Tetê Espíndola. Este é o nome da mais fantástica cantora do mundo. Pode parecer exagero para quem só lembra dela soltando seus agudos na balada Escrito nas Estrelas, vencedora do Festival dos Festivais da Globo em 1985. 'Aquela que canta estridente, gritando...' já cansei de escutar. No YouTube tem vários posts com os mais diversos tipos tentando atingir os agudos de Tetê. Ela é uma das preferidas dos imitadores de plantão. Virou personagem popular. O potencial raro de voz (ela é contralto-sopranissimo) da campo-grandense Teresinha Maria Miranda Espíndola já entusiasmou muitas figuras. Arrigo Barnabé reagiu ao escutar o som de Tetê: 'Sertanejo lisérgico!'. Anos depois o concretista Augusto de Campos poetizou: 'Esta menina tem pássaros na garganta'.
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Tetê é isso. E mais um pouco. Está em constante evolução. Não canta do mesmo jeito ou em determinado tom disco após disco como, por exemplo, Maria Bethânia e Marisa Monte. Mas, ATENÇÃO, insisto que se você é daqueles que só escutou Tetê cantando Escrito nas Estrelas vamos dar uma parada estratégica. Está na hora de atualizar!
Que tal uma olhada no videoclipe da música Indiu, do disco VozVoixVoice, que provavelmente você nunca ouviu falar, até porque realmente passou 'invisível' pela mídia (a)cultural brasileira. Clique AQUI.
Opa, visto este videoclipe proponho um vôo radical, mas indispensável para entender porque afirmo com a maiúsculo que Tetê é a mais fantástica (por que não escrever logo 'a melhor'?) cantora do mundo. Confira algumas canções de Babelyes, disco ainda inédito de Tetê. Clique AQUI.
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Quem assina embaixo das produções VozVoixVoice e Babelyes é Philippe Kadosch, apresentado a Tetê por Arrigo Barnabé. Radicado em Paris, arranjador, multinstrumentista, ligado ao dodecafonismo, o 'arrigobarnabé-francês' revela ao mundo uma Tetê Espíndola soltando seus mais profundos graves até os registros mais agudos. São os tais pássaros na garganta de Augusto mesclados ao sertanejo lisérgico de Arrigo que resulta nesta fantástica viagem da cantora com Kadosch. Um vôo musical rasante pra lá de universal. Uma world music inclassificável.
Em VozVoixVoice Tetê faz 128 vozes diferentes. Imita baleias, golfinhos, pássaros... O único instrumento além da cantora é o contra-baixo de Harry Gofin. A maioria das faixas é instrumental, outras têm letras em português, inglês, francês... VozVoixVoice não ganhou nenhum destaque no Brasil. Saiu na Europa pelo selo MCD World Music em 2001 e no Brasil apenas em 2006 num esforço da própria Tetê com apoio do governo de Mato Grosso. São músicas e arranjos incríveis de Philippe Kadosch, têm letra de Arrigo Barnabé na surpreendente Cronos, composições da própria Tetê, o encarte luxuosíssimo, fotos estonteantes de Greg Vanderlans e figurinos/arte de Gringo Cardia.
Tetê chacoalha a nossa cabeça no primeiro trabalho com Kadosch, mas o segundo da dupla é puro sacolejo na moleira. Se você não viu o vídeo que indiquei ali em cima, ainda dá tempo! O 'bate-papo' vai fluir mais fácil. O que não pode nestas alturas do texto é insistir que Tetê é aquela cantora de Escrito nas Estrelas.
O novo trabalho com Kadosch está no forno há dois anos. Chama-se Babelyes! Leva o experimentalismo a nível extremo. É a semente que germinou de outros tantos trabalhos de Tetê em 30 anos de carreira. O som ‘muito louco’ que produziu no início da década de 80 com os instrumentistas Stênio Mendes e Theophil Mayer, embora não tenha virado disco (a TV Cultura exibiu um especial), é prova disso. Tetê integrou a banda Sabor de Veneno de Arrigo Barnabé, quando o Brasil ainda assimilava discos como Clara Crocodilo. Ou seja, Tetê é caipira com muitos quilômetros rodados na estrada do experimentalismo.
A campo-grandense enfrenta em Babelyes arranjos e melodias dificílimas de Kadosch. Algumas letras são em uma língua criada pelo próprio músico francês. Kadosch está demorando anos para dar o ok para a mixagem final do trabalho. E se você viu os clipes de Babelyes no YouTube, pelo menos um, eu desafio: 'qual cantora brasileira com estofo para segurar a barra de um trabalho como este com tanta naturalidade?'
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Além de intérprete sensacional, Tetê é instrumentista. Foi a artista brasileira que mais abraçou um instrumento pouco usado na música do Brasil, criado pelo violonista Paulinho Nogueira, a craviola. Tetê e sua craviola valem por uma orquestra inteira. No disco Canção de Amor, em que comemora duas décadas de relação com a craviola, é evidente o domínio da cantora sobre o instrumento. É como queijo e goiabada. Dupla perfeita.
