Começo a entrevista fazendo propositadamente uma pergunta ampla e genérica, quase uma daquelas perguntas com que os candidatos mutuamente se digladiam nos debates eleitorais: É possível fazer turismo na favela? Bianca Freire-Medeiros, a entrevistada, só vai me responder essa pergunta plenamente nos minutos finais da nossa conversa. Não porque ela tenha se esquivado naquele momento de me responder, ou porque a pergunta tenha soado besta para iniciar mecanicamente uma entrevista jornalística. Só foi respondida no fim, porque a questão é complexa demais para ser trabalhada de chofre. E foi isso que toda a nossa conversa demonstrou.
Digo conversa, porque foi assim que me referi quando travei o contato inicial. E digo contato inicial querendo dizer o segundo contato que tive com Bianca, talvez o primeiro mais personificado, já que o outro havia sido em sala de aula, numa palestra ministrada por ela em uma disciplina eletiva oferecida pela professora Rosane Prado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (ppcis) da uerj. Nossa conversa não se limitou à pesquisa que Bianca nesse momento desenvolve sobre as possibilidades de implementação do turismo na favela, falamos também sobre a mudança de instituição (ela é pesquisadora do cpdoc da Fundação Getúlio Vargas há cerca de seis meses), sobre o Overmundo, sobre o novo filme de Lúcia Murat (a tese de ph.d. de Bianca, na Binghantom University, de Nova Iorque, também fala da representação do Rio de Janeiro no cinema hollywoodiano), e sobre a próxima minissérie da Globo – Amazônia, de Galvez a Chico Mendes – em cuja produção trabalha como pesquisadora junto à Giovana Manfredi, Sandra Regina e a autora Glória Perez.
Pouco antes de eu abrir a entrevista com a fatídica pergunta, Bianca me conta que, em outro trabalho para a tevê Globo, pôde experimentar o drama da pesquisa para a televisão. Acompanhando todo o processo de produção realístico da novela América e fornecendo material sobre a situação dos imigrantes em Miami, ela estranhou quando uma cena se distanciou da verosimilhança prezada em outros casos. Tentou argumentar, mas recebeu de Glória Perez a resposta, Mas isso é novela.... E fecha aspas.
Foi assim que começamos a entrevista, ou melhor, assim demos prosseguimento à conversa. Separando a ficção da realidade. Entramos de cabeça na pesquisa que Bianca coordena, com mais oito assistentes, sobre o turismo na favela.
Com a fala marcada por anacolutos, coisa de quem tem a cabeça fervilhando de idéias, a entrevistada responde sem pestanejar todas as minhas intervenções. Deixo o gravador ligado, porque sei que não vou conseguir acompanhar tudo na minha pobre escrita infinitamente lenta e minha memória defasadamente lapsa. No fim do bate-papo, com a fita já esgotada, lembro de Bianca mencionar que experiências turísticas como essas provavelmente tiveram início na África do Sul, com o caso das peregrinações à cela de Mandela. No Brasil, o registro mais próximo de um caso como o do Rio é um tour realizado na Bahia, para onde uma de suas assistentes se dirige a fim de conhecer melhor o projeto.
A pesquisa de Bianca se desenvolve em três fronts – entrevistas com os agentes fomentadores, entrevistas com os turistas e entrevistas com os moradores das comunidades (as duas últimas são as próximas etapas) – e abrange quatro largos territórios – a Rocinha, o Morro da Babilônia, o Morro dos Prazeres e o Morro da Providência, cada qual com uma característica que lhe é peculiar.
