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o abismo entre as gerações (na música brasileira)
O abismo entre as gerações (na música brasileira)
Este texto começou como um comentário no meu texto anterior, o "Graforréia Xilarmônia: um caso a ser estudado". Comecei a comentar em cima do que o Edmundo Nascimento tinha dito e vi que aquilo podia render mais do que um comentário. Venho fazê-lo, pois.
:: [adendo] Estava se falando sobre a parceria que Frank Jorge vai fazer com a banda pernambucana Volver no Abril Pro Rock 2006... Pois é. DIzia eu que assisti ao show do Volver no APR do ano passado... Boa banda. Dessas que têm surgido no Recife, com uma pegada mais pop, é a que mais me interessa. Não curto tanto a Rádio de Outono, por exemplo. Parafusa também é legal, mas é outra onda. A Superoutro, que tocou lá no APR2005, também era bacana, se aproximava de um rockão mais climático, não tão pop, mas com belas faixas. Deles, não ouvi mais falar. Não sei se ainda estão de pé. Tomara que sim. :::::
A mistura do Volver com Mr. Jorge parece que vai ser interessante. Queria ver isso acontecendo mais freqüentemente no rock nacional, essa aproximação de gerações. Quer dizer, não só no rock como na música brasileira de forma geral.
São poucos os casos como Paulo Moura e Yamandu, Orquestra Imperial e Wilson das Neves... Principalmente quando se trata de aproximações para CRIAR, COMPOR. Essas são muito escassas... Só rolam assim, pra fazer uns showzinhos e tal, criar um alarde, uma justificativa para vender a apresentação. No máximo, um coroa chama alguém mais novo para produzir o seu disco. Não sai disso. Não se vê nenhum dos nossos sessentões apostarem numa nova geração para compor, como VinÃcius fez com eles, por exemplo... Também não sei se os novos estão procurando. Se não o fazem, qual a razão? Reverência em excesso ou arrogância?
Bacana o Frank e o Volver se juntarem, ainda mais sendo de estados aparentemente tão diferentes, de culturas muito particulares... Tem tudo pra ser bonzão! Tomara que isso vá além dos palcos do APR 2006.
Em vez do Pedro Sá apenas produzir o próximo disco do Caetano, eu queria era ver várias músicas deles assinadas em parceria. Chama também o Kassin... Queria ver o Jards Macalé compor com o BNegão, o Camelo com o Chico Buarque, o Frank Jorge com o Nervoso ou mesmo com o próprio pessoal do Volver, e assim vai...
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Não sou especialista em artes plásticas, em pintura, etc, mas será que isso acontece também em outras manifestações artÃsticas ou é mais na música mesmo? No teatro e no cinema isso não rola. Fernanda Montenegro cansa de participar de filmes de diretores novatos. Como diria o saudoso CAREQUINHA, "Tá certo ou não tá?!?!"
"O cada um por si é que é a lei" - Renato Martins, Canastra
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Bruno Maia escreve no www.sobremusica.com.br
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Galera, me detona aê, na boa.. hahahah!
sua opinião:
No samba há bons exemplos. Dona Ivone Lara (85) e Bruno Castro (fez 33 agora, vim a saber por uma matéria d'O Globo). Teresa Cristina e o falecido Argemiro. E não tenho dúvida que naqueles grupões de compositores de samba-enredo há gente de tudo que é idade. Lembro de um samba-enredo recente da Mangueira, o que falava de Minas, que tinha um menino supernovo (e da Zona Sul) no meio de compositores mais calejados...
Helena Aragão · Rio de Janeiro, RJ 17/4/2006 12:19sua opinião:
É, esse menino da Zona Sul foi afastado da disputa nos anos seguintes depois de receber bilhetes anônimos ameaçadores. Uma pena.
Bruno Maia (sobremusica.com.br) · Rio de Janeiro, RJ 18/4/2006 14:14sua opinião:
Boa observação!
Gostei da idéia de relacionar este show a uma boa tendência existente e que deveria existir mais na música brasileira.
Tem ainda Lafayette junto com os (novos) Tremendões (do Autoramas, Nervoso, Canastra) num ótimo exemplo ainda dessa saudável reverência aos nossos antigos Ãcones.
O novo disco do Mombojó tem a participação de Tom Zé em uma das faixas. E são artistas que tem trabalhos em comum e ainda o respeito e admiração que a turma jovem tem pelos seus antecessores sabendo ainda da influência e de tudo que representaram na época e o que representam para eles hoje.
Almir de Oliveira, ex-guitarrista do Ave Sangria, (bem entrevistado na Revista Coquetel Molotov Nº1 - www.coquetelmolotov.com.br/revista.pdf) agora é um integrante especial em quase todos os shows das Backing Ballcats Barbis Vocals, aqui em Recife. As meninas fizeram uma cover para "Geórgia, a Carniceira", do lendário grupo de rock recifense dos anos 70. Almir, que continua na ativa, foi convidado a aparecer em um show delas e cantar junto a sua composição. Deu tão certo esse encontro de gerações que em quase todo show, ele se sente muito orgulhoso e reverenciado por ter sido redescoberto e mostrado a um novo público.
1 pessoa achou útil · sua opinião:
Talvez tenha sido meio prolixo abaixo, mas enfim... creio que estes abismos estejam ficando menores
Jarmeson de Lima · Camaragibe, PE 24/4/2006 18:31sua opinião:
Contribuindo com mais alguns casos, eu citaria a parceria entre Ney Matogrosso e Pedro LuÃs e a Parede e, lá em Recife, Banda Eddie com Erasto Vasconcelos.
Ismael · Porto Alegre, RS 4/9/2006 02:47sua opinião:
Contribuindo com mais alguns casos, eu citaria a parceria entre Ney Matogrosso e Pedro LuÃs e a Parede e, lá em Recife, Banda Eddie com Erasto Vasconcelos.
Ismael · Porto Alegre, RS 4/9/2006 03:01sua opinião:
Só pra colaborar, cito a recentÃssima parceria Paulinho da Viola e Arnaldo Antunes. Parceria, aliás, bastante inusitada (foi capa da mais recente Bravo!). É esperar pra ver o resultado...
Ernesto Valença · Salvador, BA 8/11/2006 10:04sua opinião:
O abismo existe por que os músicos brasileiros não são abertos. Exceto alguns como Hermeto Pascoal, Ney Matogrosso e Milton Nascimento. Embora a música brasileira seja de qualidade, a abertura da maioria dos musicos, deixa muito a desejar ! Talvez enviando sugestões, para eles através do computadores, alguns venham aceitar. Ou despertem e venham escolher outros parceiros diferentes dos sugeridos. Talvez virtualmente seja um caminho, para haver abertura!
CStur · Rio de Janeiro, RJ 21/3/2007 05:16sua opinião:
Espero que os músicos despertem, antes deste assunto!
CStur · Rio de Janeiro, RJ 24/3/2007 15:05sua opinião:
Parece que o assunto era descartável, assim como a destinação que é dado a arte músical. Terminou, passou o interesse, a muito tempo!
CStur · Rio de Janeiro, RJ 13/5/2007 11:38sua opinião:
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