Ivo Pitanguy, Julio Iglesias, Michael Schumacher e seu Pedin. Essa é a lista de pessoas que eu sei que possuem uma ilha. Os três primeiros eu não conheço pessoalmente, mas já vi suas ilhas em revistas, com suas casas chiquérrimas e seus barcos luxuosos.
Já o seu Pedin virou meu amigo depois de alguns minutos de conversa e uma dose de cavalheirismo que eu achei linda linda linda.
Já fazia algum tempo que um fotógrafo amigo insistia para irmos fazer uma matéria “na ilha do caraâ€. Mas nunca dava tempo, sempre aparecia outra coisa pra fazer. Até que um dia deu certo. Chegamos na margem da maior lagoa do Mocambinho, zona Norte de Teresina e de lá já avistamos a casa. Gritamos, buzinamos e nada do homem aparecer. Voltamos no dia seguinte, bem cedo, e tivemos a sorte de ver o danado saindo de canoa. Chamamos e ele, meio desconfiado, veio até nós. Achou meio estranho esse negócio de entrevista, de gente desconhecida ir na casa dele, mas topou. Disse que ia resolver uma coisas e voltou uns 20 minutos depois.
Na beira da lagoa, eu, o fotógrafo e mais uma amiga. Ele se aproximou e encostou a canoa pra gente subir...mas quem disse que a corajosa aqui conseguiu? Entrei na canoa e tremi tanto que ele me mandou descer pra não virar a canoa com todo mundo dentro. Deu meia volta e levou meus amigos pra ilha, eu fiquei com a maior cara de tacho, triste e desapontada por não ter ido. E foi aà que o cavalheirismo do pescador me surpreendeu. Ele deixou os dois, voltou pra me buscar sem eu pedir e colocou uma tábua no meio da canoa pra eu sentar, de um jeito que não tinha perigo de cair, mesmo que eu continuasse tremendo (sim, eu tremi de medo de novo!). Eu atravessando a lagoa e tentando esquecer aquela musiquinha “se a canoa não virar, olê, olê, olá, eu chego láâ€.
Enfim chegamos e ele começou a contar sua história. Vive sozinho na ilha há quase dois anos, depois que a mulher o botou pra fora de casa. “Eu gosto de tomar umas pingas e ela ficava zangada demais. Aà um dia a gente brigou e ela mandou eu sair e não voltar mais, senão ia mandar me prender. Falou até com a delegada! Aà a delegada me chamou pra conversar e perguntou se eu tinha para onde ir, eu na hora me lembrei dessa ilha, porque sempre ficava por aqui quando saÃa para pescar. Disse pra ela que como eu sou pescador tinha que viver era junto dos peixes, aà me mudeiâ€, revela.
A casa do seu Pedin não tem nada do luxo das casas dos seus companheiros donos de ilha – o Schumacher, o Pitanguy e o Julio – mas ninguém pode reclamar de que chegou lá e não tinha onde sentar. Pense num lugar que tem sofás por todo lado! Contei uns oito ou dez, só fora da barraca, dentro também tem. Por falta de educação, de bom senso ou sabe-se lá por qual motivo, é impressionante a quantidade de sofás e colchões que são jogados nas lagoas de Teresina. Seu Pedin recolhe todos os que consegue e leva para a ilha.
É neles que ele recebe os amigos pescadores que descobriram um lugar ótimo para fazer festas. “Vem todo mundo para cá, a gente toca violão, come peixe assado na hora e toma cachaça e montila. É bom demais, fica um monte de canoa ‘estacionada’ aqui perto. Os pescadores agora só querem comemorar aniversário aqui na ilha, eu sempre recebo com prazer, é um jeito de ter companhiaâ€, revela, mostrando seu lado promoter e despertando nas duas repórteres uma vontade danada de festejar um aniversário lá também.
E solidão, seu Pedin? Não sente, não? “Agora eu vou sentir mais, porque meu menino que mais vinha me visitar morreu tem pouco mais de um mês. Os outros quase nunca vêm aqui, de famÃlia mesmo era só ele que tinha mais atenção comigoâ€. Há pouco tempo, quase que ele ganhava um vizinho. Um outro pescador se separou da mulher e ia ocupar a ilhota que fica bem próxima da dele. “Eu já tinha até me animado, mas aà arrumaram uma casa pra ele e ele resolveu ficar na terra mesmo. Ia ser bom se ele viesse porque eu ia ter com quem conversarâ€.
E de energia elétrica? Televisão? Não sente falta, não? “Disso aà não. Gosto do meu sossego aqui, de ficar de noite só ouvindo os barulhos da noite mesmo. É fresco aqui, não faz nem calor. Fico na minha rede e me balanço até dormir. Não gosto de negócio de televisão, não. Quando eu ainda era casado era mais um motivo de briga, porque a mulher queria ver diabo de novela toda horaâ€.
