Mídia. Como é? São dois os cálculos possíveis. O primeiro é otimizar o dinheiro que tenho, o segundo é descobrir quanto dinheiro é preciso para alcançar os objetivos. Como não poderia deixar de ser, ambas as alternativas são regidas pela lei do custo X benefício onde benefício significa “quantas pessoas serão impactadas”.
Para cálculos são necessários números e para números são necessárias pesquisas. Para pesquisas é necessário controle e para ter controle é necessário isolar variáveis - coeteris paribus. Quanto mais variáveis, menos controle e quanto menos controle, menos idéias e quanto menos idéias, menos inovação e quanto menos inovação, menos ação e quanto menos ação, menos dinheiro e quanto menos dinheiro, menos tudo.
Daí a gente tem que explicar para a propaganda que não existem mais meia dúzia de veículos com força suficiente para impactar os públicos, mas milhões. Daí a gente tem que explicar para a propaganda que os veículos são feitos pelos próprios públicos que queremos impactar.
Tilt 1: a mídia é o target e o target é a mídia.
E a mensagem? Como é? São dois os raciocínios. O primeiro é dizer o que as pessoas dizem. O segundo é dizer o que as pessoas vão dizer. Como não poderia deixar de ser, ambas as alternativas são regidas pela lei do mínimo denominador comum, sendo que esse mínimo aí é o que todos os públicos vão entender.
E para encontrar esse mínimo aí, precisa de pesquisa. Nesse ponto o raciocínio volta a ser o mesmo. Pesquisa tem que ter controle, para ter controle tem que ter poucas variáveis e por aí vai.
Daí a gente tem que explicar para a propaganda que a mensagem que melhor funciona com nosso público é aquela que o próprio público faz. E a mensagem que o público faz é um monte de mensagens. E esse monte de mensagens é um monte. E se é um monte, tem um monte de mínimos denominadores comuns. Daí a gente tem que explicar para a propaganda que o mínimo denominador comum não impacta o máximo de pessoas possíveis.
Tilt 2: a mensagem é o target e o target é a mensagem.
E a esses dois tilts, como é que o mundo do marketing reage?
O mundo do marketing reage de duas maneiras: como uma avestruz ou como um hiena. Enterra a cabeça e espera que a manada faça greve ou se regala com a carniça e gargalha.
Mas que jeito a gente dá então para explicar que está cheio de tilts no circuito?
Pesquisas, pesquisas e pesquisas. Como viver sem elas e como fazê-la$ se ninguém põe dinheiro pra isso?
Claudiocareca · Cuiabá, MT 19/10/2006 18:09O problema não é por o dinheiro nisso...o problema é como se põe dinheiro nisso. Em outras palavras, pelo menos no mundo de marketing, se põe um caminhão de dinheiro nisso...mas com que finalidade ou de q forma é a questão...
Fernand Alphen · São Paulo, SP 19/10/2006 18:16
não creio que a mídia seja realmente o target, e vice-versa.
a mensagem, pela mídia, está convergindo.
está cada vez mais particular, mais pessoal.
a mídia que você fala, creio eu, são as mídias de massa. mas as mídias de massa estão desaparecendo. já está deixando de existir massa.
correção: eu quis dizer divergindo, e não convergindo.
Farion · Curitiba, PR 20/10/2006 01:56
Oi Fernand.
Infelizmente você deixou complexo algo que pode acontecer mais simples.
Não vejo a propaganda como algo negativo, vejo com o otimismo que ela possa mudar o mundo para melhor, porém, nem todos os profissionais sabem disso e continuam a fazer a "masturbação comunicativa"
Também não vejo tantos nós como você vê os tilts.
Se formos discutir sobre as balelinhas e pisões na bola da propaganda, iremos nos "debater" como sempre e criticar o que todo mundo critica.
Que tal dar sugestões sobre novas saídas e rumos diferentes para a propaganda em nó?
Fica registrada a minha sugestão.
Oi Esther,
Faz tanto tempo q escrevi esse texto complicadinho q tive q me reler duas vezes para entender! E como não consegui me lembrar do estalo q me fez escrevê-lo, continuo sem entender direito ;)
Eu não acho q a propaganda é uma coisa ruim, afinal de contas, trabalho com propaganda há 20 anos. Eu estava provavelmente me referindo aos raciocínios típicos que enfrento todos os dias na minha profissão. Os raciocínios simplificadores que não conseguem perceber mudanças profundas na sociedade, como a multiplicação infinita de veículos e a capacidade ampliada dos públicos de se tornarem self-mídia.
Mas vc me faz uma provocação q eu gostei. E como estou num jejum longo demais do Overmundo, vou tentar responder a sua pergunta com um artigo.
Obrigado!
Legal Fernand!
E eu também trabalho com propaganda. Sou muito chata com ela também. E para mudar, tudo o que faço coloco uma pitada de educação e alma nessa coisa tão plástica que é a propaganda.
Se quiser e tiver um tempinho, dê uma lida em meu artigo: o muro invisível da comunicação.
É um case de campanha que foi por outro caminho.
1 abração
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