Um traço que não é riscado à carbono. A lâmina que entalha a madeira gravou marcas na borracha, a tão pouco conhecida Linogravura de Dila, o maior Xilo ou Lino - gravurista do paÃs. Um cantor adorado pelas massas que em vaidade processa e bloqueia a obra do artista. Essa é a história que vou tentar traçar. (Lembrando. Eu não sou xilogravurista)
Nos 100 anos de comemoração da Xilogravura na Literatura de Cordel eu faço uma pergunta: O que é Literatura de Cordel? Uma arte que existe no Brasil há um século, tem em Caruaru um Ãcone de existência e resistência, a Academia Caruaruense de Literatura de Cordel é pioneira em essência no Planeta. (Saudações Herlon!). Semanalmente reúne os melhores artistas populares do Nordeste, 'quiçá' do mundo, lembrando do meu GRANDE amigo Diego Barbosa. As letras garrafais de Grande são sinceras.
No entanto, a mÃdia artÃstica se preocupa em acompanhar os passos de mais uma briga judicial de 'famosos'. Não seria a separação de um estrangeiro com a parte colorida do globo, mas sim de um Rei que não quer perder dinheiro em sua biografia não autorizada.
Repetindo a palavra, a majestade de quem vos falo se chama Roberto Carlos Braga, nascido da humilde cidade de Cachoeiro de Itapemirim - ES, é considerado o maior vendedor de discos da América Latina e o cantor brasileiro que mais vendeu discos no mundo. Mas, acredito eu, que na minha enorme ignorância, ele precise de dinheiro da publicação de uma biografia. Sentimentos humanos pessoais à parte - VAIDADE.
O que pretendo na verdade é mostrar uma pérola da Literatura de Cordel que Roberto Carlos ou não viu, ou não se importou com o lucro advindo da obra. O cordel intitulado 'Carta do satanás a Roberto Carlos', traz a fábula do poeta popular Enéias Tavares dos Santos explicando o que o Cão, Satanás, a Besta Fera, fez quando se viu cansado de ouvir o Rei mandar tudo pro Inferno.
Aqui vai a Literatura:
“Inferno, corte das trevas, /Meu grande amigo Roberto, /Eu vi o seu novo disco /É muito bonito, é certo, /Mas cumprindo a sua ordem, /O mundo fica deserto. // E o soberano das trevas faz mais este apelo ao Ãdolo da jovem guarda: “Tem feito muito sucesso/ Essa sua gravação/ Mas eu já sofri até/ Ataque do coração/ Porque aqui no inferno /É de fazer compaixão.// Se para aqui vier tudo/ Eu fico muito apertado/ Pois o inferno já está / Por demais superlotado,/ Você ganhando dinheiro/ E eu ficando aqui lascadoâ€. //
Com esse folheto sendo publicado ininterruptamente há mais de 40 anos, o poeta autor conseguiu 'botar em dia as contas', como ele mesmo diz.
É isso. Roberto Carlos não quer saber de ninharia e o Mestre Dila continua em sua humilde casa riscando, rasgando e compondo o que faz de melhor - melhor de todos - Xilogravura. Nos 100 anos de comemoração da Xilogravura na Literatura de Cordel eu faço uma outra pergunta: Vocês viram comemoração?.
Bira,
Lembra do povo quem do povo é amigo.
Tô contigo
Salve o centenário do Cordel de Caruaru
E já sei dele pelo Overmundo, e por tu.
Caro professor Adroaldo, se assim me permita o chamar.
Muito obrigado carinhosamente pelo comentário feito a esse meu inÃcio de Overmundalização (oh neologismozinho feio), mas como disse Aleixo Filho, um também escritor e pesquisador da cultura popular, "Eu sou do povo, vim do povo e continuarei no povo".
Obrigado e abraços.
Estou meio corrido, mas em breve voltarei tanto no seu Blog, quanto por aqui e comentarei (d)escrevendo sentimentos.
Com Deus.
Parabéns!
O que seria de mim sem você para me lembrar estas datas?!
:)
Te amo
Vi sim professor, procure na wb 100 Anos de Xilogravura na Literatura de cordel que vc vai ver a bela exposição que foi montada em comemoração ao centenário. Abs, Verõnica.
veronica maia · BrasÃlia, DF 6/11/2007 16:05
Biranunes, não devemos esquecer que em 2008 o imortal Mestre do Cordel Leandro Gomes de Barros completa 90 anos que passou para a terra mÃstica da fantasia, deixando de lado o sofrimento deste mundo cão.
E, como um bom escritor de Cordel, espero ter contato contigo. E quero notÃcias da academia de Cordel de Caruaru.
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