Por comodidade de minha mãe fui para a escola aos 6 anos. Aprendi a ler (sem soletrar), também antes dos 7. Escola "aberta" na minha casa. A casa de farinha enorme, foi partida no meio para abrigar a escola, 1954/55.
Gilbués fica no extremo sul do PiauÃ, no centro da trempe de ligação entre os estados do Maranhão, Bahia e o hoje Tocantins. E pode-se dizer dele mesmo, já que dista 980 km de Terezina. Região históricamente agro-pastoril, mais pastoril que agrÃcola.Um dos sinais acentuados de matriarcado do Brasil - caracterÃstica necessária da zona agro-pastoril, de criação extensiva. (2)
Mestre BenÃcio, garimpeiro negro, letrado - dos liames das doutrinas religiosas à s do direito, bamba das culturas populares, naquele ano propos à minha mãe, a "abertura" da escola.
Minha casa ficava numa boa equidistância das casas dos demais parentes e próximo da currutela dos garimpeiros, atendendo, com vantagem aos dois núcleos. Minha mãe não titubeou. Ficou radiante! E já aviou as mudanças.
Não tinha formalidade alguma para a matrÃcula. Nem documento nem retrato. De pai e mãe analfabetos, como de resto os familiaes, salvo um tio que escrevia e lia as cartas, fui para a escola:
- "tão miudinho!" Diziam as tias, com pena, mas sem reprovação.
- "Que mal tem!?", justificava-se minha mãe, sempre com a razão.
Na escola de Mestre BenÃcio os pais exigiram o instrumento pedagógico PALMATÓRIA, contrariando ao "africano".
Me desarnei rápido, para satisfação de meu pai e martÃrio próprio: tinha de ler sempre para os visitantes ou parentes ora as cartilhas; ora os livretos de cordel.
Afilhado de Dona Maria Corado, e graças às considerações entre os compadres, Dona Antonio Corado, (a mãe), viúva do Cel. Fausto Lustosa, (3) ofereceu residência e estadia para eu ir estudar em Gilbués, escola oficial, convênio igreja/estado.
Morar com aquela familia, nobre, de costumes e ritos totalmente diferentes da minha vivência quase de indÃgena, foi terrÃvel. De tão assustador, hoje não me recordo dos primeiros dias. Mas foram torturosos: como se estivesse engolindo a própria lÃngua. De menos angustiante contava somente com o momento do sono.
Como estava esquartejada a sociedade em Gilbués estava mais ou menos a vida dos meninos das escolas.
A) - aqueles mandados para outras cidades - escolas famosas: ou de padres ou dos protestantes, via de regra americanas. Retornavam a Gilbués ocasionalmente, férias ou festividades - "se tornavam" importantes, poderosos, bonitos.
B) - dos que estudavam em Gilbués -
B.1 - aqueles que os pais moravam na cidade. Super protegidos, importantes, uns até bonitos, também;
B.2 - os que moravam nas roças, - os "forasteiros" - esprimidos, desprotegidos, sentiam-se sem importância alguma.
Eu estava neste último grupo.
Eu, se para os olhos dos adultos e das professoras tinha um mérito - já entrei alfabetizado. Já sabia tabuada "na ponta da lÃngua"-; para com os demais meninos: débito enorme, impagável.
Era de tal ordem a rixa que eu evitava de dar resposta certa, do que sabia. Não me convinha - ficava mal visto, não ia ter com quem vadiar. O recurso mais usual era fingir que não sabia. mesmo correndo o risco de pegar algum castigo, os usuais (copiar tantas vezes, não sair pro recreio, etc).
Um ano depois, acho que pelo crédito das leituras, fui para o colégio dos padres - Colégio Divina Pastora - "bolsista" não sei de quem.
- Minha mãe, impassÃvel, "tá lá pra estudar mesmo", dizia - não se movia por qualquer coisa - hoje a vejo assim.
- Meu pai saiu contando para todos os parentes e conhecidos. Felicidade enorme. Acho que foi a única satisfação que lhe dei, (se não a maior), - que sinto que lhe dei.
Anos depois, acho que 1958, as moças, professoras (filhas de Gilbués) foram substituÃdas por moças de Terezina, Floriano, Salvador, formadas de anel no dedo e diploma na parede, emoldurado. Exigência da Ordem Católica, de origem espanhola, não sei qual. Nova divisão social.
A) - As moças da cidade não faziam amizade com as forasteiras, os rapazes não as namoravam por "medo de rixa entre as famÃlias", já que aquele "não pode", soou-lhes como uma desmoralização;
B) - as professoras (novas) foram para o rol dos
"desimportantes", dos forasteiros.