Quando perguntamos se ele já tinha levado alguma namorada para conhecer a ilha, ele riu e ficou sem jeito, mas contou uma história engraçada. “Eu queria trazer a mulher aqui, e ela com um medo danado da canoa, com medo de morrer, de cair na lagoa e se afogar. Eu disse pra ela: ‘Mulher, deixe de ser besta, que se você tiver que morrer afogada vai morrer lá na sua casa, engasgada com um copo d’água’â€. E ela veio, seu Pedin? “Veio nada, um medo monstro de se afogarâ€.
O pescador afirma que não tem planos de deixar a ilha. Não comprou, não alugou, não pediu emprestada, mas se sente dono do pequeno pedaço de chão onde já plantou feijão, mandioca e amendoim e construiu sua cabaninha. À sombra do angico branco lindo e imponente que dá sombra e enfeita seu pequeno mundo, ele diz que ninguém vai tirá-lo de lá. “A prefeitura pode é mandar em Teresina todinha, mas lá na terra. Aqui na minha ilha, não. Daqui eu não saioâ€.
Caramba, que história Natacha. Agora, falta só ir a uma das festas que seu Pedin fala... eheheh. Ah, põe espaços entre os parágrafo pra facilitar a leitura.
Engraçado, lá é a ilha dos desquitados. Separou? Vai pra ilha!
Desse ver um sossego só e essas festas... Imagina só o que não rola!
Mas seu Pedin vive de que? Só da pesca mesmo??
Aqui no Rio, em Santa Teresa, tinha um hotel que ficou conhecido como "dos separados". Quem se separava acabava indo passar uma temporada por lá. Recentemente o espaço foi vendido e vai sair um 5 estrelas dali. Mas não pensem que foi fácil - teve manifestação e tudo, onde os solteiros iam ficar agora?? Além do mais, era uma casa muito simpática.
Adorei a história do Seu Pedin. Esse é o cara!
Essa idéia de festa na ilha é ótima. Já pensou? Uma fogueirona. Aqui em Boa Vista, tem umas ilhas que quando o rio enche o pessoal só tem essa opção e aà rola altos luaus.
Esse seu Pedin deve ser uma figuuuura...
Sensacional!
Uma das grandes histórias do Overmundo!
Oi gente! seu Pedin é uma figuraça, o jeito que ele conta a história é ótimo, e dá vontade de ir pra festa mesmo, rsrsrs. Só que com o pânico que eu fiquei de andar na canoa de dia, imagino como seria de noite, hahahahaha.
Carolina, ele vive só de pesca mesmo.
Que gostosa sua matéria sobre seu Pedin. Gente como ele é que faz a gente acreditar que ainda é possÃvel ser humano. Bjos
Ilhandarilha · Vitória, ES 8/11/2006 18:33
Dono de ilha? Ah, tá...
EC 46/05: Constituição Federal - art. 20 - IV -"São bens da União; as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limÃtrofes com outros paÃses; as praias marÃtimas; as ilhas oceânicas e costeiras, excluÃdas, destas, as que contenham sede de MunicÃpios, exceto aquelas afetadas ao serviço público e à unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II".
Art. 26 - Incluem-se entre os bens dos Estados:
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domÃnio, excluÃdas aquelas sob domÃnio da União, MunicÃpios ou terceiros;
Vai ficando, né? Não tem nada a ver... Qualquer coisa, se for de interesse público, o governo se manifesta...
apple · Juiz de Fora, MG 8/11/2006 20:08
é...quem disse que não existem mais homens cavalheiros?
Melhor cavalheiro do que "cavalo", né? Só que tem vezes que é meio chato...exageram um pouco e você fica sem graça...
apple · Juiz de Fora, MG 8/11/2006 21:34Agora, logicamente que se estou no trabalho e temos que mudar um PC de lugar, quem carregará? Eu? Hahaha... Nem pensar!
apple · Juiz de Fora, MG 8/11/2006 21:36Cara que figura! Só vc mesmo Natacha pra encontrar...
Maia Veloso · Teresina, PI 8/11/2006 22:06
Seu Pedin é o cara mesmo! Vive como quer e vive da terra e da pesca, quase tenho inveja dele. Sempre penso que ser pescador é a profissão mais bonita do mundo, de total cumplicidade/sustentabilidade com a natureza.
Grande personagem Natacha, massa demais, parabéns pela história tão bem contada.
Acho que teria medo de ficar sozinha na ilha...
apple · Juiz de Fora, MG 8/11/2006 22:30
Lembrei de um joguinho em que pessoas devem ser atravessadas em um barco através de um rio.
Vamos jogar? O endereço é:
http://www.portalchapeco.com.br/~jackson/rio.htm
Que maravilha!!!
Essa história é sensacional... o Homem da ilha... o cara!!!
