Publiquei recentemente, no banco de cultura do Overmundo, os quatro livros da coleção Conquiste a Rede. Aqui, no overblog, aproveito para chamar a atenção para reunião desses conteúdos e para a distribuição gratuita deles pela rede.
Os livros (deixo os links no final do texto) têm como finalidade dar instrumentos a qualquer internauta falante do português para criar a própria página na internet, seja ela com áudio, vÃdeo, foto ou texto.
No entanto, não são mais um apanhado de dicas “quentes†e toques de códigos para “turbinar†as páginas pessoais. É mais um trabalho de convencimento dos leitores de que é importante conquistar uma presença virtual na internet.
Em outras palavras, que ter um blog, flog, vlog, montar um podcast ou praticar jornalismo cidadão não são brincadeiras ou perda de tempo. São acréscimos importantÃssimos à cultura brasileira e a certeza de uma voz para centenas de milhares de brasileiros que não têm vez na grande imprensa e nos cÃrculos de decisão das esferas públicas.
Acompanhei aqui no Overmundo algumas discussões sobre o crescimento das lan-houses paÃs afora e até mesmo sobre o risco de esse crescimento suscitar em polÃticos mal informados desejos repressivos e controladores do que pode ou não pode ser feito na web.
A coleção Conquiste a Rede, escrita por mim e por Ana Carmen Foschini, pode contribuir também nesse sentido. O de dar a esses usuários dispersos pelo Brasil instrumental para descobrir e criar conteúdos inéditos e compartilhá-los com outros usuários. E isso, se tudo correr bem, muito antes de alguém se mobilizar para castrar ou taxar excessivamente a rede, como ameaça ocorrer nos EUA e já ocorre em paÃses não democráticos.
Um dos principais fatores para a exclusão digital no Brasil, além dos problemas de infra-estrutura e de economia, é a questão do idioma. São poucas as referências em português para quem quer criar conteúdos novos na rede. A maioria dos internautas brasileiros considerados usuários avançados não tem muitos problemas em navegar em sites em inglês ou espanhol. No entanto, para outros usuários, isso pode ser um impedimento definitivo. DaÃ, mais uma vez, a importância dessa coleção: reunir em português as informações necessárias para qualquer internauta iniciante começar a publicar suas produções na rede.
Encerro este post apenas lembrando que o quarto livro da coleção fala sobre o Jornalismo Cidadão, a prática jornalÃstica feita por não jornalistas. As técnicas e sugestões apresentadas nesse livro podem facilitar em muito a vida dos internautas que colaboram com sites de participação e comunidade, como o Overmundo e o WikinotÃcias, além, é claro, de melhorar os próprios blogs, podcasts, foto e videologs.
Convido os leitores então a experimentar e espalhar a coleção para que os usuários das lan-houses do paÃs possam também adquirir e compartilhar esse conhecimento que pode ser de todos nós.
Coleção Conquiste a Rede:
vou experimentar, sou muito ignorante na rede, ainda.
j.alves · São Paulo, SP 12/9/2006 22:57Que bom j.alves. Se quiser, compartilhe depois sua impressão dos livros. Abraços.
rrtaddei · São Paulo, SP 12/9/2006 23:01
Vc disse tudo! A hora é agora: conquistar e consolidar esse espaço independente.
Vou ler, ou melhor, devorar e passar adiante na melhor tradição libertária!
Obrigada
Ae! Valeu Taddei. Tenho um interesse especial pelo livro sobre Jornalismo Cidadão. Vou dar uma olhada e talvez possamos discutir essa questão depois.
Legal Pedro. Aguardo seu contato!
Cris, consolidar esse espaço é a chave. Abraços!
Li o livro sobre jornalismo cidadão Taddei. Realmente é algo bem básico, algo que pode incentivar pessoas a entrarem nessa história colaborativa.
Só acho que as vezes fica muito arraigado ainda no livro a história do factual e de uma globaloização em que todos vão saber de tudo, algo que compra a urgência da notÃcia que está cada vez mais exacerbada.
Acho até que nessa história a própria reportagem seja o gênero que mais possa oferecer contribuição, mas essa distinção não seja feita no livro. Não sei se por opção didática.
Outra questão é por exemplo falar de uma autorização por escrito para liberaçãode direito de imagem. Eu não sei se isso foi alguma forma de não se comprometer, mas essa burocracia não funciona nem memso nos grandes meios, quanto mais em algum jornalismo cidadão amador.
No mais, o livro é uma ferramenta importante como ponta-pé para uma galera. O problema é: essa galera que vai ler o livro pela internet, já não tem essas informações basicas? Porque, eu acho, que ao contrário do que se lê no começo do livro, muitas das informações já estão acessÃveis na rede e em português. Talvez não estejam é divulgados da forma como essa coleção pode estar sendo.
Nessa caso a impressão e distribuição ainda são essenciais.
