Para quem não podê acompanhar a entrevista com o médico Patch Adams, exibida no programa Roda Viva da TV Cultura, nesta segunda-feira, dia 5, deixo aqui minha espontânea transcrição do que fora dito, pois creio ser debate de extrema relevância, cujos assuntos de profundidade na atual sociedade nos fazem refletir, não apenas sobre a figura desse peculiar doutor, porém, acima disso, sobre a condição humana.
Ao ser questionado, logo no inÃcio do programa sobre o que achava do filme de Hollywood que ilustrou sua biografia, Patch Adams já surpreendeu a todos ao dar ao filme uma conotação pejorativa e exaltar os aspectos comercialescos da obra, dizendo que o filme o deixava constrangido por servir-se a um mal da sociedade e não ser eficiente em ajustar o pensamento mesquinho de lucro e capital que assola a humanidade. Além disso, não obstante, desmentiu que sua principal idéia é de que o riso seria o melhor remédio, pois para ele, a amizade cumpre esse papel, com amor e fraternidade. Atacou todo o tempo o pensamento capitalista de acumulo de lucro, inclusive inerante à indústria farmacêutica, afirmou que a postura médica geral beira à arrogância por ter a petulância de se fazer curativa, quando deveria se preocupar em cuidar e não curar, que além de fria e desumana, a relação médico e paciência não se dá de igual para igual, porém o doutor, no mais das vezes, se coloca em grau de superioridade, exibindo secamente um ranço hierárquico nas relações humanas. Também discorreu, muito sabiamente, que se exaltássemos mais à saúde nos programas de sáude pública, não nos preocuparÃamos tanto com as doenças, ressaltando o aspecto de que focamos a saúde na negatividade de curar doenças. Dentre tantos outros dizeres, afirmou praticamente que o câncer da humanidade está na desumanidade do Império do Capitalismo, o cancro generalizado é o sofrimento descabido do homem neste mundo que ama o dinheiro e o status quo. Faz questão ainda de dizer que se envergonha quando o nomeam por médico norte-americano, pois o faz lembrar que é proveniente de um paÃs que não respeita a humanidade, mas que muitos outros também o são, ressalto com minhas palavras. Criticou o Brasil por não cuidar da Amazônia, o que também ressalto, que nenhum paÃs seguiu uma "não-tradição" de preservação ambiental, muito pelo contrário, neste mundo capital, meio-ambiente é o que menos importa e ainda trava o progresso e o enriquecimento dos capitalistas. Mas disse algo real, que não há mais Brasil no Brasil, pelo menos em São Paulo, perdeu-se muito de nossa riqueza cultural, tudo é muito pop para as graças dos mercados culturais. Disse que apoiar a arte não é favor, porém sim obrigação de toda sociedade e não apenas de governos. De tudo que foi dito, o que nos ficou foi seu grito contra o capitalismo de um mundo obcecado por dinheiro, sucesso pelas vias financeiras e aquisitivas, de carência intelectiva e dominação mercadológica dos grandes veÃculos de comunicação.
Oi Dani.
Bacana sua colaboração. Eu assisti o programa e achei bem bacana as idéias dele.
Obs: Na próxima colaboração coloque alguns espaços entre os paragráfos para a leitura ser mais leve, valeu!
Muito bom texto, adorei , na verdade achei q ele já tinha morrido, rs
Achei muito interessante a parte em q ele diz q no Brasil nao há mais Brasil, é muito verdade isso, principalmente em se tratando de SP.
bjos
É isso aÃ, Danielle! Gostei do seu texto, sobre esse nosso bom outsider do caos capitalista, que é o dr. Adams.
andrehsb · Parnamirim, RN 10/11/2007 22:50
Queridos, sempre grata pelas observações.
Higor, valeu pelo toque ;-) .. de relevância ... beijos
Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
Você conhece a Revista Overmundo? Baixe já no seu iPad ou em formato PDF -- é grátis!
+conheça agora
No Overmixter você encontra samples, vocais e remixes em licenças livres. Confira os mais votados, ou envie seu próprio remix!