O Bonde do Mal
e o Bondinho do Bem
Tenho trabalhado há dois anos com crianças bem novinhas, entre os 8 e os 12 anos, moradoras de um destes mui complexos agrupamentos de favelas aqui do Rio. Faço musicalização com eles.
Construtivista que sou, desde criancinha, o método pedagógico que utilizo é ensiná-los a fabricar seus próprios instrumentos (um montão de coisas podem ser ensinadas durante o processo) e a tocar uma música possÃvel, extraÃda do universo cultural deles mesmos, com estes instrumentos.
Não é difÃcil de prever que, a música possÃvel para o repertório destes meninos, envolve o Samba e o Funk (não este Funk do mainstream, falsamente engajado e violento, para inglês ver, mas, o Funk, como eles dizem ‘Pesadão’).
É óbvio que trabalho muito a partir dos textos de um repertório formado por letras criadas pelos próprios garotos, mas também, muitas vezes, de letras extraÃdas do que podemos chamar, precisamente, de folclore urbano local (é só lembrar dos schotisches e os quase-baiões cantados pelo bando de Lampião e tirar a expressão 'folclore' do mofado invólucro que a encobria no passado).
Então, com vocês, um Funk ‘proibidão’, cantado com fervor cÃvico por um grupo de crianças negras e faveladas, de 8 aos 12 anos. O tema, gravado num CD clandestino com uma coletânea de funks idênticos, é um hit dos bailes nas favelas e até em festas de condomÃnio, de bairros de classe média baixa do Rio de Janeiro.
(Nota: Atenção Galera, estou ‘mandando’ este Funk para o meu amigo Duda Valle, pela justa indignação com o famigerado Caveirão. A canhestra conceituação eu mando para as gentis damas Ize e Helena Aragão, parceiras na inspiração)
O Bonde
Funk ‘proibidão’ - DomÃnio público, Rio de Janeiro, século 21
Já veio o ‘toque’ da cadeia
convocando os irmão
Pra invadir ‘de bonde’
a favela dos ‘alemão’
O patrão já deu o papo
Que quer ‘geral ’ reunido
Mas só vai partir pra guerra
Os ‘braço’ que são bandido
E na madruga o bonde parte
cada um portando um ‘kit’
preparado pra ‘D20’
Meteram bala nos ‘verme’
Explodiram o ‘caveirão’
Detonaram a cabine
Mataram 5 ‘alemão’
O primeiro tomou na cara
O segundo tomou nos peito
O terceiro ficou fudido
O quarto morreu de medo
O quinto pediu perdão
O Bonde não perdoou
tacou dentro do latão
Boladão, pesadão
Isso é Comando Vermelho
Mas se bater de frente
Toma logo tiroteio’
Glossário:
‘Toque’- Aviso, ordem
‘Bonde’- Comando, escolta
‘Geral’ – Todo mundo
‘Alemão’- Inimigo
‘Braço’- membro do grupo
‘Kit’- Equipamento (fuzil e munição)
‘D20’ – Viatura policial tipo ‘Blazer’
‘Verme’- Policial militar
‘Caveirão’ – Blindado da polÃcia militar
‘Latão’ – Container de lixo
‘Boladão’ – Concentrado, decidido
‘Pesadão’ – Forte, compacto, implacável
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A ambigüidade nos trilhos
No bonde de nossa realidade, os passageiros mais comuns são a Iniqüidade, a crueldade e a ambigüidade, caracterÃsticas tÃpicas da sociedade brasileira. O único passageiro com alguma coisa de aproveitável para o nosso papo, talvez seja a ambigüidade.
Neste sentido, entre o bem e o mal do conturbado contexto social em que vivemos, a quem interessar possa, algumas breves informações podem ser acrescentadas, assim, como luz no fim do túnel, balão de oxigênio, bonança.
O Caveirão nem acabou de atirar ainda, mas, já sei que alguém perguntará, por exemplo, no que consiste o método de musicalização aplicado neste caso. Na busca de um conceito, fomos logo, a grosso modo, lá em cima, associando nosso método ao Construtivismo mas, a partir daà a conversa podia sair, totalmente, do seu foco humanista, para cair no território pantanoso da tergiversação teórica, acadêmica. Não pretendemos entrar, exatamente, por aÃ.
