E agora??
O produto cultural genuinamente sergipano é pouco consumido ou, em outras palavras, o sergipano “compra†pouco aquilo que é produzido em Sergipe, o que traz como consequência a dificuldade de “vender†Sergipe para quem é de fora. Isso tudo nos lembrando de um dito popular que afirma: “Quem engorda o boi são os olhos do donoâ€.
Como disse no primeio dia (24/11), em Aracaju, no espaço destinado aos debates da oficina de gestão cultural, promovida pelo Itaú Cultural em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura (Secult), a afirmação acima é recorrente há mais de vinte anos em quase todos os debates que discute direta ou indiretamente polÃticas culturais.
Depois de tanto tempo, acreditamos que é hora de pensarmos estratégias para a superação desse desafio. Entretanto, se não considerarmos a escola como um lócus privilegiado para a incorporação de um contingente maior de pessoas ao circulo da produção e da fruição ou consumo cultural, não estaremos enfrentando os problemas em seu cerne, no seu âmago ou, em linguagem mais popular, “indo ao X da questãoâ€.
Como alternativas sugiro:
Para quem é pesquisador/estudante/professor, mapear/analisar as iniciativas culturais que são ou foram desenvolvidas em solo sergipano e que utilizam(aram) a escola como espaço de produção ou fruição cultural. O Observatório de Politicas Culturais do Itaú Cultural pode pensar em um edital nacional para apoiar estudos e pesquisas com esta preocupação.
Quem é gestor/produtor e responsável pela organização dos temas de discussão nos Encontros Culturais, Fórum do Forró, Fórum da Sergipanidade etc. pode incluir a relação escolas e produção da identidade cultural como um tema central da discussão.
Também é um bom tema para o ciclo de debates promovido pelo jornal Cinform, especialmente porque este veÃculo tem demonstrado preocupação com as questões ligadas ao avanço da epidemia do crack, ao aumento dos casos de bullyng e de assédio ou violência sexual, questões potencializadas pela ausência do diálogo, compreensão e de incentivo à s “boas†práticas culturais juvenis.
Quem é gestor/produtor/artista/professor pode demandar junto ao Minc a produção de um edital de fomento a microprojetos culturais já elaborados e em fase de implementação no chão da escola. O Banco do Estado de Sergipe (Banese) poderia criar um edital anual de microprojetos culturais e colocar a parceria com escolas como um dos critérios de seleção. Da mesma forma, o edital anual de patrocÃnio cultural do BNB pode adotar o mesmo procedimento.
Quem é gestor/produtor/pesquisador/professor pode demandar, junto ao MEC, a criação de um espaço virtual aberto inspirado no modelo do site Overmundo, para que professores e alunos possam trocar experiências acerca de projetos ou iniciativas pedagógicas que tenham relação com as questões artÃsticas, culturais, de comunicação e meio ambiente.
Quem é gestor/produtor/pesquisador/professor pode demandar, junto ao MEC e a SEED, a criação de cursos presenciais e on-line para professores e técnicos educacionais voltados para a compreensão e incorporação das culturas juvenis, inclusive dos suportes tecnológicos que estão nas mãos da juventude, como celulares, smartphones, notebooks, camêras digitais, jogos eletrônicos e etc..
Como podemos nos organizar para produzir conhecimento acerca de inciativas culturais na escola e articular parcerias para o incentivo e o fomento destas?
P.S.: Os nossos sinceros agradecimentos a Eloisa Galdino e a Marcelo Rangel, respectivamente secretários titular e adjunto da Cultura, aos demais integrantes da equipe e a Milu Vilela e Eduardo Saron, respectivamente presidente e diretor-superintendente do Instituto Itaú Cultural, bem como aos demais integrantes da equipe.
Acredito que com esse e mais investimento em formação de gestores e produtores culturais, teremos melhores dias de iniciativas culturais com sustentabilidade em Sergipe e no Brasil.
Quem viver, verá!
