É por conhecimento oral, passado pelos nossos familiares, que temos o verdadeiro sentimento da atitude correta. No entanto, com o passar do tempo há um discernimento sobre as peculiaridades das coisas que não se combinam, entre elas a tal da atitude correta.
Erroneamente - em uma determinada época -, acreditava-se que a junção entre o leite e a manga, causaria nas pessoas, um tipo de envenenamento, portanto, era preciso ficar longe desta ‘mistura abominável’.
No presente o que insiste em brotar é um determinado assunto que não foge aos olhos mais atentos – a combinação não perfeita entre dois verbos: o do construir e o do preservar.
Tomo de caso o primeiro para entreter com bendito dicionário, que traduz exemplarmente do sentido da palavra como vem acontecendo. Sobre uma linha de pesquisa idealizada para este pensamento o ideal discutido por aqui relata a opção de entender melhor o seu significado.
Construir: “fazer construções, cada qual poderá construir como quiserâ€.
Para não deixar o verbo sozinho devo insistir em outra situação que se relaciona no mesmo sentido.
Preservar: “ao abrigo de algum mal, dano ou perigo futuro; defender-se, resguardar-seâ€.
A frase intrinsecamente acaba se relacionando com o que estamos vivenciando. A metrópole que envolve e engole, pior ela se torna vegetariana. É nÃtido o sentido das duas palavras, mas poderÃamos classifica-las em um único propósito, algo diretamente dicotômico caso unidas. Para este assunto e o debate se fazer por necessário é preciso clarear mais as ideias...
Vamos ao caso
Há alguns anos o Brasil (exemplo de paÃs em constante desenvolvimento) é reconhecido como um imenso canteiro de obras. Para instigar o leitor mais desatento, pego como ponta do iceberg (desculpe o clichê) a cidade de São Paulo. Em constante evolução, a maior metrópole do paÃs, não tem a mÃnima educação em construir pensando no preservar, olhem as palavras se encontrando.
Com rarÃssimas áreas verdes o cinza continua a tomar conta de toda zona metropolitana da cidade, causando em seus moradores, um certo acomodar em não ver o verde tão precioso. O descaso é tão grande que quase ninguém (me refiro à população local) se da conta de cobrar o arroubo pelos órgãos capitalistas causado à área verde paulistana. Quanto mais prédios erguidos, viadutos, rodovias e shoppings, são menos as árvores, menos o sentimento e na certeza de ter menos qualidade de vida.
Segundo o sÃtio do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, a porcentagem de investimentos - mesmo com a tal da crise financeira -, tende a aumentar na capital. Isso não seria entendido como notÃcia ruim se por acaso esses investimentos fossem reorganizados de uma forma sustentável - palavra da moda -, porém não é o que vem acontecendo.
O fato é que nós meros seres deste planeta, não compreendemos a devida reestruturação da ação dos verbos (que tomo como exemplo) para que se completem em significado e em vida, cultivando o respeito a quem chegou primeiro.
As duas palavras citadas servem de caracterÃstica evidente do que os moradores sentem diariamente por aqui. Pior, para abrigar de uma maneira desumana a quem não tem condições de escolher o melhor para sua vida.
As áreas verdes poucas e raras na megalópole acabam sendo ‘protegidas’ por grades – ou será que é ao contrário e cometeram algum crime para ficarem presas ?
Os prédios já existentes não são reformados e são fabricados uns ao lado do outros isolando a vegetação local, causando, portanto, todo o transtorno que podemos detalhar ao ver os noticiários.
São Paulo se torna a cada dia uma cidade sem vida, pois aniquila sua vegetação, sua mata, seus animais e moradores mais antigos com sua forma agressiva de expansão desordenada. A extinção do verde parece não ter fim.
Um outro lado
Existe também das poucas atitudes tomadas e sérias a do lado bom. Novas iniciativas estão sendo criadas entendendo que o educar se faz necessário. O construir preservando, que faço a sÃntese para a pequena reflexão é diagnosticar nos lugares construÃdos não utilizados reformando-os e reorganizando-os para, enfim, proclamar uma devida harmonia entre o ser humano e a natureza.
Algumas Ong’s direcionadas a preservação da harmonia entre meio ambiente e construção civil estão instituindo programas para o melhoramento da condição de vida nas grandes cidades. Na capital paulistana podemos citar vários bons exemplos, mas o principal é saber que todos nós, além dos órgãos governamentais somos os principais agentes dessa transformação. Pois, não basta se industrializar, dar condições da economia local crescer, de se expandir e não proteger a conscientização de uma vida mais saudável.
