Sobre o mundo, a TV e o Roberto Justus

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No passo da TV, ando cada vez mais atento ao que vejo quando paro de zapear.
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Thiago Camelo · Rio de Janeiro, RJ
8/10/2006 · 331 · 21
 

Outro dia, descobri que as novelas do Manoel Carlos podem ser boas. Outro dia, vi metade de um clipe lindo na MTV, mas não decorei o nome da música – perdi, pois, a oportunidade de vê-lo ad eternum no YouTube. Outro dia conversei com um professor universitário de Comunicação sobre a já mais que batida questão da pós-modernidade e expus – meio com medo da resposta – minha opinião sobre o tema:

Não, não acredito em tudo que eu ouço falar sobre os dias de hoje, não acredito no fantasma da pós-modernidade e nem na maldição do conhecimento fragmentado. Olho para o lado e sinto que o mundo está mudando à medida que o segundo passa. Não sei se é porque foi com a minha geração que a Internet surgiu para valer, não sei se foi porque, ainda na minha geração, a Internet mudou para valer. O conhecimento a que tenho acesso no dia-a-dia é assim, a parte de um todo num quebra-cabeça gigante que não fecha, uma vez que esse todo que completa o quebra-cabeça talvez nem exista de fato.

Esse é o motivo por que não ligo em ter conhecimento partido sobre inúmeros temas. Não é um esforço programado para não saber a fundo sobre as coisas, é mais um não se importar em, por exemplo, ligar a TV e ver um documentário sobre a Revolução Francesa pela metade para, logo depois, tomar conhecimento - por meio de uma propaganda - da nova série bacana que está por vir. Tudo bem se eu aprendi pela metade a história da queda da Bastilha. Amanhã eu aprendo o resto, seja lendo efetivamente um livro, seja vendo a reprise da primeira parte do programa. O controle remoto está na minha mão e me dá a opção de procurar por aquilo que desejo. Estou longe de ser passivo diante dele e me sinto, às vezes, inteligente por conclusões a que chego em frente da TV.

E aqui alcançamos, finalmente, o ponto. A falação acima foi mais para avisar que nem sempre a reflexão se dá com o tempo longo, e que antes de buscar um outro canal mil coisas já se somam ao leque de conhecimento que acho importante cultivar. Dito isso, queria falar sobre O Aprendiz, programa que teve sua terceira edição finalizada semana passada, na TV Record. Para variar e como sempre acontece, mudava os canais feito louco e assim, parando milésimos antes até de perceber, estacionei na mesa de Roberto Justus. Isso foi há um mês e, anteriormente, nunca havia assistido ao programa (exatamente como ocorrera com a outra experiência retratada neste mesmo Overmundo). O ato de ver TV parece realmente ser um dom da minha geração, na medida em que nem pai nem mãe conseguem acompanhar com os olhos o que meus irmãos e eu acompanhamos e – mais ainda – selecionamos. Parei no Roberto Justus em sua mesa porque tinha absoluta certeza de que aquilo ali me daria, ao menos, minutos de diversão e reflexão. Acertei.

O programa estava já na sua reta final. Uma mesa de trabalho bem grande era formada por uns quatro jovens empresários. Todos muito bem vestidos. Todos seguros de si. Justus fazia perguntas e avaliava o comportamento dos seus comandados nas tarefas realizadas no decorrer do reality show. Já conhecia mais ou menos o formato do programa, cópia assumida do norte-americano The Apprentice: uma simulação gigante de um processo seletivo para entrar em uma das empresas do âncora, com direito a tarefas de gestão de um negócio e desafio de trabalho em equipe. A parte pela qual mais me interesso, porém, é quando os aspirantes a donos de grandes impérios precisam se autodefinir. O pulo do gato do programa está justamente aí – na conversa que o bem-humorado e propositalmente irônico e rei de si Roberto Justus trava com os seus comandados. Forçando-os contra a parede e brincando de deus vemos Justus soltar golpes de palavra e, assim - mesmo que involuntariamente -, colocar nu o alto escalão do empresariado brasileiro. É tão ou mais crítico quanto o recente filme espanhol O que você faria?, saudado exatamente por combater a prática cruel de darwinismo profissional. A saber: é pontual notar que respostas que você pensava encontrar apenas naqueles questionários de Proust de revistas de fofoca efetivamente ocorrem no programa, tal qual igualar sua principal qualidade ao seu principal defeito:

Qual é a sua principal característica como profissinal?
Sou muito trabalhador.

E o seu principal defeito?

Às vezes, trabalho demais.

