SERRA DA MATANÇA – Uma história de extermínio
Serra da Matança. Não é apenas coincidência. Nessa serra no final do século XIX aconteceu de fato uma carnificina. Ela fica a 5 km de Babaçulândia, cidade às margens do rio Tocantins, aqui no Tocantins. Esse acontecimento é hoje conhecido por pouca gente e vai aos poucos perdendo a referência histórica e ficando apenas o topônimo. Pesquisando para a composição de um livro sobre a cidade, descobri a história do lugar e a maneira como os pecuaristas se apropriavam então das terras pertencentes aos índios.
No livro Índios e Criadores, o professor Júlio Cezar Melatti trata de como os índios Krahô chegaram a essa região. Vieram expulsos pelos pecuaristas que avançaram no início do século XIX da Bahia para o Piauí e entraram no Maranhão pelo vale do rio Balsas. Aí encontraram os Krahô. Numa ação que era irreprimível pela força devastadora que impunha a qualquer obstáculo encontrado, restou aos índios decidirem por uma das duas opções: ficar, enfrentar o usurpador e ser exterminado ou fugir em busca de outras paragens para procrastinar o extermínio. Escolheram a segunda opção.
Cruzaram o rio Tocantins para a então província de Goyaz entre as barras dos rios Farinha e Manoel Alves Grande. Atravessaram justamente sobre Babaçulândia, que nessa época ainda não existia. Tudo aqui era um imenso deserto verde. Os pecuaristas chegaram em seguida sequiosos de mais terras, uma vez mais para desalojar os índios e estabelecer fazendas para a criação de gado.
Os índios, encurralados, subiram à serra e lá habitaram para resistir. Àquela época, sem proteção, eram presas fáceis. Foram exterminados no topo da serra. Em muitas oportunidades os pecuaristas, em toda a frente ampla que avançava por essa região do Nordeste Ocidental, iludiam-lhes com propostas que não cumpririam. Quando os índios aquiesciam e deixavam suas trincheiras, eram chacinados e os sobreviventes vendidos como escravos para as fazendas de algodão e arroz do litoral maranhense.
AMANSAÇÃO
Era uma prática corriqueira nessa região adotada pelos pecuaristas do século XIX para ocupar e apropriar-se das terras para a criação de gado. Na verdade, um eufemismo para nomear a ação de extermínio indígena. Quando os índios demonstravam a firme intenção de não abandonar o lugar e resistir, homens eram contratados para a “limpeza da área”. O resultado era o genocídio sem qualquer condescendência. Quando a terra era liberada, estava pronta para o estabelecimento do novo proprietário e sua equipe de trabalho. Casas eram erguidas e a fazenda começava a produzir com tranquilidade.
Babaçulândia começou a existir como centro urbano no início do século XX, com a presença de habitantes remanescentes dessas fazendas. Em 1926, outras famílias se estabeleceram às margens do rio Tocantins e o pequeno povoado recebeu o nome de Nova Aurora do Coco. Em meados da década de 1950, alcançou a emancipação e o município recebeu o nome atual.
A Serra da Matança está a apenas 5 km do centro da cidade. Pela importância que teve na história da recente ocupação humana na região, é hoje sítio arqueológico sob proteção da Universidade Federal do Tocantins. Há na encosta da serra uma caverna, refúgio dos índios Krahô daqueles tempos. Inscrições no arenito das paredes contam a sua saga e o seu sofrimento histórico.
Que história essa Leandro! Eu já tinha visto por aqui referências suas ao livro que está fazendo e fiquei curiosa: por quê Babaçulândia? Este extermínio dos índios Krahô foi o que motivou vc? Ou foi por acaso que vc chegou a ele?
É impressionante como o extermínio dos índios brasileiros não faz parte da história oficial.
Parabéns pela pesquisa, pelas fotos e pelo texto que me aguçou mais ainda a curiosidade.
Abrç
Olá, Leandro!
Importante este resgate histórico. Aqui na região de Criciúma não foi diferente os nativos foram massacrados a ferro e fogo...
Agradecido, José
Olá, José. Essa prática foi realmente levada a termo em todo o Brasil sem variações. A coisa era a seguinte, a grosso modo: queremos a sua terra. Não vai dar? Então aguenta!