Mais elucidativo, talvez seja aquele significado expresso pelo dÃstico que costumo usar como slogan do projeto Musikfabrik do qual o trabalho com esta meninada é um elemento crucial, o fio da meada:
‘Cuide dos sentidos que os sons cuidarão de si mesmos’
O autor é Lewis Carroll, o livro é o famoso ‘Alice no paÃs das Maravilhas’, e o personagem que fala a enigmática frase, só poderia ser a Duquesa.
Vários sentidos podem ser atribuÃdos à frase (e é esta curiosa ambigüidade que me fascina), a pedagogia criada – como método sim - a partir do imponderável, dos estÃmulos vividos naquele instante, sem referência bibliográfica alguma em que se apoiar, sem rede de segurança, aprendida ali, na hora mesmo em que se ensina, estas coisas todas que a gente leu num livro do Paulo Freire, do Vigowsty, mas, que só aprendeu mesmo quando o queixo caiu diante de uma criança cantando, eufórica, um funk que fala do cadáver do inimigo, jogado num latão de lixo.
Não gosto, nem um pouco, de fazer citações e referências bibliográficas. Arrotos de erudição, para mim, são sempre sinal de pouca educação (ou pouca inteligência para criar suas próprias frases e conceitos). Mas tenho sim, devo confessar – entre outros, é claro- um Ãdolo que merece ser amplamente citado aqui, como referência metodológica (até por que se enquadra perfeitamente nos amplos significados da frase da Duquesa, de Lewis Carroll): Ele é o lingüista norte americano Noam Chomsky.
Acho que ele, à sua maneira, é o educador insuperável, porque nos ensinou que o ser humano é uma coisa simples, como tudo na natureza. Um pobre ser comum, que só é capaz de aprender por meio de seus sentidos básicos mais elementares: Ver, Ouvir e Sentir, ou seja, se exprimir e compreender apenas a partir daquelas mensagens transmitidas por meio dos Sons, das Formas e Cores e dos Afagos (do contato direto com outras coisas). DaÃ, tudo se transformando, ‘magicamente’, em Emoções, que foram configuradas, instantaneamente, em Endorfinas, Adrenalinas, Dopaminas e todo este fantástico mistério bioquÃmico que é a vida.
Educação poderia ser isto. Para todos. O resto, pode ser firula elitista, com todo o respeito e se me permitem.
É esta enfim a natureza do tal método, a mágica que se materializa quando os meninos batucam seus tambores e cantam o seu Funk Pesadão. O método tem a função de gerar uma energia que contém em si mesma, atributos, conteúdos muito fortes para motivar estes meninos a ansiar por conhecimento sobre tudo que os cerca, a fim de se tornarem menos frágeis e indefesos, poderosos portadores (para o bem ou para o mal) de uma irresistÃvel sede de liberdade.
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Isto tudo pode ser música
A percussão é a linguagem mais recorrente para eles, mas, como muitos devem saber, a maioria dos instrumentos musicais, que o ser humano inventou é de algum modo, de percussão (inclusive o piano). O leque de opções é, portanto, enorme.
Logo de inÃcio, se deve apresentar as diversas possibilidades existentes, para que eles possam demonstrar a que mais lhes interessa. Qualquer motivo é um bom motivo (e esta é uma regra determinante do método).
Não é difÃcil deduzir, no entanto, que o fascÃnio deles por tambores é preponderante. Em qualquer caso, contudo, há que se motivá-los, usando o gancho da pobreza evidente e do acesso quase nulo que eles têm a recursos, estimulando-os no uso de materiais de fácil acesso na rua, reutilizáveis, recicláveis, estas soluções até bem recorrentes hoje em dia.
Esta parte é a mais fácil porque, afinal, criar, imaginar, inventar é pura paixão para crianças em geral. A tarefa, no entanto, é muito difÃcil para muitos educadores porque, nesta hora, é preciso desencarnar a criança que eles carregam, aprisionada, dentro de si (e esta é uma regra indispensável ao sucesso do método).
No processo, as crianças precisam aprender a operar máquinas e ferramentas comuns, destas que os adultos usam (e com as quais, invariavelmente, brincam, simulando fuzis e pistolas). Precisam aprender também a medir coisas, a raciocinar quantidades, calcular medidas e proporções, compreender noções complexas da fÃsica tais como tração, pressão, tensão, elasticidade, etc. Precisam também calcular áreas a partir de diâmetros (compreender para que serve o 'Pi', lembram?).