O "alto", na frente da igreja, nas noites de calor, e lua clara, (dificil não ter calor), era o lugar onde reuniam moças e rapazes. Lá estavam elas - isoladas. Quase sempre nos chamavam a todos, via de regra só os meninos "forasteiros" se chegavam.
Enquanto na casa de meus pais o tormento eram as leituras dos livretos de cordel, na casa de Dona Antonia Corado o "suplÃcio" era a sala de leitura - todas as noites, rigorosamene todas. Depois do jantar, e antes de dormir. Dona Maria Corado recostada numa preguiçosa, vigilante, lendo as revistas "O Cruzeiro" que lá chegava com meses de atraso.
Um dia achei, li a biografia do Marechal Lott, minha madrinha, sempre tão distante, passou a mão na minha cabeça, fiquei feliz: Ela gostara, aprovara. Ficamos Ãntimos daà por diante, até sua morte, em 1983, nos sentimos assim, tenho certeza. (4)
Aprendi e me acostumei a encontrar nas professoras o amparo, a amizade, a companhia, a proximidade, a intimidade. Assim Professora para mim, no meu imaginário não é adjetivo, não é pronome. Não, Professora para mim é nome próprio.
Fui para o exame de admissão ao ginásio. Já tinha deixado de ajudar nas missas, nos casamentos. (5)
- "A túnica do Rei do Congo feita de diamantes", contava Vó Ursa com detalhes, como furavam o composto mais duro da terra.
- "Reino do Congo não existiu, miragem", re-ensinavam os padres, nas aulas de História ou nas pregações das Santas Missões.
Me insurgia, sem conhecimento, só por amor a Vó Ursa, por gostar de Mestre BenÃcio. Fui "ficando antipático", sabia eu mesmo. (6)
Uma soma de tres fatores me impediram de entrar no ginásio:
- falta de recursos financeiros, éramos cinco irmãos;
- perda da simpatia para com o Diretor, o baiano Pe. Paulo;
- a doença de Dona Antonia Corado.
Não convinha continuar; não podia bancar o ginásio.
Deixei Gilbués e comecei a correr mundo.
Não deixei em nenhuma das tres escolas nenhum retrato. De nenhuma delas tenho retrato; dos meus colegas, das minhas turmas - nenhum retrato.
Mantemos contato, amizade. Dos meninos que moraram na casa de Dona Antonia Corada: netos, afilhados, filhos de agregados, num ano éramos 14, mantemos amizade, troca de informações. Dos 13 ainda vivos, a maioria mora em Brasilia, alguns em Goiás, eu em São Paulo e poucos em Gilbués.
(O ginásio fiz em Brasilia, o Técnico Industrial em S. Paulo).
.........................................................................................
Nota do autor.
(1) A casa de farinha não mais existe. A escola ficava bem de frente a essa árvore um "pé de rocas". O terreiro era sombreado por ela.
(2) Cel Fausto Lustosa, cearense, militar, de familia de militares, da árvore Castelo Branco. Militar, fazendeiro e boticário.
(3) - O criatório extensivo de gado exigia viagem constante, (dos homens: maridos, pais, filhos adultos), demoradas, quer para os cuidados; quer para a comercialização. As mulheres ficavam zelando dos afazeres familiares e dos negócios. Se viam obrigadas a tomar toda e qualquer decisão. De volta os homens, desinformados das "coisas" recentes, recorriam a elas de tudo e por tudo. Para logo outra viagem... Assim elas se tornavam, obrigatoriamente,
"donas e senhoras". Por outro lado - casavam cedo, 14 a 16 anos, via de regra com homens velhos, ficavam viúva, cedo. De carona na importância do falecido, por força das necessidades da criação dos filhos, de gerir a fortuna herdada, também a tudo assumiam... pelas posses assumiam autoridade. (Por isto minha mãe; por isto Da. Antonia Corado; Da. Maria Corado......)
(4) Dona Maria Corado não teve filhos. Confessava-se feliz, pelo fato de que dos "meninos" que viveram às suas expensas, sob sua guarda, nenhum perdera-se na vida. (14 a um só tempo).
(5) Deixei até de ir à missa, mas não sofri reprimenda quer dos meus pais, que de Dona Antonia, ou mesmo do Diretor, padre.
(6) A perda de simpatia, a rebeldia, ficam por conta da minha
entrada na puberdade. Todos entendiam, mesmo o Diretor, tenho certeza.
Querido André:
O que vem a ser "Me desarnei rápido, para martÃrio próprio, infindável" não só a palavra grifada, mas também a frase?
