Diante de tantas interrogações acerca da perspectiva de um ano vindouro diferente repleto de realizações. Uma pergunta ainda continua a povoar pela história a fora a mente da humanidade inteira. Afinal de contas passamos em brancas nuvens por 2008 ou simplesmente deixamos, com nossa passividade, que o ano não fosse além de ato contÃnuo, disperso por entre as nossas mesmices cotidianas?
Admitamos, nossa passagem por 2008 não foi das mais agradáveis, mas, absolutamente suportável. Como dizem “pior seria, se pior fosseâ€. Pelo sim ou pelo não, dirÃamos ao menos que à duras penas, tentamos ser felizes no limite extremo daquilo que realmente podia ser possÃvel. Até porque a felicidade não existe no absolutismo das nossas pretensões insofismáveis... Ela é tão somente fragmentos de uma vida inteira preenchida quando muito, por momentos felizes: combustÃvel absolutamente necessário para que possamos continuar alimentando nossas crenças no novo, na possibilidade de um amanhã repleto de realizações como almejamos à s vezes por uma pura tradição natalina.
Mas cremos. Acreditamos quase à exaustão de tudo aquilo que supomos ser possÃvel. Neste subjetivismo quase ingênuo é que reside toda a magia do ano-novo. O verdadeiro raio de esperança pelo qual o gênero humano aprendeu ano após ano, a superar suas decepções sempre com o olhar e o pensamento afirmativo focado na esperança de dias melhores como um presente divino encravado na utopia do ano vindouro.
Mas não podemos esquecer que cada ser humano tem a sua história. Este estado de felicidade não costuma ocorrer de modo linear. Há anos, contudo, que preferimos esquecer para sempre, como outros que se impregnaram de tantas memórias e, que à s vezes até desconfiamos que eles de fato nunca existiram. Tudo com o mesmo Ãmpeto daqueles inesquecÃveis que cravaram no nosso Ãntimo a marca indelével dos momentos eternos. Por fim, são estes sentimentos estranhos carregados de abstrações que sempre se renovam para amainar nossas angústias e decepções de uma existência inteira sem maiores novidades.
Em 2008, tudo que vivenciamos de bom ou de ruim serviu-nos pelo menos como aprendizado. Um acúmulo de experiência dos mais importantes ao fortalecimento da nossa resistência e das nossas crenças em meio aos maremotos e os tsunamis de uma sobrevivência longa e enfadonha para muitos, curta e agradável para poucos.
Vivemos. Superando obstáculos... Lutamos talvez apenas o necessário para que não sucumbÃssemos à s sanhas do trágico e da catástrofe. Um leão precisa ser sacrificado a cada dia, como se em cada manhã um juÃzo final estivesse sempre começando. Viver é mesmo um sacrifÃcio digno de heróis. Uma ponte para algo que não conhecemos de modo antecipado – o mistério.
Deste modo, conseguimos provar para nós e para os outros que podemos sim, superar o impossÃvel que reside intimamente em nosso imaginário. Que podemos alcançar os pÃncaros da felicidade que sonhamos, a partir do instante em que nos libertamos do nosso medo, há muito guardado hermeticamente no âmbar das nossas angústias mais interiores.
E assim, como através da superação do nosso velho e crônico egocentrismo bizantino tentamos sobreviver ao triturador de sentimentos com que se transformaram quase todas as formas de relacionamento que procuramos estabelecer com a fauna humana que nos rodeia. Acrescente-se a isso, que (sobre)viver nunca será o bastante para quem aprendeu a pensar e ver as coisas sob o viés holÃstico, panteÃsticamente. Ser feliz é o que importa. Resistir é, e sempre continuará sendo, a nossa marca. Qual uma incisão profunda feita pelo tempo na nossa carne. Assim como na nossa própria alma. Uma cicatriz, uma insÃgnia granÃtica adornando o nosso peito, produzida a ferro e fogo pelos deuses do Olimpo no seu mais claro instante de embriaguês total.
