O novo patrulhamento do pop brasileiro

CSS: e se divertir, pode? (foto do pilulapop.com.br)
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Rodrigo Ortega · Belo Horizonte, MG
20/5/2006 · 132 · 29
 

Conseqüência da expansão do novo pop brasileiro, o novo patrulhamento do pop brasileiro está em voga. É a tentativa de implantação, na era MTV, do velho projeto de fusão da música brasileira com o pop globalizado sem superar a vergonha das manifestações mais conservadoras da música nacional, nem fazer questão de conhecer a nova música pop além dos seus clichês. Aproveita-se de um e de outro para depois piscar, desdenhar, deixar clara uma suposta superioridade intelectual. Com origem no pensamento de esquerda, o novo patrulhamento do pop usa o velho artifício de dirigismo das massas.

O mote agora é, no meio da inédita quantidade de informação musical disponível da internet, "prestar um favor" ao público de separar para ele o joio do trigo. É o combate da anarquia do P2P e do mp3 player em nome da censura intelectual da "música de qualidade". É Trotski fantasiado de Lorena Calábria. É quase uma recompensa moral do primo pobre e nerd contra a prima rica e burrinha: "Ela tem um I-Pod, mas ouve Pitty. Nhé." A ordem é uma música sem idiossincrasias, que não deve ser totalmente regionalista nem completamente alienígena.

O novo patrulhamento é mais uma campanha intelectual do que musical. Marcelo Camelo vive rejeitando qualquer análise mais complexa de sua música, e eu acredito nele. Mas não acredito em quem quer rotular o Ramirez como um sub-Los Hermanos, ou uma versão dos Los Hermanos que ainda não superou a fase "Anna Júlia". Preferir Ramirez ao 4, ou Rádio de Outono a Mombojó, para o novo patrulhamento, é como votar no PFL. É heresia. É burrice. É crime contra o patrimônio nacional. O novo patrulhamento do pop brasileiro, assim como os patrulhamentos esquerdistas mais intransigentes da atual política brasileira, quer simplificar a situação e forjar uma guerra fria (porque suas teorias só funcionam neste velho contexto): somos nós ou o ACM.

A pergunta que não quer calar é: de que lado fica o Gram? O fato de que o novo patrulhamento está em voga não significa que ele é coerente, nem que não seja fruto da cabeça de uma minoria pedante. Mas sua existência e sua hegemonia podem ser comprovadas na recente edição 200 da "pouco ousada" (nas palavras do jornalista LuizCésar Pimentel) revista Bizz.

Em uma nova coluna, chamada "Pense Conosco" (bom nome para ministério do grande irmão do livro 1984 ou para um panfleto soviético), Alex Antunes defende a tal dissolução das idiossincrasias que não deve ser totalmente regionalista nem completamente alienígena. De uma tacada só, ele se livra do problema monstro de pensar sobre o Calypso, e pede pelo amor de Deus para que a Cansei de Ser Sexy mude de vez para os EUA e não promova mais o absurdo de divertir adolescentes brasileiros alienados. A ausência atual de hierarquia cultural é desculpa para dissolver tudo até ficar com gosto de carne de soja.

Na matéria de capa, eles fazem uma análise de Selvagem? (1986), dos Paralamas do Sucesso, tentando apagar seu papel reacionário de ter aplicado botox em Gilberto Gil. Ironicamente, Herbert Vianna parece a única pessoa lúcida sobre este papel de Selvagem?. Ele conta que "os jornalistas chegavam para essas bandas (Titãs, Barão Vermelho) na base do 'E aí? A música nova é isso aqui, ó... O que vocês vão fazer agora?". É a mesma pergunta que os defensores do novo patrulhamento querem fazer, em tom de interrogatório de ditadura, para o CPM 22 e o Jota Quest, tentando manter Ronei Jorge e Los Hermanos debaixo de suas asas.

Na mesma matéria, entre referências irônicas ao RPM, Cadão Volpato, do Fellini, quase pede desculpas por ter "macaqueado os rock lá de fora". Devem ser as mesmas desculpas que se esperam do Gabriel do Moptop, para que ele deixe de ser apenas uma promessa do novo rock e se filie ao novo patrulhamento.

