“As pessoas saem com um sorriso largo e um brilho intenso nos olhos, as crianças adoram Clarice†– diz a Técnica de Museu, Arleide, 45 anos. A exposição – A Hora da Estrela – Sobre Clarice Lispector está trazendo suspiros até nas crianças, que passam pelo museu da lÃngua portuguesa, localizado no centro da capital paulistana.
A mostra que fica até o mês de setembro, trás diversas atrações e fatos instigantes, que cativam o público a ingressar na vida e literatura de um estilo tão pessoal como a de Clarice Lispector.
Nascida na pequena cidade de Tchetchelnik, na Ucrânia, em 10 de dezembro a menina Haia Lispector ainda com dois meses de vida vem com sua famÃlia e desembarca no Brasil. O amor, que ao longo dos anos aprendeu a ter pela lÃngua portuguesa faz com que Clarice se sentisse mais brasileira do que muitos nascidos por terras tupiniquins, porém por muito tempo a escritora teve o pudor de se permitir estrangeira, mesmo já a própria massa de leitores ter lhe concedido por direito sua identidade brasileira.
“Amo a lÃngua portuguesa. (...) Eu até queria não ter aprendido outras lÃnguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem e lÃmpida†– trecho do livro A Descoberta do Mundo, que está na mostra.
Logo ao entrar no primeiro andar você se depara com imensas telas com o rosto da Escritora em branco e preto, atrás das imagens do seu rosto, frases celebres e intensas de alguns dos seus livros. As pessoas entram, olham para cima e ficam de boca aberta até se deparar com a outra sala. As estudantes Eliane, 22 anos e Tamires de 19, ficam entusiasmadas – “Ela é muito linda, não conhecia ela, agora vou ler todos seus livros†– comenta as jovens com olhares hipnotizados pelas telas.
Numa boa técnica usada pela produção da mostra, uma sala totalmente branca com uma cama no centro surge em contradição a sala escura, a inicial. As paredes marcadas em gravura com frases fortes dão o aspecto mais que claro da entrega de Clarice para a literatura. Um mundo branco e preto é colocado à prova pelos curadores, talvez para habituar os visitantes e entre um jogo de luz e uma sala escura, as frases da indagadora e também jornalista - “Não, não estou falando em procurar escrever bem: isso vem por si mesmo. Estou falando em procurar em si próprio a nebulosa que aos poucos se condensa, aos poucos se concretiza, aos poucos sobe à tona – até vir como um parto a primeira que a exprimaâ€.
A coordenação geral da mostra ficou com Júlia Peregrino a curadoria foi por conta de Júlia e o Poeta, Ferreira Gullar. A maioria das fotografias é do acervo Clarice Lispector e Fundação Casa Rui Barbosa. Os documentos exibidos pertencem a Paulo Gurgel Valente e estão sob a guarda da Fundação Casa Rui Barbosa.
Outra que ficou encantada foi a Estudante e Secretária, Rosimeire Domingues, 38 anos. Fã de carteirinha seu olhar deixa evidente, que é apaixonada pelas linhas escritas por Clarice Lispector, ela diz que tem “Clarice como inspiração de gaveta†– logo a seguir percebe outro cômodo da exposição idealiozado só por gavetas com objetos pessoais da escritora, numa inspiração solta um grito, “que lindo†– já inquieta a secretaria.
Está terceira sala traduz bem os caminhos que a também jornalista percorreu em vida. “São duas (2000) mil gavetas e (65) delas abrem trazendo um pouco da vida da escritora, com escritas de Lispector, reportagens, documentos oficiais†– explica um dos monitores do museu.
Ao fundo se ouve uma voz alta com um leve sotaque, claro um sotaque inigualável! Clarice em sua última reportagem, para a TV Cultura. A entrevista só pode ser passada após sua morte, foi um pedido da escritora. Entre tantas gavetas, um telão, um sofá. No braço do sofá uma maquina de escrever antiga, quase intocável e despercebida pelo público fazia a decoração do espaço. As pessoas assistiam a reportagem como se aquela exclusiva maquina não tivesse percorrido pelos dedos e colo de Clarice e acabava passando desapercebida por muitos.
Os olhos arregalados por curiosidade no inicio da mostra, agora trazem olhos maravilhados, entusiasmados com tanta graça acolhida, mesmo no fim uma última olhada para trás e uma breve lembrança, dos poucos passos dados, porém as várias emoções vividas, por frases, pensamentos e lembrança sobre Clarice Lispector.