E daí vai-se ao limite. “Sou formiga porque a formiga trabalha muito sem chamar atençãoâ€. “Sou Gandhi porque Gandhi movia o mundo sem agredir ninguémâ€....

E Justus faz cara de quem leva todas essas respostas muito a sério. É porque talvez seja mesmo. É impressionante como, parando para pensar, não vem à memória produto algum no audiovisual recente em que o trabalho propriamente dito tenha sido o centro de uma temática apresentada tão de dentro. A labuta em si sempre passa à margem e serve apenas como pretexto para falar de outra coisa, seja em séries de TV como Os Aspones, seja no cinema com filmes que tentam fazer isso sob o ponto de vista das classes baixas, como propõe Domésticas (de Fernando Meirelles e Nando Olival) com o seu fantasioso mundo das diaristas.

Fazendo graça de si mesmo

Num segundo momento, Justus briga e faz grosserias com todos na sala, na tentativa clara de desenhar um pastiche de si mesmo e do seu papel de mega-empresário. O efeito disso é ótimo, porque é na tênue linha da brincadeira de Justus e da seriedade com a qual os participantes encaram o desafio que O Aprendiz se equilibra com desenvoltura. Justus ironiza e as moças e rapazes à mesa acreditam. E acreditam porque crêem no pastiche, crêem naquele mundo louco que o próprio universo empresarial criou para eles. É importante e revelador o que vemos aqui.

E toda a brincadeira revestida de seriedade fica ainda mais clara quando o programa que segue na programação (Show do Tom) apresenta a estupenda satirização de Justus feita por Tom Cavalcante. Afora trejeitos exagerados, está absolutamente tudo entregue – Tom é Justus porque Justus não se preocupa em ser ele mesmo. Parece mais fácil ser fiel na imitação de quem ironiza a si próprio. A piada de Tom é fazer graça da piada que Justus prega em si e em sua turma de ricos, bonitos e infalíveis – ambos fazem rir, mas também fazem pensar.


***

Gil já dizia que o agora é quase quando. É esse o lema que tomo para mim nessa falta sincera de medo do mundo em que vivo hoje. Por isso, sigo e sigo mudando os canais em busca desses fascinantes pequenos momentos-pílulas na TV.

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ronaldo lemos
 

Grande Thiago, excelente o texto. Sabe que há pouco tempo visitei um famoso "museu do cinema", que contava a história da sétima arte desde os irmãos Lumiére até Corra, Lola Corra. O lugar era enorme, levava uma hora pelo menos para percorrer tudo. No final da exposição, tinha uma salinha reservada para "a linguagem da televisão". Ao entrar, era um cubo espelhado, teto, paredes e chão, com a projeção de um vídeo falando sobre a linguagem da TV nos últimos 40 anos. Sabe que fiquei completamente estarrecido! Aquilo que eu vi dentro da salinha em 20 minutos me deixou muito mais impressionado do que a hora inteira percorrendo a história do cinema. O que isso significa? Não sei, mas acho que nesses tempos em que a idéia de "audiovisual" se expande de modo extraordinário, é importante aprender com qualquer forma de linguagem, sem preconceito e sem medo de mistura.

ronaldo lemos · Rio de Janeiro, RJ 5/10/2006 16:46
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Claudiocareca
 

Muito bom mesmo Thiago... Esse zappear realmente é interessante, parec uma mistura de olhar crítico com intuição, sei lá... Também percebo isso na casa dos meus pais, dificilmente acompanham e preferem ancorar nas águas conhecidas e calmas da Globo, aliás lembram dos seus afazeres pelo horário dos programas.
Ah, o conhecimento realmente prescinde de aprofundamento. Eles se forma em platôs rizomáticos como diria Deleuze e Guatari...
Parabéns, abraço!

Claudiocareca · Cuiabá, MT 6/10/2006 17:42
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CB
 

Acho que a postura crítica de assistir televisão começou lá pelos anos novecentos e setenta, com a geração que sucedeu o pessoal da "contracultura" (anos 60). Nos anos 70 um professor que eu tive dizia que quando o controle remoto se popularizasse a Globo seria destronada. Ainda não aconteceu completamente, mas parece que tá quase. Bom, a tv é aquele espelho narcísico todo fragmentado que o tal Marshall Mclhuham (é assim que se escreve?) falou. Vc pega os pedaços que vc DESEJA e monta o seu próprio entendimento. Nesse sentido, hoje, se vc zappear bastante, mais e melhores pedaços vc poderá ter pra montar o seu próprio espelho. Boa sorte e axé

CB · Porto Alegre, RS 11/10/2006 08:48
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CB
 

Desculpe, Thiago, o texto acima não é pra condenar nem defender o zapping. Mas como toda a droga que eu acho que essa prática poderia ser, qual seria o ideal de uso pra vc? O problema que eu acho é que ficar atento a um programa de tv somente, especialmente à noite, depois do cara trabalhar ou/e estudar durante o dia inteiro não parece tarefa fácil. Então, "desligar" a cabeça no zapping parece inevitável. O que vc pensa disso? Como é a sua disposição frente a tv, principalmente a tv aberta? Valeu pelo texto, parabéns.