Através das nossas sinergias é que enxergamos todo o vazio existencial da nossa procura eterna. A tal ponto, de podermos encarar o sol nascente, tanto quanto o poente, como um sinal de bonança e de felicidade a desafiar a ousadia da humanidade inteira. Talvez, como velhas dádivas postas sempre ao desejo inalcançável das nossas mãos. Mas, convenhamos, a felicidade é algo inventado justamente para não ser palpável. Não ser sentida pelo tato das mãos, mas sim pelos sonhos e nossas utopias mais extravagantes. Lunetas atemporais a nos remeter para outras dimensões do espaço-tempo. Quem sabe como um apelo para que nos desprendamos tanto do ‘agora’.
Assim foi 2008. Um ano indefinÃvel até para os sonhadores. Uma esperança elástica que nos remeteu ao futuro do presente. Uma promessa.... Um adiamento de horas mortas sempre protelado devidos à s várias formas apresentadas pelo não ser. E tudo o mais que de resto escolhemos para viver o presente do ano que se finda na (des)esperança quase absurda de que tudo o mais que existem em nós renasça e se renove tantas vezes se faça necessário numa cronologia de um novo tempo que não foi nem nunca será. Posto que ainda está sendo e o seu nome é quando... Dessa maneira é que vivemos, nos suportamos... Morremos tantas vezes abraçados aos desejos atlanticamente desvairados, episódicos, imediatistas sufocados pelos desejos espúrios, obscenos, maquiavélicos de vivermos tudo a um só tempo.
Como um ser ensandecido a contemplar nas fÃmbrias do abismo seu próprio egoÃsmo venenoso, a sublinhar o que há de mais cego na nossa visão mÃope unilateralmente ingrata perante a paisagem da vida colorida que nos cerca e que jamais veremos como ela tal se apresenta no fim que a todos está reservado.
E o que falar do nosso descompromisso com o lado bom das coisas do mundo? Do nosso entendimento dito racionalista, um tanto quanto troglodita com que enxergamos não o todo de tudo, mas somente os pedaços do resto que não existe por si mesmo?
Assim como os fragmentos e as migalhas da vida plasmada nunca a partir de nós, mas nos outros?
Nisso é que reside nossa falta absoluta de humildade para absorver o novo, o diferente e tudo o mais que não aquiesce sem o porquê daquilo que se fará necessário e produtivo para que juntos, possamos enfim, muda a face suja e podre das coisas que embrutecem tudo que há neste neste mundo.
Mas o mundo? O mundo somos todos nós. Tudo que o destrói e envergonha acontece primeiro e necessariamente dentro dos nossos corações e em nossas mentes prenhe de maldade, ignorância e lixo,
O desejo de poder. A disposição do homem pós-moderno para o cinismo e para o crime. Tudo isso é que queremos deixar em 2008. Nada disso queremos encontrar de novo em 2009.
Aspiramos um ano-novo de verdade. Sem falso moralismo a manipular os gestos dos autênticos e necessários seres iluminados. Mas, não nos esqueçamos que o novo que esperamos encontrar na face de 2009 estará primeiro em nós, muito mais no agora do que no ontem.
O amanhã é a semente que plantamos neste instante.
Sempre haveremos de viver no pretérito do futuro. Caso contrário, o ano que se avizinha depois desta meia noite não passará de uma inscrição numérica, adormecida, morta e fria pendurada na folhinha do calendário, como um fantasma. Um espectro de nós mesmos a nos espreitar de cima da parede. Como um velho carrasco a nos acompanhar pela vida afora até o último degrau do cadafalso.
De fato, as pessoas é que fazem a diferença. Portanto, acreditar que nem tudo está perdido já será um bom começo.
Acreditemos em 2009 como uma mulher primeira a se entregar para o amante. Assim é que devemos ver o ano que virá hoje, com esta perspectiva de celebração das mais lisonjeiras e agradáveis. Façamos a nossa parte para que o amanhã possa logo nas primeiras horas desta quinta-feira, nascer feliz como uma chuva de verão trazendo a esperança que reivindicamos. E tudo será assim: do jeito que imaginamos, idealizamos no nosso universo criador de utopia, tragédias e agruras. Tudo acontecerá como sempre aconteceu pela história a fora num passo de mágica...
O diferente é pensarmos de outra maneira... E os caminhos assim como os acontecimentos concretos nos parecerão absolutamente diversos, sempre nos moldes daquilo que sonhamos.... E o mundo se iluminará como a aurora sobre o Araripe.