Por fim, a Bizz apresenta uma entrevista com Odair José. O comentário mais simples é: "Aahh, agora vocês entrevistam né?". Se o novo patrulhamento continuar no poder, não se assuste se, depois que o Chorão estiver velho e sem força para distribuir sopapos entre os jornalistas, a imprensa começar a achar suas músicas "divertidas" e "espontâneas". Sua entrevista vai ser anunciada com a chamada "Domésticas, tremei", e os críticos vão criar interpretações sociológicas para suas músicas muito mais complicadas do que o próprio Chorão possa imaginar. Mas só depois que ele se tornar inofensivo. Coragem não é uma virtude do novo patrulhamento do pop brasileiro.

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toru
 

Olá Rodrigo, gostei de ler o seu texto. Acho qualquer discussão sobre música pop no Brasil importante e divertida. Você menciona várias vezes sobre o novo "patrulhamento" da música pop brasileira. Não sei se a minha capacidade de interpretação de textos anda abalada pelas noites mal dormidas, mas não entendi o que quer esse "patrulhamento". Você poderia explicar melhor? Afinal, de acordo com ele, o CPM22 é legal ou não? Cansei de Ser Sexy é legal ou não? Calypso é legal ou não? Ajuda aí! Abs e valeu.

toru · Rio de Janeiro, RJ 18/5/2006 17:45
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Delfin
 

Se é pra falar em patrulhamento, falar do caso da Bidê ou Balde e do processo de censura do Acústico Bandas Gaúchas é fundamental.

Delfin · São Paulo, SP 19/5/2006 21:45
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wado
 

Acho legal a polêmica do texto. Mas como no comentário do camarada ai de cima não entendi onde você se situa. Acho que o mundo está vivendo um momento Rock e isto tá bem obvio. O que me preocupa é não haver filtros pra criação brasileira no segmento.

wado · Maceió, AL 20/5/2006 10:02
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Rodrigo Ortega
 

a foto aí em cima é da cansei de ser sexy. eu me situo do lado contrário do patrulhamento, q é essa obrigação de trazer elementos tradicionais do "popular brasileiro", o q, no caso, condenaria o cpm, a pitty e a cansei de ss. o patrulhemento desdenha o "bobinho", o "comercial", o "não irônico", como jota quest e o ramirez. sou contra esta atitude. se alguem defendesse a jovem guarda ou o odair josé no auge deles, seria linchado. a tropicália veio para acabar com isso, mas fez o contrário: você pode defender estes tais bobinhos e comerciais, mas desde que haja um distanciamento, uma piscadinha, uma ironia, uma forma de mostrar sua superioridade intelectual. e o patrulhemento continua. acho q expliquei onde me situo, né? tipo, contra isso, pelo direito à ingenuidade.
nossa, paro por aqui, escrevi demais :)

Rodrigo Ortega · Belo Horizonte, MG 20/5/2006 13:00
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Renata Braga
 

Oi Rodrigo, gostei de ler o teu texto , mas confesso: fiquei tão perdida quanto os amigos que postaram acima....(com a devida liceça) faço das palavras do Toru as minhas....

Renata Braga · Rio de Janeiro, RJ 21/5/2006 13:59
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Thiago Camelo
 

Acho que, ao defender a "ingenuidade", vc acaba determinando que existe uma forma de arte "não-ingênua", e aí está o perigo. Dizer que existem bandas ingênuas e afirmar "ah, tudo bem que elas sejam ingênuas" é uma atitude um pouco paternalista, não? Bem similar à atitude que vc critica no texto, do tal olhar menor pra certos grupos. Enfim, de todo modo, gostei da reflexão sim, e concordo com ela em certo ponto. Aliás, ontem eu fui ao show do Cansei de Ser Sexy e achei a banda demais.

Thiago Camelo · Rio de Janeiro, RJ 21/5/2006 14:12
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Bruno Maia (sobremusica.com.br)
 

Acho bacana a discussão sobremusica pop, como disse um amigo aqui embaixo... Agora, discordo completamente de você. Uma coisa é patrulhamento, outra é crítica. O Ramirez é uma cópia do que os Hermanos eram. Ponto. Se isso é bom ou ruim, vai do juízo de cada um. Não me sinto patrulhando ninguém, mas acho os discos do mombjó duas pérolas e o do Ramirez fraco. Acho o Rádio de Outono engracadinho, mas cansa. CSS eu ainda não vi pessoalmente. O que você tem que tomar cuidado é para não legitimar o 'qualquer-coisa'. Dibob é ruim demais, Forfun é ruim, Ramirez é ruim, CPM22 é ruim, NX Zero é ruim, Charlie Brown Jr é ruim... Pra mim, é. Nada contra eles pessoalmente. Eu só não gosto deles como também não curto o som da Fafá de Belém, po exemplo. E vou continuar criticando enquanto eles fizerem discos ruins. Os Detonautas, por exemplo, eu também não gosto, mas já vejo um esforço claro deles na tentativa de melhorarem, de irem além, o que eu não vejo nessas outras bandas... Então é isso: patrulhamento não, crítica sim. Formô?

abração!

