Show do Angra em Macapá

Olá amiguinhos, quanto tempo, hein?
Na noite do dia 31 saí de casa a pé mesmo pra ir ao show, que era num espaço privilegiado por estar no meio do mundo, entre o Sambódrimo e o Estádio Zerão. Fica aqui perto de casa, então em 10 minutos eu já estava lá. Ainda tava rolando apresentação do cantor Amadeu Cavalcante, mas de longe já dava pra perceber a massa presente tanto no espaço quanto por todo o entorno. Era gente de tudo quanto era lado, que não decepcionou o investimento, ousadia e visão do Governo do Estado em fazer algo novo.

A programação de férias de julho, denominada Equador Verão, estava em seu momento de encerramento, e pra surpresa de todos, a atividade não concluiu com a tradicional banda de Tecno-calypso-forró-melody e sim com uma das maiores bandas de Power Metal do mundo. Nada mais nada menos que Angra.

Esse relato não será pra falar a respeito de quem é a banda Angra, mas se precisar dá uma passada lá na Wikipédia e saca mais. O que eu estava dizendo é que fui andando ao show e já avistei um montão de gente. Saí sozinho de casa porque nem precisava perguntar aos conhecidos se eles iriam estar lá ou não, já que não se tratava de mais uma atividade que realizamos todos os meses (não é o caso do Aniversário do Garagem Universitária, que também será grande) e sim o Show do Angra, velho.

Ainda deu tempo de ver a banda local Casa Nova (do meu amigo e produtor Piska Martins) e entregar alguns fly do show do Garotos Podres em Macapá. O apresentador começou com o velho e necessário discurso (já que os apoiadores precisam e devem ser lembrados nessa hora) como o do Secretário de Cultura, Zé Miguel (muito obrigado), do Programa Interferência (TV Tucuju) e outros que não estou lembrando no momento. O tempo de transição começou a ficar longo e o publico já estava inquieto devido uma fina chuva que já começava a cair. Não pensei duas vezes antes de tirar o meu guarda-chuva da mochila, mas uma galera, motivada pela minha amiga Regina Bortman, começou a reclamar que ele estava cobrindo o campo de visão. “Quando começar o show eu recolho o guarda-chuva� – retruquei. Ficou por isso mesmo.

Finalmente o apresentador falou o que nos interessava e a festa começou, a primeira musica foi uma introdução, já tradicional nos álbuns do Angra, a Viderunt Te Aque, que é a primeira faixa do CD Aqua lançado em 2010. Tal musica dá a deixa pra faixa 2 Arising Thunder. Eu estava bem na frente, mas não tão perto da grade de proteção, mas o mormaço, o suor e a sensação de dezenas de pessoas dividindo o mesmo ar começou a me cansar um pouco mais depressa. Fui um pouco mais pra frente onde pude respirar melhor. Foi aí que eles tocaram Angel’s Cry, que é a musica tema do primeiro álbum, lançado em 93.

Depois de dar as boas vindas à Macapá o vocalista da banda, Edu Falasci, juntamente com Rafael Bittencourt (guitarra), Felipe Andreoli (baixo) e Ricardo Confessori (bateria) a banda, sem Kiko Loureiro (guitarra), que foi honrosamente substituído por Marcelo Barbosa, deu continuidade ao show levando algumas musicas como Sprend Your Fire (Temple of Shadows 2004) e The Course of Nature (Aurora Consurgens 2006) e em um dado momento, ele pediu atenção especial para a musica Lease of Life, já que a mesma se tornou um de seus vídeo clips.

Ainda tivemos a oportunidade de ouvir Heroes Of Sands (Rebirth 2001), Lisbom do Fireworks (1998), e também a música tema do álbum Rebirth onde Edu se sentou na bateria e tirou uma foto do publico. Eles também tocaram a prestigiadíssima Nothing to Say do Holy Land (1996), onde no intervalo de todas o publico sempre pedia em coro Carry On (Algel’s Cry) e Nova Era (Rebirth). Escutar aquelas musicas foi como voltar no tempo. Confesso que não esperava ter a oportunidade de ver essa galera em um show ao vivo, mas era tudo verdade. Eu não tava nem aí pro pessoal me empurrando ou pela minha roupa estar ensopada de água e suor, pois aquela banda que eu me matei a época pra comprar os Cd’s estava ali. Foi uma pena quando eles disseram que iam embora. Todos sabiam que eles tinham que voltar, mas mesmo assim, esses caras quando voltam só tocam uma música. Ou Nova Era ou Carry On iria ficar de fora. Eles saíram e logo em seguida, sob o som de gritos sobre o nome da banda, começou Unfinished Allegro a introdução do Angel’s Cry daí já comecei a pular, já que se sabe que depois disso vem Carry On.

Nessa hora eu não tive escolha. O pessoal ficou ensandecido. Estava próximo a grade e o pessoal na minha frente começou a pular e passar por ela. Eram muitas pessoas subindo e a mesma começou a balançar. Fiquei com medo dela cair em cima de mim (morte na certa), mas não dava pra voltar, já que mais pessoas estavam vindo de trás. Foi aí que resolvi subir na grade também. Fiquei cantando um tempo e percebi que ali eu também poderia perder uma perna se a grade desabasse, além disso, eu me sentiria culpado por ser um dos caras que estava na grade no momento em que ela desabasse e matasse pessoas. Foi aí que pulei pra área do Backstage. Por um instante achei que todas aquelas 15 mil pessoas iriam pular, mas graças a Deus isso não aconteceu. Nesse momento o pessoal do Angra fez algo que resolveu o problema (não da zona que se instalou, mas das musicas): em uma das paradas de Carry On eles emendaram para Nova Era e aí completou. Lembro-me de estar cantando pisando em uma poça de lama até a musica e o show acabar. O vocalista ainda falou para os presentes esfriar um pouco e ir pra casa na tranqüilidade. Depois disso, só nos restou pular a grade de volta e ir embora, mas como estava um pouco mais cansado que na vida, resolvi voltar de carro rs. Só que antes, ainda deu pra posar pra uma foto no Portal Caipirosca :P.

No final deu tudo certo. Ficou mais do que provado que existe um publico consistente do segmento aqui no Amapá, que pode contribuir pra cadeia produtiva do mesmo. O pessoal, apesar de toda a euforia, não fez confusão, mas eu achei tal atitude (a da invasão) perigosa e que poderia ter acabado em uma tragédia, dando uma deixa pra bregueiros e pagodeiros queimar pra sempre as programações de Rock aqui no Estado. Vamos ficar com esse exemplo e com as boas lembranças de que dessa vez tudo deu certo, dando os parabéns tanto para o publico quanto para seu realizador (Governo do Estado) na figura da Secretaria Estadual de Cultura e, principalmente, ao fabricante daquela grade de ferro, que resistiu a sede e a fome do nosso povo carente e faminto por metaaaaaaaaaaal.

O que a banda achou do Show?

O vocalista, Edu Falasci, twitou que o fim de semana foi demais:
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Ele também disse que o show de 15 mil pessoas foi histórico
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Outro que também comentou foi o guitarrista Marcelo Barbosa, que disse que o show foi insano.
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Felipe Andreoli disse que o show foi animal, mas que devido à zona no final, deixou de fazer uma surpresa que tinha programado.
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