A inteligência em 2009 precisa vencer de vez e para sempre, toda a ignorância... Simplesmente porque o ano-novo será de agora em diante, um eterno acreditar. Um recomeço para os que não se cansam de experimentar o primeiro passo da nova estrada. Pois um novo jeito de viver e ser feliz sempre será possÃvel no semblante do ano-novo que renascerá daqui a pouco em cada um de nós.
Viva 2009!
cada dia sempre traz um aprendizado. Paz e bem.
graça grauna · Recife, PE 10/1/2009 16:50
Todos somos, ora sensÃveis , ora "trogloditas"
E como o ano se faz de todos nós
Os anos são e sempre serão uma diversidade ...
Um texto com esperanças que devemos manter, não deixar morrer os sonhos, a alegria, inda que a realidade nos diga não!
Parabéns! Beijos!
De minha parte, não costumo fazer planos com validade de um ano, por isso não tenho ano perdido. A vida acontece e a acompanhamos da melhor maneira. Por vezes, a fazemos acontecer a nosso modo. 2008 me foi muito bom e 2009 não será menos bom.
Marcos Pontes · Eunápolis, BA 11/1/2009 14:26É isso aà Marcos. Mas não se esqueça, isso é literatura... construção ficcional. Mas por favor não me APERTE O VERMELHO sim!!!? rs
José Cycero · Aurora, CE 11/1/2009 16:00
Saudades menino!
Num tiro da cabeça nunca, um trecho de uma música cantada por Fagner (de quem é?): "Se esse mundo é desumano, nós somos dele uma parte, se a vida é só um sonho, que seja um sonho de arte..."
A vida é mais simples do que a fazemos no plano das idéias. Quanto a nós (os bichinhos da goiaba), temos que ter cuidado pra não morder o próprio rabo, se é que ainda não o comemos.
Vai que acreditamos quando o Leonardo Boff diz que é tempo de transcendência. Só que enquanto não transcendemos, insistimos em NÃO SER, e passamos pela estrada de volta do domingo fingindo não ver o ciclista atropelado na beira do abismo. Ou por medo de uma cilada, ou por não querer perder tempo numa delegacia, ou simplesmente porque NÃO SOMOS, e daÃ!?
Se a gente começa a teorizar provavelmente argumentaremos enfaticamente que não somos tão ruins assim, afinal somos HUMANOS.
Ainda resta uma esperança?...Onde está?!
Talvez no abraço que nos damos agora!
Lindo texto! Otimismo é bom, sem esquecer que nossa vida é o resultado de nossas escolhas.
Abraço
Já nasceu, somos privilegiados, agora vamos cria-lo. Abraços e seja bem-vindo.
Juscelino Mendes · Campinas, SP 11/1/2009 23:23
José,
O ano de 2008 deixou um rastro de destruição e guerra, o qual infelizmente 2009 vai seguindo.
Abraços
Feliz 2009 e já começa com meu voto!!!
Sergio Berrini · Rio de Janeiro, RJ 12/1/2009 07:13
CÃcero,
texto muito bom. Feliz 2009!Votado.Abraços...
José Cycero · Aurora (CE)
O Novo e o Velho do Ano que Existe em nós
2008 foi um Ano Extraordinário.
Escrevemos como nunca.
Formamos amizades admiráveis com gente cheia de talento e criatividade
Nossos trabalhos, de alguma forma se constituem um bem gracioso e querido que nos revela e que temos orgulho de assumir, seja nos temas, no posicionamento Humano e até nos erros dos escritos.
As Lutas da vida sempre teremos de ter mas, como nunca o Brasil se consolidou pro mundo e pro próprio Brasil que é um pais insurgente e pacifista, que superou os rancores com por exemplo a Argentina e agora somos Amigos Fraternos.
Ficou Claro que estamos evoluindo na superacáo de questóes como a fome, as desigualdades, vagas nas Universidades, Vagas nas creches, vagas nas Escolas Técnicas, Bolsas Estudantis, emprego e renda.
Nós e nosso Brasil avancamos muito e isso ficou inquestionável.