CB · Porto Alegre, RS 11/10/2006 09:22
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Thiago Camelo
 

Olá! Valeu Ronaldo e Cláudio pelos comentários elogiosos. Acho que já estive nesse museu Ronaldo (em Berlim?). A parte onde há um monte de TV é muito bacana mesmo. Quando eu fui, estava passando Metrópolis nas TVs , mas o filme estava em tempos diferentes em cada tela. Os espelhos deixavam tudo ainda mais louco. Experiência incrível.
CB, não tenho muita segurança para afirmar essas coisas, mas, pelo pouco que sei, o Mcluhan foi um dos primeiros a afirmar o caráter ativo que o telespectador poderia ter diante da TV. Isso eu realmente concordo. Agora, eu não enxergo direito em que grau se dá esse "desligar de cabeça" que você falou. Isso sugere uma cobrança por "atenção", "erudição", "concentração" que eu me nego a considerar. Estar "desligado" mudando de canal pode ser o jeito mais legal de estar "ligado" no mundo, em dado momento. Esse argumento, na minha opinião, se estende para a discussão de arte x entretenimento, de diversão x reflexão, de erudito x popular... enfim, divisões que realmente não se aplicam - ao menos - no meu dia-a-dia. Grande abraço!

Thiago Camelo · Rio de Janeiro, RJ 11/10/2006 14:19
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Simão Vieira de Mairins
 

Muito bom o texto!Que reflexão!!!!

Simão Vieira de Mairins · João Pessoa, PB 11/10/2006 17:24
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Marcelo Birck
 

Em Watchmen, HQ do Alan Moore, o personagem Ozymandias tem uma sala repleta de televisores ligados em vários canais de todo o mundo, que ele utiliza como um oráculo, com o objetivo de ter insights. Muito foda. Segundo o personagem, o primeiro a sugerir tal prática foi William Burroughs (ele cita o livro, mas agora não lembro qual é).

Marcelo Birck · Porto Alegre, RS 12/10/2006 09:47
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ronaldo lemos
 

Salve Birck, bem lembrada a referência a Watchmen, que diga-se de passagem, está sendo adaptado agora para o cinema. É interessante como Hollywood está dependendo de outras mídias para se renovar. Não só quadrinhos, mas principalmente video-games, parecem ser o principal filão do cinema americano no momento. Exemplo é o Halo, jogo de sucesso que também vai virar filme. Agora, só para tornar as coisas mais confusas, o próprio jogo Halo tem sido usada como plataforma para fazer mini-filmes (de comédia, aliás). Não custa conferir a série Red vs Blue que já está no episódio 47...

ronaldo lemos · Rio de Janeiro, RJ 12/10/2006 11:20
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apple
 

Pode existir problema quando uma pessoa tem grande ânsia por conhecimento porque o conhecimento, além de ser enorme, cresce exponencialmente.

A pessoa precisa escolher com o quê pretende entrar em contato, sabendo e aceitando que terá que descartar oportunidades pelo caminho.

Deve também se ater a possibilidade de estresse motivado por sobrecarga, excesso de estímulos. É preciso dosar busca de conhecimento com relaxamento, meditação, ...

O equilíbrio gera bem-estar, saúde mental!

apple · Juiz de Fora, MG 12/10/2006 12:36
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carlos b
 

Thiago, teu texto toca em teclas sensíveis. Você começou falando de comunicação, de cinema, TV e terminou apresentando quase um retrato de como lidamos hoje com o conhecimento e com as informações. Pensei, particularmente, no modo como se faz música hoje.
Sugira ao professor de comunicação com quem você conversou que inclua teu texto em suas aulas. Seria uma contribuição muito oportuna.

carlos b · Maceió, AL 12/10/2006 14:16
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Marcelo Birck
 

Pois é Cris, tanto já se falou sobre democratização dos meios, e agora o grande desafio é assimilar a informação. Mas na verdade, desde sempre as mídias (sejam elas quais forem) são hipnóticas, fato sobre o qual já nos alertava McLuhan { não adianta, sempre volto a ele :) }. Como extensões de nossas capacidades humanas, os meios tem poder de alterar o equilibrio entre os nossos sentidos, e manter uma dieta adequada de meios é responsabilidade de cada um. Há quem diga que essa noção já está ultrapassda, mas eu continuo achando muito foda. Pô Ronaldo, tá rolando filme dos Watchmen? Cara, que responsa!

