Diogo “Pixies†Bomtempo é manjadÃssimo no underground niteroiense. Desde o final dos anos 90, o cara já circulava nos shows, bares e festas da cidade. É uma figura que, em uma época onde a molecada só queria saber de hardocore, heavy metal... ouvia muitas bandas “alternativas†como Pixies, daà o apelido homônimo. Para alguns, é camarada. Para outros, sempre foi meio metido, mas enfim, é uma pessoa que, ao meu ver, sempre despertou sentimentos de amor e ódio nos roqueirinhos(as) de Niterói. Mas deixa pra lá...
Fato, é que Diogo demorou muito para formar sua própria banda, mas a espera, talvez, possa ter valido à pena. Na liderança do trio Santo Maroto, Pixies mostra suas próprias letras e harmonias, em músicas simples e letras curtas. E foram essas caracterÃsticas que me chamaram a atenção, além do fato do cara realmente ainda acreditar e viver muito o underground de cidade de Araribóia. Confiram a entrevista:
Como partir de um projeto solo para uma banda?
Desde sempre fui um compositor de canções e nunca tive uma oportunidade confortável para formar uma banda. Dos meus amigos, fui o último a aprender como se toca, mas antes disso, já escrevia letras em cima de bases conhecidas. Comecei com Nirvana... Enquanto não formava a minha própria banda tentava criar harmonias para as músicas já compostas e arranjadas por mim. Meu primeiro trabalho, A introdução do Beat Rock, tinha como destaque, não muito positivo, a presença de bateria eletrônica. Por isso “beatâ€. Com um relativo “sucessoâ€, emergiram as possibilidades e alguns amigos se dispuseram a tocar. Então, foi formado no inÃcio de 2008 o power trio Santo Maroto, comigo no baixo, João "PX" Pinaud (Projeto Secreto) na guitarra e Armando Francisco, este praticamente nunca havia tocado bateria...
Por que o nome Santo Maroto?
Santo significa pureza e Maroto significa malÃcia, um paradoxo que define bem o estilo de vida underground de Niterói.
As músicas têm um pezinho nos anos 80 e em algumas coisas dos anos 90, tipo o que chamavam de “collegeâ€, “guitarâ€... quais são as referências na hora de compor?
Exatamente! As minhas principais influências são definidas por um perÃodo da história do rock alternativo: final dos anos oitenta, inÃcio dos noventa até a explosão ''grunge''.
E que bandas você tem ouvido?
Obviamente um bom compositor escuta tudo o que se tem pra ouvir, do mainstream ao independente. Eu posso citar algumas: Artic Monkeys, Radiohead, Queens of Stone Age, White Stripes, Franz Ferdinad, Cansei de ser sexy e outras mil.
Com a internet chacoalhando a forma de se trabalhar com música, vocês pensam em lançar as canções em formato fÃsico?
De maneira alguma! Enquanto amador, prefiro o lógico, pratico e barato.
E como as pessoas que visitam o site estão recebendo as músicas de vocês?
Uma unanimidade: O som é bom e promete. Produção e harmonia fraca.
Há muitos anos circulando pelo circuito underground de Niterói, como você encara a produção musical na cidade, hoje?
Caminha lentamente. Eu vejo uma diversidade de bandas abraçando trabalhos medÃocres ou clichês de bandas de sucesso. Original, de qualidade, e ainda com um extenso repertório “seria um sonhoâ€. Mas acredito no amadurecimento e na nova geração. Está já surge adequada ao conceito de produção independente, onde os músicos acumulam as funções da produção executiva, da produção fonográfica, da gravação, do marketing, do design etc.
Encarando uma maré pouco favorável na música independente, como você planeja os próximos passos com o grupo?
Eu pouco acredito no cenário alternativo. Acredito que a produção independente possa nos alavancar no mercado. Vamos trabalhar harmonia e produção, abandonando os trabalhos concluÃdos até atingir o objetivo. Para isso eu preciso de experiência e novos músicos. Minha vontade é aumentar a banda: colocar teclados, um baixista no meu lugar. Mais uma guitarra, um novo batera... estou no meio de um processo (duro, penoso e interminável) de aquisição dos meios necessários: um estúdio para ensaios, gravação e produção. “A falta de recurso é nosso pior inimigoâ€.
"Don Quixotes" lutando contra os moinhos de vento. É dura a vida dos artistas, principalmente para os que são fiéis ao próprio estilo, não se deixam seduzir por modismos. Conheço de perto o universo musical. Muito esforço para pouco retorno financeiro. Mas o prazer de subir ao palco, para eles, vale qualquer sacrifÃcio.
Boa sorte e fôlego aos músicos do Santo Maroto.
oi cris! oi claudia!
valeu pela força!
cris, vc sabe... fazer arte não é fácil...
Ficou ótimo Matoso. Obrigado pela parte que me toca.
Pixies · Niterói, RJ 16/2/2009 10:55
Muito bom! Parabéns pela matéria.
E muita força na peruca!
fala luiz, valeu pelo elogio.
pixies e px, que bom que curtiram o texto.
abrá!
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