Portanto, é cultivar o que já existe e assim poderemos quem sabe um dia usar um terceiro verbo para uma união perfeita: construir para preservar e o melhor de tudo, amar !
Em tempo: escrevi este texto antes do alagamento paulistano, neste última semana.
Higor Assis · São Paulo, SP 20/3/2009 17:39
Amigo Higor Assis.
"Moro no conjunto Habitacional Cidade Tiradentes um dos maiores crimes ambientais cometido, quando de sua construção"
As construções ainda que, feitas com dinheiro público, quase sempre tem como objetivo outros interesses, que não são, nem a preservação do meio-ambiente, e tampouco a solução definitiva dos problemas, e sim, a projeção de administradores do “aparelho público†e outros tantos.
Estamos precisando de atitudes dos governantes e de uma forma ou de outra, de todos nós, que por vezes silenciamos frente a certas Mazelas.
Parabéns pela abordagem.
Abraços
Em tempo parte dois: Segue link de matéria de hoje do jornal estado de sp tratando mais explicitamente sobre o caso.
Higor Assis · São Paulo, SP 23/3/2009 10:36É cara nossa querida Sampa está pedindo socorro , precisamos fazer algo pois uma hora ela vai explodir. Abraços ...
delen · Cotia, SP 23/3/2009 11:28
Higor, Vitória é uma cidade bem menor que São Paulo. Ainda tem algumas áreas verdes. Mas o que a caracteriza atualmente é a quantidade de construções: tem obra pela cidade toda. Obras nas vias, nos prédios públicos, construções e mais construções. Houve um boom na construção civil aqui. Até mesmo ao lado do aeroporto estão subindo edifÃcios altos. É claro que isso vai trazer problemas ambientais enormes.
A coleta de lixo, embora seja razoavelmente eficiente na capital, não é feita seletivamente. A educação ambiental também é fraca e o povo joga lixo nas ruas sem o menor constrangimento. A gente aqui não sofre com enchentes, como o paulistano. Mas, continuando assim, elas logo serão um problema nosso também.
Morar nas cidades é estar constantemente estressado por esses problemas.
Sampa cresce vertiginosa e descontroladamente...
seu povo não sabe respeitá-la em sua essência e todos nós sofremos as consequências !
Excelente trabalho, Higor !
Um beijo !
Amigo Pedro, sua região é isso mesmo. Quando eles iniciaram as obras em tiradentes poderiam ter criado uma harmonia, naquela época nem tanto pela desordem das construções, mas pela convivência que o ser humano deveria ter com a natureza.
Delen, depende apenas de nós, só de nós...
Claudia, logo infelizmente sua cidade que já esta com o boOom da construção civil irá passar por tudo que há anos estamos passando. O texto que coloquei por aqui é justamente isso um grito para não acontecer em outras cidades e quem sabe uma possÃvel melhora nas que já estão totalmente desordenadas como SP.
Alcanu, existe ainda mais possÃbilidades deste povo que não cultiva a harmonia entre natureza e o ser humano. Muita coisa pode piorar se por acaso deixarmos como esta.
Higor Assis · São Paulo (SP)
Quando os verbos não se casam
Um Trabalkho de Capricho e de beleza.
Construir e Preservar numa teferência.
Temosa deter a coinsciência das coisas poara sermos felizes.
Tudo que é Humano ~e do interesse dos Humanos e vice versa.
Parab~ens peli Trabalho que é de Humanidade e de Interesse público.
Anração Amigo
Salvai-nos por caridade
pecadoras invadiram
todo centro da cidade
armadas de rouge e batom
(Tom Zé, in São, São Paulo, 1968)
Higor
Matéria importante nesse caos que se encontra as cidades brasileiras, não só a capital São Paulo, mas também suas cidades vizinhas...uma maneira desordenada de construir onde é área preservada, tudo passa nessas prefeituras brasileiras, o cidadão comum, até com pouco estudo, percebe o acinte dessas contruções fora de prppósito, inúmeros condominios verticais, sem a melhoria urbana e de saneamento e educação nas escolas sobre meio ambiente.
É tamanha a vontade de lucrar sempre sem pensar em nada e em ninguém , nem na própria famÃlia que deixar[a aà para viver em sofrimento no futuro, apesar que o futuro já é este, mas muitos ainda não perceberam....
.
Igor,
maravilha de texto
Dois verbos que se forem bem conjugados
ainda poderão salvar o planeta.