Bruno Maia (sobremusica.com.br) · Rio de Janeiro, RJ 21/5/2006 14:37
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Bruno Maia (sobremusica.com.br)
 

Agora, Delfin, eu não tenho a mais vaga idéias sobre o que você falou do Acústico MTV Bandas Gaúchas... Tell me more...

Bruno Maia (sobremusica.com.br) · Rio de Janeiro, RJ 21/5/2006 14:39
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Sergio Rosa
 

Delfin deixou a galera instigada. Também quero saber dessa história.

Sergio Rosa · Belo Horizonte, MG 21/5/2006 15:20
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Daniel Cariello
 

Gostei do texto. Vale também lembrar que há 5 ou 6 anos era impensável você tocar Chico Buarque, Cartola, Clara Nunes e Simonal em festas para 'jovens' (entre aspas, claro). Hoje é o que há de 'in'. Pelo menos em Brasília, as festas de música brasileira são sempre as mais cheias e animadas.

E aí vem (mais) uma reflexão: mudaram os gostos ou a 'patrulha' mudou seu foco?

Daniel Cariello · Brasília, DF 21/5/2006 15:36
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Daniel Cariello
 

Essa questão a que o Delfin se refere é o episódio da música "E por que não?", acusada de fazer apologia à pedofilia.

Tem mais sobre isso aqui: http://igpop.ig.com.br/materias/321001-321500/321444/321444_1.html

Daniel Cariello · Brasília, DF 21/5/2006 15:39
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Rodrigo Ortega
 

concordo com vc, bruno, crítica sim. legal q parece q vc ouve os discos, não tem preconceitos, tipo tem coragem de falar assim de detonautas, o q mta gte deve achar um absurdo. por exemplo, eu acho o chorão péssimo, a pitty ótima, e não ligo se alguém achar o contrário. pode parecer q eu estou sendo paternalista, acho legal o tiago dizer isso, mas meu objetivo não é esse. o q rola, sim, é defender o tal 'qualquer coisa'. não 'qualquer coisa é boa', mas sim 'qualquer coisa deve ser ouvida com respeito, curiosidade, atenção'. acho q assim fica mais divertido.

Rodrigo Ortega · Belo Horizonte, MG 21/5/2006 16:39
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Rodrigo Ortega
 

ops, foi mal THiago

Rodrigo Ortega · Belo Horizonte, MG 21/5/2006 16:43
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Delfin
 

Daniel disse tudo: acusaram a banda de pedofilia, proibiram a venda do disco, todos foram recolhidos, tudo por causa de "E por que não?", música do primeiro disco da BoB (Bidê ou Balde). Tudo por conta da exposição nacional dos acústicos da MTV. Prejudicou todas as bandas envolvidas, todas gaúchas. É claro que isso começou no RS, o que dá uma pauta-suíte maravilha pro EGS. Entrevistar o Carlinhos, um dos autores, é uma boa também. Tudo pra se expor o absurdo desse (acho) desembargador, que só quis aparecer e conseguiu.
Policiamento é uma merda. Acho que uma das poucas coisas boas da época da ditadura é que, naquela época, era bem claro quem era direita, quem era esquerda, quem era conservador, quem era vanguardista, quem era construtor e quem era da equipe de demolição. Hoje em dia tá todo mundo vestido pelo manto (impune e isento; mas, certamente, necessário) da liberdade e é difícil às vezes discernir joios de trigos. Desenvolver um olhar crítico é importante. E mostrar esses desvios também, notadamente porque a imprensa que falou sobre isso enfatizou tanto o lado da proibição que se esqueceram dos outros lados. Enfim, dando uma de Alan Moore: quem patrulha os patrulheiros?
Só uma opinião.

Delfin · São Paulo, SP 21/5/2006 17:47
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Rodrigo Ortega
 

Delfin, mas aí esse caso do BoB é mais simples, é um patrulhamento de direita, conservador, é mais fácil até de meter o pau e ficar indignado, com toda razão. O que eu estou colocando é sobre um patrulhamento de esquerda na música, que não sei se vocês concordam que exista e que pode ser ruim.