Obrigado pela participação.
abcs
Ize, não foi a história dos índios que me motivou a pesquisa. Aliás, quando a comecei sequer sabia dela. Inicialmente foi a belíssima história de integração que o rio cumpriu até a década de 1960, até o advento da rodovia Belém-Brasília, que atraiu a minha atenção. Eu conhecia tudo isso por "ouvir dizer" pq nasci em Carolina-MA, às margens dele.
E de fato, não imaginava que um município pequeno como aquele (Babaçulândia) tinha uma história tão riquíssima. Hoje estou completamente imerso nas pesquisas em busca de não deixar que muito dela morra, afinal grande parte das pesquisas é feita com pioneiros, já velhinhos, e se a história não for registrada mt dela se perderá.
abcs
jjLeandro, interessante este teu resgate histórico.
Sou apaixonado por estas aspectos históricos do nosso país.
Parabéns mesmo por nos trazer tamanha informação.
Abraços
P.S.: Me desculpe a inconveniência, mas ao ler o texto despertou a curiosidade em saber qual área de pesquisas você atua.
Lucas não há inconveniência alguma. Eu sou jornalista por formação acadêmica e escritor por uma condição inata, suponho. Desejei fazer um livro sobre a cidade e estou pesquisando. Contudo não sou historiador graduado. Mas a um escritor que deseja escrever uma história isso não é exigência indispensável. Claro que não irei seguir todos os parâmetros da historiografia pq não os conheço completamente. Mas suponho que ela será verdadeira pq colhida na fonte, com todas as citações bibliográficas exigidas.
abcs
história impressionante!!!
muito interessante , Leandro.
penso que resgatando a história, verídica, "desfragmentamos" nossa própria existência...desfazemos nossos próprios nós...
abraços,
Que fatos historicos importantes que não encontramos em qualquer livro de História. Agradecida , Leandro.
Já está entre as minhas favoritas.
Bjk
Cris
De fato Marcos e Crispinga eu tb fiquei impressionado com a história quando a conheci. Primeiramente comecei a inquirir o pessoal para saber pq a serra levava o nome de Matança e aí então comecei a puxar a história. Esse tipo de fato era corriqueiro nessa região que compreendia a entrada de criadores de gado baianos em progressão Nordeste acima, pelo Piauí e Sul do Maranhão, inflectindo à esquerda para o hoje estado do Tocantins. Quem tiver interesse em conhecer mais sobre esse momento histórico pode baixar o download do Livro Índios e Criadores de Julio Cezar Melatti.
abcs
Parabens por "desenterrar" esta história, pois nós não
sabemos como os índios sofreram para a sobrevivencia. Muito triste os sobreviventes terem sido vendidos às fazendas de algodão do Maranhão...
Bom demais. Parabens.
Gostei demais Leandro. Obrigado pelo convite. Pois é, a Ize, lá encima tocou num ponto chave. Realmente a questão do índio foi vilipendiada pela historiografia. Mas essa é só mais umas das centenas de histórias de índios não é mesmo? Aqui no RN, os índios foram dizimados da mesma forma. O Estado aqui, não possui nenhuma reserva e nenhum índio sobrou pra contar a história.
Um abraço.
Leandro,
que herança de sangue esta hein! Na verdade o Tocantins está cheio destes marcos históricos, e acredito que também outras regiões do país. Hoje os pecuaristas que ontem assassinavam índios, mudaram o foco da sanha capitalista: assassinam a natureza, matam a possibilidade de sobrevivência humana no planeta, queimam sem lei ou fiscalização forte o suficiente para coibir. Os tempos mudam, e a sociedade demora para compreender que o homem branco, capitalista, não é rei da Terra, não está acima do bem e do mal, e não pode dispor de tudo como se gente, bicho e natureza fossem apenas instrumentos disponíveis para o uso na busca de riquezas.
Abraço!
Belo texto, triste história!
JJ.
Belo trabalho nobre amigo e muito obrigado pelo convite.