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Intérprete, instrumentista e, sim, compositora. Zélia Duncan já assumiu que quase 'furou' o LP de Tetê lançado em 1982, Pássaros na Garganta, quando a nova cantora do Mutantes ainda se chamava Zélia Cristina. Na capa do disco, Tetê está nua em frente a uma exuberante cachoeira. É o disco em que começa a mostrar o seu lado compositora. Amor e Guavira (parceria com Carlos Rennó) é um clássico. Uma pré-polca-rock. Um grito pop de um cerrado que é universal. A influência de Arrigo Barnabé está escancarada. Aliás, Tetê foi a primeira a gravar Arrigo Barnabé: a estranha valsa Londrina (melhor arranjo no MPB Shell, da Globo, em 1981)! Em Pássaros na Garganta o compositor se faz presente com Canção dos Vaga-lumes e a parceria Sertão, com Tetê. Aliás, o novo CD de Tetê já está saindo do forno e vai ser lançado aqui em Campo Grande em agosto.
Finalmente chegamos ao que interessa. O novo trabalho de Tetê: eVAporAR. Nele, Tetê se assume como compositora. Este CD é especial realmente. Foi todo gravado (ao vivo) em Campo Grande. Todos os músicos são campo-grandenses. A mixagem foi feita em Big Field. E o repertório é todo de músicas inéditas de Tetê, com exceção da regravação de Sertão. É por estas e outras que afirmo sem medo de errar que Tetê está em constante evolução. E não é figura de linguagem. É real. Ao mesmo tempo em que está na vanguarda mundial com Philippe Kadosch é a representante do sertanejo-caipira que pulsa na Sul-América. É a porta-bandeira do Brasil centro-oestino. Em vez de empacar, Tetê produz cada vez mais e solta seu grito amazônico-pantaneiro.
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Na conversa transcrita logo abaixo, a cantora fala da 'nova cria', dos projetos que estão na gaveta, da ansiedade em querer conciliar diversos trabalhos... Também se remeteu ao começo da carreira com os irmãos Geraldo, Celito e Alzira e o final precoce do grupo Lírio Selvagem. A cantora não esconde a loucura que virou a sua vida após vencer o Festival da Globo e a falta de estrutura que tinha para segurar a barra da fama. Comemora o lançamento da primeira coletânea pela Universal reunindo pérolas de seu repertório.
Vamos à entrevista!
RODRIGO TEIXEIRA – O SEU DISCO MAIS AUTORAL FOI PÁSSAROS NA GARGANTA. EVAPORAR É UMA RETOMADA DESTE SEU LADO COMPOSITORA?
Tetê Espíndola – Nunca tinha feito um só autoral. Pássaros na Garganta e o Canção do Amor misturavam coisas minhas e interpretações. Só com músicas minha este é o primeiro. Mas o eVAporAR é uma partida e não uma retomada. Um começo.
E POR QUE DEMOROU PARA VOCÊ DEDICAR UM DISCO EXCLUSIVO PARA SUAS MÚSICAS?
Tudo tem a sua hora. A gente tem que amadurecer. Agora saquei que sou compositora. Caiu a ficha. Está me dando prazer em fazer e estou compondo bastante. Abriu de novo o canal. Antes era muito pouco, duas músicas por ano. Sou intuitiva. Só componho quando tem um sentido. Acontece alguma coisa. São 30 anos de carreira. Como se fosse uma homenagem a mim mesma como compositora. Auto-homenagem. Porque já homenageie vários compositores. São várias fases. Está abrindo um novo ciclo. Gravar este disco mexeu comigo. Com a loucura da compositora. Foi em novembro de 2004. E aí iniciei o ZenCinema em março de 2005. Já estava naquele processo. ZenCinema para mim foi o meu disco mais trabalhoso de todos.
POR QUE?
Porque entrei só como intérprete. E foi difícil para mim porque adoro fazer tudo. O ZenCinema demorou dois anos até acontecer. Foi um processo doloroso.
COMO É ADMINISTRAR TANTOS PROJETOS? VOCÊ FICA ANGUSTIADA?
Não sei como consigo. Tem hora que me sinto dividida em milhões de pedacinhos. Está começando a pesar depois de uma certa idade. Começando a encher um pouco.
ESTA SUPERPRODUÇÃO COMEÇOU DE UMA DÉCADA PARA CÁ?
De um tempo para cá sim. Mas, na verdade, sempre fui repartida. Sinto claramente na minha vida que vou para um lado e tem um outro me chamando. Então me reparto, um pouco para cada lado. E consigo viver assim. Equilibrando isso. Tem hora que se fica mais de um lado e é a hora de concretizar aquele negócio até o fim. Mas veja só: já estava no eVAporAR com tudo encaminhado para terminar e pintou o projeto Água dos Matos. Pirou a minha cabeça. Chegou uma hora que queria largar tudo e só fazer o disco do Água dos Matos. O Jerry que me segurou e disse para terminar o que já tinha. Aí entrei este ano de 2007 com este espírito. Acho que é a maturidade. Estou começando a domar isto depois de tanto tempo. Então este ano vou concretizar tudo o que está pendente. Por exemplo, me preocupo com em finalizar o DVD do Espíndola Canta. Quero ajudar e resolver. Porque é uma coisa que está pendente. Aí tem o lançamento do eVAporAr. Tem também a minha perninha com o Kadosch lá em Paris. Que sofrimento que é aquele negócio. O Babelyes já tem três anos e não foi lançado ainda. O Kadosch fala que não existe perfeição. Mas existe o extraordinário.