Adorei a leitura... mesmo!
um festa nessa ilha... a festa dos solteiros... hihihihih
Muito bom mesmo... parabéns!!!
Muito bom o tema, sua criatividade e todo o resto!!!!
Mauro Teixeira · Cambuci, RJ 9/11/2006 01:07sensacional!! deu para perceber toda a simplicidade dessa pessoa, coisa que fica cada vez mais difÃcil de se perceber nesses dias. a casa dele ali na foto é ótima.
Felipe Leal · Rio de Janeiro, RJ 9/11/2006 07:00Tirando o ar de folclorizacao q parece envolver o cara (por causa dos leitores, claro). O personagem tem uma historia interessantissima. Claro que, para ter sido colocado fora de casa, o "seu Pedim" (me incomoda que ele nao tenha nome, ou Pedim eh o nome mesmo?) devia fazer mais do que apenas "tomar umas pingas". Nao estou julgando o comportamento dele, ateh pq a maior interessada ja o fez. Mas, questionando os limites da folclorizacao/mitificacao que os que tem acesso a midia (nos, afinal qq um de nos pode fazer uma materia pro Overmundo, por exemplo) fazem, sobretudo das classes populares.
Roberto Maxwell · Japão , WW 9/11/2006 07:56
Roberto,
Pode ser mesmo. Você escuta muito caso de homem que bebe e acaba aprontando todas: bate na esposa, gasta o dinheiro todo da casa, vomita pela casa, aponta revólver para os outros, ...
Roberto, o nome dele é Pedro Paulo Bispo. Pelo que eu soube nas redondezas, não fez "mais que tomar umas pingas", não bateu na mulher, não apontou revólver pra ninguém, não é um lobo disfarçado de cordeirinho pescador, como a Criss sugeriu no último comentário dela.
É um homem que vive sozinho numa ilha, e só isso. Vi como ele vive, vi como os outros pescadores o tratam, com respeito, com amizade. um cara que tivesse aprontado todas não seria tratado com consideração, ainda mais numa comunidade pobre, onde não se costuma viver de aparências.
Entendo o que vc diz sobre folclorização e mitificação, claro que isso acontece, mas queria que ficasse claro que não romanceei a história dele, não. Qualquer um que vá à ilha e converse com ele sai de lá com impressões parecidas com as que eu tive.
:-)
Entendi Natacha. Mas, o proprio uso do nome "Seu Pedim" e outros lufos do seu texto remetem a um olhar distanciado e folclorizador. Claro que vc tem todo o direito de contar a sua historia da forma que melhor lhe convier. Tambem nao vi o texto como desrespeito a pessoa do seu Pedro. Apenas quis levantar o debate entre o olhar temos sobre o outro e que tipo de olhar o outro pode produzir sobre si mesmo.
Roberto Maxwell · Japão , WW 9/11/2006 11:19sim, sim. acho que entendi também o que você quis dizer. Para nós que estamos de fora, viver numa ilha pode ser cool, diferente, exótico, para ele é uma necessidade, nada que o torne melhor ou pior do que qualquer outro pescador de lá.
Natacha Maranhão · Teresina, PI 9/11/2006 11:30
Parabéns, Natacha! Adorei a tua sacada para escrever esse texto. Demonstrou muita sensibilidade.
Quanto ao Seu Pedin, não me importa julgar o que ele fez ou não, o que realmente interessa é o seu exemplo de SIMPLICIDADE. Pena que nem todo mundo entendeu, né pessoal?
Isso mesmo. Acho que vc entendeu exatamente o que eu quis dizer. E para o sr. Bichinho, viver numa cabana, numa ilha esta longe de ser simplicidade. Eh necessidade. Mas, enfim, tem gente que nao entende pq nunca precisou morar numa cabana. Espero que o sr. Bichinho nao precise ser simples a esse ponto.
Roberto Maxwell · Japão , WW 9/11/2006 11:41
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
Oswald de Andrade
Pedro Paulo Bisco???? ahhh é seu Pedim...um bom negro da nação brasileira!!!!
eles estão todos os dias por aÃ...tão longe das nossas concepções filosóficas e tão perto do nosso cotidiano, que nós nem conseguimos vê-los...
que delÃcia de texto Natacha!!!!
Que bom te ver por aqui, cumadi!
beijos
Pois eh, Paula, tem gente que nao consegue ver os "bons negros da nacao brasileira" (nem os bons brancos, indios, asiaticos, europeus, nem os maus, nem os mais-ou-menos) porque nem sabe onde encontrar determinadas pessoas. Ainda bem, circulo por muitos mundos e meu olhar se mantem sempre atento para os Pedins e para os Pedro Paulos - ja q vc ve diferencas entre eles - e todos os outros. Um abracao.
