se faz denominando a região de Vale Europeu são antes estratégias turístico-financeiras para quem ganha com isso. O Fritz e a Frida, os descendentes de alemães que trabalham nas malharias, que ainda criam seu gado e vivem nos minifúndios espalhados pela região Sul não tem nada a ver com isso.

De certa forma, é possível compreender que o fato de Santa Catarina estar dividida em ilhas étnico-culturais impede que haja uma cultura caracteristicamente catarinense. No entanto, há que se ver que o diálogo saudável entre estas regiões étnicas (a italiana, a alemã, a açoriana, a gaúcha) foi interrompido antes mesmo de ser possível. E é por isso que se tornam tão louváveis artistas e escritores que conseguem criar, publicar e exibir suas obras. Isso porque, quando o Vale do Itajaí ainda se desenvolvia enquanto pólo cultural, foi castrado, acusado de antipatriótico e seus artistas e não-artistas foram silenciados.

Certamente, as colônias teuto-brasileiras espalhadas pelo Brasil têm em si marcas do que foi este período duro e antropologicamente tão significativo para suas constituições culturais e ideológicas. Hoje, lugares como o Vale do Itajaí podem ser visitados como pontos turísticos. O que restou das antigas colônias pode ser conferido nos Clubes de Caça e Tiro e nas Sociedades Recreativas. A culinária mantém estreitas ligações com a gastronomia colonial e o sotaque carregado de alguns moradores não esconde: há ali resquícios da língua alemã, hoje reduzida a um dialeto que aos poucos vai sendo esquecido.

Mas precisa ser dito: não fossem os múltiplos esforços por parte do Governo do Estado e da República em silenciar a cultura imigrante, regiões como o Vale do Itajaí poderiam ter tido um desenvolvimento exemplar no que diz respeito às artes e à cultura. Acontece que antes mesmo de ter havido a simbiose entre brasileiros e alemães — ou antes que essa comunhão fosse visceralmente positiva para os dois lados — tratou-se de cortar pela raiz um mal que nem mal era: silenciou-se a cultura de um povo que agora, por mero costume, fala baixinho. Mas que há de recuperar o vigor de outros tempos. É esperar para ver.



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LAILTON ARAÚJO
 


CARO LABES...

Calma... Calma! Você está em uma sociedade livre!

A “Liberdade de Expressão†é a garantia da existência da Democracia!

“Labes†escreveu...

"Peço calma ao leitor. Isso porque, de início, este texto parecerá algo panfletário, fruto de politicagem. Peço calma porque é preciso falar de política para explicar como o poder, em sua forma política, em algum momento da história, castrou a culturaâ€.

“Lailton Araújo†escrever...

Embora o "botão over" (autoritário) possa ser apertado por qualquer leitor preguiçoso ou suposto defensor da verdade, eu defendo e sempre defenderei o direito da escrita! Acabem com esse “botão medíocre...â€

O que é política? O que é cultura? Talvez você tente explicar algo que a maioria "pensante" já sabe! Já refletiu sobre isso? Não é hora do "Overmundo" ser um veículo de transformação social? Cultura e política estão juntas! É igual a pão e circo! Como diz a grande poeta Saramar: é Pão e Poesia!

O texto que você escreveu conseguiu despertar algo que não queremos ver no Brasil: censura! Ela existe e ainda existirá... Os ditadores possuem tentáculos na forma de facas... Eles estão por aí! Dormem e acordam! Acordam e dormem!

Seu texto é interessante! Desperta reflexão sobre a intolerância!

Os migrantes e imigrantes também são brasileiros! É gente que construiu e constrói essa terra! Eles fazem parte da nossa história (mesmo com erros e acertos)... Quem nunca errou! Quem nunca “cagou†no Brasil? Eu também já “caguei†em outras épocas... Sou humano!

Tenho amigos no Sul do Brasil! São brancos, amarelos, negros, vermelhos, verdes... São meus amigos e não interessa onde nasceram! São cidadãos do mundo e brasileiros com certeza!

Parabéns pela reflexão!

Abraços.

Lailton Araújo

LAILTON ARAÚJO · São Paulo, SP 6/10/2007 11:58
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LAILTON ARAÚJO
 


corrigindo...

"Lailton Araújo" escreve...

LAILTON ARAÚJO · São Paulo, SP 6/10/2007 12:00
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LAILTON ARAÚJO
 


LABES...

