Alguns gostam de chamar de esporte do “Homem Aranha†outros dizem que isso tudo é para fugir do muro da escola. Mas na verdade, todo praticante de Parkour, chamado de traceur ou traceuse (feminino), prefere descrever esta prática como uma atividade fÃsica de transpor obstáculos urbanos ou naturais, movimentando-se do ponto A ao B da forma mais eficiente possÃvel.
DifÃcil? Objetivo? Arriscado? Doloroso? Gratificante!
O Parkour, uma variação do termo francês pra "percurso", além de ser uma tribo urbana é uma disciplina com influência de treinamentos militares, ginástica olÃmpica, artes marciais e até mesmo de danças. Aliás, seus movimentos muitas vezes remetem à queles praticados na infância, desenvolvendo visão espacial, testando novas sensações, criando formas de comunicação que atrai olhares não por uma causa, mas por uma conseqüência.
A primeira vez que soube desta prática criada na França por David Belle, foi assim:
“FILHA! Olha essa reportagem! É a sua cara!â€.
Insanidade? Bom, eu praticava dança contemporânea há oito anos, tinha jogado basquete por outros quatro, talvez minha mãe pensasse que era uma espécie de dança no concreto. E mal ela imaginava que em uma semana eu conheceria praticantes de Parkour pelo Orkut, marcaria um treino no fim de semana seguinte e sairia sozinha pulando com mais uns 20 garotos. GarotOS.
Fazer Parkour já é estranho, agora imagine voltar para casa com um hematoma na perna, arranhão no braço e um sorriso enorme: SUBI NO MURO!
Mamãe ligava: “Filha, tem mais meninas com você?â€
Eu respondia: “Claro, mãe! Tem mais umas 3 aqui!â€
Essa resposta demorou dois anos para se tornar verdadeira, pois agora muitos eventos de Parkour têm acontecido e reúnem praticantes do paÃs inteiro e até convidados internacionais. No dia 13/07/2008 ocorreu o 3º Encontro Paulista de Parkour que reuniu representantes de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, BrasÃlia, Curitiba, Maringá, Florianópolis, ItajaÃ, Porto Alegre, Sorocaba, Campos do Jordão, Campinas, Jundiaà e São José dos Campos, com presença em número recorde de 10 meninas! (Havia umas 100 pessoas no evento, enfim!).
A importância dos eventos é que eles aumentam o convÃvio, a troca de experiências e o exercÃcio de cooperação. O que estimula uma prática independente e contÃnua, desenvolvendo habilidades fÃsicas, mentais e comportamentais, como: força, impulsão, coordenação, observação, controle, paciência, cooperação, comunicação, humildade e respeito.
A maioria das meninas inicia seus treinos de Parkour quando alguém muito Ãntimo já está praticando, geralmente o namorado, o irmão, melhor amiga ou amigo. É natural sentir-se mais confortável quando acompanhado, mas como o Parkour é uma prática autônoma e uma disciplina é preciso se desprender desta "zona de conforto".
No inÃcio as garotas têm a impressão de que o ambiente é totalmente masculino, mas acabam se surpreendendo com o incentivo dos praticantes, que se orgulham e vibram com a evolução feminina. Cria-se um clima amigável entre homens e mulheres, pois esta convivência saudável é a base para a concentração.
Na mÃdia pergunta-se muito sobre a diferença de força muscular e flexibilidade entre homens e mulheres, mas essa é uma discussão biológica. Uma perspectiva mais interessante é analisar o repertório motor do ser humano que é determinado culturalmente. Seria o histórico de experiências do seu próprio corpo. Na infância os meninos são mais estimulados a subir em árvores, jogar bola na rua, andam sozinhos mais cedo e é esse contato com a cidade e com o concreto que mais diferencia: a experiência e a familiaridade com o espaço.
Um exemplo clássico: quando crianças em desenvolvimento estão muito ativas alguns pais têm o costume de colocar os meninos no futebol para gastarem as energias e as meninas no balé para saberem contê-las. Nestes ambientes onde a quantidade de garotos ou garotas é predominante pode-se dizer, segundo a filósofa Judith Butler (1993, Bodies that matter), que masculinidades e feminilidades são construÃdas a partir da sedimentação de ações no cotidiano.
Uma questão pontual são as diferentes maneiras como homens e mulheres tomam decisões sob os efeitos de tensão, dor, pressão social e autocobrança. Pois segundo a historiadora Joan Scott (1996, Gênero: uma categoria útil para a análise histórica), o princÃpio de masculinidade baseia-se na repressão necessária dos aspectos femininos.
Eles lidam desde cedo com o enfrentamento, a virilidade, o adversário, o brusco contato corporal e a atividade constante do corpo. Aliás, a defesa pessoal é tida mais como um valor do que uma habilidade. E elas são estimuladas à delicadeza, sensibilidade, expressividade. Ou seja, em geral os meninos exercitam mais cedo o controle do corpo quando submetidos a um turbilhão de emoções intensas.
Todavia, o que torna o Parkour compatÃvel com garotas nos dias atuais é o fato da cultura social agora enxergar a coragem, a iniciativa e a independência como valores não só admiráveis, mas necessários para homens e mulheres.
No Brasil o Parkour Feminino têm se desenvolvido em quantidade e principalmente em sua qualidade. É difÃcil desafiar os próprios limites quando os parâmetros são unicamente masculinos e por isso as traceuses têm se arriscado mais, se exposto mais e superado mais medos.
Esta atividade fÃsica é individual, mas esta prática como um todo nunca está isolada. Há sempre uma comunicação com um conjunto, seja por linguagem corporal ou verbal. Ela é independente de gênero, raça, cor ou idade, mas sempre está carregada de especificidades que nos torna únicos e mais complexos. Viva à diferença! Trace um percurso diferente.
Para saber mais sobre o Parkour, acesse:
VÃdeo da equipe BR Tracer: http://www.youtube.com/watch?v=KVILYuq7ZKs
Site do grupo Le Parkour Brasil: http://www.leparkourbrasil.com.br/
Comunidade no Orkut: http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=185400
Priscila Caccuri, praticante de Parkour há dois anos,
estudante de Têxtil e Moda na USP,
gosta de momentos intensos e realizar desejos impossÃveis.
http://br.youtube.com/watch?v=LxpACa88Tpw&feature=related
Adorei as meninas e a coragem! Excelente matéria!
abço
CD
E Viva! Viva mesmo cada tumor que se fura e cada muro que você pula........!!!!!Tchuguduuum!!!!!!!!
Beijos
ND
adorei...adoro Parkour...se fosse uns 25 aninhos mais jovem, faria a mil !...rsrs...mas...muuuito legal a materia, as atletas e tudo mais...
votado
bj
Joe
Gostei. Acho o Parkour muito massa. Se existisse um grupo praticante em minha cidade, com certeza eu faria parte dele.
Conheci o esporte a um bom tempo, mas passei a gostar dela desde de que um amigo me indicouo filme "D13" onde o próprio David Belle - na pele do Leïto - mostra toda a força e beleza da sua criação.
bom mesmo galera
Abraço
Aqui é o PC da Parkour Rio - VotadÃssimo, ótima matéria Priscila!
;*
EEeeeeeeeeeeeeee Priiiiiiiiiiiiiiiiii
adivinha quem é?
é o Fi de sampa claro.
PArabens Pry pela matéria, estarei colocando ela como artigo no site.
Beijão
Ps: Votado
www.parkournobrasil.com.br
Eu posso fazer também? Adorei!
Claro que voto!
Beijos
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