Leia mais:
http://www.overmundo.com.br/overblog/fazendo-producao-cultural-na-escola
http://www.overmundo.com.br/overblog/o-portal-do-som-3-sergipe-para-exportacao
http://consorciocultural.blogspot.com/p/estudos-e-pesquisas-culturais.html
http://consorciocultural.blogspot.com/p/debate-politicas-culturais-em-sergipe.html
Minhas reverências grande Paladino da Cultura..
um bom domingo.
Boas reflexões e propostas, Zezito! Agradeço pelo reconhecimento dos nossos esforços. Suas proposições me fazem acreditar que estamos no caminho certo, criando e fomentando espaços de reflexão e discussão, para que guerreiros informados e crÃticos fortaleçam nossa batalha e nos ajudem a construir polÃticas públicas e abrir caminhos para manter a cultura sergipana cada vez mais viva e dinâmica.
P.S. inevitável usar termos tão institucionais, rs
Marcelo,
Nas conversas que tenho tido com os colegas ligados a cadeia produtiva da cultura tenho dito que, se é verdade que muito precisa ser feito, não podemos deixar de reconhecer os avanços na gestão pública estadual em Sergipe.
Mesmo porque, tanto no plano estadual, como no plano federal, todos os espaços internos da gestão pública são disputados por concepções diferentes de projetos polÃticos e econômicos.
No caso da cultura, temos a constante tensão entre os setores que defendem a prioridade em investimentos nos grandes eventos da cultura de massa, em detrimento de um projeto mais alargado de cultura, levando em consideração a articulação das dimensões simbólica, econômica e cidadã.
Sou partidário de uma visão mais ampla de polÃtica cultural, inclusive que leve em consideração a necessidade de apoio estatal a realização de grandes eventos, todavia buscando impregná-los dessa visão alargada que citei e levando em conta os aspectos das contrapartidas sociais e econômicas.
Valorizo os aspectos da formação continuada em gestão e produção cultural porque considero que uma visão mais ampla e integrada de polÃtica cultural precisa ser bem disseminada, para ganhar mais adesão dos cÃrculos de poder, tanto no seio da sociedade, como dentro do aparelho estatal.
Como afirmei em um dos fóruns de polÃticas culturais que trouxe a Sergipe, Roberto Peixe, atual secretário de articulação institucional do Minc, fico feliz de poder falar bem da gestão pública estadual de cultura.
Claro que não posso deixar de citar limites ou desafios, todavia, estava me sentindo bastante incomodando por não poder apresentar a contribuição sergipana para o crescimento da produção cultural brasileira.
Valeu!!
E precisa que santos de fora valorizem o santo da casa pra que a "familia" reconheça seus milagres. É sempre assim, só com muito suor.
ab
Mais um texto para repensarmos o modo sergipano de ser e porque não dizer, o modo brasileiro de ser. Lembrando que investir em convivência e cultura é também investir em segurança pública. Lembrando o genial Cazuza "O teu futuro é duvidoso, eu vejo grana, eu vejo dor, no paraÃso perigoso que a palma da sua mão mostrou"
http://www.jornaldodiase.com.br/viz_conteudo.asp?codigo=2711201111352430129
Há outras boas noticias também.
Simultaneamente a realização do curso de gestão cultural, foi inaugurado o museu da gente sergipana, para saber mais clique aqui e aqui
Via e-mail
Concordo plenamente Zezito.
Fica muito difÃcil manter a produção sergipana quando os produtores, empresários e setores públicos fazem investimentos em festas sem o cunho cultural... vendem Sergipe com grupos folclóricos, forrozeiros, quadrilhas juninas, artesanato, etc., e na hora de contratar o fazem com as bandas de qualquer estado... exceto o nosso.
O turista quando vem a Sergipe visita as festas e conhece artistas de qualquer parte do paÃs, só não de Sergipe.
Abraços amigo
Joaquim Antonio - Casaca de Couro
Joaquim,
Valeu!! Penso que há demandas de curto, médio e longo prazo. Quando disse há mais de vinte anos, imagine o quanto não estariámos adiantados se algumas das proposições que afirmei acima tivessem sido acolhidas e operacionalizadas há mais tempo.