Pode parecer que foi o início da nossa conversa (e, por isso mesmo, essa entrevista é cheia de venhevais e de sobidesces), mas o insight e o porquê de toda essa investigação sociológica ela só me contou no meião do bate-papo: porque quando eu comecei a pesquisa, estava muito mobilizada para a idéia de que aquilo era um zoológico de pobres, aquela idéia do jipe, entendeu? Eu nem sabia que havia outros tipos de passeios, que não eram feitos por jipe, que tem passeio a pé, tem de van, tem de moto, enfim... Achava que era o fim do mundo, um absurdo aquilo. Bianca diz que, da Gávea, via volta e meia subir um, dois, seis, dez jipes, um atrás do outro, com a carroceria aberta e turistas fotografando tudo. Na semana que antecedeu a entrevista, eu mesmo avistei um desses jipes. Coisa que chama a atenção. Já ouvi muita gente a respeito disso condenando o formato do passeio, exatamente lembrando a imagem que Bianca propõe sobre o zoológico de pobres. Ela, no entanto, relativiza a exposição. O que eu acho que é legal nessa pesquisa é que ela desconstrói várias impressões iniciais. Nem todo turista vai lá com o espírito de humilhar ou ser invasivo. Nem todos os moradores se sentem invadidos ou ofendidos. Pode ser que haja gente profundamente ofendida, mas não é esse o clima. Você é muito bem recebido. Os moradores não são passivos em relação a esse olhar. Claro, é uma relação de poder desigual, os turistas vão lá, eles têm as câmeras, eles fotografam e escolhem o que fotografar, mas é muito interessante como os moradores também se aproveitam dessa situação para lançar o seu olhar, para serem sujeitos do olhar. Foi a hora em que eu fiquei pensando sobre o jipe novamente, e perguntei se a metáfora do zoológico não servia também para o morador, que vê chegar, numa jaulazinha, o seu circo. E ela: os moradores fazem muita piada. E... aí... a roupinha dela! Eles falam muita coisa. Enfim. Nos momentos em que pudemos acompanhar, as pessoas eram super-I-love-you, não tem clima ruim. Mas eu tenho certeza também de que quando a gente começar a entrevistar as pessoas, elas vão falar alguma coisa... A idéia é perguntar E se você tivesse que escolher? Se você pudesse mostrar a Rocinha pro turista, que lugares você mostraria? Quando você viaja, que lugares você visita? – porque o morador da Rocinha também viaja, nem que seja para Paquetá. Quer dizer, ele também se coloca no lugar de turista, mesmo que isso seja uma coisa pontual. Talvez seja muito duro pra gente aceitar que talvez as pessoas queiram mesmo mostrar seus barracos e sua favela. Na Providência, quando a gente começou a conversar, as pessoas diziam Tem que vir mesmo. Tem que mostrar que a prefeitura não tá nem aí, entendeu? Enquanto a prefeitura está achando que vai capitalizar um puta-Favela-Bairro maneiro, o cara acha que tem que mostrar que continua tendo lixo não recolhido... É muita ingenuidade ou muita pretensão – alguma coisa entre esses dois extremos – do cientista social, da intelectualidade de maneira geral, achar que espertos somos nós, que ninguém tem capacidade crítica a não ser aquele sujeito que estudou, que vem da academia. O sujeito que estudou e o que vem da academia eu reconstituí com base na minha parca lembrança, já que foi precisamente aqui que a fita parou. Antes disso, Bianca já havia me explicado cada um dos quatro casos.
Na Rocinha, caso, segundo ela, paradigmático, os passeios acontecem desde 1992. A última contagem, divulgada pelo jornal O Globo, estimava uma média de quatro mil turistas por mês na localidade. Mas eu acho que é muito, sabe? O que as agências me falavam – e eu já achava impressionante – era algo em torno de dois mil, dois e quinhentos. Se você contar que cada um paga entre 35 e 40 dólares, você vê aí uma movimentação de dinheiro significativa. E, na Rocinha, são sete agências atuando regularmente. E elas fazem também outros tipos de passeio – só uma delas, a Favela Tour, faz exclusivamente o passeio na Rocinha mas as outras fazem Corcovado, ecoturismo e tal. É um caso extremo, de agentes externos promovendo o turismo, e isso acaba gerando um mercado de produção interna – inclusive, por exemplo, de suvenires. No artigo que Bianca apresentará na anpocs esta semana, ela cita alguns produtos by Rocinha: camisetas, quadros, bordados, esculturas, cds e uma linha grande de reciclados. Um produto em particular me chamou atenção: uma placa com os dizeres 'ROCINHA: A PEACEFUL AND BEATIFUL PLACE – COPACABANA – RIO DE JANEIRO'. É , segundo Bianca, a incorporação da Rocinha ao cenário turístico mais amplo da cidade. (Alguém aí precisa de um mapa para localizar a favela?)
Além da experiência da Rocinha, Bianca cita, no outro extremo da pesquisa, o caso do Morro da Babilônia, cuja tentativa de promover o turismo está baseada em inicitivas locais e mobilização dos próprios moradores. Na Babilônia, os passeios acontecem cerca de duas vezes por ano, com quase cem pessoas guiadas por jovens da comunidade. São passeios gratuitos, com o apoio da prefeitura e do shopping Rio Sul, divulgados geralmente por meio de uma lista de emails. O diferencial, além dos agentes internos explorando o turismo, é que a procura pelo roteiro da Babilônia é essencialmente de cariocas, alguns ex-moradores, gente interessada em ecoturismo. O drama, aqui, é que eles não têm estrutura. Não têm um carro que vá buscar os turistas no hotel, os guias – que são jovens do Babilônia, do Chapéu-Mangueira etc. não falam inglês, não falam outras línguas. E isso é um impedimento.