A tag comum é reminiscencias-de-escola
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
"as professoras ficaram desimportantes. Uniam-se ao meninos também forasteiros. Juntávamos no alto, na frente da igreja, nas noites de calor, e lua clara, (quase todas)."
Dá pra você explicar melhor? As professoras confraternizavam com vocês meninos na frente da igreja? Sobre o que conversavam?
Desculpe a curiosidade: esta história dos rapazes não namorarem as forasteiras por "medo de rixa na famÃlia" foi você quem concluiu ou alguém, mais velho, te disse? Aliás, você pode explicar melhor esta história de "Ordem Espanhola"? Padres Oblatos? Voc^viu alguma diferença na qualidade de ensino com a vida das forasteiras?
Querido André:
Se eu estiver atrapalhando, por favor, diga!
Posso voltar mais tarde!
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
Nao meu caro Joca, o problema tem sido a falta de traquejo e tempo. Teve uma hora que quase tudo pronto, fui mandar, "faça seu loguim". Quase entrei na terra.
Depois já achei algumas fotos nenhuma entra, ora é pequena ora está na posição errada. vai ficar sem retrato mesmo.
- Agora vou reler e fazer alguma correção. O pior é que sou incapaz de reler o que escrevo,
- Mas obrigado, fica a vontade, estamos todos aqui para isto,
se houver aborrecimento será seu de tanta corrigenda,
um abraço andre.
Não consigo alterar A TAL DA TAG. no texto, na feitura está certo - REMINISCÊNCIAS-DE-ESCOLA. quando vira sai deste jeito que está ai. andre.
Andre Pessego · São Paulo, SP 30/9/2007 07:35
Querido André:
Puxa vida, o texto tá indo de bom a melhor, dá gosto ver. Acho que você também deve estar bem feliz. Agora, não faz maldade comigo e fala logo o que significa "desarnei"..
Outra coisa, A Dona Maria Corado era filha da viúva Dona Antonia ou irmã?
De onde você tirou esta história de "Um dos poucos núcleos de sociedade matriarcal do Brasil, (por isto a mãe, dona fulana, sempre a permissão creditada à mulher)."? Leu algum estudo antropológico a respeito ou concluiu isto "de per si"?
" perda da simpatia para com o Diretor, o baiano Pe. Paulo"; não seria "- perda da simpatia do Diretor, o baiano Pe. Paulo;"?
beijos e abraços (ainda não acabei, continua no próximo)
"Enquanto na casa de meus pais o tormento era as leituras dos"
"Enquanto na casa de meus pais o tormento eram as leituras dos"
Querido André, você é lindo!
Só mais uma coisinha:
"Mantemos contato, amizade. Dos 14 meninos que moraram na casa de Dona Antonia Corada, mantêm amizade, contato os 13 ainda vivos, a maioria mora em Brasilia, poucos em Gilbués."
se me permite o pitaco eu substituiria por
"Dos 14 meninos que moraram na casa de Dona Antonia Corada, os treze que permanecem vivos, mantemos contato e, até mesmo, cultivamos a amizade. A maioria reside em Brasilia, eu em São Paulo e uns poucos em Gilbués."
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
Parabéns meu querido!
André, meu amigo querido, que belo texto, que história mais simpática a sua. Vc escreve muito bem todos os textos seus que eu li até agora nehum me decepcionou e esse você faz uma homenagem aos professores que me encantou:Aprendi e me acostumei a encontrar nas professoras o amparo, a amizade, a companhia, a proximidade, a intimidade. Assim Professora para mim, no meu imaginário não é adjetivo, não é pronome. Não, Professora para mim é nome próprio.Primeira vez que vejo alguém se referir aos professores com tanto respeito com tanta admiração. Obrigada pelo tiquinho de parte que me toca, já que eu sou o tipo de profissional da educação que tenho extremo orgulo de dizer-me professora.
Já gostava de você, agora gosto muito mais, mais, mais.
Abraços,
Sua amiga
Elizete
2) Cel Fausto Lustosa, cearense, militar, de familia de militares, da árvore Castelo Branco. Militar e bonitcário.não seria
2) Cel Fausto Lustosa, cearense, militar, de familia de militares, da árvore Castelo Branco. Militar e boticário
(4) Dona Maria Corado não teve filhos. Confessafa-se feliz, pelo de fato de que nenhum dos "meninos" que viveram sob suas expensas, sob sua guarda, perdera-se na vida. (14 a um só tempo).
(4) Dona Maria Corado não teve filhos. Confessava-se feliz, pelo de fato de que nenhum dos "meninos" que viveram às suas expensas, sob sua guarda, perdera-se na vida. (14 a um só tempo).
Rapaz, belÃssima foto!