Rodrigo Ortega · Belo Horizonte, MG 22/5/2006 00:19
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Bruno Maia (sobremusica.com.br)
 

Loucura essa história do BoB... Isso é um truque recorrente de desembargadores e juízes que gostam de aparecer. O que mais me incomoda é que isso nao tenha sido tão comentado fora do RGS.. Porque quando o Planet Hemp teve problemas parecidos, todo mundo falou, era matéria diária no Jornal Nacional, tinha deputado manifesando - vale lembrar que o Fernando Gabeira foi quem conseguiu intervir para soltá-los. Se isso tivesse sido mais comentado, provavelmente as vendas teriam ganhado força, serviria até de peça de marketing e esse desembargador ridicularizado.

Quanto ao patrulamento de esquerda, eu ainda estou em dúvidas sobre o quanto ele exista... Acho que há patrulhadores, sim, mas não vejo como um movimento de patrulha integrado não, hahaha... Quero acreditar que as pessoas que fazem esse tipo de cometário possam simplesmente, como eu, ter achado a mombojó sensacional e o Charlie Brown Jr, principalmente a partir do terceiro disco, uma merda...

Bola pra frente!
Ah!! E ótima idéia desenvolver essa história do BÔB como suite no RGS.. Se alguém puder, toca aí...

abraços a todos!
BM

Bruno Maia (sobremusica.com.br) · Rio de Janeiro, RJ 22/5/2006 04:19
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Delfin
 

Mas isso É o que eu disse. Será que É mesmo patrulhamento de esquerda? Ou as fronteiras é que foram pras cucuias e não tá dando mais pra discernir algumas coisas?
Vale um olho aberto, né?

Delfin · São Paulo, SP 22/5/2006 09:40
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Vladimir Cunha
 

concordo que existe uma confusao entre patrulhamento e critica no texto. pitty, cpm, for fun, charlie brown e detonautas sao bandas atavicamente ruins, que nasceram para ser o lixo musical do brasil. isso eh uma coisa. no outro lado temos a questao do patrulhamento, de exigir essa fusao em tudo so pq somos brasileiros. nosso pais tem excelentes bandas que viram as costas para essa fusao e mesmo assim nao deixam de ter seu valor, como autoramas, moptop, cachorro grande, matanza e etc. e aqui em belem madame satan, delinquentes, suzana flag, turbo e johnny rockstar. nenhuma delas poe atabaques ou tambor de maracatu em seu som e ainda assim faz musica divertida e de qualidade. nem sempre eh preciso ser original e inventivo para ser bom.

Vladimir Cunha · Belém, PA 22/5/2006 11:15
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Michelm
 

O texto é uma defesa de bandas ruins que supostamente seriam vítimas de um patrulhamento que teria origem na esquerda... ditadas por alienígenas de cabeça verde. Tá bom, a parte dos alienígenas é invenção minha, mas as demais bobagens estão no texto. Paranóia total e falta de assunto.

Michelm · Rio de Janeiro, RJ 22/5/2006 12:56
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jean mafra
 

ai ai ai

ótimo texto - e muito bem escrito, né?!?. pertinente, o senhor, moço de bh, diz algumas coisas com as quais eu não concordo mas isso é o de menos porque não há como negar esse patrulhamento no pop-brasil... sinceramtente, cansey de ser sexy é até bacaninha mas... não tem conteúdo, né?! é puro hype da moçada de são paulo que quer (desde sempre - desde 22 provavelmente) ser estrangeiro - do primeiro mundo(!). esse acabou virando o grande problema do tramavirtual: basta ter uma foto bacana e ser amigode alguém e ter uma música meio tosca meio sem pé nem cabeça que tu ganha uma mãozinha....

ai ai ai

jean mafra · Florianópolis, SC 22/5/2006 14:43
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Rodrigo Ortega
 

sei lá se é paranóia, eminem. se vc não tiver visto a bizz q eu citei, dá lá uma olhada. e algumas pessoas concordaram, então é pelo menos paranóia coletiva.

Rodrigo Ortega · Belo Horizonte, MG 22/5/2006 15:30
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Delfin
 

Michel, quais seriam as boas bandas do Brasil pra você?

Delfin · São Paulo, SP 22/5/2006 17:00
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Dramarc
 

Não há pratulhamento e sim uma reação dos apreciadores de produtos culturais que vendo que a estética elaborada que desejam não está predominando, acabam reagindo com contudência como forma de tornar audível algo que pra eles precisa ser urgentemente dito: isso não presta!