Este país só vai dar valor aos verdadeiros habitantes desta terra só quando virarem lenda para as próximas gerações, um verdadeiro descaso estão há décadas fazendo com a população indigena.
Assistindo os documentários produzido pelo jornalista Washington Novaes na tevê cultura, sobre os índios percebi uma carência pelo overmundo deste tipo de matéria e lhe digo que você foi muito feliz em desenvolver está matéria pra gente.
Parabéns meu amigo e mais uma vez somos agraciados com teu belo trabalho.
ótimo resgate.
aí, no tocantins, tem um caso da ponte fechada por manifestante, acho que do MST, que o governador mandou desocupar jogando as pessoas no rio. ao menos, dizem.
não tem?
procede?
Leandro,
Bela matéria!
O ser humano mancha a terra de sangue por tudo que é efêmero!
Parabéns!
Um aBRAÇO, Marluce
Leandro,
muito boa sua matéria. O extermínio dos índios no Brasil - na exemplo da história que você aborda - ocorreu em todo o território nacional, variando o tempo, a metodologia e as motivações, esta começando com o pau-brasil e terminando na pilhagem do território.
Aqui no Rio de Janeiro, várias nações que habitavam a região, como os tupinambás, temiminós, tupiniquins, goitacases e aimorés, foram literalmente aniquiladas no primeiro século de colonização - a maioria dos índios contaminada por roupas impregnadas de doenças, como febre amarela e gripe, espalhadas a mando do então Governado Antônio Salema nas matas da região para que os índios a encontrassem e a usassem, sem saber que vestiam a própria mortalha. O que de fato aconteceu. A grande ironia da história é que o assassino, Antônio Salema, hoje é nome de uma rua adjacente à minha aqui em Vila Isabel, no Rio de Janeiro. Da mesma forma, o único índio reconhecido como herói pelos brancos é Araribóia, justamente o chefe dos temiminós e grande colaborador dos invasores portugueses, portanto traidor de seu povo, hoje homegeado com uma estátua na Estação das Barcas, em Niterói.
Enquanto isso, porém, não há na região nem em lugar algum do Brasil nenhum monumento ao grande líder da Confederação dos Tamoios, Aimberê, cuja bravura e gênio militar chegou a ameaçar a existência da colônia portuguesa no Sul do Brasil.
Essa é a história que nos ensinaram por séculos. Por isso, ao revelar acontecimentos como o massacre dos Krahô na Serra da Matança, você nos ajuda a resgatar a verdadeira história. Parabéns, amigo, e um grande abraço.
Ize,
a respeito da sua pergunta sobre a origem do nome Babaçulândia, creio eu - e o JJ pode me confirmar - deve-se ao fato de a região (principalmente Maranhão e Piauí) à época ser uma grande produtora de coco babaçu, uma palmeira ainda hoje comum por ali. Estou certo, JJ?
Cíntia, realmente foi o que aconteeu. Segundo o professor Melatti, em seu livro, cujo link está disponível em um comentário anterior, haviam duas frentes: uma pastorial, pelo sul do Maranhão inflectindo para o hoje estaod do Tocantins e outra ao Norte/Centro do Maranhão, que ele chama frente agrícola (arroz e algodão), para onde os escravos indígenas eram vendidos. Obrigado pela participaçaõ, abcs
jjLeandro · Araguaína, TO 13/8/2007 15:43
Filipe, realmente essa realidade foi nacional e desde a colonização oficial iniciada a partir de 1530.
obrigado por estar aqui, abcs
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Sim, Roberta, infelizmente essa é uma realidade nacional e aqui no Tocantins também. Ainda na década de 1940, na região de Pedro Afonso aconteceram massacres de fazendeiros contra índios. Meu pai, que habitou aquela região nessa época, conta desses acontecimentos e cita inclusive os nomes das pessoas que perpetraram esses crimes.
abcs, amiga
Higor, é uma trágica realidade, mas espero que consigamos mudar isso antes que essa previsão, muito plausível, aconteça.
abcs, amigo.
....
André, acho que talvez tenha sido no Pará, realmente não tenho conhecimento de que tenha sido por aqui, embora fatos muitos mais graves ao longo dos séculos tenham acontecido aqui.
abcs amigo e obrigado pela presença.