O impedimento talvez não fosse tão grande se agentes internos e externos unissem força, é o que você deve estar pensando. Aí é que entra a terceira experiência, o Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, em que uma ong oferecia cursos profissionalizantes para os jovens. Mas, infelizmente, lá, um agente meio-externo-meio-interno não deixou a coisa vingar a contento – o tráfico. Bianca lembra que conflitos existem, mas não são a tônica dos empreendimentos. Ela diz que confia nas agências, quando lhes explicam que não há qualquer relação com o tráfico, e diz também que já teve situação do turista ter que dar a câmera fotográfica porque bateu foto do cara armado. Algumas agências evitam passar por onde estão as bocas. Mas em outras isso é usado como fator de excitação. Falam Olha, vai ter um homem armado, mas você não fotografa. É uma linha totalmente adventure tour. E prova de que numa mesma localidade você tem possibilidades de passeios diferentes. Mas, em todas as situações em que a favela está envolvida, você tem essa dimensão do risco como um fator. Uma tensão entre risco e segurança. Agora, o que acho incrível é que em todos esses anos não tenha acontecido nada. Se você pensar bem, nunca acontece nada! Quantas coisas ruins a gente não ouviu falar com turistas em Copacabana?
Outro caso rico em discussão, o último dos quatro que Bianca estuda, é o do Morro da Providência. E aí, o mais curioso é que é o poder público promovendo o turismo. O poder público como agente, o que é bem interessante, porque há muito tempo você tem o discurso da remoção das favelas, que se tentou realizar, a construção de um muro, aquelas coisas loucas do Conde, e corre em paralelo um discurso como esse, de que não apenas a favela é parte da cidade, como ela é patrimônio e deve ser exaltada como tal. Bianca tem cerca de nove horas de entrevista com Lu Petersen, uma das idealizadoras do Projeto Favela-Bairro e quem criou o Museu Aberto da Providência, que disputa com o Museu da Maré o título de primeiro museu em favela. Só essa discussão já era legal. Eu até escrevi um artigo comparando essas duas experiências. Acontece que logo depois, não fazia muito que o Museu da Providência havia sido aberto, teve aquele conflito do Exército em busca das armas perdidas, e várias das coisas que foram recuperadas como bens culturais da favela, como a Capela, o Museu do Samba do Dodô ficaram furados de bala. É de uma ironia absurda.
Ironia, que fica evidente quando se pára para pensar no fenômeno dos reality tours, um fenômeno mundial, um turismo com esse caráter de envolvimento social, um passeio sombrio, violento, trágico. Bianca tem planos de realizar um estudo conjunto, com uma amiga socióloga de Nova Iorque, comparando as experiências de turismo nas favelas, no Ground Zero, e em Nova Orleans – o mais recente desses reality tours, que atende pelo slogan On the eye of the storm é o Katrina Tours, Entendeu? Só falta um ventinho... A questão, para a pesquisadora, é essencialmente moral. Diz-se Money and Morality. Quando há dinheiro e moral envolvidos, como essas coisas operam juntas? O que você está vendendo, o que está sendo comercializado no turismo é a economia de sensações, não são coisas exatamente palpáveis, mas experiências. É a coisa da miséria humana, não no sentido exclusivamente da pobreza, mas da condição. E como você transforma isso numa mercadoria? Ela conta que, quando começou as entrevistas com os agentes promotores, perguntava O que você precisa para vender a favela como atração? O que você precisa fazer para convencer o turista?, e eles diziam: Não, você não tem que convencer ninguém. Todo dia tem gente querendo ir à favela.