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
(4) Dona Maria Corado não teve filhos. Confessava-se feliz, pelo fato de que nenhum dos "meninos" que viveram às suas expensas, sob sua guarda, perdera-se na vida. (14 a um só tempo).
Meu Caro Piauiense, adotado.
Obrigado pela dedicação, pela paciência. Para lhe falar verdade, hoje estou no trampo remunerado. Uma luta.
Sabe aquela de pensar que o rodapé, é fora do texto. Não tinha relido.
Obrigado mesmo.
Querido André:
Confesso que tive um pouco de receio do contrário, isto é, que você perdesse a paciência comigo. Seja como for, temos a comemorar um texto primoroso que eu, sem falsa modéstia, colaborei para que você o fizesse desta forma.
E me sinto muito feliz por isto!
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
Andre...Encantada e emocionda. Dizer que Professora é nome próprio já é tudo...Fingir não saber para ganhar a simpatia, já se vê o quão bom meninoe era..., rs.Adorei
Cintia Thome · São Paulo, SP 30/9/2007 20:46Voce nao deixou retrato, mas "passou um filme" para nos! Poderia ser ate "longa metragem" Grande! Victorvapf
victorvapf · Belo Horizonte, MG 1/10/2007 07:19
Professora para mim é nome próprio.
Fantástico!
Uma bela história a tua, e muito bem contada, ou melhor, retratada.
Eu volto para votar!
Flores pra você, Andre @>--
André, meu querido: viajei nas suas lembranças e senti o nó no estômago nas suas horas de sofrimento (rssss), faz parte. que viagem, hein? Fiquei atenta à divisão dos grupos, e descubro no seu texto, uma conclusão semelhante ao meu (As lições que o Bom Conselho me deu): a escola acaba por ensinar-nos uma lição feia, de divisão de classes, cores, preferênicas. Triste né?
Mas adorei o seu cenário de crescimento, coisas que te fizeram tão grande assim!
Beijos, parabéns!
André, meu querido: viajei nas suas lembranças e senti o nó no estômago nas suas horas de sofrimento (rssss), faz parte. que viagem, hein? Fiquei atenta à divisão dos grupos, e descubro no seu texto, uma conclusão semelhante ao meu (As lições que o Bom Conselho me deu): a escola acaba por ensinar-nos uma lição feia, de divisão de classes, cores, preferências. Triste né?
Mas adorei o seu cenário de crescimento, coisas que te fizeram tão grande assim!
Beijos, parabéns!
André, descansar é ler essa beleza.
Você é um doce, desde criança, pelo que vi do 'fingir não saber".
Ainda bem que suas professoras não o decepcionaram, mesmo sendo do grupo dos "sem privilégio algum". Merecem o enorme elogio que você fez.
Sabe, ao ver essa foto, senti imensa ternura por esse primeiro professor, por sua mãe e pelas crianças desta escola inicial e imprescindÃvel.
Gostei demais.
Beijos
André,
belo texto, escrito com alma e coração. Todavia, as dúvidas do Joca foram também minhas. Embora, nada que diminua seu texto. Quanto ao "desarnei" também fiquei na dúvida. Não seria "desasnei", com s - no sentido de que você logo saiu da ignorância, aprendeu a ler? Seja como for, seu texto é repleto de reminiscências e idiossincrasias comuns também a mim, especialmente no que se refere a esse sentimento difuso de inferioridade, estranhamento, de não-pertencimento ao mundo da educação formal que nos amendrontava e nos levava a adotar estratégias de sobrevivência como a que você fez ao "fingir ignorância". Interessante e triste, mas um retrato cruel e real das desigualdades sociais e das diferenças culturais de nosso imenso paÃs. Uma sensação que era tanto maior quanto mais humildes e interioranos éramos. Senti muito isso quando cheguei ao Rio e, por isso, talvez tenha sido a parte do seu texto que mais gostei e com a qual mais me identifiquei.
Um belo depoimento, sincero e humano. Parabéns.
Um abraço.
André!
Gostei muito. É excelente! E, para coroar, a foto é comoventemente lÃrica! Bom tempo...
Abração,
Baduh
Caro Adré.
A sua história é uma lição de vida. Existem casos de muitas pessoas que têm muitas oportunidades na vida e não as aproveitam. E outras que não só as aproveitam, mas criam.
Parabéns pelo texto.