" Construir preservando"´, deveria ser um Slogan e uma
bandeira de luta contra a desvastação indiscriminada
que acontece em todos os Estados.
Bjs
Amigo Azuir, realmente meu amigo tudo é ser-humano. Precisamos apenas avisa-los.
Adro, todo nós precisamos desta ajuda.
Amiga Cintia, obrigado pelo elogio. Fico feliz por ter gostado, pois receber um elogio teu é muito importante pra mim. Sobre o texto é essa verticalização que vai devastar toda cidade. A imprensa cada dia noticÃa as reportagens sobre violência e roubo (só passam isso) e as pessoas acreditam que morar em prédio é mais seguro. Todos os dias em SP é lançado um novo prédio, um novo andar para a sujeira, para a banalização deste tipo de moradia. Aqui nada é respeitado, nada mesmo.
Doroni, valeu pelo comentário. Tenho medo dessa devastação e onde trabalho é um simbolo disso. Antes havia pássaros por aqui, mas as contruções para a passagem do metro, dos prédios que viram trataram de devastar as poucas árvores que se tinha por aqui. Agora só ouço carros e britadeiras...
Das mangas, comer leite e manga. Rapaz, no PiauÃ, na minha época, dava lavagem estomacal com água morna........
Dos crimes ambientais, estes estão como os crimes de escravidão.
A escravidão no Brasil caminhou par e passo com a escravidão. As duas legais, rigorosamente dentro das leis. Tanto uma como a outra
ainda existem legalizadas.
A Semana passada, nas fazendas de um Juiz foi encontrado um batalhão de trabalhadores escravizados. E nada aconteceu........
abraço
andre.
Higor...sobre o seu excelente trabalho, nada a comentar, só aplaudir...Aprendemos todos, certamente !
Contudo, deixa te contar um estorinha ( vou resumi-la pra nun cansar muito, e vc chegará onde quero demosntrar tb...) :
Estavamos eu e familia, na Disney da Flórida, em Miami...( passeio bem "de famÃlia", né mesmo...rs)
Como deve saber, o parque é impecável, na questão da limpesa...
Raramente, apesar de ser visitado por zilhões de pessoas do planeta todo, voce vê algo que destoe desse "estado de pureza", conclamado pela higiene e ordem comum, pelo parque todo...
Só que, em determindo momento, passamos por um local comum, e vimos lá num canto, uma verdadeira lixeira a céu aberto, onde proliferavam toda sorte de papéis, caixinhas de hamburguers, saquinhos disso e daquilo, latas de refrigerantes, tudo "junto e combinado", jogado de qualquer jeito, enfim, uma balburdia que "subvertia" de todo o resto, super limpo e organizado...
Bem, pra encurtar, como prometi acima, sem mairoes informaçoes pois estou certo que ja "picturizou" a cena, adivinha de qual paÃs ( pois repetindo, la encontra-se excursões vindas de todas as matizes de povos e paÃses...) era a excursão que acabara de passar e se instalar no local "do crime" ??????
Imagine tb, como eram os comentários ( discretos e indiscretos...)
que tivemos que ouvir calados, não por subserviência ou inferioridade, ou coisa que o valha, mas por VERGONHA mesmo ?
Pois é, amigo...Triste sina essa nossa, de largarmos a Amazônia ao "deusdará", por exemplo...Triste sina essa nossa de a grande maioria das capitais brasileiras não efetivar de uma vez por todas,a questão dos lixos seletivos...Triste sina essa nossa, de criar favelas verticais (Singapuras e congeneres...) e de "oficializar e hurbanizar" favelas, como se isso fosse "politicamente correto" e não somente ato perfunctório e comodista...Triste sina a nossa, do descaso de nossos mandatários, de "tapar o sol com a peneira", no caso muito bem lembrado pelo André Pêssego, dos trabalhaores escravos, prostituição infantil, etc e tal...
Infelizmente enxergo isso, apersar de "...Novas iniciativas estão sendo criadas entendendo que o educar se faz necessário..." ( sic) - o que vc tem toda razão - como uma "endemia" de continuarmos "caminhando na contra-mão da história"...
Alea jacta est...
Abraço, amigo...exÃmio postado !
Joe
Higor,
Ao que parece esta 'nossa' deseducação, esta carência incrÃvel que a nossa sociedade sofre de urbanidade e decência é crônica.
Acusam a nossa herança genética, ora o portugues ora o africano, paternalizando o Ãndio, tido e havido como o 'protetor da natureza'.
Não sei se ignorância, arrogancia e estupidez podem ser atributos da genética. Na verdade sei sim: Não são.