Roberto Maxwell · Japão , WW 9/11/2006 12:12
Roberto, entendo o que você fala de folclorização, mas realmente não acho que chamá-lo de Seu Pedin remete a um olhar distante. É um apelido, afinal de contas. Se o texto fosse escrito por um pescador amigo dele, possivelmente também seria com Seu Pedin ou Pedin... Não sei se é o caso, mas se ele se apresenta assim, por que apresentá-lo como Pedro Paulo no texto? Num texto jornalÃstico tradicional talvez o nome Pedro Paulo Bispo fosse fundamental. Mas num relato como esse não senti falta não...
Enfim, só para alimentar a discussão, que é interessante! :)
Oi, Helena, que bom que vc entendeu o q eu quis dizer. Mas, nao sei se vc lembra, de uma discussao academica forte sobre como se reproduzir discursos de pessoas analfabetas em dissertacoes e trabalhos academicos. Comecou com aquela de adaptar o linguajar, para demonstrar a origem do falante. Entao, alguem percebeu que ninguem "adaptava" a linguagem quando o discurso vinha de alguem da classe alta que, obvio, comete "deslizes" gramaticais tanto quanto um falante da classe popular. Dai, vieram os debates, pq a fala do pobre eh "adaptada" e a das outras classes sociais eh formal no discurso academico.
Toda essa colocacao nao esta no texto da Natacha, claro. Ela nao parece querer fazer folclore dos momentos em que ela se colocou em contato com o seu Pedro. No entanto, o uso do apelido "Pedin", que pode ser uma forma de vc identificar aquele senhor dentro do universo onde ele eh conhecido, me remeteu a essa discussao. Fosse um "... Viveiros de Castro", como seria a apresentacao?
Vejam bem, por favor, nao estou colocando a Natacha na berlinda. Apenas levantando uma discussao acerca da representacao do popular.
Eu sei, eu sei que vc não tá colocando a Natacha na berlinda. No seu primeiro comentário você já diz isso, para mim ficou claro. Mas mantenho minha opinião... Legal você ter citado essa discussão acadêmica, sem dúvida é superválida. Mas para mim Seu Pedin é um apelido como outro qualquer, que não necessariamente remete ao universo. Sei lá, meu irmão se chama Pedro e minha avó chama ele de Pedin... Exemplo bobo, mas só para mostrar que nesse caso acho que não se aplica.
Mas Roberto, também espero que você entenda que estou achando esse debate ótimo!! Gostaria até de ler a opinião do pessoal do Grupo T.RE.M.A, que escreve bastante aqui pro Overmundo e muitas vezes reproduz a linguagem do entrevistado.
Oi, Roberto. Acho a discussão muito boa. (Embora admita que foge um pouquinho da matéria, talvez.) Quero tb dar o meu pitaco... :) Penso que se fosse um Viveiros de Castro, provavelmente, ele seria apresentado como um Viveiros de Castro, da mesma forma que o Seu Pedin foi apresentado como Seu Pedin. Acho que, aqui, a aproximação etnográfica foi correta. Você dizia que se sentia incomodado pelo fato dele não ter um "nome" na matéria, mas eu, por exemplo, me sentiria muito mais incomodado em ver o nome dele como Pedro Paulo Bispo, reconhecendo que obviamente não é esse o "nome" que o identifica nos cÃrculos por onde ele anda. E esse tipo de tratamento é tÃpico de um jornalismo mais noticioso (um jornalismo mais noticioso, eu digo, sem enfatizar nenhum tom pejorativo à coisa, apenas entendendo o Overmundo como um lugar de um jornalismo "mais experimental"). Acho que nomes funcionam muito bem para identificar as "coisas", mas se os reificamos, eles se tornam "números". E ninguém gosta de ser chamado por um número. Entendo o seu ponto de folclorização do personagem, mas acho que se pararmos para pensar, todo texto jornalÃstico (ou antropológico, quiçá) sobre um único personagem cai mesmo nessa tendência. E será que isso é ruim? Será que não é um trabalho do leitor distinguir entre ideologia e construção narrativa? Enfim... só perguntas.
Natacha, gostei muito do seu texto. Me lembrou um outro personagem, o Seu Ditinho (veja aqui o nome: "Seu Ditinho". De batismo ele é Benedito), que vive e Ilha Grande (aqui no Rio mesmo). Seu Ditinho tem seus 84 anos bem vividos. Ele é pescador tb. E tem uns oito filhos (a imprecisão é dele mesmo, já que ele só lembrava o nome de sete). Quando o entrevistamos, ele disse que morava na ilha porque não aguentava viver em terra. Tinha largado a mulher e os filhos, porque não podia ficar longe da ilha, em que ele passou boa parte da vida. Mas veja: ele largou tudo lá pelos seus 80 anos. Uma história fantástica! E o melhor é que, enquanto o entrevistávamos, ele ficava costurando a sua rede de pesca. (Tem uma foto dele no meu orkut). Costurava, costurava, e nem olhava pra gente. Respondia tudo de cabeça baixa, costurando. Uma concentração infinita. Eu já tinha lido o Sidarta, do Herman Hesse antes. Mas aquilo foi impressionante demais. A gente saiu da entrevista mais leve. :)
acho que poderia ter ido um pouco mais além, explorado mais o persongagem, sua vivência na ilha etc. uma penca de coisas, enfim. de qualquer forma, o texto tá bom.
abraços a todos.