POR ISSO QUE ELE NÃO ACABA O DISCO?
É. Eu falo: 'manda uma cópia do extraordinário para mim. Não agüento mais. Você tem que me mandar que eu vou começar a agitar'. Você pensa que a minha vida é um 'ah que legal'... Que nada. Então este ano é o auge desta loucura minha. Em julho devo ir tocar na França e o Kadosch quer vir lançar em agosto o Babelyes. Então tenho que fazer o lançamento do eVAporAR e depois cuidar do Babelyes. Aí vem a história do Água dos Matos em novembro. Mas a partir do ano que vem só vou começar a fazer uma coisa por vez.
O MERCADO DE MÚSICA NO BRASIL COMPORTA ISTO TUDO QUE VOCÊ FAZ? O PRÓPRIO ZENCINEMA, ELE PERCORREU O CAMINHO QUE TINHA QUE PERCORRER? OU ESTES DISCOS ESTÃO AINDA PARA SEREM DESCOBERTOS?
Acho que serão descobertos sim. Faço um trabalho de pesquisa. Daqui a muitos anos, depois que eu morrer, talvez as pessoas irão pesquisar o que fiz. O meu trabalho é tipo 'o que se pode fazer em torno de uma voz'. Porque pega-se uma cantora maravilhosa como a Gal Costa. Você põe CDs do início da carreira dela e depois os atuais e você vê que ela manteve a voz em um mesmo lance. Ela canta 'naquele' tom. Quando encontro com as outras cantoras é aquele papo 'ah este tom não é meu. O meu tom é dó' e não tenho isto. Pra mim é qualquer tom. Isto aí pode dar pano para manga para uma pesquisa. Os meus trabalhos serão descobertos neste ponto. Porque um outro ponto não existe e não é importante.
COMO É PARA VOCÊ SER IMITADA POR CAUSA DE SEU AGUDO? FICAM TIRANDO SARRO, COMO SE FOSSE ALGO MAIS CIRCENSE DO QUE UM POTENCIAL VOCAL RARO NO MUNDO.
Eu rio disso. Tem gente que reconhece. Minha voz é experimentalista. É uma voz muito grande, atinjo as três oitavas. Depois descobri o lance das emissões... Mas no fundo tenho também esta coisa circense. Então porque não?
GAIOLA FOI O ÚLTIMO DISCO MAIS POP E DEPOIS VOCÊ CAIU PARA A EXPERIMENTAÇÃO.
Gaiola foi alta produção, tinha produtor envolvido... Por exemplo. Por mais que tenha participado do ZenCinema, participado dos momentos, esta coisa do Arnaldo ser meu marido e estar perto de mim, não produzi o Zen e não foi fácil para mim. É diferente. O Gaiola também. O Mazzola fez o que ele queria neste disco. Chamou quem ele queria para tocar. Podou a música principal do disco Escrito nas Estrelas, que era para estar lá, para lançar o MIX. (o disco Gaiola foi lançado logo depois de TT ganhar o Festival da Globo com a música Escrito nas Estrelas. A canção vencedora não está no Gaiola porque foi lançado um MIX, o primeiro do Brasil, com Escrito nas Estrelas de um lado e Linda Flor (Ai, Ioiô) do outro).
VOCÊ QUERIA O ESCRITO NAS ESTRELAS NO GAIOLA?
Queria. E isto foi um erro grande do produtor. Tinha que ter colocado, mesmo se eu não quisesse. Ele fez um monte de coisa que não quis. De toda a minha carreira é a única coisa que acho que podia ter sido melhor é aquele momento. E sou uma pessoa de sorte, porque apesar de tudo, todas as coisinhas erradas que deram naquele momento, deram muito certo, porque até hoje, 22 anos depois, o negócio está aí. Vivo. Ninguém esquece. Mas claro que ficou um pouco mais difícil para fazer as coisas, minhas experimentações, porque o pessoal ficou com o agudo na cabeça e acabou. Então as pessoas estranham quando encontram outra coisa. Como, por exemplo, a versão para O Meu Amor, do Chico Buarque, que gravei há sete anos e tocou em Vidas Opostas da Record. Gravei esta música para o último SongBook que o Almir Cheddiak fez. Eram sete discos. Ficam pensando 'quem será está?' até sacar que sou.
E COMO ACONTECEU A COLETÂNEA DA UNIVERSAL?
Saiu em novembro de 2006. Foi legal porque participei como produtora também. Foi nesta coletânea que os caras da novela acharam O Meu Amor. O repertório teve que ser basicamente o que estava na gravadora, que era Lírio Selvagem, Piraretã, Escrito nas Estrelas, Ioiô e Gaiola.
EXISTE UMA MPB DO MS, UMA MÚSICA QUE VEM DO CENTRO-OESTE COM UM SOTAQUE DETERMINADO?
Acho que a gente faz isso. Tem um monte de gente fazendo. O som de MS tem uma cara sim. Em São Paulo, quando a gente escuta os discos que vêm daqui, têm um ar diferente. Um andamento, este ritmo em 3, o sotaque do cantor também. Acho que ainda vão reconhecer.
MAS E NAQUELA ÉPOCA, 77, 78? QUANDO OS BAIANOS ESTAVAM SE DESTACANDO?