Inclusive o processo de formação de gestores e produtores culturais, iniciado em anos recentes.
Da parte dos artistas e organizações ligadas a cultura é sempre bom estabelecer um conjunto de proposições, alianças e articulações politicas consistentes, não me refiro a politicagem, para enfrentar os poderosos interesses econômicos e politicos que estão por trás daquilo que você descreve.
Podem contar comigo, desde que se considere as ressalvas de que é preciso pensar e agir levando em conta o curto, o médio e o longo prazo, a incorporação de outros setores da sociedade, como os setores ligados a educação e a comunicação aos debates e mobilização pró cultura e o cuidado com as estratégias politiqueiras.
Sucesso!!
A luta do homem pela justiça e pelo engrandecimento da Cultura é algo que não podemos
mensurar, tendo em vista a grandeza de Alma e de Caráter desse homem.
Parabéns!
Vasqs,
?E precisa que santos de fora valorizem o santo da casa pra que a \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\"familia\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\" reconheça seus milagres. É sempre assim, só com muito suor.?
O que você escreveu é uma questão que muita gente criativa e inquieta se depara há muitas gerações.
Nos tempos atuais existe uma questão institucional (rsrsrs) bastante discutida nos espaços de formulação de polÃticas públicas, ?O papel do estado como indutor do crescimento econômico?, acredito que isso pode minimizar ou atenuar os impactos da sua afirmação.
E é nisso que reside em minha opinião, a importância da iniciativa do Itaú Cultural com a Secult-SE, na medida em que traz a Sergipe gestores, produtores e pesquisadores da cultura embasados em estudos e vivências que nos ajuda também a compreender o papel do estado, como indutor do crescimento da produção cultural na perspectiva da inclusão ou acesso, sustentabilidade econômica e fortalecimento das identidades e da diversidade.
Abraço,
Ayruman e Kfarias,
Sempre grato pela contribuição que vocês dão ao enriquecimento cultural e humano de quem lhes visita para conhecer suas obras poéticas e visuais.
Abraço,
Boa noticia!!
Cultura nas Escolas
Acordo interministerial vai aproximar as polÃticas públicas de Cultura e Educação
Estender as polÃticas públicas de Cultura para as escolas brasileiras é a meta do Acordo de Cooperação Técnica Interministerial que será assinado nesta quinta-feira, 8, em BrasÃlia, pelos ministros da Cultura, Ana de Hollanda, e da Educação, Fernando Haddad. A assinatura será realizada no auditório do edifÃcio-sede do Ministério da Cultura (MinC), à s 11h. O acordo prevê a implementação de ações dos Programas Mais Cultura e Livro Aberto nas escolas públicas e contará com um orçamento de aproximadamente R$ 80 milhões.
Projetos como os Pontos de Cultura, Pontos de Memória (Museus), Bibliotecas, Agentes de Leitura, Cine Mais Cultura e espaços culturais vão compor o leque de ações previstas dentro do acordo a serem implementadas nas escolas públicas, a partir do próximo ano. A ideia é possibilitar, também, maior acesso dos alunos a livros de arte e a demais acervos culturais disponibilizados em diversos suportes. Ainda dentro das metas do acordo interministerial, estão previstas a formação continuada dos professores de Arte e a definição de uma polÃtica de Cultura para os currÃculos escolares.
(Texto: PatrÃcia Saldanha – Ascom/MinC)
1 Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
O sergipano não valoriza o produto cultural local.
Parabéns pelo seu Trabalho em Prol da Cultura de Sergipe, do Nordeste e do Brasil.
Vocês tem uma Fibra igual a da Irmã Dulce.
Vocês são Sergipanos mas são Baianos e são Nordestinos e são Brasileiros de muita garra.
Receba minha admiração por essa Gente Sergipana.
Maior orgulho deste Estado Gigante na convicção e na disposição de Luta.
Abração Amigo para todos.
Grato por sua sempre gentil visita. Que a Luz do menino Deus continue a nos iluminar em 2012.
Luz e Paz. jbconrado
E esta valorização é uma luta diária e perene. Continuemos na luta! abs
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