Deeeemais!
Putz! Que vontade de ter uma ilhorazinha só para mim...!
Explorado mais? É...ficaria bom por um lado, mas sairia correndo. Ler textos grandes no PC é cansativo.
A Propósito, só estou acompanhando os comentários porque "peguei" desde o começo. Caso contrário, "pularia" esse texto.
Agora cada pessoa faz um comentário que pode visar o global do texto ou um ponto periférico. Ou algo apenas ligado ao texto. Têm muitas pessoas para comentar. Não tem necessidade de atingir nenhum ponto especÃfico. Os outros podem complementar mesmo...
Senão, a gente mesmo completa depois, com mais calma.
Gostei muito da reportagem...e essa clara vivência de simplicidade, preocupação desinteressada pelo outro, sentido de educação e respeito no comportamento do Sr. Pedim, mexe com todos, perdemos um pouco essas noções/sensações, no cotidiano das grandes cidades.
mariaCel · Rio de Janeiro, RJ 9/11/2006 22:12Um grande achado esse pescador. E o Brasil é repleto de pessoas surpreendentes. Em Canoa Quebrada, no Ceará, estava nadando no mar e subi numa canoa vazia. Cinco minutos depois chegou seu dono, que insistiu para que eu ficasse. Fiquei e o ajudei a tirar a água do barco. Conversamos brevemente, e lhe falei de minha insatisfação por ter de voltar ao Rio naquela mesma tarde. Serenamente, ele respondeu: "Não apaixona, não. Um dia você volta". "Não apaixona, não", em outras palavras, significa que eu não me apegasse, que não me preocupasse. É a sabedoria que não vem dos livros; vem do mar, do sol, da brisa no rosto. Parabéns, Natacha!
Caio Barretto · Rio de Janeiro, RJ 9/11/2006 23:44De fato, muito além das "ilhas de caras" existem muitas ilhas de caras que expressam a luta pela vida e pelo direito a um pedaço de chão. No lago de TucuruÃ, onde desenvolvi minha tese de doutorado, são 1660 ilhas de diversos tamanhos, ocupadas por pescadores e lavradores que buscam ali a proximidade com a água, o peixe e a terra, elementos essenciais à sua sobrevivência material e à sua identidade cultural. As ilhas do lago de Tucuruà são o território reconstruÃdo de pessoas que sofreram o impacto da desconstrução territorial, ambiental e social provocadoas pela implantação da usina hidrelétrica. Longe de serem espaços de glamour e ostentação são territórios de resistência social que expressam as contradições deste diverso Brasil.
Gyothobat · BrasÃlia, DF 10/11/2006 00:25
Parabéns Natacha,
Seu texto está maravilhoso.
A narrativa de seu Pedim me fez refletir sobre nosso cotidiano,nossa concepção de felicidade e nossa busca pela felicidade.
Somente pessoas insensÃveis não se emocionam com algo tão poético em meio a desgastante narrativa urbana em que vivemos.
Precisamos de mais olhares ao mesmo tempo jornáliscos e poéticos como o seu.
texto sensÃvel com narrativa na medida. parabéns!
dMart · Porto Alegre, RS 10/11/2006 13:13
Salve Roberto, Natacha, Helena e outros tantos que contribuiram nesse debate. Eu passei por esse texto ainda na fila de edição e depois não acompanhei o que tava se desenrolando nos comentários. Li agora e acho que é fundamental as questões que foram colocadas pelo Roberto. Nesse sentido mesmo de discutir nosso olhar, não de fechar essas questões no texto da Natacha.
Não tenho bem uma opinião fechada nesses sentido, não poderia inclusive me pronuniar pelo TR.E.M.A., por exemplo, mas dentro do grupo o que se pensa é em abordar as pessoas sob as mais diversas dimensões, desde o sexo até a religião. Outra coisa fundamental é ter consciência de onde está partindo o nosso olhar e explicitar isso no texto. Explicitar esse conflito de vivências. Acho que a Natacha faz isso.
Acho que a intimidade é necessária para um certo aprofundamento na representação da realidade. Talvez com mais encontros, mais conversas, a percepção da Natacha (a nossa em outras soituações) possa começar a captar outras questões que revelem outras dimensões disso que por enquanto é uma boa história, bem contada, mas que está ainda no plano do extraordinário, do pitoresco. Faço essa mesma avaliação para muitos dos meus texto já publicados no overmundo, em particular para o perfil do Seu Alves, também um "personagem" extraordinário. "Personagem"... A própria pauta já parte de uma percepção do extraordinário muitas vezes sane.
