Em março de 2006 publiquei meu primeiro conteúdo no Overmundo. Na época, ocorreu um episódio interessante. Como o site estava iniciando, as regras e procedimentos estavam sendo construÃdos e não havia a riqueza de detalhes que facilitam a vida dos colaboradores hoje. Em função disso, achei que o Overmundo funcionasse como o Centro de MÃdia Independente, onde as pessoas republicam conteúdos. Então republiquei uma crÃtica sobre o cd independente "Assim falou Bataclan" feita pelo jornalista carioca Tárik de Souza, pois eu além de produção executiva trabalhava também na assessoria de comunicação do premiado grupo gaúcho. Nesta ocasião, os queridos Helena Aragão e Victor Chagas, da equipe que administrava o site, passaram valiosas orientações e aà comecei a entender que o Overmundo não era um site comum. O Overmundo era um site que estava fazendo o que nenhum site fazia no Brasil: estava dando oportunidade para que produtores culturais independentes como eu pudessem começar a aprender a ser produtores de conteúdo.
Esta oportunidade foi um marco na minha carreira. Em pouco tempo, além de divulgar ações culturais nas quais trabalhava como produtor, passei também a publicar reflexões sobre o campo da produção cultural. "Vamos educar pessoas para produção cultural?", "Dá para se viver da produção cultural", "Software Livre pode facilitar a produção cultural", "73,3% dos municÃpios podem se desenvolver", "Começar a trabalhar com produção cultural", "Produção Cultural deve cuidar do meio ambiente", "Ter um Produtor Cultural ou não ter, eis a questão" e "Produção Cultural também é questão de Estado" são alguns dos meus textos mais pesquisados na internet no Brasil. Todos foram publicados no Overmundo.
Também publiquei minha pesquisa acadêmica "Modelo de Sistema de Informações de Marketing para financiamento da música", trabalho de conclusão do meu curso de graduação em Administração de Empresas na Escola de Administração da UFRGS, em 2006. Neste texto descrevo informações que são úteis para artistas, produtores e financiadores, tipos de decisões que são tomadas baseadas nestas informações e problemas ocasionados pela falta de integração entre as mesmas. A ideia é que se deve criar sistemas que possibilitem trocas eficientes e que facilitem a tomada de decisão dos investidores em cultura. Na época, ainda não estava disponÃvel para pesquisa a publicação do IBGE referente ao Sistema de Informações e Indicadores Culturais e já alertava a ausência (ainda) de uma cultura de utilização de informações integradas, visão reduzida do mercado de financiamento da música, não percepção das pequenas e microempresas como fontes de financiamento da música. Hoje 886 pessoas conhecem estas ideias graças ao Banco de Cultura Overmundo.
Mas o Overmundo não foi para mim apenas um site onde pude começar a exprimir importantes ideias que contribuem para organização do setor cultural brasileiro. O Overmundo tem um papel muito importante na construção da minha carreira e no estÃmulo para novos produtores culturais no Brasil e fora do Brasil. Isso porque foi no Overmundo que lancei a coleção de fascÃculos do livro "Aprenda a Organizar um Show", oportunidade que gerou os seguintes resultados:
- mais de 12.000 pessoas já tiveram acesso a um método que contribui para capacitação de agentes culturais.
- auxÃlio para muitos coletivos de cultura no Brasil na organização e produção de festivais e shows independentes;
- o método já foi objeto de pesquisa de vários estudantes de ensino superior, que o incluÃram na bibliografia de suas monografias;
- estimulou a produção de uma versão impressa que já está esgotada;
- se tornou um fonte de consulta conhecida na internet, pelo fato de ter sido publicado através da licença Creative Commons permite que as pessoas possam copiar, distribuir e criar obras derivadas da publicação, com uso não-comercial, e compartilhadas pela mesma licença;
- deu origem a um curso que já percorreu as cidades do Rio de Janeiro, Porto Alegre, BrasÃlia, Goiânia e Rio Branco e está sendo utilizado em ação formativa no continente africano, na cidade de Luanda, Angola.
Nos próximos dias 27 e 28 de agosto levo o curso “Aprenda a Organizar um Show†para Belo Horizonte (veja na seção Agenda). E cada vez que estou prestes a realizar um curso, tenho a consciência que o estÃmulo ao novos produtores não é só meu. Isso tudo só é possÃvel graças ao Overmundo.
A toda equipe do site Overmundo o meu muito obrigado por entenderem que a criação cultural também é estimulada quando se trabalha o desenvolvimento dos profissionais de produção cultural.
Alé,
Muito importante o seu depoimento. Eu também sou um daqueles que abraça todos aqueles que tiveram a iniciativa de criar o overmundo, o qual já é parte de nossas vidas e cada dia mais apropriado por e para outras pessoas.
A sua participação aqui no overmundo é muito vigorosa e necessária para quem está iniciando no oficio de produção cultural. Você é um importante agente de democratização de informações neste campo.
Abraço,
Alê,
Concordo com seu depoimento, eu sou produtora cultural e costumo publicar os meus trabalhos no Overmundo, é uma ótima ferramenta que possibilita a integração entre pessoas do Brasil inteiro. Todo produtor cultural sabe a dificuldade que é divulgar seu trabalho, o Overmundo é o estÃmulo que todos nós precisamos para seguir em frente, pois produção cultural é para quem ama a arte e acredita em um mundo onde o acesso a cultura é infinito.
Sou grata ao Overmundo pela oportunidade.
Parabéns pelo seu trabalho!
abs!
É uma alegria ver esse texto publicado aqui. Alê, você que está por dentro de tanta coisa que acontece Brasil afora, alguma ideia de open business para contribuir com a fase II do projeto?
http://overmundo.com.br/blogs/open-business-ii-ainda-da-tempo-de-colaborar
Amigos, desculpem a demora em responder, mas estou numa nova fase de aprendizagem dos novos meios de comunicação e os blogs tem me tomado um tempinho.
Querido Zezito, obrigado pelas suas palavras que sempre me estimulam. Considero que todos aqui também são agentes importantes de democratização!
Olá Gabriele, somos vizinhos aqui no RJ! Obrigado pelas suas palavras. Vamos tomar café uma hora dessas.
Oona, eu fico muito feliz de ser sempre tão bem recebido aqui no Overmundo.
Bom, uma iniciativa parecida com a banquinha de guloseimas da UniRio, descrita pelo nosso amigo Viktor, é o restaurante australiano Lentil As Anything. Dá uma espiada. O endereço é http://www.lentilasanything.com
Espero ter ajudado :)
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