Marluce, infelizmente o que você disse é uma realidade cruel.
abcs e obrigado, prima.
.....
Nivaldo, amigo, vc tocou num assunto que é motivo de uma pesquisa minha para um livro(romance) que pretendo fazer e estou com a pesquisa avançada, inclusive já entrei em contato com a prefeitura de Ubatuba e o secretário de Cultura de lá me disse que coletará material p meu trabalho: o título provisório é IPEROIG - O fim da primeira nação pindorama nos tempos da invasão portuguesa.
É justamente sobre a Confederação dos Tamoios. Aqui no Overmundo publiquei uma crônica sobre Aimberê e uma outra perguntando sobre os escritores e nossa história onde ele também é citado.
Fico feliz em saber que pessoas que têm estudo, conhecimento e uma visão crítica da realidade têm conhecimento disso. Tudo que você falou é a pura verdade.
Isso é um grande incentivo para que continue minhas pesquisas e publique meu livro histórico romanceado pois sei que haverá quem o valorizará e o lerá.
...
Sobre a questão levantada pela IZE, realmente o topônimo Babaçulândia se deve à abundância de babaçu que ainda hoje existe por aqui, Pará, Maranhão, e de maneira restrita no Piauí, Goiás e até São Paulo.
Oportunamente estarei publicando fotos e matéria sobre ele, aliás hoje muito valorizado pelo carvão da casca do coco, em grande alta nas siderúrgicas da região de Marabá e Açailândia.
abcs e obrigado pela participação.
jjLeandro,
Outro dia estava vendo o filme "Apocalypto" do Mel Gibson onde ele retrata o povo maia como verdadeiros bárbaros e me admirei do olhar pejorativo, preconceituoso e superior que se lança sobre os povos ameríndios. Infwelizmente muito de nós, herdamos essa triste herança do povo europeu que usa o genocídio, não só físico, mas também cultural para lidar com sua dificuldade de conviver com o diferente.
Parabéns, amigo, pelo antropológico e inteligente artigo.
Abçs!!!
Oi Leandro e Nivaldo, na verdade aquela minha pegunta lá no início- "por que Babaçulândia?" não era em relação ao topônimo, porque o próprio nome já é auto-explicativo. Minha curiosidade era em saber porque o Leandro tinha escohido o lugar para a pesquisa. Agora já está tudo explicado.
E Nivaldo, sobre a verdadeira história do extermínio dos índios no Brasil, eu estava longe de conhecer os detalhes tão ricos que vc trouxe. Vc vê como a história que a gente aprende na escola é tendenciosa, né? A gente fica conhecendo a história dos vencedores (que são os de sempre), a dos vencidos fica soterrada. Ainda bem que tem gente como vc e o Leandro pra escavarem a história e nos possibilitarem recordá-la como ela aconteceu.
Por isso, seu livro vai ser muito benvindo Leandro.
Aí vai uma citação em homenagem ao seu trabalho:
"Quem pretende se aproximar do próprio passado soterrado deve agir como homem que escava. Antes de tudo, não deve temer voltar sempre ao mesmo fato, espalhá-lo como se espalha a terra, revolvê-lo como se revolve o solo. Pois 'fatos' nada são além de camadas que apenas à exploração mais cuidadosa entregam aquilo que recompensa a escavação" (Walter Benjamin)
Abrçs
Olá amigo JJLeandro,
No momento só vim aqui para conferir, depois eu quero ler atenciosamente e votar, ok? Abraços.
Carlos Magno.
jj,
Incrível história, apesar de ser tão recorrente. O Brasil anda cheio de histórias que não foram contadas porque 'queima o filme' de nossas bárbaras elites.
Me ocorreu de te perguntar se ainda tem muito descendente de indios Krahô por aí. Quem sabe esta história ainda sobrevive na memória de um velho destes, da tribo. Contada do ponto de vista - e do modo (literário) dele - daria uma matéria muito boa.
Grande abraço
Olá, Spírito. Sim, há muitos deles.
