As páginas de cultura dos jornais, de circulação local, regional ou nacional, trazem na grande maioria das vezes, matérias, reportagens ou artigos voltados para uma cultura que segrega parcela da população. Ora, se um faminto não tem acesso à comida, quiçá ao teatro, ao cinema, aos grandes eventos! Se não tem acesso ao “bê-a-báâ€, quiçá à s obras euclidianas, machadianas ou quaisquer outras obras de grande vulto!
Cultura para nós, chamados “letradosâ€, pode ser tudo isso citado acima. E, nos deliciamos com tais objetos. Porém, cultura também é saber “juntar as letrinhasâ€. Soletrar. Contar até dez. Pintar com giz-de-cera.
Porque os jornais não separam um pequeno espaço, na seção de cultura, para tentar estimular essa cultura primária? Essa resposta é fácil: pobre não compra jornal. O espaço do jornal é caro. Ou qualquer outra desculpa que atinja o vil metal. Pobre não compra jornal, mas o abastado compra. E, estimulando esse abastado a fazer algo pela cultura primária, pode surtir algum efeito, mesmo que pequeno. Onde está o caráter social do jornalismo? Ficou nos primórdios? O espaço é caro? Não precisa abdicar. Conquiste parceiros nessa idéia! As empresas têm seus projetos sociais e o espaço do jornal pode ser aproveitado por elas. Até incentivo fiscal existe para facilitar essa troca.
O que não é admissÃvel é a desfaçatez, o mascaramento, o apartheid cultural que é promovido pelos impressos diários, semanais ou mensais.
Os espaços destinados à cultura tornaram-se uma grande agenda, onde até se paga para que matérias sejam publicadas. A revisão desse papel do jornalismo cultural deveria ocorrer de imediato, para que os meios de comunicação possam ajudar tirar o atraso que se encontra a educação brasileira.
Marcelo amigo, o problema é: a que interessa ao poder, econômico principalmente, um povo culto, que cobre por um voto mais que uma dentatura ou um show de Calyyyyyypso?
Mas nosso papel como jornalistas é romper essas barreiras.
E textos fantásticos como o teu são um promissor começo.
Marcelo, confesso que seu texto não ficou muito claro para mim. A que jornalismo cultural você se refere especificamente? No eixo Rio-São Paulo, existe, claro, um certo elitismo, mas que atualmente se concentra muito mais na nova geração de escritores, músicos, atores do que nos mais antigos. Ou seja, o jornalismo cultural atual (na região citada acima, pelo menos) é justamente tudo menos machadiano. Não deixa de ser elitista por isso: apenas criou outro tipo de "gueto", digamos.
Fábio Fernandes · São Paulo, SP 19/5/2006 14:20
Marcelo, a 'grande mÃdia' vai continuar sempre com sua missão de impor o que vemos, ouvimos e até como reagimos a isso.
O Overmundo vem para (tentar) preencher uma parte dessa lacuna. Quanto mais gente conhecer e utilizar, melhor. Divulgando o site você já ajuda a mudar essa cena.
Abraços!
Caro Fábio Fernandes,
Os termos “euclidianas†ou “machadianas†no texto foi apenas com um tom figurativo ou até mesmo sarcástico. A verdade é como você mesmo disse: existe elitização! E, para mim, repito: o papel do jornalismo cultural deveria extrapolar os limites do agendamento e cair em campo para incluir mais pessoas no mundo das letras.
Obrigado a todos pelos comentários!
Marcelo,
gostaria de contribuir com outro site?
Estamos criando um jornal online direcionado aos brasileiros residentes no Canada.
visite www.achei.ca e se estiver interessado mande um email para "redacao".
Não seria o caso trocar a palavra "jornalismo" por "inclusão"?
Kuja · São Paulo, SP 14/6/2006 17:46
É Marcelo... também vivo essa realidade de Campina Grande. E ajudando o outro Marcelo a entender melhor, posso afirmar que os jornais daqui quando não se voltam para a velha guarda (geralmente de cultura regional ultrapassada), dão visibilidade à cultura de massa. E o pior é que nem a cultura de massa daqui é estruturada. Então o povo fica refém da cultura externa.
Como artista, me ponho em desafio e acredito que a coisa está tão carente que só tá dependendo de mim. E a cena de ilhados com Bandas como Cabruêra, Aero-Trio, Repercussão, Marxuvipano, Dona Júlia e outros... tem que ousar mais.
E nas outras artes não fica para traz. Precisamos de mais garra. E desafio quem duvidar disso. Pois quem tiver sua arte e, CG, pode falar comigo que eu garanto q aparece nos Jornais daqui!
Aguardo interferências!
Tone Ely.
marxuvipano.multiply.com
Querido Marcelo: confesso que também não entendi onde você quer chegar e que nem imagino o teor das notÃciass que vc reclama faltarem nas seções "culturais" dos jornais.
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
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