Não tinha nada naquela época por aqui. O Mato Grosso era visto mais como música sertaneja e só. E a gente foi um dos primeiros. Por isso foi difícil. Quando a gente chegou lá estava a discoteca rolando. Imagina! Então acho que tem que ser feito um livro contando tudo isso.
SEMPRE INSISTO QUE VOCÊS FUNDARAM UMA VERTENTE DENTRO DA MPB QUE NÃO É RECONHECIDA. E O RENATO TEIXEIRA, QUE É DESTA LINHA DA MPB CAIPIRA, TAMBÉM NÃO É RECONHECIDO COMO DEVERIA. VOCÊ É TÃO IMPORTANTE PARA A MÚSICA BRASILEIRA QUANTO A GAL COSTA E A MARIA BETHÂNIA. SÓ QUE A GRANDE MÍDIA É VICIADA.
A mídia é panelinha. Acho que este lance da Bahia virou uma panelinha. E as pessoas da Bahia tomaram conta do Rio também. Se o negócio tivesse rolado mais em São Paulo acho que a gente estaria dentro da panelinha. Você vê o Ney (Matogrosso), querendo ou não, ele está dentro da história toda. Todo mundo que mora no Rio acontece mais e tem mais chance de estar dentro. Porque, por exemplo, a Vanguarda Paulista marcou uma época, mas o negócio não aconteceu nacionalmente.
O RENATO TEIXEIRA DIZ QUE VOCÊS SÃO OS CANTORES DE UMA NOVA ERA...
Talvez. Mas tem a ver com o nosso lugar, muita natureza, Pantanal... É uma linha que ninguém explorou. O pessoal baiano, por exemplo. Por que não fizeram uma música de natureza com aquela Chapada maravilhosa que eles têm lá? Ninguém se preocupou com isso porque estão envolvidos com a raiz deles, que é mais carnaval, o negro. A gente está no sertão. Aqui é índio e fronteira.
É VERDADE QUE VOCÊS NÃO QUERIAM AQUELA ROUPAGEM MAIS ROQUEIRA NO PRIMEIRO DISCO DO TT E LÍRIO?
Era um mundo à parte aqui. Não sabia de nada que estava rolando lá. A gente não afinava nem no diapasão. Quando chegamos lá a gente assustou com aquilo que 'tinha que ser tudo afinado igual' e 'no diapasão'. E aí a minha voz ficou mais aguda ainda porque a gente afinava meio tom abaixo do diapasão. Quando botou meio tom mais alto aí é que ficou mais agudo ainda. Falavam: 'mas será que ela vai agüentar cantar?' E eu ia numa boa. Acredito que era mesmo para a gente fazer aquele disco e começar uma carreira. Podia nem ter chamado os meus irmãos e ter feito solo. Porque a oportunidade pintou para mim. Quem cavou fui eu.
E POR QUE VOCÊ DECIDIU CHAMAR SEUS IRMÃOS?
Porque já conhecia o Cláudio Leal Ferreira, que me levou para conhecer o Arrigo Barnabé. Aí que o Arrigo falou que o meu som era 'sertanejo lisérgico'. E aí ele ouviu as músicas do Geraldo naquela afinação e tudo e começou a criar um interesse e uma loucura em cima dos meus irmãos. Eu cantava músicas dos meus irmãos. Aquela época não compunha ainda nada significativo. A Alzira morava em Campinas e a gente se encontrava em Sampa e mostrava o som da Alzira. Começou a pintar um interesse grande pela Tetê e seus irmãos. Aí o Cláudio me levou na casa do maestro Luiz Roberto de Oliveira. O Luiz tinha o contato com o Marcão da PolyGram. Eu falava: 'Eu e meus irmãos temos um som pronto! É só entrar no estúdio e gravar!', mas eles nunca tinham escutado. O som era supersimples. Mas 'que som é este?', eles perguntavam. E dizia 'a gente faz som acústico!'. E eles 'mas para a gravadora querer fazer tem que ser mais vendável, mais pop, porque a época agora é Dancing Days'. Aí rejeitaram o nome LuzAzul porque estavam lançando a cantora Lady Zu que explodiu em popularidade com todo o investimento da gravadora.
E AÍ VOCÊS APRESENTARAM O SOM E ELES FALARAM QUE ERA PARA BOTAR UMA BANDA EM CIMA. É ISSO?
É. Nos fomos para uma garagem e gravamos. Nós quatro, tinha o Carlinhos no bongô e fizemos aquilo. E nós mesmos, quando gravamos pela primeira vez, sentimos que precisava de mais coisas ali. Todo mundo concordou com isso! Eram duas craviolas, um violão de 12, um baixo acústico e era tudo muito agudo, aquele monte de cordas. Quando a gente tocava acústico soava de um jeito, era toda uma magia que envolvia. Quando chegou no estúdio, não era bem aquilo. Aí todo mundo decidiu que precisava de banda mesmo e tipo 'então tudo bem!' E os caras fazendo a nossa cabeça. Ficou um disco bem diferente do que a gente fazia de LuzAzul. A gravadora e o produtor decidiam tudo. Sem a banda tudo teria sido diferente. Mas este disco tem um vocal superestruturado. O maestro aproveitou as vozes e ninguém lia uma bolinha. Os vocais eram feitos juntos. E o cara ficava enlouquecido com isso. Tinha tudo para acontecer. Era o som do Mato Grosso.