Após esses acontecimentos, foram aldeados, que era a política oficial na época, por volta de 1848, sob "tutela" digamos assim, de religiosos na região de Pedro Afonso, depois migraram para a região de Itacajá, onde têm reserva. Itacajá fica cerca de 178 km de Araguaína no sentido nordeste do estado.
Sobre a permanência de alguma reminiscência dessa história entre eles não tenho conhecimento. Sei apenas que foram tantos osmassacres que sofreram que talvez confundam ou fundam várias histórias numa só.
abcs
jj,
Pois então! melhor ainda. As histórias dos 'brancos' também são assim, fundidas umas nas outras. Toda História é sempre meio 'virtual', não é. Eu pensei muito mais na beleza literária deles contando a sua própria história, pra gente poder interpretar.
Aliás, você me lembrou que tenho uma música que fala no nome dos Krahô. Me animei e vou disponibilizar o áudio e a letra dela uma hora destas aqui.
Abs,
Faça isso, Spírito. Particularmente, estarei esperando.
abcs
Leandro,
Uma informação importante para a sua pequisa seria levantar qual era a forma legalizada, ou seja institucional e na letra da lei para o registro oficial das terras em nome de seus novos proprietários após a expulsão ou matança. Sem dúvida deve haver documentos a respeito.
Abraço!
Naquele tempo, Egeu, fazia-se o registro paroquial das propriedades. A aceitação em cartório foi após a República.
abcs
"Bela" história... ( o adjetivo nem cabe aqui, respeitando o tema) mas a Vida é um eterno ciclo cheio de círculos que se entrelaçam.
Nos primeiros dias do Império eram os índios que matavam brancos, no Sul do país, principalmente imigrantes que Dom Pedro prometera ajudar e proteger, deixando-os sem nada, Alguns, segundo relatos, venderam os próprios filhos para manter o restante da família e muitos foram exterminados por índios que viviam próximos, temendo invasão de suas terras.
A história, na República, "se inverteu, pelo que V. nos conta!
Salve Nato!
Sobre os índios aqui do Sul (Criciúma e região) veja este relato de Eder Giovani Savio - Tradição de Vanguarda, n. 05, ano 2, Junho/91. Nova Veneza/SC:
Apesar da história de progresso e perseverança, não se pode omitir que a colônia sofreu uma grande mácula já no seu início, pois houve o genocídio dos índios Xokleng, habitantes originais da região. Conta a história que o agrimensor Natal Coral, liderando vários colonos, matou centenas de homens, mulheres e crianças, invadindo as tribos durante a noite e degolando com facões as vítimas que se encontravam em sono pesado. Para se vingar os Xokleng raptaram a mulher de Coral e a mantiveram por dois anos. A última grande matança ocorreu na aldeia do Morro Redondo, localidade de São Bento Alto, por volta de 1905.
Hoje, os imigrantes italianos que aqui invadiram, destruiram os rios e as matas com a mineração do carvão mineral...
Agradecido, José!
JJ, excelente o teu texto. Esta chacina foi ainda mais aviltante por ter ocorrido já no final do século XIX, época de "luzes". Mas a ganância por terras não acaba.
Agora que os índios todos foram mortos, tratar-se-á da floresta, das árvores que estão lá "atrapalhando" as pastagens...
Um abraço e parabéns por este levantamento histórico e fotográfico.
Baduh
Obrigado Nato, obrigado Higor pela presença. Um grande abraço.
...
José, de fato havia esta prática de chacinar à noite, com todos no sono ferrado. Obrigado pelas informações. Abraços.
....
Baduh, valeu o comentário. De fato muitas chacinas aconteceram no limiar do século XX, como o José acima, inclusive enumera. Aqui no Tocantins na região de Pedro Afonso houve ainda chacinas no final da década de 1940.
abcs
Meu jovem escritor, quase geógrafo, explorador - adorei a descrição, a forma e adorei as fotos, um abraço andre
Andre Pessego · São Paulo, SP 14/8/2007 19:10
jj,
Voto contra as chacinas e pelo castigo aos chacinadores todos deste Brasil, principalmente os de hoje em dia.
Abs
Pêssego, vc é muito bondoso. Na realidade sou apenas jornalista. Mas obrigado pelo incentivo. abcs
....