Como é a vida de pescador realmete? O Marcelo disse que é pra ele a profissão mais bonita do mundo, mas será mesmo. Não sei, em determinadas condições talvez sim, em outras não. Pescadores que vão para o alto mar em jangadas, que dormem molhados apertados e correndo o risco de cairem no mar a qualquer momento, talvez não achem isso.
No caso do texto, talvez abordar o porquê do "abandono" pela famÃlia e o que ele sentia com isso. Sei lá, tem que ir fuçando mesmo...
Bem, o certo é que uma boa história e boas histórias sempre são boas de ler e ouvir.
* Roberto, se você tiver algum texto na internet que trate teoricamente da representação da oralidade, todas essas questões que tu colocou, pode disponibilizar o link aqui?
Isso é que é vida, não?! Sem aperreios de contas a pagar e outras maldições da vida muderna. Bela matéria Natacha.
[ds] · Recife, PE 10/11/2006 15:44
Parabéns Natacha! Eu vejo o contar a história do seu Pedin como contar uma história! Intencionalmente ou não, ele virou um personagem a partir do momento que habita a sua imaginação, porque acredito que você não tenha apreendido tudo sobre ele numa só visita, tendo-o mitificado em algum grau... vejam bem: não estou dizendo que o homem de carne o osso é um personagem, nem que você distorceu a realidade, estou dizendo que as pessoas são personagens em potencial...
Obrigada por me apresentar mais uma pessoa tão interessante desse mundo que vai habitar minhas histórias...
Abraços!
Acho importante chamá-lo de Seu Pedin, isso é retratar a realidade do jeito que ela foi vista naquele pedaço de tempo e lugar. Pedro Paulo Bispo é um anônimo, um número em algum órgão do governo. Seu Pedin é esse cara que a Natacha retratou tão bem, sem julgamentos, sem preconceitos, só uma tentativa de contar aos outros o que viu naquele dia, um sujeito educado, gente boa, que vive na ilha, um personagem, que se torna folclórico mesmo, pelo simples fato de ser uma figura, se fundindo com a cultura do lugar. O cara da ilha.
E viva os personagens do Brasil! E que bom que espaços como o Overmundo possibilitam compartilhar tantas histórias desses brasileiros anônimos, como não é mais o caso do Seu Pedin, que gerou tanta discussão interessante.
Que bom, que existe uma maior “liberdade editorialâ€, digamos assim, para que uma história como essa seja contada. Provavelmente nunca seria contada em uma mÃdia onde o chamariam de Pedro Paulo Bispo, um jornal diário convencional, por exemplo, talvez na página policial caso as suposições sobre Seu Pedin pelo fato dele beber cachaça tivessem algum fundamento. E pelo que Natacha relatou, não é o caso.
Aqui em Alagoas falam-se diversos dialetos, como diria o rapper Vitor Pirralho.
A meu ver, retratar uma poesia de repente ou improvisos e motes de emboladores de coco sem tentar chegar o mais próximo possÃvel da linguagem sonora, da fala e da poesia original mesmo deles, é quase uma crime contra a obra, no contexto do seu lugar e tempo.
Quanto aos pescadores, não falei que possuem uma vida fácil, muito pelo contrário, e daà vem boa parte da minha admiração por eles, conheço vários pescadores aqui que tem muito orgulho da sua profissão. Não consigo vê-los como pessoas frágeis prestes a cair no mar, vejo homens fortes que sustentam suas famÃlias graças a sua relação com a natureza.
Desculpem se falei demais, mas esse texto da Natacha gerou uma discussão muito boa.
Abraços.
Não Marcelo, eles não são frágeis, mas vários morrem em alto mar, ficam reféns quando o peixe começa a acabar, ficam com as cortas doÃdas depois de certa idade. Têm orgulho claro, mas isso não é só beleza, muitos não querem isso para seus filhos. Admiro muito os pescadores, mas nem tudo é belo. Não acho que devamos idealizar essa relação homem e natureza.
Pedro Rocha · Fortaleza, CE 10/11/2006 16:08corrigindo: costas doÃdas.
Pedro Rocha · Fortaleza, CE 10/11/2006 16:09Pedro, entendo o que quer dizer sobre a idealização e tudo isso, os pescadores enfrentam muitas dificuldades e entendo que é uma profissão de risco, claro, como piloto de avião, médico, motoboy ou piloto de formula 1. Enfim, como comentei, acho a profissão bonita e acredito que uma relação sustentável entre homem e natureza é um ideal bem bacana.