E O QUE ACONTECEU COM O LÍRIO SELVAGEM AFINAL?
O Lírio não agüentou a barra. A gente era muito caipira. Não tinha estrutura nenhuma para agüentar São Paulo. Os meninos voltaram e eu e a Alzira ficamos. Ninguém agüentou a barra mesmo do negócio. A gente não estourou para ganhar dinheiro, para comprar uma casa, onde cada um tivesse seu canto. Não teve nada disso. Era tudo muito louco. A gente tinha feito o Fantástico e acabamos não comparecendo a um Chacrinha que estava marcado. Aí dançou tudo com a gravadora e os irmãos se separaram. Lembro de fazer Piraretã com o Celito, uma das primeiras músicas do Brasil a falar em bicho, e que ele pegou as malas e foi embora de São Paulo. O nome da música acabou batizando meu primeiro disco solo.
É VERDADE QUE O POLADIAN QUIS FECHAR CONTIGO E VOCÊ OPTOU POR FICAR INDEPENDENTE? E COM A NEGATIVA O POLADIAN RESOLVEU BOICOTAR OS SEUS SHOWS COLOCANDO ARTISTAS FAMOSOS TAMBÉM SE APRESENTANDO NAS CIDADES QUE VOCÊ ESTAVA TOCANDO?
Não rolou diretamente comigo não. Nunca vi o Poladian.
MAS APÓS TER GANHADO O FESTIVAL DA GLOBO ERA NATURAL TER UM EMPRESÁRIO COMO O POLADIAN...
Era para ter ele.
E POR QUE NÃO TEVE?
Não fui atrás. Era muita loucura. Programa de televisão quase todo dia. E para aparecer no Chacrinha e qualquer lugar tinha que fazer um outro negócio para eles. Era tudo cobrado, um negócio absurdo. Você encontrava naqueles lugares de periferia todo mundo. Lulu, Marina, Simone... Todos passavam esta situação. A gente vivia enlouquecido. Vivia fazendo as coisas para a gravadora e não tinha tempo de pensar na vida. Era uma troca, uns jabás e a gente tinha que ir para a periferia fazer uns shows medonhos para 2 mil pessoas na base do play-back. O povo queria me pegar e saia carregada. Era isso direito. Então a hora que explodiu o negócio fiquei três meses envolvida nesta loucura. Direto. Fui pro Chacrinha com 39 de febre. O pessoal da gravadora dizia tipo: 'Não quero nem saber, você tem que levantar desta cama e pegar este avião agora...'
CHEGOU A GANHAR DINHEIRO?
Imagina o quanto de disco que não vendi? Eles falaram que eu tinha vendido apenas 100 mil do MIX do Escrito nas Estrelas. Quando fui para o Nordeste encontrei uma pessoa da distribuição que tinha vendido 500 mil discos só lá no Nordeste. Com o prêmio do Festival a gente comprou uma geladeira, um microondas e o carro do Arnaldo, que depois foi roubado. Foi isto que a gente teve do festival, além da fama para o resto da vida. Na história da música brasileira fui a artista que teve a maior mídia da Globo. Ganhei um festival deles e então me promoviam. Mas iria ganhar dinheiro mesmo com os shows. Mas não ganhei.
FALTOU EXPERIÊNCIA?
Faltou claro. Se tivesse tido uma estruturinha. Eu não tinha ninguém. O próprio Arnaldo. Hoje ele tem uma puta experiência. Mas naquela época para ele foi uma cacetada. De repente ganhei um festival com a música dele. Aquilo foi uma bomba. Ele era arquiteto e, de repente, era o mais famoso compositor do momento. Foi chocante. Então quem tinha mais perto era o meu irmão Sérgio. O telefone não parava de tocar. Não sabia o que fazer.
Pessoal!
A entrevista inteira deu quase 25 mil toques. Cortei bastante para chegar aos 21.700 possíveis aqui do Overblog. Por isso, vou colocar alguns links abaixo e não no corpo da matéria. Segue:
- Para saber mais sobre os irmãos Espíndola. Clique AQUI!
- Alguns discos de TT podem ser escutados/baixados AQUI!
- O filho de Tetê tem um super talento. Clique AQUI.
- Arrigo Barnabé, parceiro de Tetê. Clique AQUI.
Obrigada por me apresentar e admirar, além da Tetê, que simplesmente conquistou os cariocas em 1985 (todos queriam cantar como ela, que voz era aquela?) esta grande talentosa família!
Meu beijo em todos!
Cris
"Tetê trauteia ao som de passarinhos..." [...] Tá tudo aí, é só se servir... quem quiser suco de cajú... é só pegar... ou se preferir um tereré... é só se servir... mas se quiser um café parisense... vai ter que esperar um pouquinho... =) Viva a Tetê!!!
Assum Preto · Campo Grande, MS 10/6/2007 17:27
Primeira a votar porque sou fã da Tetê e aprendí a amar essa família com você! Parabéns pela bela entrevista e não esqueça aquela idéia da biografia autorizada..." Apropria-te do que é teu", já dizia Goethe...Antes que alguém o faça!