Abraços.
andre,
o verbo "desarnar" que você utilizou no texto, é muito empregado por minha avó de 97 anos, tanto que eu o adoto no meu cotidiano. talvez o mais correto seja "desasnar", mas o sentido muda, "desarnar ",para mim, é despertar, acordar para a vida, aprender o trato social, etc. vasculhando o Aurélio, encontrei apenas "desasnar" que significa "ensinar" mas tem uma acepção, pouco utilizada, bem semelhante ao significado que citei acima. talvez, "Desarnar" venha de uma gÃria de "Nordestinês" antigo, que adotou-se como correto por aqui. penso que a palavra não poderia estar melhor empregada, e acho que deve ser mantida no texto, se você concordar, óbvio.
gostei muito de conhecer tua história tão rica em lições de vida.
Deve ter sido um longo percurso até o overmundo, não??
Parabéns pelo texto e por tudo que nos passou em aprendizado aqui no overmundo até agora.
um grande abraço,
Oi, André,
essas reminiscências estão rendendo bons frutos.
Adorei a tua história, o teu amor pelas Professoras, as lembranças do teu lugar simples e de todos que contribuÃram no teu processo de formação, sendo mestres ou não.
Ah... desarnei é ótimo, ainda escuto muito isso por aqui. Quer dizer que finalmente se aprendeu, que uma luz se abriu.
Abçs, André!
Betha.
Querido Irmão André,
Emocionei-me com a tua história, tua garra e a tua força de vontade em superar dificuldades , vencer obstáculos, em busca do "saber". Conseguiste extravasar de um modo convincente e emocionante as tuas reminiscência da escola. Uma lição de vida...
Um grande abraço
Voltarei para votar.
Querido Andrè:
Acabo de votar, com todo o prazer.
André,
Há textos que nos "sugam" para dentro deles e nos sentimos o próprio personagem. Vive-se o que está escrito de tal forma, que o coração pulsa "pensando" nos pertencer as tais lembranças e os olhos marejam de lágrimas...
É assim o teu texto!
Parabéns!
Grande aBRAÇO, Marluce
André, querido amigo, de verdade verdadeira. Muito me emocionou e votei com o maior prazer do mundo.
Eu não desarnei, eu me desarmei.
Abraços dessa tua fã,
Elizete
André, coisa boa a gente recordar a infância, a primeira escola, primeira professora, e isso você foi impecável nesse texto. Vai enriquecer o livro que o Joca está administrando sobre Reminiscências da escola. Votado. Um forte abraço.
anamineira · Alvinópolis, MG 1/10/2007 20:55
Oi André,
Que bela lição! Adorei ler seu texto!
Realmente é um filme passando em nossa memória!!!
Parabéns!
Abração
André, seu texto/relatos de vida,]
seguirá eternidade adentro tal a importância que têm/terá para nossas futuras gerações.
Parabéns!
Benny.
Vim, depois da hora para votar.
De qualquer forma, quem sai feliz sou eu pela emoção de rever a foto que tanto me encantou.
beijos
Andre,
Só posso dizer: "Coisa mais linda"!
Votadissimo. abçs.
Andre, me desculpe, votei agora! abrs.
victorvapf · Belo Horizonte, MG 2/10/2007 06:50André, que texto primoroso! Usando suas palavras: carecia retrato? Nenhuma fotografia descreveria tão bem o que escreveu. Memória viva! Há quem transforme palavras em pintura... assim como você fez... Maravilha, André! Abçaços!
Nydia Bonetti · Piracaia, SP 2/10/2007 08:27
Adorei conhecer sua história, André! Parece que, agora, cada um sabe um pouquinho da biografia do outro. InesquecÃveis os primeiros anos de Escola! Adorei sua narrativa, sem perder o estilo!
BJS
CRIS
Sempre escuto o tal do "desarnar". Meu pai mesmo já me disse várias vezes. E o sentido é esse mesmo que vovó do Marcos André fala. "Acordar pra vida, aprender, se virar"... enfim. André meu amigo, tua escrita é cerebral e cortante, como os poemas de João Cabral de Melo Neto. Fingir-se de ignorante para não deixar de ter com quem vadiar, foi, talvez, umas das coisas mais interessantes que eu vi por estas reminissências tantas. Um abraço.
FILIPE MAMEDE · Natal, RN 2/10/2007 08:52
André,
Devido a ocupações cotidianas, agora que pude saborear este seu texto maravilhoso. E tudo passou na minha visão como um filme, imagens transcendentes que fecundam o espÃrito. Os detalhes descritos são realmente emocionantes, tocantes e elegÃacos: denotam o berço puro que lhe abrigou e a origem altiva da sua famÃlia.
Um texto maravilhoso! E a foto - como já foi dito aqui - é simplesmente extraordinária.
Carpie Diem!
RM
Caro André,
voltei para votar e parabenizar novamente pelo excelente texto.
Abração.