Valeu, Spírito. Um grande abraço e obrigado pelas intervenções muito oportunas.
Leandro, aqui no Piauí há pouquíssimos resquícios da presença indígena, isso porque eles foram dizimados...isso mesmo. Tribos inteiras foram dizimadas, a maioria sob o comando do Domingos Jorge Velho que, pasme, era nome de uma escola aqui até bem pouco tempo atrás. Agora mudaram tudo. A escola não é mais escola e virou o Memorial Zumbi dos Palmares. Eu não concordo com isso porque não sei de nenhuma passagem de Zumbi por estas bandas, mas vá lá...é melhor que homenagear um assassino de índios.
beijos, mais um belo texto seu!
É mesmo, Natacha. O correto, o mais correto, era homenagear os heróis daí mesmo pois em outro estado, por certo, não farão isso pelos heróis piauiense. Se bem que Zumbi é uma referência nacional, menos mal.
abcs e obrigado.
Conflitos em terras indígenas acontecem até hoje.
o Governo não faz a demarcação devida, fazendeiros em busca de riquezas invadem, e a matança continua.
Bela pesquisa histórica JJ.
Ainda bem que o nome da Serra não deixa esquecer o fato.
Serve como denúncia ancestral, alertando ao porvir.
ps. o bom de tudo é que você tá conhecendo cada paisagem heim!?
vai suando nas subidas e mandando notícias pra gente.
Abraços!
Ótimo trabalho , o nosso estado ,o piauí, tem muitas histórias de morte do extermínio dos índios , infelizmente ,mas ao mesmo tempo temos um patrimônio que é o parque de São Raimundo Nonato que tem a origem do homem americano.Um grande abraço.Cláudia Santos.
claudiartista · Teresina, PI 15/8/2007 10:28
É, Cláudia, há realmente no Piauí o parque de São Raimundo onde antropólogos do mundo inteiro estudam a nossa ancestralidade. bem lembrado, obrigado e abcs .
....
Firmino obrigado pela consideração. Sou realmente agraciado com belas paisagens. Uma coisa é vc tirar fotos, outra é ver isso in loco. São belíssimas paisagens.
abcs
Desculpa, FIRMO, escrevi Firmino. Passa perto, mas não é a verdade. abcs
jjLeandro · Araguaína, TO 15/8/2007 11:23Votado...a memória é importante neste País!
Cintia Thome · São Paulo, SP 15/8/2007 13:31
Em ante-salas de dentistas sempre chamam por Firmino, tô acostumado. Nao esquenta não. Fico rindo comigo mesmo.
E minha vó, que pensava que eu era José Humberto... me chamava de Zé Betinho. (o Betinho diminuto aqui é pela estatura brasiliana mesmo)
Abraço JJ !!!
Excelente história....fico aguardando ansiosa pelo livro. Aqui na Bahia, os novos pecuaristas são as fábricas de papel e celulose, em guerra constante com os pataxós no sul do estado. É por estas pesquisas e grande ganho de conhecimento que me apixonei pela profissão de jornalista. Belo trabalho, está votado!
Maniefurt · Salvador, BA 15/8/2007 15:45Excelente história....fico aguardando ansiosa pelo livro. Aqui na Bahia, os novos pecuaristas são as fábricas de papel e celulose, em guerra constante com os pataxós no sul do estado. É por estas pesquisas e grande ganho de conhecimento que me apaixonei pela profissão de jornalista. Belo trabalho, está votado!
Maniefurt · Salvador, BA 15/8/2007 15:46
Cíntia, um abração, amiga.
Obrigado pela força.
...
Firmo, eu sei como é isso de não matar o homem mas trocar o nome. Às vezes acontece comigo, em vez de chamarem Leandro alguns dizem Leonardo. Podem pensar que não, mas acontece.
abcs
.....
Maniefurt, colega de profissão. Ela vale muito por isso, e muito mais, vc bem sabe. Realmente, ao longo dos tempos os protagonistas de um lado vão sempre mudando. Por outro lado(trocadilho), os índios se mudam ou são exterminados. Lamentável, mas é a realidade.
Abcs
Lenador, gostei muito da história que resgata o passado desconhecido do Tocantins (um pedaço do meu Estado, terra do meu pai).