Claro que meu comentário é crÃtico, mas em um sentido de colaborar com essa história toda Taddei. E são algumas coisas levantas para reflexão, nada fechado, talvez nem consistente.
No final das contas, parabéns pra vocês e pro resto da galera que participou e está participando do projeto
Concordo com suas observações Pedro. Mas vamos por pontos. Primeiro, optamos por tratar mais do factual no livro pois trata-se da questão mais sensÃvel do jornalismo cidadão, aquela onde as pessoas se perdem com mais facilidade, misturando opinião e fato de maneira nem sempre responsável. Nos outros livros, principalmente o sobre blogs, há uma liberdade maior para as opiniões e os trabalhos criativos. De qualquer maneira, no fundo, o jornalismo cidadão navega sobre fatos, como o jornalismo em geral, daà essa relevância.
E concordo contigo sobre a questão da reportagem como a experiência que mais oferece contribuição. Vemos muito isso aqui no Overmundo e é realmente importante. Tivemos sim uma preocupação didática, de não desenvolver demais os assuntos e afugentar possÃveis iniciantes na rede. E ai entramos no último ponto do seu comentário, a questão do suporte.
Eu sou favorável sim ao suporte em papel. Desde o começo me preocupei com essa questão. Tem muita gente navegando na web que não conseguirá chegar perto dessa coleção pois estão, como falamos no livro, excluÃdos pela falta de referências necessárias para a navegação. A maioria dos dados contidos nos livros estão sim espalhados pela rede. Mas não encontrei, em português, nada ordenado e organizado (a menos que esteja enganado, claro) e muito menos sobre jornalismo cidadão.
Mas é uma ilusão pensar que editar os livros por editoras convencionais resolverá o problema. A meu ver, as pessoas que mais necessitam desses livros não tem também acesso a livrarias e talvez renda para comprar as edições. Isso sem falar que as edições convencionais saem com tiragens de no máximo 2 mil exemplares e com distribuição restrita, na maioria das vezes, aos grandes centros populacionais.
Talvez num futuro próximo possamos imprimir os livros e fazê-los chegar a usuários que dificilmente o leriam na tela ou por falta de costume ou por falta de tempo, como no caso de usuários de telecentros, por exemplo. Essa é uma questão que estou correndo atrás.
Quanto à sugestão da autorização por escrito, enfim, ela é de praxe em muitos lugares. E esse alerta dá a medida, no mÃnimo, da encrenca que a utilização de imagens pode gerar na web. Não é para desencorajar, muito menos para livrar a barra, mas um alerta, que vem acompanhado de sugestões alternativas.
Espero ter ajudado na discussão Pedro. Valeu pelos comentários. Abraços!
Perfeito Taddei, consensuo em tudo com você.
Na questão especÃfica do suporte. Realmente precisamos de sites, vários sites colaborativos, mas também precisamos de gráficas, várias também... E ai sai mais caro né, como se fala aqui em Fortaleza.
Lembro de um episódio que uma ala do movimento estudantil na PUC de SP,eu acho, na ditadura teve como primeiro movimento na tomada do grêmio a ocupação e utilizaçãpo de sua gráfica... Os contexto são outras, mas essas histórias deixam algo a se pensar.
um abraço
Taddei,
iniciatica valiosÃssima! Faço jornalismo e meu trabalho de conclusão de curso é justamente sobre Jornalismo Colaborativo!
Vc não faz idéia do quanto isso vai me ajudar! Agradeço desde já!
Abraço!
Excelente! Uma inciativa maravilhosa!
DaniCast · São Paulo, SP 9/10/2006 11:28Para nós professores que estamos engatinhando na rede a iniciativa de vocês foi FANTÃSTICA!! Valeu muito!!
Jenny Horta · Niterói, RJ 25/11/2006 02:48Para nós professores que estamos engatinhando na rede a iniciativa de vocês foi FANTÃSTICA!! Valeu muito!!
Jenny Horta · Niterói, RJ 25/11/2006 02:52Muito bom ter descoberto isto, Taddei. Nessas coisas de tecnologia e cultura a gente só soma quando reparte. Valeu!
Antonio Rezende · Palmas, TO 7/1/2007 10:25
Boaaaaa
tamo que tamo chegando!
;)
Muito boa esta matéria, né?
Está na hora de trazê-la de volta ao papo. Já dei um toque sobre ela lá na conversa que está rolando no Forum sobre a redação de um Manual de Auto-Publicação na Rede para Musicos e Musicas Independentes, e estou pensando em fazer uma blogada a respeito dela também.
Mais uma vez parabéns ao pessoal responsável pela matéria e pelos textos liberados no Banco de Cultura.
Abraços do Verde.
Gesto nobre, considerado.
Adroaldo Bauer · Porto Alegre, RS 12/3/2007 10:36interessantissimo,principalmente para mim que está 'nascendo'para a geração de blogs.
Cristina Lins · São Paulo, SP 25/10/2007 01:23Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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