Marcelo Cabral · Maceió, AL 10/11/2006 18:28Marcelo, para haver uma relação sustentável homem-natureza primeiro tem que haver condições materiais de sobrevivência, acesso a saúde, educação, cidadania. Aliás, estas coisas são condições essenciais da sustentabilidade, que deve ser simultaneamente ecológica, social e econômica. Não se deve romancear a profissão de pescador. Por mais digna e bonita que seja, exige muito esforço e gera pouca renda e está bem longe do prazer da pesca de lazer ou esportiva. Muitos pequenos pescadores, certamente, optariam por atividades mais leves e rentáveis se pudessem escolher.
Gyothobat · BrasÃlia, DF 10/11/2006 19:17
Querida Natacha:
Seu Pedim que me desculpe, mas a heroina desta história é outra. Ela se chama Natacha Maranhão e não foi medo que teve de superar que assim a constituiu. Ela é dona de uma sensibilidade humana tal que vê poesia onde outros só vêm pobreza e miséria na vida marginalizadado seu Pedim. Sem ela ninguém iria ficar com água na boca de vontade de comer o peixe assado e beber o montila nas festas da ilha. Quanta gente passou e passará pelo seu Pedim e verá somente um pobre e solitário pescador alcoolatra. É que nem todos tem os olhos lindos e demasiado humanos da nossa SuperNatacha. Eles conseguem enxergar a beleza nos lugares mais insuspeitados.
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
fã declarado da jornalista Natacha Maranhão
Ano passado, meu reveilon foi em Serra do Navio-AP, se não tivesse que estar em BrasÃlia este ano faria questão de fazer mais esta imersão. Esse cara tem que ser ouvido.
Gostei da idéia do aniversário, como será que está a agenda da Ilha dia 9 de abril....?
Natacha, demorô! Que história foi essa????
Isso é que é vida, não?! Sem aperreios de contas a pagar e outras maldições da vida muderna. Bela matéria Natacha.
[ds] · Recife, PE 10/11/2006 21:24Raro mesmo é encontrar uma narrativa tão boa. Sem entrar nas tantas discussões que foram geradas aqui, apareço para agradecer a Natacha pelo texto postado. Uma delÃcia de leitura eu tive, inesperadamente, quando entrei no Overmundo, só para fuçar. Sua sensibilidade, Natacha, deu vida, leveza, realidade a história. Deu em mim, uma leitora cansada na hora em que encontrei seu escrito, vontade de ler mais você. Parabéns.
Carla Serqueira · Maceió, AL 10/11/2006 21:57Só para complementar (minha memória à s vezes falha)... O fato de encontrar um bom personagem, não basta para gerir um texto encantador. É preciso ter algo que não se adquire em livros, em treinos, é sensibilidade.
Carla Serqueira · Maceió, AL 10/11/2006 22:03
Resumindo o que eu e a Carla queremos dizer, se é que ela me permiteinterpretar seu pensamento, existem milhares e milhares de "Seu Pedim" e´só muitissimos poucas Natachas e Nastachos Maranhão.
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
PS Seria uma bela matéria para a revista piauÃ, Natacha
ESSES CARAS QUE VOÇÊ SITOU, PITANGUY ENTRE OUTROS NÃO TEM UMA COISA QUE O CARA TEM. É O DE MAIS PRECIOSO PARA MIM E O QUE VIVO PROCURANDO. A LIBERDADE.
Charlot · Recife, PE 11/11/2006 10:28
Nat
Cê me fez viajar à foz do Rio São Francisco, litoral norte de Sergipe, bem pro local onde o grande rio de coração aberto e com um grande sorriso se entrega para o mar.
Boa demais.
Rô
Sergipe
Engraçado Natacha, o seu Pedim me lembrou o personagem do conto "A Terceira Margem do Rio", do Guimarães Rosa. Ele abandona a mulher e os filhos, ou melhor, é expulso de casa pela mulher e vai viver numa canoa no leito do rio, na terceira margem. O narrador é o filho mais velho, que mantém uma relação de cumplicidade com o pai, é o único vÃnculo deste com o mundo terreno por assim dizer e deveria ser seu substituto na canoa. Nesse sentido, quando o seu Pedim fala "lá na terra" é como se ele estivesse apartado do mundo, suspenso, na terceira margem, cada vez mais solitário pela morte do filho que o ligava à famÃlia. No conto também há uma morte simbólica, que é quando o filho se recusa a tomar o lugar do pai na canoa, é o momento em que o vÃnculo se rompe e o pai fica definitivamente só. Não é curioso?
Makely Ka · Belo Horizonte, MG 11/11/2006 19:47
Muito legal.
Queria poder ser como o Seu Pedrin, mas esse mundo globalizado já me consumiu, não consigo viver sem certas coisas.
Makely Ka, incrÃvel a similaridades entre as histórias, Seu Pedin plagiou Guimarães Rosa sem querer, só vivendo.