Bjs
Cris
Eu sou suspeita pra falar porque sou amiga desde o tempo do vir a ser que pode parecer ingrato, pionerismo é isso, dificil de racionalizar, mas o trabalho experimental é um ato de coragem principalmente porque exige talento de fato para náo pasteurizar. Quem viver verá! TeTe eVAporAr
marta catunda · Cuiabá, MT 11/6/2007 14:30
Rodrigo, amigo:
Beleza de postado por Tetê e para todos que amam, se emocionam, se apaixonam com a arte, em qualquer canto dessa nossa pequena casa, o Planeta Terra.
Nessa casinha nossa, se Tetê não é a maior cantante viva, é igual a maior e me apresentem as demais.
Sou insuspeito, tenho gosto, tenho lado, sou apaixonado, desde há muito e te agradeço a oportunidade de voltar às delícias de Tetê. (até sobrenome parecido ao dela a minha mãe me deu). Quem diz que sobrenome parecido diz da pessoa? VozVoixVoice não ganhou destaque no Brasil, dizes.
"Saiu na Europa... em 2001 e no Brasil apenas em 2006 num esforço da própria Tetê com apoio do governo de Mato Grosso".
O sucesso de Tetê seria reconhecido no Brasil pelos espertos em cultura no e do Brasil se o Brasil fosse reconhecido no Brasil por eles, seus espaços ricos em ofertas e jabaculês dos donos da midia que já entregaram tudo e mais as mães deles ao interesse da indústria que eles chamam de cultural, lá dos istêites.
Não sou xenófobo, Hendrix e tantos outros não fizeram sucesso lá antes de ganharem apoio no mundo de fora.
Overmundo neles!
Viva Tetê!
Viva Rodrigo!
Viva eu,
Viva tu,
Viva o rabo do tatu!
(De preferência no lombo de quem mandou dar!, feito o cipó de arrueira)
Ave, Tetê!
Totus lindiun!
Evoé, overmundus!
Saravá, Rodrigus!
Cris, Assum, Marta Catunda, Adroaldo, Juliaura... obrigadão pelas palavras. Confesso que escrevi com o coração comandando tudo. Sou fã desta mulher incrível! Brasileira sim senhor!
Aliás, neste exato instante a TT deve estar voando para Cuba. Vai cantar nos dias 13 e 14 em Havana junto com a Sinfônica de Campinas. Eles passaram por aqui na sexta. Foi mágico ver TT cantando com a orquestra a canção Águas Irreais. Espero que o Fidel não se impressione com os agudos de TT e queira utilizar como arma contra os ianques! TT quebra diamantes!
abração!
Rodrigo, matéria e entrevists sensacionais! Volta e meia ouço falar da Tetê mas não sabia o que exatamente ela estava fazendo. Que felicidade ouvir esses novos trabalhos! Obrigado por essa pérola!
Fábio Fernandes · São Paulo, SP 12/6/2007 08:45
"Escrito nas Estrelas" tem mesmo esta coisa de bênção/maldição. Deveria ter servido de porta de entrada para todo o maravilhoso trabalho da Tetê, que fica mesmo restrito a biscoito fino. Vocês já viram o belíssimo curta-metragem "Caramujo-Flor", do Joel Pizzini?
Lembro de estar numa praia há alguns anos, onde, no bar em que estava, havia um rapaz tocando MPB com um violão. Em certo momento do show, ele abriu o microfone para que qualquer um da platéia subisse ao palco e cantasse algo. Subiu um homem gigantesco, musculosíssimo, uma mistura de Schwarzenegger com o Tom Selleck na época do "Magnum" (por causa do bigodão); todo mundo segurou a respiração, impressionado, imaginando o que aquele homenzarrão ia cantar. Não deu outra: mandou "Escrito nas Estrelas", caprichando no agudo.
Rodrigo, talvez seja interessante dizer também que Tetê é irmã de uma grande compositora chamada Alzira Espíndola, e as duas gravaram juntas um disco delicioso chamado Anahí, onde interpretam clássicos pantaneiros que ouviam na infância. Alzira por sua vez é parceira de Itamar Assumpção e de Alice Ruiz, com quem acabou de lançar um CD chamado Paralelas. A filha da Alzira - e sobrinha de Tetê - também dá pano pra manga: é a Iara Rennó, cantora e compositora da banda Dona Zica, uma das mais criativas da nova cena paulistana. Enfim, é uma família musical que vai conquistando todos que tem ouvidos para ouver.
Makely Ka · Belo Horizonte, MG 12/6/2007 14:21Amigo meu. Lembro bem do dia que foi tirada essa foto da Tetê, lá no ILA, em Corumbá. hehehe.. Momentos bons que ficam guardados na memória. Gostaria MUITO de poder ver um material como esse circulando nas mãos das pessoas. Quem dera nossos jornais dessem valor e espaço dignos para conteúdos formidáveis como esse e tantos outros que você Rodrigo, tem postado aqui no Overmundo. Um abraço meu velho.. Na torcida por ti, sempre..
Marcelo Armoa · Campo Grande, MS 12/6/2007 14:41
Que DEMAIS essa entrevista!
Mas uma vez parabéns camarada!
Muito bom mesmo!
VALEUUU!
Nossa Rodrigo, que belíssima matéria!
Mais uma vez, você me mostra e ensina coisas tão belas.
Obrigada filhão.