Para construir um simples instrumento musical eles precisam aprender, em suma, quase tudo que a escola deveria lhes ensinar, mas, não ensina. A escola brasileira não foi criada para ensinar a todos. Só a alguns. Como ali não é aquela escola hostil, brincando eles aprendem, constroem-se a si mesmos, apesar de tudo.
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E sendo música, é Linguagem
Na decoração dos corpos dos instrumentos podemos usar muita coisa, à s vezes até folhas de revistas velhas, desde que, coloridas. Enquanto as imagens são escolhidas e coladas, muitas questões podem ser debatidas. Pré-adolescentes que são - precocemente, muitas vezes - podemos debater com eles, por exemplo, sobre sexualidade, livremente, num papo descontraÃdo (os meninos, escolhem sempre mulheres lindas, seminuas, mas, são inocentes de dar pena. As meninas preferem galãs da TV e imagens românticas,mas, podem já estar, em alguns casos, expostas ao aliciamento adulto para se tornarem prostitutas).
A idéia básica do método é abrir janelas de diálogo, sejam elas quais forem, e daà espiar a realidade deles que, depois de compreendida, vai alimentar o processo de aprende-ensina-aprende, sempre em duas vias (como tem que ser na vida real)
Simples assim: Abertas as janelas, é só participar, dialogar em cima da realidade, sem meias palavras, sem hipocrisia e sem censura.
Pronto, o instrumento musical, por a sua forma, seu som, seu timbre, etc. passa a conter uma História, no sentido sociológico, antropológico mesmo do termo, ou seja, a técnica de tração (afinação), de execução, o tipo de música caracterÃstico, os ritmos ou escalas mais recorrentes, para este ou aquele instrumento, tudo isto nos remete para uma cultura determinada, uma época, um lugar qualquer do mundo (a Ãfrica, por exemplo, ou o Nordeste do Brasil, a Ãndia, o Japão), alguma Geografia, portanto.
Daà surgirá um mundo de outras possibilidades. O caso do repertório possÃvel também é importante porque, se poderá discutir a realidade dos meninos, a partir de conceitos palpáveis, concretos (os pais da maioria deles, por exemplo, neste local em especial, foram, em sua maioria assassinados pela polÃcia ou mortos em confrontos com comandos rivais).
Os textos também podem nos remeter a outros aspectos metodológicos interessantes, desde motivação para a transmissão de códigos de escrita 'culta', até a valorização de códigos de linguagem 'errada' que podem adquirir relevância literária, se compreendida como 'dialeto', linguagem simbólica, com valor artÃstico particular (os idiomas estão vivos, certo?).
Um mundão de coisas largadas para a gente ir pegando, desde que não se tenha a arrogância de pensar que dá para pegar o bonde andando.
Até porque, a fila anda.
SpÃrito Santo
Julho 2007
(Mais coisas sobre o Musikfabrik aqui nestes links.)
"desde de"... Fora o errinho querido SpÃrito, nada mais. Só mesmo dizer: parabéns pelo trabalho. Excelente. Me lembrou 'Cabeça de Porco' do MV BILL... Bacana esse lance de tentar a MUDANÇA não é mesmo? Um abraço.
FILIPE MAMEDE · Natal, RN 26/7/2007 10:14
Fala SpÃrito!
Você poderia citar alguns exemplos dos instrumentos feitos por seus alunos? Como é esse método?
Cara, e o audio disso? Anexa ai! Já que é domÃnio público, acho que dá pra anexar sem problemas (tá dominado!). Essa letra cantada por um coro infantil deve ser uma coisa surreal de se ouvir.
Falando sério, isso assusta bastante, né? Lembro de Rio das Pedras, onde estagiei dando aulas de artes para crianças até 10 anos, no inÃcio dos anos 80: todas as brincadeiras de dramatização que propunha acabavam em conflito e violência (dramatizadas). Eu, novinha, entrando nesse mundo pela primeira vez, ficava sem saber o que fazer e acabei desistindo das dramatizações e me concentrando em desenhos e artes plásticas.
Ola, SpÃrito, pegando carona na pergunta do Marcos Paulo, vc poderia falar um pouco dos resultados desse trabalho que vc realiza nessa comunidade? Valeu!