Temos de continuar caprichando porque mesmo com essa crise do Bush, estamos indo em frente.
Valeu o sacrifÃcio dos Andradas e da Princesa Leopoldina.
Parabéns por nos sacudir toda essa sua ref;exáo táo profunda.
Abracáo Amigo
Obrigado por sua Amizade em 2008.
Quero mante-la infinitamente.
texto bem feito e reflexivo...
mas confesso que prefiro levar a vida em flashes!
abraço, Cycero
a esperança do ano novo dura até o carnval.... depois, amigo, arregaça as mangas e manda ver!
bjk
E assim se renova ...
Andre Luiz Mazzaropi
O Filho do Jeca
www.andreluizmazzaropi.com.br
Não desejar (pelo menos o que não depende de nós) já é se por no caminho para a felicidade... e mais...
E vejamos ano entrar e sair, mas, vamos subir na medida de nossas possibilidades e um pouco mais subir degrau a degrau, uns mais lentos outros mais rápidos, mas degrau a degrau a escada que nos possa levar a ser um Ser melhor.
Parabéns
Abs besfor ,
Mundo vai mundo vem e a gente continua na expectativa de dias melhores, eu acho que nós precisamos lutar para ele se renove e que a gente consiga um pouquinho mais de paz. Meus sinceros aplausos e abraços, amigo José Cycero.
Carlos Magno.
A todos vcs meus agradecimento sinceros pelo apoio, carinho e participação de todos....jc
José Cycero · Aurora, CE 13/1/2009 00:40
Morreu o ano velho
com tristeza e desengano –
viva o sonho novo!
abs.
Votado! Feliz 2009
Eu coloquei para votação meu toque de nostalgia.
Espero que goste e vote, bjs
http://www.overmundo.com.br/banco/violao-enluarado
Dizem que a felicidade está onde a colocamos.
Assim todos os anos renovo as esperanças sem nada pedir além de saúde e paz.se eu tiver essas duas coisas por certo meu mundo será quase perfeito.
adorei seu texto meu querido,me perdoa a demora.
Um beijo em seu coração.
Sonhar, mais um sonho impossÃvel....
Bom !...muito...
Abraço e Felizzzzzzzzzzzzzzzzz.....
Que se faça o ano. Com o que temos mais alguma ousadia.
Belo texto.
Belos votos para o ano que entrou. Gostei e votei.
Inês de Sampaio Pacheco · BrasÃlia, DF 13/1/2009 17:52Poeta José, esta crônica nos faz refletir sobre o que esperamos de um novo ano e tão bem sabemos que tudo depende de nós, inclusive este "aprender". FELIZ 2009!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Lido e votado!
Angela Lara · Porto Alegre, RS 13/1/2009 19:56
Cheguei atrasada, mas, votei com gosto!
"Façamos a nossa parte"!
Beijos e Feliz 2009!
"Mas o mundo? O mundo somos todos nós. Tudo que o destrói e envergonha acontece primeiro e necessariamente dentro dos nossos corações e em nossas mentes prenhe de maldade, ignorância e lixo. O desejo de poder."
é boa escrita. e para mim; basta.
juntos, meu voto e meu abraço.
Silveira
Há esperança, Cycero!
Abraço fraterno 2009...
Herculano
Sempre devemos levar a esperança, e em cada ano renovar-mos e fazer com que nossos melhores sonhos se realizem...parabéns pelo belo texto!
Betânia Uchôa · Salvador, BA 14/1/2009 18:47
Posso dizer que muitos de nós não vivemos do ano metade do que nos ofereceu... E deixamos passar, acomodados, cansados, tantas e tantas coisas...
Que seja infinitamente melhor que no ano passado...
Gostei muito!
Beijos,
Aube.
parabens amigo
muito bom mesmo
cade nosso amigo domingos?
abraços
depois de um longa ausência...
estou de volta!
bj na alma!
Uma reflexão mais do que poética sobre o ano que passou. Parabéns!
Chico Piancó · Fortaleza, CE 16/1/2009 11:03
Ano novo, ano velho, este ciclo se renova a cada instante.
ótimo texto, gostei muito.votado.
O NOVO POETA.(W.Marques). · Franca, SP 18/1/2009 15:53Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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