O fim do jornal impresso

1
Fábio Ricardo · Blumenau, SC
12/4/2008 · 112 · 8
 

Quero compartilhar com vocês alguns dados*, para após isso, iniciar um debate.

* - Dados de Eric Alterman, o repórter de mídia da revista semanal New Yorker. Informação colhida no Observatório da Imprensa. Publicado inicialmente em www.fabioricardo.wordpress.com

As editoras de jornais cujas ações são negociadas em bolsa perderam 42% do seu valor de mercado nos últimos três anos.

O patrimônio acionário da New York Times Company diminuiu 54% desde o fim de 2004.

A contar de 1990, 25% das vagas na imprensa diária americana foram fechadas.

O tempo médio gasto na leitura dos jornais nos Estados Unidos não chega a 15 horas por mês. (Portanto, nem 30 minutos por dia.)

Oito em cada dez americanos entre 18 e 34 anos nem batem os olhos num jornal.

O leitor típico tem 55 anos – e tende a ficar ainda mais velho.

Quase 40% das pessoas com menos de 35 anos ouvidas numa pesquisa disseram que esperam usar a internet no futuro para se informar. Só 8% falaram em se informar pelos jornais.

Menos de 20% dos americanos acham que se pode acreditar em todos ou na maioria dos relatos da mídia.

Será que chegamos realmente naquilo que eu já havia mencionado em uma série de posts, conversas de botequim e reuniões de negócio? O jornalismo como conhecemos realmente acabou? O mundo é dos nerds blogs?

Minha opinião é bem explícita: o jornalismo mudou faz tempo, a gente que não se toca. Estamos trabalhando com um grande zumbi, que mexemos com varetas tal qual um boneco. Mas ele está apodrecendo, e já começou a feder. Daqui a pouco a decomposição fica tão grande que ele se despedaça todo.

E aí? O que os nossos dinossauros jornalistas de nariz empinado vão fazer? Proibir os blogs? Censurar a internet?

Já foi, não tem mais volta. Ou você se atualiza, ou vai ser deixado para trás.

E aí? O que devemos fazer para entrar de cabeça no futuro da informação? Folha, Santa, Radios… A RBS já sentiu a água batendo na bunda, já sei que algo está acontecendo ali e é pra logo. A Folha pensa no assunto mas ainda não se definiu (torço para que não seja tarde demais), algumas rádios já estão buscando atualizações, fazendo tomada de preços e se preparando para a evolução. E você, jornalista? Vai ficar parado?

compartilhe

comentários feed

+ comentar
dudavalle
 

Bons dados !

dudavalle · Rio de Janeiro, RJ 10/4/2008 23:56
1 pessoa achou útil · sua opinião: subir
Fábio Ricardo
 

Quem quiser acompanhar o debate mais a fundo, é só entrar em www.fabioricardo.wordpress.com e ver o que outros jornalistas também têm a dizer.

Fábio Ricardo · Blumenau, SC 11/4/2008 11:34
1 pessoa achou útil · sua opinião: subir
Andre Pessego
 

Legal,
- Mas não é só o jornal - calhamaço, cadernos, secções, etc que está sofrendo modificações. Namorar também. Quantos
bilhetinhos de recado levei. Quantos "cruzeiros" ganhei para lever um bilhete. Até nota na escola "ganhei" para alcovitar namoro de professoras com figuraços. Eu mesmo mandei alguns.
- Agora o que fazer, o que vai fazer o candidato a cidadão do futuro, é que são elas. Digo como guardar a noticia, a informação
ai é que a porca torce o rabo.
mas muito bom o apanhado,
abraço,
andre.

Andre Pessego · São Paulo, SP 12/4/2008 05:37
1 pessoa achou útil · sua opinião: subir
Marcos Paulo Carlito
 

Qual é sua sigestão como alternativa para o jornal impresso?

Marcos Paulo Carlito · , MS 12/4/2008 21:34
sua opinião: subir
Nadir Vilela Poetisa
 

Amei o texto e uma pena que as coisas boas no Brasil vem caindo devagar, temos que questionar mesmo...votado...estou na fila de edição com MULHER BANDIDA deixe seu comentario sobre ela...espero que vc goste...

http://www.overmundo.com.br/banco/mulher-bandida


beijos no core...

Nadir Vilela Poetisa · Itatiaia, RJ 13/4/2008 14:01
sua opinião: subir
victorvapf
 

O Correio, as cartas estão `as baratas. colecionar selos futuramente, como? Ainda bem que guardei meu album de selos...Tem gente que gosta de ler no papel, e` so os jornais fazerem com que se imprima os mesmos nas proprias casas desativando no futuro suas impressoras.Se quiserem se adaptar tem por ai um caminho. Ja pensou? O jornal impresso no horario que se marcar, na nossa propria casa? Seria uma mudança menos traumatica, porque comprar nas bancas no futuro? Dificil imaginar... Muito bom seu texto, porque sao legitimos estes questionamentos... parabens

victorvapf · Belo Horizonte, MG 13/4/2008 14:36
sua opinião: subir
Adriana Leal
 

Penso que se a mídia impressa fosse acabar, isso já teria acontecido há mts anos com o avanço das tecnologias. Felizmente ainda existem indivíduos pensantes, os inconformados com o plugou e pronto.

Adriana Leal · Pesqueira, PE 26/6/2008 14:04
sua opinião: subir
Marcela Ximenes
 

Concordo com a Adriana. As tecnologias avançam sem parar e os impressos seguem. É claro que é preciso se adaptar, é claro que o impresso não pode ficar parado e até onde vejo não está, na maioria das vezes. Os impressos estão trazendo material diferenciado, estão procurando atender a diversidade de consumidores. Digo 'os impressos' para me referir a maior parte deles.
E os jornalistas têm que se antenar, principalmente esses "dinossauros de nariz empinado". A internet é a nova mídia e não é como a TV quando surgiu há poucas décadas. Ela traz a convergência, mas nem por isso vai ficar com todos os leitores e acabar com as demais mídias. Isso é fato.
Por isso os "dinos" têm que ficar atentos, renovar o discurso e respeitar o novo, para que o tradicional impresso não perca a majestade, coisa que acho muito difícil de acontecer.

Marcela Ximenes · Porto Velho, RO 10/11/2008 16:13
sua opinião: subir

Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.

filtro por estado

busca por tag

revista overmundo

Você conhece a Revista Overmundo? Baixe já no seu iPad ou em formato PDF -- é grátis!

+conheça agora

overmixter

feed

No Overmixter você encontra samples, vocais e remixes em licenças livres. Confira os mais votados, ou envie seu próprio remix!

+conheça o overmixter

 

Creative Commons

alguns direitos reservados