Leonardo André · São Paulo, SP 26/7/2007 15:36
(Tentando conversar com todos no mesmo post)
Filipe, acho até que tentar a MUDANÇA é um imperativo, sabia? Haverá, de qualquer modo, alguma mudança, sempre. Se a gente não forçar na direção que nos convém, a carroça toma o rumo 'errado' e pronto.
Marcos Paulo,
A percussão é a linguagem mais recorrente para eles, mas, como vocês todos devem bem saber, a maioria dos instrumentos musicais que o ser humano inventou são, de algum modo, de percussão (até o piano, certo?) logo, o leque de opções é enorme. Eu, logo de inÃcio, apresento as possibilidades para eles demonstrarem o que lhes interessa mais. Para mim, qualquer motivo é um bom motivo ( isto é uma regra determinante do método).
Não é difÃcil deduzir no entanto que o fascÃnio deles por tambores foi preponderante. Transmiti a eles então, usando o gancho da pobreza evidente e do acesso quase nulo que eles tem a materiais, para criar coisas com materiais de fácil acesso, reutilizáveis, recicláveis, estas soluções até bem recorrentes hoje em dia.
No processo eles precisam aprender, além de operar máquinas e ferramentas comuns, destas que os adultos usam, a medir, coisas, racionar e calcular medidas e proporções, compreender esforços tipo tração, tensão, elasticidade, etc., calcular áreas a partir de diâmetros (sacam o 'Pi'?). Na decoração dos corpos uso, às vezes folhas de revistas coloridas. Enquanto as imagens são escolhidas e coladas, muitas questões podem ser debatidas (os meninos, pré adolescentes, escolhem sempre mulheres lindas, seminuas, as meninas preferem galãs da TV e imagens românticas). A idéia básica do método é, entrar pelas janelas de diálogo que eles abrem para que se possa ver a realidade deles. Abertas as janelas, é só entrar e dialogar, conceituar em cima desta realidade, sem censura.
Pronto o instrumento, a sua forma e seu som, seu timbre, etc. passa a conter uma história, no sentido sociológico mesmo do termo., ou seja, a técnica de tração (afinação), de execução, o tipo de música caracterÃstico, os rÃtmos mais recorrentes para este ou aquele instrumento, nos remete para uma cultura determinada, um lugar qualquer do mundo (a Ãfrica, por exemplo). Daà surgem um outro mundo de possibilidades. O caso do repertório também é importante porque se pode discutir a realidade deles a partir de conceitos palpáveis. Os textos também remetem a outros aspectos metodológicos interessantes, desde a transmissão de códigos de escrita 'culta', até a valorização de códigos de linguagem 'errada' que podem adquirir importância literária se compreendida como 'dialeto', linguagem simbólica, com valor artÃstico particular (os idiomas estão vivos, certo?).
Um mundão de coisas largadas para a gente ir pegando. Se é que me entendem.
Ilha,
O áudio eu não tenho. Sei cantar a música. Os CDs são dos adultos que, escaldados, não emprestam de jeito nenhum.
(se não parar agora, vira outro post)
Abs,
Vou ver se consigo , sem infringir o ECA, editar umas fotos desta galerinha ainda neste post.
SpÃrito Santo · Rio de Janeiro, RJ 26/7/2007 19:13
AMIGO SPÃRITO SANTO...
O Bonde
Funk ‘proibidão’ - DomÃnio público, Rio de Janeiro, século 21
Assusta... É real! É o Brasil em 2007!
Não se pode fechar os olhos ou tapar os ouvidos... A realidade deve ser mostrada... É a tarefa do professor!
Já pensou em realizar um festival de música? Os temas seriam:
a) Como eu vejo o Rio de Janeiro - daqui do morro!
b) Sou brasileiro... Sou cidadão!
c) Rimando amor, sem dor, andando eu vou...
d) Cantando um samba (mesmo sem mar) eu vou estudar... E brincar na construção das rimas... Vale funk!
Amigo... São muitas idéias! Estou viajando!
Parabéns pelo trabalho de educador e escritor!
Música sempre...
Abraços.
Lailton
É isto mesmo, LaÃlton. Já que sonhar está difÃcil, o negócio é viajar (e assim mesmo, virtualmente, é claro)
Abs
Poxa SpÃrito, que trabalho bacana rapaz. Tive a oportunidade de conhecer em Salvador, no ano passado, um pouquinho do Projeto Axé. Lá eles desenvolvem um trabalho semelhante ao seu. Inclusão social e novas possibilidades... De novo: Parabéns.