E aí? Aí é que o problema reside muito mais na forma como se faz crítica.

Os usais textos que simplesmente analisam e julgam "o som" e a sensação que lhes provoca é uma crítica que perde de vista os outros elementos que estão conectados a produção estética ali presente, que fechando-se a sensação que obtem da música, não conseguem sair do seu próprio umbigo e ter uma visão mais ventidlada - o que não signfica falta de criticidade - da produção cultural.

Em outra oportunidade, vou fazer um texto sobre isso, descrevendo o problema da crítica cultural que geralmente se faz. Mas já deixo a seguinte pergunta como pista: Musica pra dançar precisa ter letra elaborada?

Dramarc · Fortaleza, CE 22/5/2006 20:02
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Daniel Cariello
 

É, Dramarc, mas tem também a seguinte questão: quando a banda que os 'apreciadores de cultura' gostam chega, enfim, ao estrelato, já entra na hora pra lista dos que não prestam. A salvação do rock de um ano pode ser eleita a pior banda da história no ano seguinte.

Respondendo à sua pergunta, música pra dançar não precisa de letra elaborada. Mas é melhor ainda se tiver.

Daniel Cariello · Brasília, DF 22/5/2006 20:46
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Sergio Rosa
 

O que seria uma letra elaborada?
Arnaldo Antunes faz letras elaboradas?
Letras politizadas são melhores e mais elaboradas? Se for, tem aquela letra da música "Xibom Bombom" do grupo "As Meninas". É tipo uma axé music com letra engajada. Deve ter outros casos assim.

Sergio Rosa · Belo Horizonte, MG 22/5/2006 23:27
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Rômulo Ar.
 

Hahahaha! eu acho que quem chegou a ler os comentários até aqui deve ter se matado de rir um bocado e pensado outro tanto. Bueno, achei ótima a discussão que acabou acontecendo em virtude do Rodrigo Ortega (com quem não concordei em alguns aspectos mas se mostrou muito receptivo a críticas e com bom senso de humor - Eminem foi ótima!).

Foi o Dramarc, em sua última oportunidade (única? Por que o Overmundo não nos deixa mais visualizar o post e os comentários enquanto escrevemos um?). Acrescento que acho insensato ir contra um eventual "patrulhamento de esquerda" quando as bandas eventualmente patrulhadas são as que mais estão expostas na mídia, não lhe faltando elogios e apologias das mais fantasiosas, na grande maioria das vezes tentando VENDER o PRODUTO. Penso, inclusive, que falta crítica mais profunda, que detone, ou, melhor seria!, a indiferença que algumas bandas dessas merecem!
Agora, Rodrigo, concordo se me disser que há uma indústria aí que se aproveita dessas bandas pra tirar sarro, tirando onda simplesmente por tirar, pra parecer intelectual sem mostrar o outro lado da moeda, porque lhes falta modéstia.
Pra finalizar, Sérgio Rosa: As meninas?! Sério? Vou ter que procurar a letra... huhuhauhauha é verdade... "o de cima sobe e o debaixo, desce". Isso não é uma letra elaborada, né?, embora política. Pra dançar não é necessário que seja elaborada, se estamos pensando o mesmo sobre o termo. Pra dançar, indo muito mais além, basta haver uma conexão entre ti e o som.

Rômulo Ar. · Porto Alegre, RS 7/6/2006 19:48
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Eduardo EGS
 

Pena que não acompanhei essa discussão uns meses atrás! Mas acho que qualquer tipo de patrulhamento é perigoso, seja ele de "direita" ou de "esquerda" (como o Delifn disse, definições bem relativas hoje em dia).

Ou seja: nem tanto a glorificação de bandas com elementos de BRASILIDADE e nem tanto o apedrejamento de bandas com influências estrangeiras, como se fosse um pecado.

Mais serenidade nessas horas, gente.

Eduardo EGS · Porto Alegre, RS 21/11/2006 11:03
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dMart
 

é que nem aquela velha polêmica entre bandas que cantam em inglês e em português.

dMart · Porto Alegre, RS 24/11/2006 19:50
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Rodrigo Ortega
 

taí, a foto acabou sendo emblemática. os músicos do css são os cidadãos que o novo patrulhamento mandou pro exílio. pessoas têm que fugir do brasil para terem o direito de se divertir.

Rodrigo Ortega · Belo Horizonte, MG 27/2/2007 13:26
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