Bjos
Rodrigo... Que belo texto!!! Está tudo perfeito! Textos, vídeos, fotos...maravilha de matéria... Ia lendo e me arrepiando; as imagens do que foi sendo narrado, descrito e respondido pela Tetê foram se formando na minha mente... Deliciosamente!
Sei que não é do estado, mas como traduz tão bem tudo isso... Aliás, corrijo-me...Vc é muito mais daqui do que de qualquer outro lugar! Obrigada pelos belíssimos textos com os quais sempre nos brinda, pela tua música (porque vc também canta maravilhosamente beeemmm...rs) e pelos ensinamentos que nos proporciona com tudo isso.
Parabéns pela entrevista fantástica, Rodrigo! É sempre bom saber da Tetê, eu lembro tão perfeitamente da primeira vez que ouvi a voz dela...
E coincidentemente, ontem à noite falei em você lá em casa, porque vi o Chalana de Prata no Balaio Brasil...comentei que você sempre coloca noticias dos Espíndola aqui no Overmundo.
beijão
Opa!
Valeu Fábio, a TT sim é uma pérola.
É isso ae Marcelo, parece q a TT realmente inspira até os 'machões' a soltarem seus agudos. E simmmmm, Caramujo-Flor é clássico do Joel Pizzini, um cineasta da pesada daqui de Dourados que está restaurando os filmes do Glauber. Outra grande entrevista tb poderia render aqui pro Overmundo com ele. abs
Makely, com certeza esta família é abençoada. A Alzira (irmã da TT) é um caso bem particular e valeria OUTRA entrevista. Sou fã desta pequena-grande-mulher também. Inclusive já gravamos uma música juntos chamada Colisão no projeto GerAções. Adoro o Paralelas que ela fez com a Alice Ruiz (q sou gamado tb) A Alzira tem um disco de inéditas com o Itamar, grande mestre, no forno. Vc escreveu algo interesse: 'é preciso ter ouvidos para ouvir'. valeu
Marcelão, o festival em Corumbá foi uma experiência incrível. Estivemos nesta juntos manu. Obrigado pelas palavras. Gosto muito de espalhar a cultura de MS pelo Overmundo. Por um lado acho q vai até mais longe por aqui do que em um jornal local, mas com certeza gostaria também que os jornais de papel de Campo Grande apostassem em entrevistas e matérias com nossas artistas para valer. Um dia chegamos lá. Torço por ti tb. abração
Evandro Prado, chega mais no Overmundo, sou seu fã guri.
Olá mama! Valeu, mas palavra de mãe é sempre tendenciosa. Mas mãe é mãe, paca é paca... superbeijo
Tânia, sou de lugar nenhum! Mas amo este pedaço de planeta batizado de Mato Grosso do Sul e mais ainda a arte produzida nesta terra. valeuww
Olá overmana Natacha! É difícil esquecer a experiencia q é escutar a voz de TT. Para mim foi tão importante quanto o Caetano ouvir pela primeira vez João Gilberto (quantas vezes isso foi repetido até se tornar verdade absoluta no imaginário da MPB?). E sim, o Chalana é um grupo interessante daqui porque une um time de feras: Dino Rocha, Paulo Simões, Guilherme Rondon e Celito Espíndola. Craques da música pantaneira. Os Espíndola são uma sina na minha vida e acho q esta história vai longe ainda. bjk
Abração a todos!
* quem quiser conhecer a música Piraretã que a TT se refere ná matéria, tem uma versão aqui no Overmundo. Clique AQUI!
Que baita matéria, hein, gente...
Pra quem gosta mais de vídeo, como disse o Rodrigo Teixeira, (21.700 toques), quase 22.000 caracteres, no You Tube, "Espíndola" dá um resultado de 93 clips, já "Tetê Espíndola", filtra mais e mesmo assim, dá 27.
Mas tem outros hospedeiros de clipes que têm uma quantidade maior de clipes dela, como o http://GoogleVideo.com que apresenta 29 clipes dela, por exemplo. Se pesquisar mais, acha mais ainda.
Resumo do comentarista: Tetê e Roberto Carlos são os reis da música. Pronto!
boa entrevista, bom texto. tetê esteve há poucos meses aqui, e foi muito bom. abraço.
André Gonçalves · Teresina, PI 14/6/2007 14:02Rô, muito legal sua entrevista! Eu fui assitir o show da Tetê junto com a Orquetra Sinfônica de Campinas e ela realmente representa de forma especial uma das vertentes da nossa música para o público do exterior. Sua presença de palco é marcante e belíssima! Abcs Gi
Gisele Colombo · Campo Grande, MS 14/6/2007 14:04
Aulinha, André e Gisele brigadão!
Valeu também a todas as pessoas que votaram (e leram) este texto. Neste instante já é o texto mais votado de MS e está em 11º no Overblog. Obrigadão.
E JÁ SOMOS MAIS DE 16 MIL OVERMANOS E OVERMANAS! VAMOS CELEBRAR!
Pontapé inicial para a Biografia autorizada da maravilhosa família Espindola. Público você já tem e estórias para contar, inúmeras!
Cada membro da família é um capítulo à parte! Vai ser uma verdadeira antologia poética-musical...Ninguém melhor que você para fazê-lo já prque, além de amigo íntimo, é querido por todos eles! Sucesso garantido! Congratulations!!! Arrebentou!
