A Favela Prainha fica no municÃpio de Duque de Caxias na baixada fluminense do Rio de Janeiro que possui 800 mil habitantes é a sexta cidade mais rica do Brasil, porém, a riqueza é muito concentrada. A cidade é partida não apenas pela linha do trem. A banda de lá com cultura e lazer, a de cá reprimida, calada e sem direito a nada.
Na semana em que todas as metoreologias e cartomantes pessimistas indicavam chuva e mau tempo para o sábado, dia 21 de junho, o que poderia “melar†a festa preparada pelos moradores da favela Prainha e favelas vizinhas durante tanto tempo, sendo eles co-patrocinadores de suas idéia. Eles produziram filmes sobre a comunidade e seus personagens, isso para agitar a comunidade, elevar moral e mexer com o brilho ofuscado da identidade do bairro. Entre o otimismo da vontade e o pessimismo da razão, ficamos com o primeiro e seguimos na luta.
A festa é a primeira sessão de cinema das redondezas. O Cineclube Coaxo do Brejo tende a dar voz e vez para a cultura local desenvolvendo e registrando-a.
A primeira sessão contou com a participação do grupo Tribo Negra do Afroreggae, de Vigário Geral, que abriu o evento. A gurizada da favela se amarrou e todos dançaram. Do menor de no máximo dois anos, aos setentões. O MC João Xavi de São João de Meriti, após ser pego de supressa tipo Faustão, não afinou o tom e entoou o ar e o tom certo que a favela gosta e quer ouvir: cultura, emprego e lazer. O mano vindo da 5 de maio, também representou muito bem, Bob-ES (que lembra “Malcon-X†à lá Brasileira), é negro e a música do gueto, do pobre e preto ocupando os espaços antes vazios.
Bom, você pode me perguntar, cadê os filmes, afinal isso é um Cineclube, não é? Pois bem, amigo! Naquele momento o curta metragem da Cidade de Deus- (CDD), “O que é favela?â€, do mano Ulysses, já estava tomando forma nos olhos antes fundos, vazios e sem perspectivas. Logo em seguida, o curta que tratava da história local seria exibido. Todos esperavam por este filme, os pedidos eram muitos: Cadê o filme?, Filmou minha casa? Eu saà no filme?- nos perguntavam aflitos. O povo que sempre foi enganado pedia para não enrolar mais e que o filme fosse logo passado.
Quando o Coaxo do brejo (o curta) pintou na branca e pálida tela, dando cor, todos se viam e davam vida ao evento e interagiam com ele. Olha ali! Eu conheço? - diziam eles. O reflexo da luz do projetor na tela, mostrava nos olhos dos guris uma luminosidade sem igual, antes nunca vista. Pareciam vaga-lumes, mas ainda não tinha acabado. O coletivo ANG formando pelos irmãos Cabeça, Big jam e Kiala da favela vila ideal, com as rimas de improviso fecharam a conta da noite. Muita atitude e ousadia do inicio ao fim.
Assim que é o Coaxo do brejo, que já nasceu grande e com muita responsabilidade e que só aumenta a cada dia. Até a próxima sessão deste cinema grande e diferente!
por Bender Arruda
cineclubecoaxodobrejo@gmail.com
Filmar é arte. Mostrar o povo em filme é arte. O povo enxergar-se em cinema é dar a ele a dimensão de igualdade que todos têm em direito, afirmando as diferenças das artes e existências de cada um.
Coaxo na tela e Prainha para o mundo desde Overmundo!
Tri-legal, tchê!
pô maluco, surpresa total.
fui cumprir uma misssão e acabei sendo escalado pra outra, mas foi muito foda cantar ai!
meu irmão fez um videozinho da minha participação, da pra assistir aqui.
fiquei muito feliz em ter chegado junto ai no coaxo, ver a molecada toda prestando atenção nas coisas que estavam acontecendo e o bender empolgadÃssimo, que nem pinto no lixo!
e essa foi só a primeira, aguardo as próximas sessões.
vamo q vamo!
Bender,
De tudo, que foi de emocionar o véio, fiquei mais eletrizado com texto, rapá! Que verve fantástica a tua, sinceramente. Parecia que tava aqui num papo na minha cozinha.
Com o texto lÃmpido e fluente, mobilizastes toda a galera que habita a minha alquebrada alma suburbana. Cadê o filme? Não dá pra passar aqui não? Fiquei cheio de secura pra ver o tal do Coaxo. Vou ver o vÃdeo com o xavi sim, mas, a fissura mesmo é pra ver a cara do batráquio por trás do coaxo. Meu holiúdi Ãntimo ficou ávido por este brejo imagético.
Abs
Bender, parabéns pela mobilização, não me surpreendo em saber que a festa foi bonita, tava na cara que você ir armar algo pra ficar na história da Prainha. Desta vez não deu pra ir, mas você sabe que nas próximas vamos testemunhar. Que bom saber de todos os detalhes por aqui. E que ótimo ver a participação do Xavi, sensacional! Abraços!
Helena Aragão · Rio de Janeiro, RJ 28/6/2008 10:10Ah, reforço o pedido do SpÃrito para colocar o curta aqui quando quiser - é bom pacas! E me faça um favor: escreva mais! Você tem a mesma habilidade pra escrita e pra produção audiovisual.
Helena Aragão · Rio de Janeiro, RJ 28/6/2008 10:11
pô, Bender, num faz eu chorar não, cara!!
o que te falei dos motivos pessoais fizeram eu não ir, mas no próximo, estarei lá sem falta.
mete bronca naquela quebrada e o que o mate com angu puder fazer, é só gritar.
sou seu fã, maluco! tamojunto!
:D
AAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!
Muito bom!
mete bronca!!!
Bender conte sempre com o meu apoio fraterno ok saúde e paz...
Bender Arruda · Duque de Caxias, RJ 10/1/2009 19:28
"Assim que é o Coaxo do brejo, que já nasceu grande e com muita responsabilidade e que só aumenta a cada dia".
Que outros coaxos apareçam com ousadia e originalidade. Sucessos!
Saúde e Paz. Sempre!
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