“Oh Deus, que faço desta felicidade ao meu redor que é eterna, eterna, eterna, e que passará daqui a um instante porque o corpo só nos ensina a ser mortal ?†– Clarice Lispector.
Que beleza de matéria, Higor! Senti que estava na exposição com as tuas descrições e depoimentos colhidos de visitantes.
Parabéns!
Abraço do Leandroide.
Higor, que bacana a matéria. Emocionante, de fato. Me deu mais vontade de ir à Sampa pra conhecer o museu. Dá uma olhadinha no texto novamente, que tem alguns pequenos problemas para acertar, como por exemplo, a palavra concebido, no fim do parágrafo 3, etc. Um abraço!
Ilhandarilha · Vitória, ES 30/5/2007 20:34
Leandróide!
Valeu amigo, realmente é muito linda a mostra, as pessoas realmente saem com graça nos olhos e um largo sorriso. Vale apena conhecer a exposição.
Um abraço!
Ilhandarilha!
Pode ir então viu! Tenho certeza que vai adorar, peguei cada detalhe que eu consegui e foi bacana ouvir ao fundo a moça gritando toda eufórica com as coisas que via sobre Clarice Lispector.
Quanto ao erro, fico agradecido pela dica, até coloquei o significado da palavra em tag. Agora seu etc não entendi, tem muitos erros ?
Vejo que corrigiu a palavra. Estava escrito originalmente concebido, no lugar de concedido (aliás, o link que colocou na palavra leva à página inicial do dicionário, e não ao significado). O meu etc se refere a algumas vÃrgulas e coisinhas assim. No mais, o texto está bem emocionado, como gosto de ler. Um abraço.
Ilhandarilha · Vitória, ES 31/5/2007 08:39O Ilhandarilha, não posso dar moleza né! Infelizmente o site volta está condição da página mãe. Fiz ainda um teste, mas como você disse voltou. Um pena, mas vale a dica. Agradecido hein!!!
Higor Assis · São Paulo, SP 31/5/2007 08:44
Higor Assis,
Que matéria mais linda, parabéns!
Um aBRAÇO, Marluce
Beleza de matéria, Higor!
Irei a São Paulo na semana que vem e levo a matéria no bolso!
Abraço!
Muito bem escrita a matéria. E Clarice é realmente uma escritora fabulosa, e seu livro A Hora da Estrela, não é um clássico a tôa. Marcou minha vida, já devo ter lido pelo menos umas 4 vezes. E a cada leitura descubro outros significados, outras texturas.... e cada vez me emociono com o trágico final de nossa Macabéia. Abraços. Parabéns.
Jan Moura · Cuiabá, MT 1/6/2007 09:42
Bela matéria, belo trabalho, Higor!
ClarÃssimo!
Egeu.
Tenta agendar sua visita a sp intercalando com o encontro dos colaboradores daqui, vai ser bacana. A pauta está em conversas.
Valeu pelo comentário!
Jan Moura.
Valeu amigo pelo comentário. Realmente o livro é cheio de descobertas, maravilhoso.
Spirito.
Valeu amigo, um elogio seu é muito gratificante.
Higor, muito legal sua matéria. Li Clarice na adolescência e sempre e de cara me identifiquei com sua obra. Me deu muita vontade de ver a exposição. Abcs Gisele
Gisele Colombo · Campo Grande, MS 1/6/2007 15:22
Excelente, sempre é bom ler textos que falem sobre esse espetáculo de escritora. Adoro Clarice. Me deu uma vontade imensa de ir para Sp mas infelizmente estou muito longe daÃ! Fazer o quê, né? rsrs
Obrigada por fornecer um texto tão bom, Higor!
Caro Higor
Clarice nunca é demais. Uma boa matéria no Overmundo nunca é demais. Obrigada pelo convite para passear por aqui.
Abraços
CÃntia
Parabéns, não só pelo assunto escolhido, mas também pelo texto, graças a ele e a minha imaginação, pude sentir o verdadeiro sentimento de estar em uma exposição tão enaltecedora.
abraço
a exposição do guimarães foi perfeita.
imagino que essa também deva ser; o museu começou muito bem: os dois maiores nomes da nossa literatura.
nãopossomorrersemvistaramontagemdaclarice
Gisele Colombo .
Pois, vá menina você vai adorar. Agradecido pela mensagem!