A motivação que impele esse enorme contingente de turistas para a favela é o próximo passo a ser investigado na pesquisa. E, para explicá-la, conforme lembra Bianca, é preciso levar em conta o processo e os produtos midiáticos. Saber que o tour existe não é tão complicado. Nos próprios hotéis há flyers e material de propaganda de diferentes agências. Alguns turistas já vêm do exterior, ou porque viram em sites, ou porque alguém comentou, ou porque vários guias indicam, como é o caso do London in Planet, e recentemente, do próprio guia da Riotur. As pessoas ficam sabendo, mas em ficar sabendo não seriam obrigadas a fazer. O que há é uma inversão da lógica. É quase que uma sugestão de que, para entender e de fato conhecer o que é o Rio – e não apenas o Rio de Janeiro mas o Brasil – é preciso visitar a favela. Não é entendendo o Brasil que você compreende a favela, é ao contrário. O turismo na favela é uma experiência que garante a você uma compreensão do que é a cultura brasileira, porque está tudo ali, diz Bianca. Vendidos como uma experiência microssociológica, os roteiros também dão ao turista a sensação de realizar um trabalho social, uma espécie de ação altruística. A maioria dos estrangeiros que vão e vêm nos jipes, nas motos, nas vans são pessoas que já fizeram Calcutá, já fizeram Indonésia, China, e comparam essas experiências. Mas a favela carioca, diz Bianca, oferece uma coisa única. Não é à toa que tem que ser na Zona Sul, ou pelo menos em lugares que não sejam planos. As pessoas vêm motivadas por Cidade de Deus, todas as agências diziam isso sobre o fenômeno Cidade-de-Deus: deu um aquecimento violentíssimo ao mercado. Mas se as pessoas vêm interessadas pelo que viram no filme, por que afinal de contas não fazem o tour em Cidade de Deus? E a resposta óbvia era que é muito longe da Zona Sul e não tem uma boa vista. Não corresponde a essa idéia, já completamente internalizada na audiência internacional, de que favela é sinônimo de morro com vista para o mar. Cidade de Deus não é isso. Outro caso bem ilustrativo é o do documentário Favela Rising, sobre o Afroreggae. Várias cenas, que supostamente se passariam em Vigário Geral, foram filmadas no Vidigal. A pessoa está falando Eu nasci e fui criada em Vigário Geral – e vem uma cena mostrando o Vidigal... E é muito bom esse caso do Favela Rising, porque não tem nada do estrangeiro-ludibriando-o-pobre-brasileiro, é uma co-produção com o Afroreggae, uma construção amarrada e acordada entre as partes.
Nessa hora, aparece a imagem translúcida e reluzente de um clone etéreo de Glória Perez pairando sobre a entrevista, Mas isso é só um filme – ela diz. E Bianca responde à pergunta imaginária com um sorriso que para bom entendedor meia palavra basta: Só que esse é um documentário, né? Outra ironia? Para Bianca, o exemplo aponta que dificilmente outras favelas teriam a oportunidade de entrar no mercado.
Você tem que ter algumas prerrogativas estéticas que nem todas as favelas têm. É claro que o que hoje o turismo faz mundo afora é criar novos predicados turísticos em localidades inesperadas, mas essa tradição, que associa a pobreza brasileira a essa estética que é muito particular, que é a estética do samba, do colorido, a estética de Cidade de Deus, vem de longa data. Não é a pobreza coberta de moscas de Calcutá, não é uma pobreza desdentada, é uma gente bonita, alegre, estruturalmente feliz. E isso corre pelo mundo. Compare isso com o que Bianca dizia já no início da entrevista – A Rocinha é uma experiência de contato com a pobreza. Houve uma vez em que eu fazia o passeio com os turistas e o cara disse assim: Ah, mas eu esperava coisa pior. Então você pensa: A Rocinha não é pobre o suficiente – e você vê que é realmente uma lógica invertida.
Na verdade, a maior parte dos roteiros na própria Rocinha acontece quando as pessoas estão trabalhando, então, há pouco contato com os moradores. Pouco contato com os adultos... As crianças fazem o maior sucesso, sabe? E é um contato muito visual, muito intermediado pela experiência da fotografia e daquele impacto visual que a favela oferece. Tem a barreira da língua. Mas as crianças interagem. Elas ficam atrás, querem ser fotografadas, se você entrar nos sites das agências, tem pelo menos uma foto de criança se olhando na câmera. E tem toda uma dinâmica, as agências não gostam que as crianças fiquem pedindo, então elas começam a vender pulseirinhas, artesanato... E a coisa se transforma de fato num atrativo.
Uma das agências que exploram o turismo na Rocinha – a Favela Tour – mantém um projeto social em Vila Canoas. Mas, Bianca conta que essa é uma exceção. Todos acham que estão contribuindo para uma melhoria da localidade na medida em que o turismo desconstrói estereótipos e as pessoas se sentem... ela hesita, prestigiadas. Além disso, há esse tema da auto-estima dos moradores, muito marcado. É como se a simples presença do turismo já fosse ação social suficiente.
Mas a impressão que fica, palavras da própria Bianca, é que, na visão dos moradores, não é a presença do turismo o problema. Quer dizer, o problema não são os turistas, ou a idéia de que as pessoas vão lá para ver os pobres, o problema é: quem é que lucra com isso? – o que complexifica muito a questão, porque não é a pobreza transformada em mercadoria que é o drama, talvez seja o nosso drama, mas não o deles. Há uma fala de uma das lideranças nas entrevistas que fizemos bem ilustrativa. Eu pergunto, Mas você não acha que é uma coisa complicada as pessoas fotografarem os barracos mais pobres, mais precários? E o cara diz, Não. O que está aí é pra ser visto, a realidade tá aí pra ser encarada. Eu quero é saber de quem é o direito autoral. É meio que uma inversão do que a gente acha que é direito autoral. É como se ele dissesse, Eu quero saber com quem fica o direito de ser e de vender a pobreza... Mas eu acho que essa é uma questão para a gente também, porque essa é uma discussão nossa – eu digo, da intelectualidade, da academia, mesmo da classe média.
