O Dicionário da Música Popular em Santa Catarina se configura como um dicionário virtual elaborado a partir do projeto desenvolvido pelo Núcleo de Estudos Poético-Musicais (NEPOM) do Centro de Comunicação e Expressão (CCE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O dicionário é fruto de um projeto da Profa. Dra. Tereza Virginia de Almeida firmado, em 2004, durante a Mostra Floripa em Composição (evento promovido pelo NEPOM), entre o NEPOM, criado e coordenado pela mesma Profa. Dra. Tereza Virginia de Almeida, e o Instituto Cultural Cravo Albin (ICCA), sediado no Rio de Janeiro, sendo realizado, no entanto, pelo trabalho de bolsistas de iniciação científica da UFSC. Atualmente, os verbetes são produzidos e assinados por uma equipe de pesquisadores ligados ao NEPOM.
A despeito do fato de que essa relação resultou pouco produtiva, o Dicionário da Música Popular em Santa Catarina foi elaborado mais ou menos segundo o modelo do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, exceto quanto aos critérios de registro dos nomes que informam os respectivos dicionários: o Dicionário da Música Popular em Santa Catarina tem como critério para a inclusão de verbetes de artistas agentes atuantes ao menos um ano na cena musical catarinense, desde de que se acentua o processo de massificação assistido no Estado a partir principalmente dos anos 80.
Essa diferença se justifica pelos mesmos motivos que influenciaram a criação do Dicionário da Música Popular em Santa Catarina. De acordo com a coordenadora do NEPOM, as transformações culturais correntes a partir dos anos 1960, permitem “rastrear uma história da música popular brasileira intimamente relacionada com a complexificação dos meios de comunicação massivos”. Este processo implica na “crescente complexidade das questões relativas aos processos de circulação de bens culturais entre os grandes centros urbanos e os diferenciados espaços que lhes são periféricos, bem como na divisão desigual entre os territórios no que diz respeito aos papéis de produtores e consumidores de bens culturais”.
Desta forma, “a criação de bens simbólicos se torna dependente de aparatos tecnológicos restritos aos grandes centros urbanos e, mais especificamente, ao eixo Rio-São Paulo”, ocasionando uma invisibilidade histórica de diferenciadas formas de manifestações culturais, a exemplo da música, cuja produção enfrenta a concentração das gravadoras nas grandes metrópoles. Portanto, “a idéia é produzir, através de verbetes, um mapeamento do cenário musical no momento em que se dá em Santa Catarina um nítido processo de desenvolvimento e profissionalização dos meios massivos de comunicação”. Isso sem ignorar que, com a consolidação da Internet como forma de divulgação e circulação musical e seu acesso crescente, o Dicionário da Música Popular em Santa Catarina testemunha a possibilidade de circulação nacional e internacional da produção musical catarinense.
Para tanto, o projeto, que surgiu com a percepção de música popular de qualidade no Estado, ou pelo menos, de formas de recepção criativa dos produtos do eixo Rio-São Paulo, sem visibilidade, contudo, no Brasil e mesmo em Santa Catarina, depende do desenvolvimento de entrevistas e consultas realizadas pelos pesquisadores para a confecção dos verbetes, bem como para o enriquecimento do acervo do NEPOM, detentor de uma quantidade significativa de depoimentos de agentes em torno do campo musical e de suas condições de circulação no Estado. A proposta consiste em desdobrar o projeto em pesquisas e reflexões que possibilitem a visibilidade de uma história ainda muito pouco conhecida.
Oi Tiago, parece interessante a proposta do Dicionário. Não sei se entendi exatamente os critérios: o artista não precisa ser necessariamente de Santa Catarina, basta ter trabalhado no estado por mais de um ano, é isso?
Qual é a previsão para o site entrar no ar? Já há um endereço eletrônico certo?
exatamente... o critério é a produção e circulação realizadas no Estado. O site já está no ar e o Dicionário em construção:
http://www.dicionarionepom.ufsc.br/
Gostaria de ter mais informações sobre a microestrutura do dicionário (os paradigamas de que se compõe: informacional, definicional, pragmático). obrigado.
Satu · Marília, SP 11/10/2007 01:44desculpem: onde se lê "paradigamas", leia-se "paradigmas".
Satu · Marília, SP 11/10/2007 01:47Que boa notícia, Tiago. Acho que há muito para se dizer a respeito da música e dos músicos catarinense que estão por aí trabalhando (muitos, há muito tempo) e que não se tornam conhecidos pelo Estado afora.
Labes, Marcelo · Blumenau, SC 13/10/2007 00:28Para comentar é preciso estar logado no site. Faa primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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