Voto pela coerência!

Sou democrata!

Defendo com unhas e dentes a liberdade!

Abraços.

Lailton Araújo

LAILTON ARAÚJO · São Paulo, SP 7/10/2007 18:22
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Spírito Santo
 

Labes,
Boa, profunda e oportuna reflexão. Nem era preciso pedir desculpas. Cultura, é claro, é isto aí também: Seres humanos fazendo Política, o tempo todo.
Parabens pelo post!

Abs

Spírito Santo · Rio de Janeiro, RJ 7/10/2007 20:28
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Labes, Marcelo
 

Lailton, pedi desculpas e calma para justamente o leitor entender do que se trata meu texto: não é panfletarismo em prol de nada, pelo contrário: não condena, mas descreve o que aconteceu por aqui durante o Estado Novo.

Não entendi o que disseste, a respeito de o meu texto despertar censura. Não entendi mesmo. Quando pedi paciência, foi pensando em este texto chegar a um público jovem que pode pensar que política cultural (ou política agindo na cultura) pode ser algo cansoso de se ler. Não se trata de um pedido para que o texto não seja censurado.

Labes, Marcelo · Blumenau, SC 7/10/2007 21:12
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Letícia L. Möller
 

Labes,
parabéns pelo teu texto, muito bem escrito e articulado. Nós da região sul, especialmente os descendentes de alemães, sabemos o que descreves porque tivemos o testemunho direto de nossos pais, avós, bisavós. De fato, em muitas famílias, a proibição de se falar em alemão culminou na progressiva perda do conhecimento do idioma (como aconteceu na minha).
Não é fácil, contudo, atingir o necessário equilíbrio entre os extremos da padronização cultural e lingüística (praticada no Brasil pelo Estado Novo) e da sempre perigosa exaltação de uma pretensa superioridade racial e cultural (como infelizmente temos visto no sul, ocasionalmente, com manifestações intolerantes por parte de grupos ditos "neo-nazistas").
Espero que entendas meu comentário. Concordo plenamente contigo. Minha ponderação não quer de modo algum relativizar a importância do que tu muito bem sustentas. Apenas me inquieta igualmente este outro extremo.
Um abraço,
Letícia.

Letícia L. Möller · Porto Alegre, RS 8/10/2007 06:39
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Labes, Marcelo
 

Letícia, entendo teu comentário sim! Este outro extremo é realmente perigoso e chego a crer que ele tem origem na repressão sofrida durante a Segunda Guerra. No entanto, essa hipótese não se sustenta (chegaste a saber que há grupos neo-nazistas em Israel? Paradoxal, no mínimo). Na verdade, gostaria de poder escrever sobre estes grupos, mas sei a tarefa difícil e perigosa.
O grande problema, percebo, reside no fato de o Estado Novo ter "vendido" a idéia como forma de padronização lingüística quando, na verdade, se tratava de uma prdem política severa contra os países do eixo. Muita gente acreditou.
O que sei, de antemão, é que em Santa Catarina os interesses políticos levaram a uma violência maior do que a acontecida no Rio Grande do Sul. Vemos que São Leopoldo e Novo Hamburgo - e os demais municípios do Vale dos Sinos, por exemplo - integraram-se com a metrópole e são parte integrante da economia metropolitana.
Muito pano para muitas mangas, essa discussão merece ir adiante.

Obrigado pela leitura atenciosa.

Abraço agradecido.

Labes.

Labes, Marcelo · Blumenau, SC 8/10/2007 15:59
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Labes, Marcelo
 

Spirito, muito obrigado pela leitura e por ter classificado a discussão como boa, oportuna e profunda. É importante para mim saber que uma reflexão localizada sobre o sul do Brasil pode chegar a um leitor do Rio (ou do mundo?) e fazê-lo pensar. Fico feliz e sinto-me à vontade para continuar me aprofundando numa história que, muitas vezes, nem sequer o sulista conhece.

Grande abraço.

Labes, Marcelo · Blumenau, SC 8/10/2007 16:53
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Saramar
 

Labes, para mim, este texto foi uma aula, ignorante que era sobre esse assunto.
Creio, na minha ignorância, que um dos grandes problemas do nosso país é justamente a repressão à cultura como se esta fosse algum demônio que devesse permanecer preso e vigiado, sob pena de colocar em risco a nacionalidade. Coisa típica de quem não confia em seu povo e quer mantê-lo na ignorância.
Vou reler.

beijos

Saramar · Goiânia, GO 9/10/2007 11:21
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Labes, Marcelo
 

Pois é, Saramar. Este é um tema que deve ser longamente discutido. Muito obrigado pela leitura e pela atenção!