GYOTHOBAT, nos dois anos em que estive na comunicação do órgão ambiental do estado, aqui em Alagoas, tive a oportunidade de acompanhar e ouvir diretamente das comunidades de pescadores suas reivindicações e dificuldades. Não quis “romancear†a profissão em meu comentário e entendo que a sustentabilidade da atividade depende de saneamento básico, um grande problema do Brasil, precisa que indústrias não despejem indiscriminadamente resÃduos que diminuam as taxas de oxigênio em rios e lagoas causando mortandade de peixes, e entre tantas coisas, que os filhos dos pescadores tenham acesso a educação e cultura, pra que possam escolher se querem ser artistas, atletas, advogados ou pescadores.
Valeu o comentário, Marcelo
Mas é certo também que as discussões sobre o Seu Pudim neste interminável fórum estão mais focalizadas no lado "bacana e romântico" da narrativa da sua vida, como se ela se resumise à s suas festas na ilha. Não quero ser o chato a chamar a discussão para os aspectos socio-polÃtico-econômicos da vida dos pescadores, que poderia ser muito aborrecida e também pretenciosa . Mas temos que admitir que alguns comentários acima me fazem pensar que somos um bando de internautas classe média digitalmente incluÃdos a se deleitar com a "vida boa" do Seu Pudim, mas que não aguentariam uma semana dela. Quanto ao nosso personagem, o Seu Pudim, talvez ele não esteja nem aà para todo este papo cabeça e continua tocando a sua vida, possivelmente mais dura do que alegre, tentando ser feliz, se for possÃvel.
Corrigindo, "Seu Pedin". Transformei o homem em guloseima, sem querer.
Gyothobat · BrasÃlia, DF 12/11/2006 11:51
Gyothobat,
Fecho inteiramente com você! Foi ao "ponto" mesmo... Tiro o chapéu para você e para a Natacha, lógico, porque ela possibilitou a discussão.
Natacha, linda história de pescador!
Simpatizei com o Seu Pedim, mas me preocupei também. Observando as fotos de sua "casa", o seu isolamento, imaginei as péssimas condições que ele vive. Ele pode até não estar nem aÃ, mas tem gente que tem que se preocupar.
De repente, no meio da história, o glamour acabou.
Olá! Fiquei fora do ar no fim de semana e tive uma surpresa quando entrei hoje no Overmundo e vi que seu Pedin continua despertando comentários, discussões! Adorei!
Joca, fico de bochechas ardendo com essa história de fã, hahaha!
Yussef, vou procurar saber sobre o dia 9 de abril, quer que eu reserve a ilha pra vc? ;-)
Carla, obrigada!
Obrigada a todos por terem lido o texto, por terem comentado aqui...
beijos
Seu Pedin é ótimo !!! Que história linda e bem escrita!Fiquei toda, toda...
Cláudia CB · Teresina, PI 13/11/2006 17:33
Seu Pedin deve ser uma figura!!! =)
E deve pescar umas piabas q é uma beleza! =))
=*
Botei fé no seu Pedin..principalmente quando ele diz pra mulher não ter medo..que ela pode se afogar é bebendo um copo d'água...:)
.luana. · Teresina, PI 23/11/2006 21:20
adorei.
quero conhecer o seu pedimmm, meu deus!!!
se alguém for pra uma festa dele, me chama, vai! ;P
bjos...
Apoiado, Ariane! Vamos fazer um encontro do Overmundo lá?! :)
Felicitações pela excelente matéria, só fui descobri-la hoje, mas antes tarde do que mais tarde. Acho que retratou bem e forma fiel o que é a vida do seu Pedin.
Quanto ao lance da canoa, é o tal negócio: o que devemos superar para ir atrás de uma boa história.
Até mais!
Conheço o cara e a ilha do cara ... ainda bem que Seu Pedin não tem internet... discussões mais bestas... Seu Pedin é Seu Pedin do jeitim que ele é e isto basta...
Aliás, tem um poeminha do Manoel de Barros que me veio à lembrança quando sobrevoei estas discussões tão "interessantes":
"Coisa que não acaba no mundo é gente besta e pau seco".
Fantástica história, ótimo texto, eu queria que não acabasse.
...Bom, acabou, mas, se for ter festa me chama.
Me chama.
Queridos amigos:
Convido vocês a testemunharem o esforço que fiz para praticar uma imersão nos já longÃnquos anos cinqüenta do século passado, em particular o ano de 1954, em que São Paulo comemorou 400 anos de existência. Dentro de menos de uma hora, na sala de votação do overblog.
http://www.overmundo.com.br/overblog/parece-uma-coisa-a-toa
Achei linda a história. Quando nao se tem mais nada, perde-se tanto, ainda resta um pedacinho de terra onde se pode ficar sossegado e receber os amigos.
Tatiana dos Reis · Alemanha , WW 20/2/2011 02:48ahah quero uma pra mim tbm! by Ser Universitário
Rodrigo Siqueira O. · São Paulo, SP 9/5/2011 14:14Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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