André.
meu parceiro, perdoa a demora.
Texto fascinante. Tua pena cotre macia ao falar de um passado distante, que, todavia, arde ainda nas paredes do teu coração.
Mais não preciso falar, tua sensibilidade tudo conta.
Parabéns.
Forte Abraço.
Noélio
Oi André, mtos antes de mim já vieram aqui e disseram sobre o seu texto tudo o que eu gostaria dizer. Mas eu ainda queria dizer mais uma coisinha: o tÃtulo é lindo! Revela perfeitamente o quanto a escola de Gilbués (só agora estou entendendo pq vc fala tanto de Gilbués) se imprimiu em vc. Por isso vc fala dela como se estivesse na frente de um retrato, oferecendo pra gente a possibilidade de colocar em prática nossa imaginação. Sua escrita é linda pq é cheia do oral e, por isso, embevece e prende.
Beijos pra você
da Ize
PS E mais uma coisa: agora qdo vc me chamar de Professora vou estufar de orgulho
André Pessego receba uma saudação Amiga.
Trabalho Extraordinário que merece todo louvor.
Passa Responsabilidade e carinho.
Um Texto forte que nos faz admirar e tambem louvar o OVERMUNDO.
PRAZER EM LHE CONHECER.
André, parabéns pela narrativa apaixonante. Li sua história e senti como se a estivesse ouvindo diretamente de você, em Gilbués!
Você tem um estilo de escrever muito interessente, que enreda e atiça a curiosidade do leitor. Virei fã de sua mãe (qual o nome dela?), e de mestre BenÃcio - que garimpou e lapidou tesouros muito maiores do que pedras preciosas tradicionais em Gilbués! -, e de D. Maria Corado, e de suas Professoras!
Abraços.
André,
A sua história é interessante. Fruto de uma vivência heróica, cheia de conhecimento e grande sabedoria – marcas de quem se constrói na escola da palmatória, da vida e dos sem-retratos...
Esse jeito peculiar, suave e livre de escrever torna o seu texto ainda mais valioso, como fonte coloquial da história de lugares, pessoas e fatos, mormente dos valores educacionais.
Continue escrevendo, grande ébano, assim e assado – à s vezes, como na infância, tendo de esconder que sabe para evitar rixas (lá e cá), porque profunda tmbém é sua despreocupação proposital pela importância ou desimportância lingüÃstica em certas construções caboclas.
Avante, camarada dos palmares e palmatórias! “O rio quando é profundo não faz barulhoâ€; corre suave, como suas palavras carregadas de sentimento verdadeiro.
abrs
Comovente caro amigo! Muito bonita sua estória e como você a aborda de maneira singela. Uma exposição que merece aplausos com certo marejo no olhar...obviamente de alegria.
Grande abraço com admiração.
Mansur
A foto lindissima esta sem o autor e desconfio que o Anjo quer escrever uma Tese e não um livro!
Anjo: Ja puxei meu florete, En Gardê!
Ah! André, quanta vivencia e quanta emoção.
De um tudo já te disseram, mas acrescento que em minh'alma gravaste, para sempre, tuas memórias.
Um grande abraço, querido amigo.
esta fotografia da escola é tão bacana amigo André. A criação entre as crianças com fundo de céu azul e as folhágens verdes é uma bela compoição. O teu texto, muito bem elaborado demonstra que a tua vida não foi nada facil mas como tu eras um garoto inteligente conseguistes driblar teu colegas fingindo não saber responder as perguntas para angariar a simpatia dos teus colegas conseguis-tes triunfar.
. Meus sinceros aplusos pelo belo texto e abraços.
Carlos Magno.
A anos essa narrativa e essa foto me comovem. Não cheguei a conhecer a escola, mas o local da foto guardo em minha memória com saudade. Saudade dos momentos amorosos que passei ao lado de meus avós e primos, brincando solta, descalça e descabelada como apareço na foto (sim, sou eu de blusinha azul!!!). Momentos raros para uma garotinha da cidade grande.
Enfim, essa história também faz parte da minha vida, e não poderia deixar de votar em mais um texto maravilhoso de meu pai.
Beijos
Que coisa linda Indira a admiração pelo texto deste pai incrÃvel que o André deve ser. É de vc que ele sempre fala por aqui?
Então é vc lá na foto. E cadê seu pai?
Beijos pra vc menina.
André,
Recontar a nossa história com amor é sempre iluminá-la. Este é o fecho de meu próximo texto na tag das remisicências. Parabéns e um beijo grande.
