No ano de 2004 se pensou uma proposta para a visualização e socialização de vídeos independentes no Amapá. A proposta partiu de uma iminente carência em nosso estado com o que diz respeito ao incentivo na produção áudio-visual e até mesmo para a visualização deste material. Assim surgiu o Festival de Imagem em Movimento – FIM. Augusto “Tuto”, da equipe do festival, nos fala mais detalhes sobre como começou:
“A idéia partiu do DCE da UNIFAP, que levou adiante a proposta do projeto de cinema experimental e em 2004 ocorreu o primeiro FIM. Nesta ocasião o festival recebeu filmes de outros locais como Belém e Moçambique. Foi um festival bem doméstico e com o público bem reduzido, mas foi uma experiência muito válida.”
Ao todo foram 18 trabalhos convidados, 7 da mostra competitiva, além de 5 do Amapá. No ano seguinte o festival entrou no Guia Brasileiro Festivais de Cinema e Vídeo e a equipe do festival se informatizou melhor. Foi aí que os resultados melhoraram, a equipe do festival recebeu 13 trabalhos convidados, 17 na mostra competitiva e 7 do Amapá. Um número animador se comparado ao ano anterior. Além disso, o público passou a ter uma boa referência do festival, passando a se interessar mais pelo seu formato, participando das exibições e produzindo cada vez mais vídeos. Alexandre Brito, um dos coordenadores do festival, nos fala mais destes resultados:
“Em 2004 se observou, no caso amapaense, a exibição de vídeos que já existiam antes do festival e por algum motivo estavam engavetados, pois não encontravam espaço para divulgação nem nas TVs abertas e nem nos festivais, já que este último nem existia. Com o festival de 2005 já se começou a verificar coisas novas produzidas em 2004 e em 2005, ou seja, material que foi produzido entre o 1º e o 2º FIM. Resultado maior pôde ser visualizado agora, onde se observou um boom na produção local de material de 2005 e 2006, tanto que quase a metade da programação foi com vídeos amapaenses, de 35 vídeos na mostra 16 são daqui.”
A inclusão do festival no Guia Brasileiro Festival de Cinema e Vídeo foi importante, já que hoje todos os festivais que estão em sintonia com o Guia possuem o contato do FIM. Com isso o festival se tornou uma referência, pois agora outros grupos sabem que no Amapá existe um agrupamento que está fomentando o audiovisual local em sintonia com outros centros.
Mas para que se alcançassem estes resultados positivos foi preciso muito esforço. Eles lembram que a 2º edição do FIM sofreu algumas alterações de caráter funcional, já que a Unifap não apoiou o festival como deveria. Como resultado disso “o festival hoje é patrocinado pelos seus organizadores e apoiadores e não tem nenhuma ligação institucional, governamental ou partidária”, afirma Tuto.
Importante ressaltar que em suas duas primeiras edições (2004 e 2005) o FIM tinha caráter competitivo nas categorias Curta metragem, 1 minuto, vídeo publicitário e documentário e estas recebiam premiações. Em sua terceira edição, realizada nos dias 23, 25, 26 e 27 de dezembro, o FIM fez uma chamada aberta para quem quisesse enviar o material. Tuto comenta o resultado da iniciativa:
“O que me surpreendeu foi que com isso nos recebemos muito mais vídeos que nos anos anteriores, principalmente os daqui do Estado, tanto que este ano tivemos que fazer três dias de festival. (...). Fizemos também uma intervenção no Delta do Matapí em Santana. No dia 25 fizemos uma mostra na Fortaleza de São José de Macapá e nos dias 26 e 27 foram no Centro de Convenções Azevedo Picanço, onde concluímos as exibições com público recorde e com mais vídeos do que previsto na programação oficial, já que alguns chegaram após a conclusão do material de divulgação.”
A equipe do FIM atua não somente no período dos festivais, que geralmente se dão em dezembro, mas procura acompanhar o processo fomentando a produção do audiovisual com oficinas e palestras, ministradas principalmente por Alexandre Brito. Eles possuem um acervo de mais de 100 filmes e com isso criaram o FIM itinerante, que vai ao Bairro do Novo Horizonte, na cidade de Santana, na Praça da Bandeira, na própria Unifap e com isso novas portas foram se abrindo, já que os vídeos são bons, o público quer assistir e há um interesse em exibi-los.
Recentemente, a equipe do FIM fez uma nova parceria com a Unifap. Trata-se de um projeto chamado UniVERcinema, onde serão feitas exibições nos Campi da Universidade em municípios como Oiapoque, Calçoene, Santana e Laranjal do Jarí. E leva o seu projeto para além da exibição de vídeos. Alexandre diz que “o FIM trabalha o viés político, já que trás em seu bojo temas como a democratização dos meios de comunicação. Também trabalha o lado cultural, pois salienta as formas de trabalhar registros que manifestem a identidade local em sintonia com outros centros e é uma manifestação técnica com o que diz respeito ao tratamento de fotografias, áudio e vídeo”.
Na exibição de sua terceira edição o público pôde verificar a evolucão do festival. A programação estava repleta de bons vídeos como Mazagão Velho e a Festa de São Tiago (AP), Movimento Humonetário (SP), Esperança (AC). Os que mais se destacaram no último dia foram O Vaso e Mukifo, os dois com produção, direção e edição amapaense. Percebeu-se que cada vez mais o FIM se firma como uma referência na área, já que muitos acabam concluindo seus vídeos pela perspectiva da mostra.
Iniciativas como esta que fomentam a produção cultural, a discussão política e técnica usando como instrumento o audiovisual são dignas de bons resultados e se constitui em uma atitude plausível. A equipe do FIM pretende fazer com que este processo cresça a cada dia e convida outras iniciativas que queiram entrar em contato pelo http://www.fim2006.blogspot.com/ ou pelo imagem.movimento@gmail.com. E não esqueça: o FIM é só o começo.
PauloZab...
Sua colaboração aparece na fila de edição como na seção de ARTES VISUAIS. Acho que a seção não é essa. Da tempo de corrigir isso. Não li teu texto.
Parabens a galera do FIM.
Roberto Maxwell · Japão , WW 11/1/2007 11:11Eles realmente merecem os parabéns. Venho acompanhando de perto A edições do FIM e pude perceber o quanto é necessário ser amante do audio-visual para correr atrás de patrocínio e levar iniciativas que fomentem a produção cultural adiante.
PauloZab · Macapá, AP 11/1/2007 11:44Parabéns pela iniciativa, agora é bola pra frente e cada vez mais incentivar a democratização dos meios de comunicação a população mais carente.
Higor Assis · São Paulo, SP 11/1/2007 14:51
Todos os segmentos da cultura em todo o país deveriam começar a se articular na perspectiva do circuito fora do eixo. seria um avanço estrondoso essas cadeias produtivas da cultura interconectadas em nivel estadual. isso sim seria um fomento a auto-gestão. abs, paulo. produção em alta sempre.
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