Surgia em 2001, o primeiro site dedicado ao rock de MT, o MTROCK, que tinha como principal objetivo criar núcleos entre os músicos, promover o pop e o rock cuiabano, e proporcionar oportunidades para as bandas se apresentarem ao vivo. A ousada proposta justificava-se pelo hiato e ausência de eventos que agradavam ao público, e principalmente aos músicos e artistas. Como (até os dias atuais) não existe muita oportunidade para quem faz Rock em nossa região, nós tÃnhamos que criá-las.
Pensar no artista e ser inteligente, dar estrutura para a cultura rock local faria com que Cuiabá fosse tão produtiva quanto qualquer outra capital brasileira, fatos que acabaram se concretizando. Bandas de rock surgem em São Paulo, BrasÃlia, Curitiba, Rio de Janeiro, Recife, até mesmo em Campo Grande.
Não vÃamos motivos para que talentos daqui de Mato Grosso não pudessem estourar nacionalmente.
Dizia o release mtrock:
"Mato Grosso, estado que tem se desenvolvido assustadoramente, superando as expectativas de muitos, e tem adquirido e absorvido a cultura pop rock como outras tantas grandes capitais brasileiras. Quando se fala em cultura cuiabana, ou por que não dizer mato-grossense, todos se lembram de rasqueado, cururu, siriri. Porém, existe também a cultura rock aqui em Mato Grosso, com várias bandas com possibilidades comerciais. Muito se engana quem não olha o lado do movimento rock como cultura original cuiabana".
"Tendências se misturam, criando um cenário novo, amplo e repleto de novas idéias e representantes desta cultura. Atualmente alguns bares cuiabanos exploram o pop e o rock tanto quanto a MPB, dance e vários outros ritmos. Porém, o melhor lugar para se ver uma banda de rock é justamente em um evento de rock. E, pensando justamente em aumentar o público que curte esse tipo de som, está sendo criado este movimento. Oferecer mais alternativas de diversão paras pessoas é uma das outras metas."
O site ficou conhecido com usuários em todo o paÃs, e realizou inúmeros eventos rock, como por exemplo as edições CENA MTROCK (casa cuiabana), ZONA METAL (Asfaz), FESTIVAL ROCK CIDADÃO (Museu do Rio, o primeiro festival de rock em Cuiabá com dois palcos e som ininterrupto, com cerca de 20 bandas), SALADA ROCK (parceria com espaço cubo), campanha ROCK VAI À ESCOLA (parceria com colégio master, onde várias bandas se apresentaram ao vivo), RIFF 2002, RIFF 3, ROCKWEB, entre outras várias gigs, culminando no ótimo show da Pitty em 2004, evento que muitos consideram um dos mais bem organizados já realizados na cidade verde.
À época, o site tornou-se referência na cena rock matogrossense, e também um local de encontro do público rock cuiabano, os membros da comunidade mtrock usavam o site para se comunicarem. Sessões do site como ACERVO (primeira coleção de mp3 de bandas regionais pra download na net), e TELEGUIADOS (a polêmica e explosiva sessão de torpedos do site) entraram para a história da cultura regional e dos mitos pop na lembrança coletiva do público.
Artistas locais como Amauri Lobo, Nação, Gabiroo, Papo Amarelo, Strauss, Base Oculta, Alicia Jones, Deefor, Caximir, Lynhas de Montagem, entre outros vários, tiveram seu trabalho impulsionado a nÃvel global, tornando suas canções ainda mais conhecidas, fato esse que se refletia nos shows, tornando o trabalho autoral das bandas de MT mais reconhecido. Canções como "Gato entre os Pombos" da Lynhas de Montagem, "1999" da Nação, "Provisório" da Gabiroo, "ParaÃso Guimarães" do Papo Amarelo, "O Que Há Pra Se Fazer?" da Alicia Jones, "Verdades sobre a Mesa" da Strauss, "Esquecer" da Rotação 45, entre inúmeras outras, tornavam-se realmente conhecidas, e começou a se formar um embrionário público consumidor de rock em Cuiabá, que enfim podia ir em mais eventos e ter acesso aos produtos das bandas, bem como a um site rock local, isso bem antes dos blogs e orkuts.
O MTROCK foi lançado num tempo em que a efervescência cultural (principalmente roqueira) cuiabana começava a sair da estagnação, com agentes culturais interessados em fazer acontecer, como o Espaço Cubo, Blecaute (Ivan Tormentor), o pessoal do underground, entre outros.
Os (cult) hits chapa e cruz não pararam de pipocar desde então: "Lugar Distante" da Donalua, "República do Adeus" do Contingente Imigrante, "Bin Laden" de Lopez, "Saideira" da Quatro LÃnguas, "Festival" da Causa Nova, "Noite Serena" da Zagaia, "O Lado Humano Nâo Acompanha o Tecnológico" da Caximir, e muitas outras canções começaram a circular rapidamente, e tornaram-se sucessos locais.
Fato extra: o site oferecia rádio on line para quem quisesse ter o rock mato-grossense como fundo musical em casa ou no trampo, ajudando as músicas dos roqueiros de MT serem absorvidas para alguém além dos amigos das bandas.
Nos eventos do site participaram além das bandas citadas acima, outros talentos locais como Extremunção, Durangos, The Breeze, Dick Tracy, Zorato, Blue Jack, Noise Jam (atual Fuzzly), Dupla Face, além de vários. A lista é extensa, quem sabe outro post...
Massa cara, seria bom o MTRock novamente logo porque:
Podemos destacar, hoje em Cuiabá, algumas casas que dão o seu espaço para as bandas de rock, que somam, ao todo pela cidade, cerca de 50. Existem blogs, sites e portais que estão fazendo de tudo para cobrir (e acompanhar) toda essa demanda.
Todos esse festivais, alguns claro, morreram com o tempo. Pelo que sei, não visualizo qual qual o motivo. Conversando com alguns antigos, sempre me paro no seguinte argumento: Po cara, mas antes era melhor, tinha mais banda e tal... Ou então... Cara, a cena de tal lugar é melhor, a galera é mais massa. Não vejo razão para se pensar assim, me pergunto, porque não esquecer o passado e se concentrar e fazer alguma coisa pra cena fica mais forte? é isso, por enquanto.
Roberto, massa o texto, muito legal. De qualquer forma, era massa tu ir continuando os textos, assim dá pra saber um pouco da historia das bandas daqui.
Olá Dewis. Com certeza continuarei colaborando com artigos para este portal. Temos textos e imagens que falam por si, refrescando a memória do público, que como se sabe, tem memória curta.
Com relação a sua observação: "Todos esse festivais, alguns claro, morreram com o tempo. Pelo que sei, não visualizo qual qual o motivo. Conversando com alguns antigos..." a resposta é clara: ainda não existe um público consumidor pros produtos rock cuiabanos, não na demanda que já poderia existir.
Mas é isso, bola pra frente, que tem muita coisa pra rolar no presente e futuro breve.
É isso aÃ. Vamos lá...
Então vamos aumentar essa demanda.
|Valeu
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