Grande Andre... ciddao do mundo brasilis... a palmatoria, eu lembro bem dessa parte tb, lah nos confins do estado do AM, que outrora era "separado" do Br, diria-se, inclusive, agora continua, vurou mana-US a cidade que eu incorporei fisicamente nessa Roda que vivemos...
lendo tua 'viagem' lembrando a infancia, me deu saudades do tempo que nao tem volta, soh o mundo da volta, neh verdade?... e dando volta, vc aih em sampa, o PI nas tuas lembrancas, esta homenagem que vc se faz eh digna de ser eleita, pois leva a gente a pensar no que somos, fomos, educados quica, pelas Fessoras (tive umas que nem vc conta) que fizeram um bom papel na minha educacao, somente, nao tive esse situacao de 'igreja' na minha fase escolar, nem de padre e freira...
aonde, eu posso imaginar, conhecendo tua labuta em funcao do Ideal do que vc fomenta na 'roda' na questao dos direitos humanos, educacao pra todos quicas, e,na questao do nego (esse brasileiro) que ainda nao tem a dignidade merecida, nem, tampouco a educacao que vivendo-se num mundo ferramentado, equipado com modelos de computers e outros trocentos, somos ainda parte de uma "escola" que a teu modo de descrever, tua infancia, deveria ter feito um update pra valer pra compor pra evolucao do ser humano --
estre, que nao tem na alma, uma "cor" nem status social que discrimina, separa da FAMILIA...
Enfim, tua 'viagem' (se me permite assim fazer uma poetica alegoria do que vc descreve, exaltando) deixa a gente a lembranca da infancia, e dos tempos que se foram...mas, continuamos a ter no presente em variacoes sobre o tema: ESCOLA -- "contrariando o Africano" !! - ??
Pois eh... parabens por escrever tua historia, escolar,vida em particular.A gente pode meditar sobre a gente, sobre o estado do BR em situacao tao "kaotica" de pobresa espiritualizada, "contrariando" o 'giro'da Terra, essa roda, que vivemos, quica...= quica, pode ser que esse seja nosso desejo, sina?!
Imagino que pela tua inspiracao em descrever sobre o VERBO 'fessora' vc se tornou um quia, um Professor. O BR esta de parabens, o povo do BR precisa ainda de guias, que vao educar, alfabetizar pra poder se evoluir, que amam o que fazem quando dizem pra fazer: faz o que digo, pois o que faco...!
Sarava pra Educacao!
Sarava pra quem Andre!
Um abraco... na volta que o mundo deu!
Meu pai saiu contando para todos os parentes e conhecidos. Felicidade enorme. Acho que foi a única satisfação que lhe dei, (se não a maior), - que sinto que lhe dei.
Pois eh camarado... eu achei interessante essa parte quando lih, curioso como vc descreve, fala do teu genitor.
Tenho meu pai ainda vivo, meditei no que vc falou do teu, dessa 'alegria' maior... a sentido de ter ido pra escola, e ele nao.
Teu pai, credenciava a educacao pelo visto, que nem o meu, que eh (ainda na roda - mas nao na rocaa) um 'analfabeto' (que sabe escrever o nome, e leh ate certo ponto agora).
Alegria de pai, alegria de filhos -- que se tornam pais, e tem filhos!
Axe'!
5) Deixei até de ir à missa, mas não sofri reprimenda
Quer dizer, que vc passou a fazer a 'missa'?!
Aahaha... eu tambem!!
Sarava pra metamorfose ambulante!!
Iee!!
Andre, voce nao acha que os comentarios deveriam ser "votados" tambem? Voce recebeu um comentario que todos gostariam de receber, nao e? Parabens novamente pelo trabalho .victor vapf
victorvapf · Belo Horizonte, MG 7/10/2007 06:53oi... bela e construtiva lembrnaça... argamassa da vida. Eu , que agora estou "desarnando"... por aqui se fala assim. Abraços¶béns.
analuizadapenha · Natal, RN 9/10/2007 06:08
Caro André,
Inda que tardio, fiz questão de deixar meu voto e arredondar a merecidÃssima conta para 350!!!!
Um grande abraço,
Aldo
Fingir ñ saber....
Professora é nome próprio...
Atuo em sala ainda...e emocionei-me com seu texto.
Parabéns...
Abraços.
"De pai e mãe analfabetos, como de resto os familiaes, salvo um tio que escrevia e lia as cartas, fui para a escola."
Parabéns pelo texto impecável André! Ele me lembrou muito do escritor José Saramago, primeiro autor de lÃngua portuguesa a alcançar o prêmio Nobel de Literatura. Sabia que os pais dele eram analfabetos? Sua mãe era doméstica e o pai cuidava de porcos. Não importa se alguns recursos desejáveis ou mesmo indispensáveis ao ensino não existem em determinado lugar do Brasil. O que realmente faz a educação florescer a ponto de transformar a vida de um ser humano é sem dúvida o caráter e a boa vontade de um professor.