Priscila Silva .
Eu que agradeço pela simpatia.
CCorrales.
Verdade Clarice nunca é demais!
cacá neves.
Eu que agradeço pela cordialidade.
Rafael Costa.
Valeu amigo, não perca hein!!
Excelente matéria Higor. Clarice foi leitura obrigatória no meu vestibular, e depois disse meu interesse pela autora aumentou. Muito bem escrito e essa exposição ,com certeza, é um ótimo programa. Um abraço.
FILIPE MAMEDE · Natal, RN 4/6/2007 09:05Ah, as fotos ilustram muito bem a reportagem. Resgates como esses devem ser feitos sempre.
FILIPE MAMEDE · Natal, RN 4/6/2007 09:07
Filipe.
Valeu amigo, se puder venha a SP ver a exposição.
Um abraço!
Higor, não seria por falta de vontade (risos), "do jeito que dinheiro tá caro", infelizmente, terei que ficar por aqui mesmo.
Um abraço.
muito bom! com clarice não tem erro!
Guilherme Mattoso · Niterói, RJ 4/6/2007 10:01
Valeu Higor. Parabéns pela matéria!
Clarice realmente merece esta exposição.
Você fez um trabalho magnÃfico, detalhes das salas depoimentos de visitantes material (fotos) para consulta, e links que enriqueceram muito a matéria.
Minha leitura predileta de Clarice é A Maça no Escuro, recomendo
Ótimo trabalho, abração.
A matéria ficou muito boa!
Queria ter a oportunidade de visitar esta exposição. Espero que ela aconteça também em algum lugar que eu esteja.
Abraços do Verde.
Robert.
Valeu amigo, obrigado pelo depoimento.
Daniel Duende.
Lhe convidei, pois sei do seu fascÃnio por Clarice. Valeu amigo!
Muito Bom!!!
Fiz uma primeira leitura e pelos comentários percebi que todos disseram o que eu pensei.
Principalmente a vontade de ir até aÃ.
Valeu!!!
Eu sou uma criança que adora Clarice.
Tenho feito visitas frequentes ao Museu.
(pausa, pois não sei descrever o que sinto)
Como sempre, adorei seu texto.
beijos
Higor, Higor, que perda essa minha! Tão perto e tão longe, mas nem mesmo por aqui fiquei sabendo. Desinformação total, certamente. Porque aqui estava e está!
Bom, mas pude me deliciar um pouco com a tua bela reportagem, e sobrtudo com tão rio=cos detalhes descritos. Quese estive lá, pude imaginar cada cômodo, cada espaço e gavetas.
Linda exposição em homengem a essa tão querida brasileira, sim! Porque naturalidade não é só uma questão nascimento, mas de identidade e afiniade com o lugar.
Muito bom, parabéns! Valeu a dica da leitura.
Grande abraço!
Pois estive em São Paulo e não consegui entrar na exposição. Totalmente lotado. Pena mesmo. Meu espetáculo nasceu do conceito de It que Clarice aborda em Ãgua Viva. Sou doida por ela.
Susan Lopes - Cia. Ânima de Teatro e Performance · Bauru, SP 26/10/2007 13:18
Branca e Susan.
Fico muito agradecido pela passagem por aqui e pelos comentários. Bj no coração.
Você transmite amor pela escritora e, por suposto, pela obra literária. Quando li "Laços de famÃlia", fiquei definitivamente preso aos livros. Quando conheci "A maçã no escuro", o gosto pela literatura se acendeu na minha alma. Quando me deixei tocar pelo monólogo interior que permeia "A Hora da Estrela", agradeci aos céus a graça de gostar de ler! Digo essas frases em louvor à sua escrita, que é tão encantadora quanto a obra da Clarice Lispector! Força e luz, Higor! Abraços
Z.A. Feitosa · Marizópolis, PB 2/5/2008 01:41Oi, Higor. Li o seu texto. Pena que não vi essa exposição. Ainda está acontecendo? Clarice é isso mesmo: provoca paixões intensas e caleidoscópicas, como ela própria. Abraços
Ge Dias · Várzea Paulista, SP 13/7/2009 11:17Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
Você conhece a Revista Overmundo? Baixe já no seu iPad ou em formato PDF -- é grátis!
+conheça agora
No Overmixter você encontra samples, vocais e remixes em licenças livres. Confira os mais votados, ou envie seu próprio remix!