"Pais, filhos, conversem mais. Nem que seja pelo celular." Era assim que o músico Marcelo D2 deixava o seu recado na campanha publicitária da operadora de telefonia TIM, no Dia dos Pais de 2005, criada pela agência McCann-Erickson.
O pano de fundo é uma mesa, o filho em uma ponta, o pai na outra. O pai lê o jornal e toma café, o filho está com um jogo eletrônico portátil e toma seu cereal matinal. Aparentemente, não há nada de errado: apenas a ausência de comunicação.
A tecnologia deveria ser a ferramenta que ajudasse o homem a resolver problemas. Mas, se a gente parar e refletir sobre como está utilizando a tecnologia a nosso favor, poderá notar as pedrinhas no caminho e, até mesmo, muros invisíveis que distanciaram humanos de humanos.
É muito comum, nos dias de hoje, ter acesso a produtos tecnológicos, ou até viver tão tecnologicamente condicionado, sem saber ao certo como aquilo foi acontecer (muito comum em países emergentes).
Para as empresas responsáveis pela venda e “democratização” da tecnologia, é mais conveniente ignorar o fato de que muitas pessoas não saberão utilizar aquela tecnologia a seu favor do que educá-las e sugerir a elas como utilizar tão poderosas ferramentas, facilitadoras para a relação humana de fato.
Enquanto outras marcas do universo tecnológico exploram questões “avançadinhas” do que é ser “moderno” na era da tecnologia, a operadora de telefonia móvel TIM foi na contramão, utilizando sua comunicação publicitária para recomendar formas saudáveis de usar a tecnologia para viver melhor.
Uma comunicação simples, sem tantos apelos gráficos e musicais, funciona de forma profunda; afinal, incomoda saber que, na era da tecnologia, a falta de comunicação é evidente, mas ninguém vê; é perfeitamente audível, mas ninguém ouve. Estamos muito ocupados para ver e ouvir.
A publicidade educativa que venho comentando aqui no Overmundo é exatamente esta. É a comunicação que respeita o consumidor, “joga limpo” e sugere práticas de como viver melhor e enxergar além das belezas plásticas que não pertencem ao mundo real.
Enquanto muitas corporações “martelam” o discurso da sustentabilidade e da responsabilidade social, poderiam, elas mesmas, olhar para o umbigo de sua comunicação e aí, sim, cumprir com todas essas palavras bonitas das “responsabilidades”.
Compromisso sincero, prova de generosidade genuína, se expressa com o estímulo a práticas conscientes de uso dos produtos.
Se o homem se tornou submisso às máquinas, não posso afirmar com toda a certeza. A questão é que ainda há tempo para refletir sobre a tecnologia, e sobre como vamos utilizá-la a nosso favor em dias tão confusos.
Que caiam os muros invisíveis. Quero começar a ver.
Bom texto reflexivo.
Tecnologia é bom mas tudo passa. Só o homem na essência é eterno.
Volto para Votar. Abraços...jbconrado
Opa, meu voto de pé. Olha aeh, minha amiga, uma coisa eh certa: um descuido e tudo na sua casa faz parte do móvel. Ninguém mais senta junto, ninguém mais conversa. Contatos mínimos. Aqui em casa, chego a brigar. Quero todo mundo no jantar ou no almoço ou num simples café, reunidos na mesa. Não quero ninguem comendo na sala na frente da TV, outro na frente do computador, a mãe passando roupa no quarto e eu comendo sozinho na mesa. Dei um basta! Ou eh assim ou eh assim e nao tem meio termo. Talvez eu seja exagerado, mas eh assim que quero falar, conversar, brigar, com minha amada família.
Valew mesmo, Esther.
abcs
Verdade e nós precisamos refletir sobre ela, exatamente no momento em que dela fazemos parte,
abraços
andre.
"Que caiam os muros invisíveis. Quero começar a ver" Muito bom Esther... dispensa comentários! Votado.
JACK CORREIA · Crato, CE 19/6/2008 16:55Para comentar é preciso estar logado no site. Faa primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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