E, então, só então, Bianca responde a minha primeira pergunta: Eu acho que a favela tem tudo para dar certo como atração. Já dá, e vai continuar dando. Agora, você ter uma experiência de turismo onde os moradores sejam os maiores beneficiados, aí já é outra história. E são essas dificuldades que as experiências têm demonstrado. Respondida?
Viktor, muito legal o seu texto.
ronaldo lemos · Rio de Janeiro, RJ 26/10/2006 00:33Muito legal mesmo. Algumas questões me iluminaram idéias. Uma delas é esse debate de que o turista é visto/observado /admirado/criticado tanto quanto ele vê/observa/admira/critica. As vias são sempre de mão dupla, e me parece que negar isso (ou não reparar isso, o que acontece assim quase sem querer) já é ter uma visão unilateral.
Thiago Camelo · Rio de Janeiro, RJ 26/10/2006 20:24
Excelente texto.
Isto é o que eu costumo chamar de experiência cyberpunk de primeiro grau: situações que em outras épocas seriam chamadas de surreais mas que hoje estão começando a ficar comuns (e viram objeto de tese e documentário).
Muito legal o txt. A entrevista/conversa com uma pessoa extraordinária. Parabéns Viktor! Os links são ótimos. Abraço.
Claudiocareca · Cuiabá, MT 30/10/2006 12:01Viktor, obrigada por divulgar uma pesquisa tão relevante. A parte sobre os requisitos estéticos que a favela deve possuir para se tornar atração turística é genial. Fica a pergunta: é possível um efetivo retorno econômico e social para as comunidades envolvidas? Vamos esperar a Bianca descobrir...
Luisa Pitanga · Rio de Janeiro, RJ 30/10/2006 21:59parabéns pelo texto, muito bom. achei meio longo pra ser lido na telinha, mas mesmo assim está legal.
Guilherme Mattoso · Niterói, RJ 31/10/2006 10:28Texto e entrevista muito bons, Viktor. Mas sinceramente, continuo achando esses safaris de gringo pelas favelas cariocas uma coisa muito esquisita!
Ilhandarilha · Vitória, ES 28/11/2006 12:13
Muito boa a reportagem! Parabéns!
Não está longa, não. Envolveu-me tanto que, ao chegar ao fim fiquei com a sensação: "Puxa, queria continuar lendo mais a respeito..."
sou formada em Turismo, preciso dizer que fiquei muito impressionada com essa visão sociológica na questão de como a comunidade pode ser vista pelos "outros" (zoológico de pobres), assim como os outros podem ser vistos pelas mesmas (o circo). O Turismo nas favelas sempre foi assunto polêmico, em virtude da violência do tráfico mas tb a pergunta "O que é que o turista vai querer ver lá? Eles querem beleza...". Mas na visão social dos agentes esse novo e arrojado serviço turístico pode ser um "fomento à atividade turística da sociedade local". Mas e a comunidade? Como é que fica? Esse desenvolvimento precisa ser válido para eles tb, de alguma forma. Fantástico texto.
Luciana Maia · Rio de Janeiro, RJ 18/4/2007 22:52
Olá a todos. Finalmente dando as caras por aqui. Obrigado.
Luciana, Talvez possa te interessar, sobretudo em relação a tua última pergunta e não tanto à perspectiva do turismo em si, uma outra materinha experimental que acabo de deixar na Edição do Overmundo. É um texto sobre minha primeira visita ao Museu da Maré.
Parabéns pela matéria! Esse lance de turismo na favela sempre me deixou encafifado. Sempre vem a imagem do Zoo, dos jipes e tal. Vale lembrar que o negócio faz tanto sucesso que até artistas gringos como Michael Jackson e Snoop Dogg vieram gravar video-clipes por aqui. Mas o que mais chamou atenção foi o fato de que os moradores não lucram diretamente com esse turismo, a não ser vendendo souvenirs . É a tragédia social brasileira trasformada em mera mercadoria ou cenário. Sinistro.
Leonardo André · São Paulo, SP 26/7/2007 16:46Para comentar é preciso estar logado no site. Faa primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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