FILIPE MAMEDE · Natal, RN 27/7/2007 11:09
Oi Spirito, teria tantas coisas pra dizer aqui ... Tem a ver com os sentidos (aqueles da Duquesa) que estão por trás dessa letra e do som do batidão que traz a toada vibrante e melancólica de quem tem que viver à espera do caveirão. Não o escuto o som desse proibidão que vc postou, mas leio seu artigo ao som de outro, cuja letra "Pra manga rosa quero o cheiro e o fumo, trago canudo pra quem quer cheirar" já não me assuta mais pq aprendi que as palavras não são meras palavras, mas têm por trás sentidos que precisam ecoar, "sentidos que atendam a uma ética que consiste em dar realce à pronuncia do outro" (como diz a Dag no único texto que escreveu para o overmundo e que vc não visitou. A Ilha andou por lá). Demais, amigo, outra vez demais!! Sem a menor pieguice, seu texto me tocou.
Uma coisinha, vc está longe, muito longe de ser apenas construtivista. Esse referencial não combina nada com o que vc faz. Sua ação (que tb penso que não venha de nenhum método pedagógico) está mto mais próxima de autores que tem uma visão sócio-histórica do desenvolvimento humano.
Grande abraço (depois volto)
ô Spirito, como você disse o comentário quase virou outro post e bem que merecia. Afinal, sempre soube por alto que você trabalhava com isso, mas adorei saber sobre o processo todo que você conta. Como está na fila de edição, não acha que é o caso de colocar o conteúdo do comentário no próprio texto? (só se achar que é o caso mesmo...). Valeu
Helena Aragão · Rio de Janeiro, RJ 27/7/2007 14:57
Filipe,
tem muita coisa semelhante ocorrendo aà pelo Brasil à fora. Falta sistematizar, organizar disseminar porque isto é uma nova maneira de se fazer Educação que está sendo construÃda (olha o construtivismo leigo aÃ, gente!) assim, quase clandestinamente.
Ize,
É método pedagógico sim. Não aquelas sopas de letrinhas, Piaget, Vigowsky e outros quejandos liquidificados, embrulhados em jargões rococós de doer.
Não gosto, nem um pouco, de fazer citações e referências não mas tenho um Ãdolo referencial que merece (que cabe no contexto da frase da Duquesa) é o Noam Chomsky. Acho que ele é um mestre construtivista, à sua maneira, porque me ensinou que o ser humano só pode aprender por meio de seus sentidos básicos e elementares (ver, ouvir e sentir = Sons, Formas, Cores e Afagos = Emoções, bioquÃmica, endorfinas, adrenalinas, e por aà vai). O resto é firula elitista.
Helena,
Gostei muito da sua idéia. É melhor ir logo lá, editar o que faltou.
Abs, pra todos.
SE vc acha mesmo isso, ficaria ótimo tirar o link do construtivismo que pode confundir o leitor, como me confundiu e me fez escrever aquele tratado no seu perfil. Eu poderia ter te poupado da firula elitista que é mesmo um saco.
Se estamos. Estava até de mau humor. Agora estou radiante.
Ize · Rio de Janeiro, RJ 27/7/2007 22:35
Tentei fugir. Detesto a auto referência (daà o post pequeninho do inÃcio) mas agora, fiquei feliz também, com o resultado (dei até umas novas mexidas lá). Abrir a própria alma, é quase sempre, bom.
Abs,
AMIGO SPÃRITO SANTO...
Votei e bem votado...
Abraços.
Lailton
Mestre, uma analise e tanto, de fôlego como de fôlego sempre sao tuas pegadas. vou voltar pra reler. u abraço andre
Andre Pessego · São Paulo, SP 28/7/2007 23:32
Spirito,
bacana! parabéns pelo trabalho.
abraços
Parabéns é pouco. Eu quero lhe agradecer, de coração, por esse trabalho. "O método tem a função de gerar uma energia que contém em si mesma, atributos, conteúdos muito fortes para motivar estes meninos a ansiar por conhecimento sobre tudo que os cerca, a fim de se tornarem menos frágeis e indefesos, poderosos portadores (para o bem ou para o mal) de uma irresistÃvel sede de liberdade". E não se fala mais nisso. Vamos em frente...
Com admiração, um grande abraço.