Beijo.

Labes, Marcelo · Blumenau, SC 9/10/2007 11:29
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Francinne Amarante
 

texto muito bom, Labes.
preciso reler e refletir, esse tema é instigante.
depois volto e comento.
bj

Francinne Amarante · Brasília, DF 9/10/2007 11:37
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Labes, Marcelo
 

Obrigado, Francinne. Espero mesmo que voltes e comentes. É importante para mim como autor do texto e para os eventuais leitores que por aqui aparecerem: fica mais fácil compreender quando há vários comentários a respeito do que foi dito.

Abraço.

Labes, Marcelo · Blumenau, SC 9/10/2007 11:43
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Roberto Maxwell
 

Bacana o texto.

Roberto Maxwell · Japão , WW 9/10/2007 13:20
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Ise Meirelles
 

Labes, parabéns pelo texto. Destaco o trecho "acontece que antes mesmo de ter havido a simbiose entre brasileiros e alemães — ou antes que essa comunhão fosse visceralmente positiva para os dois lados — tratou-se de cortar pela raiz um mal que nem mal era".Li uma reportagem recente sobre os índices de desenvolvimento na região, compatíveis com os de países europeus, fruto da capacidade dos imigrantes e seus descendentes de organização, de trabalho, de investimento em seu próprio negócio, tendo por base a educação.
Não sabemos no que daria o caldeirão cultural dessa comunhão, ou, ao menos, da convivência ou interrelação entre os imigrantes e os brasileiros natos, mas dá pra saber que perdemos sempre com a incapacidade, política ou não, de reunir valores, credos, raças, etc.
Um grande abraço,

Ise Meirelles · Salvador, BA 9/10/2007 18:21
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Mansur
 

Pra mim foi uma aula de história, sócio-política e cultura. Interessantíssimo.
Obrigado pelo trabalho.
Parabéns

Mansur · Rio de Janeiro, RJ 9/10/2007 19:24
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LAILTON ARAÚJO
 


LABES...

Você é um escritor talentoso...

Precisa soltar as "amarras" e deixar fluir a sensibilidade!

2 (+) 2... Nem sempre (=) 4...

Olhar com os olhos da alma é o segredo dos grandes escritores... A digitação das palavras é mecânica! A construção da mecânica em um obra literária... É o talento! O caminho está aberto... Só depende de você!

Mesmo com algumas diferenças políticas: sou seu aluno! Aprendo sua linguagem! Muitas das suas idéias são geniais... Estão amarradas! Precisa libertá-las! Veja o mundo com o coração... Você tem alma! Sabia?

Abraços!

Lailton Araújo

LAILTON ARAÚJO · São Paulo, SP 10/10/2007 11:36
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Labes, Marcelo
 

Então, Roberto, que bom que gostaste. Espero que possas utilizá-lo como experiência - e responder da melhor forma, dizendo como se sente um brasileiro no Japão - ou os japoneses no Brasil? :) Que tal?

Abraço.

Labes, Marcelo · Blumenau, SC 10/10/2007 13:21
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Labes, Marcelo
 

Ise, como caldeirão eu talvez possa (é que não tenho a real certeza, como tenho daqui) citar a cidade de Joinville, onde pelo menos três etnias européias mais um grande número de migrantes brasileiros tornou aquela a maior cidade de Santa Catarina (e mais rica, vejamos). Infelizmente, aqui não deu tempo de se ver o que aconteceria, e nunca mais dará.

Labes, Marcelo · Blumenau, SC 10/10/2007 13:33
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Labes, Marcelo
 

Mansur, a aula foi também para mim, meu caro. Pois que cada vez que me debruço a pesquisar um tema, encontro tanto com o que acabo aprendendo que parece brincadeira, mas esta história está bem enterrada e acho que merece aparecer.
Muito obrigado pela leitura!

Abraço.

Labes, Marcelo · Blumenau, SC 10/10/2007 13:34
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Labes, Marcelo
 

Lailton, novamente teu comentário falou muito e disse muito pouco.

Labes, Marcelo · Blumenau, SC 10/10/2007 13:35
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