Marcelo Birck · Porto Alegre, RS 12/10/2006 16:08
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ronaldo lemos
 

Grande Birck, alias meu velho, por favor nos de a honra de colocar uma musica sua no banco de cultura aqui do Overmundo. Assim a galera ja' vai se preparando para sua apresentacao no Tim Festival!!!!!

abs!

ronaldo lemos · Rio de Janeiro, RJ 13/10/2006 11:37
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Rica P
 

Muito bom, lembrei de uma matéria aqui mesmo no Overmundo, sobre a Revista de Autofagia do Makely, que trata disso também. Às vezes fico em dúvida, será que deveria 'focar' nisso ou naquilo, mas sigo fazendo o que é natural para mim, ou seja, tudo ao mesmo tempo!

Rica P · São Paulo, SP 13/10/2006 13:38
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Marcelo Birck
 

Opa, pode deixar Ronaldo, tô colocando agora mesmo! Valeu a dica.

Marcelo Birck · Porto Alegre, RS 13/10/2006 17:52
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Tatiana Hora
 

ah, esse texto me lembrou uma seleção pra Vale do Rio Doce. Perguntaram-me a que horas eu me acordava, se eu era mentirosa, perguntaram-me até como era meu relacionamento com meu namorado. Às vezes eu me perguntava se a moça tava realmente acreditando no que os candidatos estavam dizendo, não é possível, ela só podia estar de sacanagem!

Tatiana Hora · Aracaju, SE 17/10/2006 01:05
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sulamita oliveira
 

o título, a foto, a chamada...
tudo despertou a curiosidade para ler seu texto até o fim.
estava justamente zapeando assuntos e texto quando cheguei por aqui.
A TV, e a comunicação, é mais complexa do que inicialmente julgamos.
Interessante, você ter mostrado a outra face das consequencias da pós-modernidade.
Tudo pode ter um lado positivo e negativo, só depende da sua conotação.

Colocações e comparações inteligentes.
sou apaixonada por textos, e gostei do seu. Tema e contexto!
parabéns!

sulamita oliveira · Recife, PE 27/10/2006 18:53
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Walquíria Raizer
 

Gostei muito do texto. Pós-moderno! rsrs
...li vc, outro dia, nos comentário sobre blogger.
Eis o meu acreaninho:
www.umcasopoetico.blogspot.com
E aproveitando...
Dois links sobre o Festival Varadouro
http://www.overmundo.com.br/banco/depois-do-varadouro-e-antes-de-qualquer-coisa
e a banda Camundogs:
http://www.overmundo.com.br/banco/banda-acreana-camundogs-e-destaque-no-independente
beijos,
Walquíria Raizer
Overmina em Construção


Walquíria Raizer · Rio de Janeiro, RJ 4/11/2006 00:47
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Ronaldo Nadaf
 

Interessante... se com poucos canais ainda refletimos na frente da tv... imagina se vc pudesse, ao invés de sentar para ver o final do clip no youtube, você assitisse deitado no seu sofá... acessando o canal de tv digital overmundo??? Vixi... deixa eu trocar o canal do profeta....

Ronaldo Nadaf · Cuiabá, MT 24/11/2006 00:11
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Marcelo Birck
 

Thiago, tentei achar o filme que tu citas (O QUe VocÊ Faria) nas locadoras aqui de POA, mas não achei. Alguém sabe se já saiu em DVD?

Marcelo Birck · Porto Alegre, RS 28/5/2007 13:33
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Thiago Camelo
 

Fala Marcelo!! Cara, acabo de ligar pra uma das melhores locadoras aqui do Rio e, de fato, o filme ainda não foi lançado. Mas fica tranquilo, o filme não é muito bom não. É bacana em vários aspectos, mas dá pra viver tranquilamente sem ver. Parece que a Taís Araújo e o Lázaro Ramos estão fazendo uma peça sob influência do mesmo texto que o filme se baseou. Abração!

Thiago Camelo · Rio de Janeiro, RJ 28/5/2007 13:50
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Marcelo Birck
 

Legal Thiago! Eu particularmente acho este tema muito interessante, em especial depois de me ligar da dificuldade que a maioria dos músicos tem para administrar suas carreiras. Seja como for, valeu a disposição. Abraço!

Marcelo Birck · Porto Alegre, RS 28/5/2007 13:57
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