Então, Mansur? Você sabe disto tudo, melhor até do que eu. Isto tudo é a Música, meu chapa. A Música, meu irmão.
Valeu,
Abs,
"Como é bom é poder tocar um instrumento."
Eu tava me sentido meio corneada pelo mundo, Spirito,
de alma sangrando e máquina quebrada,
só hoje, acho que porque saiu o sol,
pude voltar à tona, por uns instantes e...
-----
Li e amei
teu postado
bate-coco
requebrado
enlouquecido
de sonzeira
maneira
- que achado, que achado!
feito sapo coaxando
fico eu aqui me achando
quando te acho
sai de baixo
um trabalho e tanto
um postado tanto quanto
e um povo que mudando
vai o mundo
gritamundo, overmundo
----
Alguém já disse que não é na favela que plantam a maconha e a folha da coca...
Quem leva pra lá,
depois manda os filhos buscá
pra fumá
pra cheirá
porque grana tanta lá não há
tá, tá, tá, tá
tem chefe e patrãozinho, mas é tudo fabricado
----
Conheço uns guris oficineiros de sonzeira reciclada aqui que se aproximam do que comentas aà na construção de sons, instrumentos e inteligência, um deles é o Marcelo Kará, vou procurar pra apresentar aqui.
Amo Chomsky de paixão, êta levada pesada ele!
Vou pegar uma carona descarada no teu bonde e fazer um convite para o povo daqui passar no meu postado pra Marta Novo e Extraorindário Ponto TurÃstico do Rio.
Viva tu, guri.
Beijin, pequin
Querido Spirito:
Em Sampa, numa comunidade chamada Morro Azul, bairro localizado na Zona Sul, depois de Santo Amaro, existe um trabalho bem semelhante ao seu que me encantou muito. Sem ter nenhuma certeza a impressão que me dá é que os garotos são de uma faixa étaria menor 5 ou 6 a 10 ou 12 anos, mas o som que esta meninada produz é muito envolvente e encantador. Acho que este trabalho deve ser extremamente gratificante pelos resultados obtidos.
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
É gratificante sim, Joca, quase sempre é como chupar sorvete. Muitas vezes no entanto é como enxugar gelo. Vai se fazendo na falta de algo mais efetivo para se fazer.
Abs,
Spirito 'querido' (me permite?),
não te coloco no altar porque você certamente não iria gostar..rs
que trabalho mais "alma" esse seu. é assim que quero me expressar contigo, algo nada meio; inteiro !
sem sentido para alguns amigos.
mas com sentimento correndo (no gerúndio mesmo) nas veias nossas de cada dia.
belo e necessário!
esse elo criado.
parabéns!
abraços à todos do projeto Musikfabrik!
Francine,
Muito me anima a sua visita e o seu comentário. Querida também o sejas. Só dispenso mesmo o altar, não porque não goste mas porque o tema. Antes, fui santo do pau ôco. O altar até me apetecia porque era o melhor dos enconderijos. Hoje não passo de um santo de barro. O altar é úmido e se me levam para passear, não posso, vai que eu caio?
Santificada sejas tu.
hahahaaa.. entendo.
eu não! também dispenso rótulos.. de santa, então... rsrsss
passa na edição, "inventei moda", como diz minha mãe... "fica quieta, menina!", rsrs.. nem consigo. quando quero dizer, digo.
beijos, querido
Fran
Caà mesmo, com esta!
Estão catando os cacos pra colar.
Quando estiver colado eu volto.
São mil cacos.
Abs,
SpÃrito:
Tenho acompanhado teus comentários por aÃ, sempre pertinentes. E agora que conheço teu trabalho, tô contigo e não abro.
Um abraço.
Levi,
Que honra pra mim, rapaz! Se estás comigo, aberto ou fechado, tô contigo também.
Grande abraço
SpÃrito:
Tô contigo e não abro foi uma maneira de dizer que achei bacana o teu trabalho, sem ser muito laudatório ou repetitivo.
É uma gÃria que se usa aqui no sul. Aliás, já tá até meio em desuso, mas como eu sou meio antigo mesmo, tá valendo.
Um abraço.
Imagina, Levi!
A expressão é moda aqui também e está em franco uso. Só não quiz perder o trocadilho. Também estou contigo e não abro.
Grande abraço!
Em tempo, SpÃrito:
Digo repetitivo porque os outros comentários já disseram quase tudo.
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