Salvador, 2003 (uma reminiscência)

1
Fábio Fernandes · São Paulo, SP
15/5/2006 · 48 · 0
 

Lendo o texto Boletim de Ocorrência, do Pedro Rocha, não tive como não me lembrar da breve porém marcante visita que fiz a Salvador em 2003. Foram cinco dias participando de um curso de Jornalismo na Universidade Federal da Bahia - cinco dias de muito sol e calor (na medida para um carioca como eu, mesmo um carioca auto-exilado em São Paulo). Só não deu pra pegar praia, porque o curso foi puxado.

Não cheguei a fazer amizades no curso, fiquei meio estranho-no-ninho. Desencontrei-me com o André Lemos (professor da UFBA e uma das maiores autoridades brasileiras em cibercultura e cyberpunk), com quem volta e meia troco e-mails mas que só tive a oportunidade de ver pessoalmente uma vez, em Sampa; aproveitei as horas vagas e fui à luta: peguei o Elevador Lacerda, pela módica quantia de CINCO centavos (guardo até hoje de recordação um bilhete), visitei a Cidade Baixa, tomei caldinho de sururu (e fiquei fã). Também freqüentei bastante o Pelourinho durante o dia - onde pude usar à vontade um dos quatro cybercafés do entorno, que já tinha banda larga, inclusive.

A noite é bacana no Pelô - o centro de Salvador fica incrivelmente parecido com Ouro Preto, uma das minhas Cidades Visíveis (algum outro dia falarei sobre isso). O problema foi o esquema engana-gringo-otário (extensível para todos os turistas de modo genérico): bebidas bem acima do preço normal, putas espertas rondando as mesas dos bares na caça, e um problema sério de guia: consultando o Guia Quatro Rodas daquele ano (que havia sido lançado um mês antes), obtive a informação de que a entrada para o Olodum era de 10 reais. Chegando lá, a surpresa: nada menos que TRINTA paus. Em 2003, portanto vocês podem fazer os cálculos de correção e perceber que não era barato na época e hoje seria bem mais caro (aliás, quanto está hoje, alguém me informa?)

Tive então uma outra infeliz reminiscência: o Rio. O Rio de Janeiro continua lindo, mas anda bastante abandonado. Toda vez que volto me sinto um turista - e ser um turista no Rio não é muito legal. Não digo nem só pela infra oficial, mas porque o submundo carioca também não é mais aquele. Fico meio deprê ao andar pelas ruas de Copacabana hoje em dia. O que redime o copacabanense é o sanduíche do Cervantes. Mas o clima atualmente anda mais para Copacabana me Engana do que (infelizmente) para Santa Clara Poltergeist. Falar nisso, por que esse PUTA livro do Fausto Fawcett não encontra editora para republicação?

Cartas para a redação.

compartilhe

comentários feed

+ comentar

Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.

filtro por estado

busca por tag

revista overmundo

Você conhece a Revista Overmundo? Baixe já no seu iPad ou em formato PDF -- é grátis!

+conheça agora

overmixter

feed

No Overmixter você encontra samples, vocais e remixes em licenças livres. Confira os mais votados, ou envie seu próprio remix!

+conheça o overmixter

 

Creative Commons

alguns direitos reservados