Estamos é mal arranjados com nossas supostas elites (palavra velha cujo uso corrente prova o anacronismo do paÃs), formadas por um dos piores sistemas de educação do mundo, em todos os nÃveis, que forma gente que ficando rica à s custas das circunstancias de nossa desigualdade social tnão menos crônica, 'se acha' e consome tudo, devora tudo, até mesmo seus semelhantes abaixo de seu 'nÃvel social'.
Desanima e envergonha.
Tiremos o português e o africano desta hsitória. São gente de outra estirpe, outra elite, gente real.
Amigo André, sabes que defendemos as mesmas causas. Mesmo como tu me vê ai na foto 'branquinho' de cor, minha familia é toda negra, apenas pela exceção de minha mãe - de pai diferente. Acompanho o repórter brasil e outros sÃtios sobre a questão da escravidão, acompanho também as notÃcias sobre tal assunto. Concordo com tudo que disse e, digo mais, acredito ainda que a educação possa fazer mais por este paÃs, mas nós também não podemos cruzar os braços... cada um que faça sua parte e defenda a ação dos verbos.
Joe, resumindo: esta tudo bagunçado! Mas seria um belo avanço se a população ajudasse e desse outras respostas, por meio de suas próprias iniciativas, como as citadas no links que coloquei, concorda ?
SpÃrito, tomo seu depoimento como um conscentimewnto de 'mea culpa' que os governantes impõe para a população. Raramente eles assumem e creditam tal condição ao que você mesmo citou.
"Tiremos o português e o africano desta hsitória. São gente de outra estirpe, outra elite, gente real".
Mas todos nós somos brasileiros e estes que viveram por aqui e aqui se fizeram homens também são, portanto, para bem ou para mal, culpados...
Em tempo parte três: segue outra matéria com plena referência ao tema abordado por aqui. Será que vão construir preservando ?
Higor Assis · São Paulo, SP 25/3/2009 11:28
Opa, Higor !...concordo e assino em baixo !
Beleza de exemplos que só meredem e DEVEM ser seguidos !
abraço e vamo que vamo...
Joe
merecem...(ainda não coseguiram resolver o "pobrema" de se arrumar o que se escreve errado por aqui...acho que não sabem mesmo...rs)
joe_brazuca · São Paulo, SP 25/3/2009 12:29Higor meu velho, aqui em Natal a coisa não é muito diferente. O boom das construções prediais estão causando o envenenamento dos lençóis freáticos, isso por que, numa área de 100 metros quadrados, erguem-se prédios comportando 50 familias, despejando todo o esgoto num pequena área. Depois disso, como o saneamento é precário, o esgoto acaba indo parar nos lençóis contaminando-os com nitrato, substancia cancerÃgena. Enfim, um verdadeiro balaio de gatos...
FILIPE MAMEDE · Natal, RN 25/3/2009 13:02Amigo Filipe, fico mais chateado ainda quando leio este tipo de mensagem. Continuamos lutando e noticiando.
Higor Assis · São Paulo, SP 25/3/2009 17:34Em tempo parte quatro: um apartamento nada popular.
Higor Assis · São Paulo, SP 25/3/2009 17:35
Verdade Higor, tais verbos tão em voga hoje em dia. mal se cruzam na prática. Quando o assunto é contrução, sai de baixo pq estarão levando sem sombras de dúvidas as nossas árvores, os nossos verdes e os nossos amenos ares.
Somos responsáveis (generalizando, pois nas menores ações contibuimos para os desstres da natureza) em parte, pelos desatres ecológicos. E os resultados estão aÃ, para todos sentirem e comprovarem, infelizmente!
valeu a chamada, parbéns pelo tema.
beijão
É como eu sempre digo, de poli-titca ja estamos de sacos cheios.
temos que dar um grito ai....e que ele ecoa aqui....onde o verde ainda é exuberano, mas por qto tempo ?
temos que tirar o bumbum do comodismo....né não ?
sei lá....um novo movimento.....eu topo ! afinal quero minha filhota respirando um ar mais puro.....
bjsssssss;)
Em Belém - também - não é diferente...
Boa, Higor!
Higor bela matéria! Imagine que aqui temos o segundo maior lago artificial do mundo e o povo o entope de toda sorte de lixo desde papeis de balas até animais mortos sabe lá por qual doença! Engraçado que as autoridades nao tomam atitudes como multar ou até prisão, só assim resolveria!. Com a falta de água prevista, esse lago devia ser respeitado!
Gostei muito!
Bj
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