Fiquei feliz por saber que em breve teremos um livro sobre essa região.
Parabéns!
beijos
E´sempre assim a verdade nunca aparece nos livros de história ou didáticos, tudo nos e´ apresentado de maneira a ser preservada a "Paz no futuro e glória no passado".
Tudo pela "Ordem e Progresso".
Ainda bem que existe no mundo pessoas como vc que veicula os fatos paltados em cima de pesquisas sérias.
Parabéns!
Sander
Saramar, amiga, obrigado pela visita. Que bom, não sabia que seu pai é daqui. Nasceu em que cidade? Aposto que ali por Porto Nacional ou Pedro Afonso. Sei então que vc conhece muito das mazelas e das boas coisas daqui. Abcs
.....
Sander, vc disse a mais pura verdade. A história, aqui e alhures, tem sempre o mesmo enredo. O mais forte é quem a conta. Mas o trabalho de formiguinha traz à tona o que nenhuma força consegue manter sufocado. Parabéns a todos nós.
abcs
LEANDRO,
gostei muito de ler essa história, que é como muitas que não são mostradas na nossa "história". Pesquisa interessante que resgata fatos necessários à compreensão do presente.
Abçs de Betha.
Oi Leandro!
Bom texto e excelente resgate histórico.
Fico pensando sempre no preço alto que pagamos para "alojar" a nossa "civilização" por essas terras. E ainda não paramos e não pararemos... os extermínios ainda estão por aí com outros nomes, outras faces.
Abraços
Oi, Leandro.
Desculpe o meu tardio comentario. Mas esse tipo de desrespeito ocorre por todo o territorio do Brasil. As autoridades incompetentes têm seus narizes plantados no que se refere aos seus interesses e nada mais. Um fato lamentavel.
São atutudes como a sua que podem mudar esse quadro de desdem que vivenciamos.
Parabens pela materia.
Olá amigo JJLeandro,
É uma pena que os verdadeiros dono da terra sempre foram massacrados pelos invasores e o pior é que estes fatos cotinuam acontecendo. O povo brasileiro não tem a mínima idéia do que acontece com os nossos indígenas. Meus sinceros aplausos pelo teu belo relato,amigo e um grande abraço.
Carlos Magno.
Voltei para comentar. Rsrssss.... Já tinha votado.
Como vc Está diferente na foto JJleandro.
Parabéns pelo material.
Abraços!!!
Olá Leandro,
parabéns pela excelente matéria sobre a serra da matança. Sou babaçulandense, morando há muitos anos fora, e fiquei orgulhoso com o resgate histórico que você fez. Inúmeras vezes passei ao lado da serra que com toda a imponência e beleza, guarda dados estarrecedores da história. Na próxima visita que farei a Babaçulândia, com certeza visitar este monumento natural da nossa querida terra.
Um abraço,
JRN
JRN, obrigado pela visita. Talvez goste desse outra trabalho, também sobre Babaçulândia
Abcs
JJ
Importante e terrível História, como todas as que envolvem a civilização e os povos nativo-americanos.
Ainda bem que existem pessoas como você que dedicam tempo e esforço para descobrir a ponta do iceberg desta fantástica História encoberta pelo mar da ignorância humana.
Grande abraço!!!
E muito interessante o processo de apropriação da terra pelos colonizadores...
e para que este projeto fosse concretizado muitas vidas foram sacrificadas
e nossos aborígenes exterminados!!!
um fato interessante e similar ocorreu na cidade de Vitória da Conquista na Bahia, onde o colonizador português exterminou quase todos os indígenas da região, deixando poucos que se submeteram e foram catequizados em aldeias de jesuítas
O governo português neste período investiu pesado no extermínio dos grupos indígenas e estabelecimento de colonos nas áreas não povoadas do sertão.
Uma pena, pois perdemos aqui em Vitória da Conquista quase toda a cultura indígena
pouquíssimos são os grupos destes povos que restaram...e mesmo assim não tem nenhuma assistência governamental...
infelizmente no nosso país é assim!!!
Mas é só com nossa força que isso poderá mudar.
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