Rodrigo, aquele encontro entre os overmanos e overmanas de MS precisa sair hein?!
Parabéns pelo sucesso e repercussão da matéria em questão!
Abs
Olá Tânia. Que tal vc organizar este encontro? Tô nessa. abs
Rodrigo Teixeira · Campo Grande, MS 20/6/2007 13:12
Estive em contato com a Glês, organizadora do encontro de Palmas. Proponho juntar mais pessoas daqui pra viabilizar esse encontro, principalmente o maior colaborador de MS, um tal de Rodrigo,. hehehe... Topa também? Levaríamos os Espíndolas também.
Vamos debater isso em local próprio? Uma comunidade orkutiana ou overmana, por exemplo? Overmana, melhor, pois nem todo overmano é orkutiano. Como fazemos?
Rodrigo, até topo...Mas tem que rolar Rodrigo Teixeira & Mandioca Loca...hehehe...E no repertório não pode faltar "Mixórdia"!!! Que tal?!
Aulinha, sugiro abordarmos sobre o assunto no Fórum - Observatório (Tudo sobre o Overmundo). Lá podemos trocar idéias e ouvir as experiências de outros estados que já fizeram o encontro. Que tal?!
Mixórdia! Mixórdia! Mixórdia!!!
Manda o link certim pra começar o debate e convidar Tetê e Espíndolas pra debater...
www.AULINHA.com.br
Ok Aulinha, abri um tópico lá no fórum. Deixem lá as sugestões. Quem sabe o encontro não saia?! http://www.overmundo.com.br/forum/encontro-do-overmundo-no-ms
Querido, que coisa emocionante esta entrevista! Sou cantora mineira, nascida no Vale do Jequitinhonha e amo a TT desde de sempre. Desde que fui apresentada à sua obra como experimentalista de sons que é, cantora, intérprete e compositora. Para mim, a TT é mais uma Uiara que uma mulher. É um ser da natureza, veículo da voz de Deus no planeta. Escola de canto e música viva. Talvez a única escola completa de canto que tenhamos no Brasil. Vou fazer um show dia 26 de agosto aqui em BH, chamado Cantoras Daqui, no qual a gente escolhe duas compositoras para cantar e uma das minhas escolhidas foi a TT. Acho ela uma compositora comovente, trabalha como ninguém silêncios na canção. Vou cantar, neste dia, Sertão, Piraretã, Balanço (que considero uma obra-prima, letra e música nasceram uma para a outra), Amor e Guavira (que trabalho sempre em minhas oficinas para mostrar a força da música do MatoGrosso) e Cuiabá (que considero outra obra-prima). AMO TT. É uma das artistas mais completas que conheço. Trata o fato de possuir aquela voz de maneira inteira, dedicando-se a experimentar TODAS as possibilidades. Concordo quando ela diz que vão reconhecer um dia isso como sendo uma escola de canto, de investigação da voz humana feminina. VIVA TT! E sua musical família!
Déa Trancoso
cantora
Em poucas palavras: Competência! Do entrevistador e da entrevistada!
Zé Geral · Campo Grande, MS 24/6/2007 22:27
E aí, Zé? Vamos dar seguimento ao forum pra reunir os overmanos de MS e MT? Olha o link aí geeeeeeeente:
http://www.overmundo.com.br/forum/encontro-do-overmundo-no-ms
Olá!
Deixo aqui o recado que o Philippe Kadosch, produtor francês com quem Tetê fez o VOX e está terminando o Babeleyes!
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Muito Obrigado Rodrigo ! com Sutaque Francés
Super abraço ! Da força para acabar o mixagem do proximo CD de TT : BABELEYES "A Musica das Linguas Virgens"
Philippe Kadosch
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Querido Rodrigo, quando vc aparece em Paris , eu te faz visitar a Torre Eiffel ;
OK Ta combinado ! :-)
PK
ATENÇÃO!
EU COMETI UM ERRO LAMENTÁVEL NO TEXTO.
O NOME DO DISCO CORRETO É Babeleyes!
Mil desculpas TT e Kadosch!
Aulinha! O espaço do Sarau do Zé Geral, está à disposição para qualquer ação do Overmundo! Guardem os cristais! Tetê canta!
Zé Geral · Campo Grande, MS 3/12/2007 20:11Estou feliz por ver aqui uma agenda cultural de pessoas da minha família. Em sua maioria, têm a veia artística voltada para a música, para o canto, para a composição e a poesia, que é o meu caso. Tenho duas filhas cantoras também, que pelo sobrenome são chamadas de Tetê rs. Gostaria de deixar aqui meu abraço à Tetê e todos os seus. beijos Neuza
NEUZA MARIA SPÍNOLA · Belo Horizonte, MG 10/3/2008 14:08Votadissimo! amei ler esta agenda... beijos no core
Nadir Vilela Poetisa · Itatiaia, RJ 18/4/2008 22:05
Excelente matéria e reveladora reportagem! Tetê é uma das mais brilhantes artistas de nosso país. E agora, que fechou parceria com o francês Philip Kadosh, suas músicas ganharam uma cor multiétnica e uma tonalidade global. Seus pássaros na garganta agora migram ao redor do Globo...
Abraço,
Mau
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