Aprendi a ler antes de entrar para a escola através de uma prima e sou eternamente grato à ela. Realmente o seu texto foi muito comovente e me fez lembrar de tudo isso. Um forte abraço!
Parabéns Sr.André, pela valorosa aula de história de nossa querida Gilbués no tocante à educação e vida social na qual, você faz uma narrativa destacando seus primeiros passos na escola. Em 1958 eu não era ainda nascido, mas tenho ouvido falar sobre todas as pessoas as quais foram citadas no texto.Fiquei alegre em ler este relato sobre minha cidade natal no overmundo. Como também sou professor,senti-me contemplado com o elogio que fazes aos professores. Parabéns pelo excelente texto. Deus o abençõe.
Crisóstomo de Gilbués · Gilbués, PI 28/2/2008 00:11
Parabéns,André!Um a história emocionante...amei a passagem em q fala dos professores...sou professora...e achei incrÃvel sua definição...linda demais!!
Beijinho bluezenmÃsticos...
Rai
Ah,gostei muit da foto...delicadamente poética!
obrigada pela visistinha a minha pg. viu?
bjks azuis...
Simplesmente lindo, tens uma riqueza interior notável.
Deixo-te aqui meus sinceros parabéns pela sua criação.
Vera
André,
Quando faltam palavras para um poeta, é o que o sentimento o envolveu tanto, tanto... e assim, estou me sentindo. Como professora, quero dizer o quanto você é lindo; seu coração, sua vida... você me fez lembrar, de um menino que foi discriminado na escola, mas com carinho, ao seu lado, eu achando que estava ajudando, mas ele me ajudou muito mais! Pois superou o abandono, a indiferença... e como havia amor naquele SER! Por isso, difo: Vale apena ser professor! Elke nunca havia recebido um afago, um doce olhar...
Agora, como poeta, compositora... só posso sentir;
só Deus amado e Nossa mãe Aparecida podem dar o abraço, lançar o olhar que eu quero lhe dar.
André vencedor... tens o nome do meu filho; ele também é um pequenino vencedor; quantos Andrés já me salvaram no mar, com a ajuda de Deus...
e você, me fez uma visita tão especial; ficará para sempre no meu coração.
abraços fraternos!
http://www.geocities.com/sissi.sissi/deixaeunascer.html
Oi, André!
Muito bom, cara!
Muito bom!
Parabéns!
Abaços,
Vida de migrante. Vamos deixando os rastros, um pouco de memória perdida, as vezes encontrada. Fotos, poucas, pessoas muitas.
Vou me inspirar em você e criar coragem para escrever algo assim também. Uma memória.
Abraços!
André,
Sua vida merece a publicação em livro, de lições universais.
Parabéns! Merece muitos votos.
Um beijinho doce,
SÃlvia do mais Belo Horizonte de Minas Gerais.
Muito bom seu relatório de vida.Parabéns pela a grandeza do seu texto...Bom dia e votei!
Thiago Alves · Petrolina, PE 3/7/2008 00:29
DESARNAR não é o mesmo que DESASNAR.
André e Maede, adorei os depoimentos.
Adoro esta palavra, desasnar, que aprendi pelos sertões do Nordeste. E fui pesquisar.
Desarnar existe no protugues arcaico. E existe também no frances arcaico: dearnée.
A origem vem de arnée, que é arreio em francês. O arreio ou cabresto que se poem em cavalos.
Portanto com o prefixo des, significa "retirar, ou sem arreio".
No sentido figurativo em que usa e aqui escrito, é bem que Mamede escreve; é ser livre, ser capaz de se sustentar, de cuidar de sua vida e trabalho.
O sertão nordestivo permaneceu isolado no Seculo 19, e manteve muitas palavras intactas até hoje.
Desasnar, é outra coisa. Tem sufixo a asno, burro. É deixar de ser burro.
Já é outro significado.
Igor, fico-lhe agradecido pelos esclarecimentos.
Estou tentando escrever um cordel com esta abordagem, incluindo o termo SENTINELA, que para nós no sertão do nordeste é se " fazer presente sentido" diante do corpo
do falecido, amigo, parente, companheiro..........
Palavra que (sentinela) que nem um dicionarista fez
presente nos compêndios proprios, isto é com o sentido que nós sertanejos lhe damos.......
Os seus esclarecimentos vão enriquecer muito a descrição, a temãtica.
Obrigado pela passagem, pelas observações, pelo ensinamento.
abraço
andré
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