Uma educação que aliena!...

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Rosa.Angel · Rio Branco, AC
7/12/2009 · 3 · 3
 

Passei uma experiência, um tanto catastrófica, em sala de aula ministrando a disciplina de Língua Portuguesa num Programa brasileiro de aceleramento educacional (em um ano e seis meses o aluno deve concluir o Ensino Fundamental de 1ª a 8ª séries), a seguir apresentarei a essência: O ProJovem Urbano deve ser compreendido em sua globalidade e em sua especificidade: como as seções que divide as disciplinas de Língua Portuguesa e Inglesa, Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Participação Cidadã, Qualificação Profissional e Iniciação à Informática.
Acima, a globalidade do programa exige a multidisciplinaridade com o acompanhamento dos educadores e alunos no planejamento trimestral. Além de todas as unidades formativas estarem organizadas com temas voltados para a realidade cultural e social do jovem aluno (dos 18 aos 30 anos). Onde este programa do sistema público exige com sua especificidade a interdisciplinaridade dos educadores e desses jovens desenvolvendo através das aulas de Ciências da Natureza e Ciências Humanas em geral uma forma de incorporar as experiências da história de vida dos alunos no processo de ensino e aprendizado. Assim, como norteia o programa, “proporcionando, dessa forma a esses alunos, a reflexão e o planejamento do futuro, bem como, o posicionamento perante às desigualdade exclusão produzidos na dinâmica da sociedade atual. Possibilitando, a eles, exercerem plenamente sua cidadania, permitindo que se tornem o protagonista da sua própria história de vida e formação educacional.” (Unidade Formativa I, Manual do Educador, pagina 15, Brasília 2008).
Porém as surpresas foram surgindo na medida que eu seguia fielmente os conteúdos da primeira unidade formativa!... Quando recebi do aluno Alisson um texto (esse aluno por demonstrar em seu comportamento uma certa rebeldia passa por muitos preconceitos na escola por parte dos educadores), baseado na letra da música “vida louca” do Grupo musical Racionais, para a resolução da Atividade 16 de Língua Portuguesa do Guia de Estudo: pagina 84, do PROJOVEM URBANO na escola Getúlio Vargas em Brasiléia, logo começou meu sofrimento com as contradições do programa, assim como percebi as contradições que a sociedade atual baseada na democracia moderna com a sua educação escolar - ao possibilitar a reflexão e o planejamento do futuro do aluno que necessita se posicionar diante às desigualdades e exclusões que a dinâmica capitalista moderna produz, - demonstra plenamente suas arbitrariedades.
Para exercer plenamente sua cidadania e poder ser o protagonista da sua própria história, esses alunos passam por uma situação muito complexa, onde a globalização econômica, financeira e tecnológica coexistem, ao mesmo tempo, com suas experiências cotidiana da localidade das singularidades, especificidades culturais, religiosa e política. Juntando ainda as contradições da falta de ética da ditadura da educação escolar acriana com seus educadores oportunistas. Nessa concepção as conseqüência desses impactos negativos e desastrosos geram uma desordem imposta pelo atual sistema, inconscientemente esses alunos, com seus grupos territoriais urbano, entram em discórdia, conflitos antagônicos como a própria violência física: do abuso no uso das drogas, a prostituição, ou melhor a total degradação humana.
As tribos territoriais, também na escola, dos jovens urbano que ora são refúgios para ditadura da democracia moderna se transformam em verdadeiro campo de guerra em decorrência da pressão psicológica, ou melhor, dos preconceitos e da tortura psicológica pela qual passam diante o autoritarismo e contradições da educação escolar da florestania, principalmente. Não podemos é justificar pela concepção de tempo e espaço histórico que estão sempre em processo de transformação.
O aluno Alisson (como referência a resolução da atividade citada acima) é um exemplo de aluno superdotado ou super-ativo, mas por está sempre expondo suas críticas - sem escolha de professor e disciplinas - é tachado de “marginal! ou “noiado” como falam alguns negligentes da educação. Assim como tantos outros que me sensibilizei com seus relatos de opressão e preconceitos por usarei tatuagem ou vestirem-se diferentes (a total falta de respeito com as diferenças individuais). Tentei uma forma diferente de tratar a diversidade de problemas que encontrei: dando uma atenção especial aos marginalizados, como também, intensificando em minha metodologia temas culturais e contextuais: aqui inovei: (pois na escola o único problema para a coordenação foi o uso de drogas, porque para mim isso não é grave, já é normal lidar com esses rebeldes consumidores) a tentativa de uma abordagem sobre o consumo de drogas ilícitas de uma forma preventiva e prepositiva (como outros temas) me levou também a marginalização na ótica dos irresponsáveis da educação escolar no Acre, tive o contrato cancelado.
O Brasil (ProJovem) e o Acre com sua educação da florestania (Asas da Florestania) tem é que assumirem verdadeiramente, e não com pacotes educacionais, sua grande divida social, resultado da exclusão do mundo da escola e do trabalho. Para isso é preciso também criar um corpo de educadores capacitados para assumirem o papel de orientadores educacionais para vida e não para a competição capitalista... O corpo atual dos trabalhadores da educação no Acre necessitam refletir sobre a ética humanista como um eixo norteador em suas vidas pessoais e profissionais, por envolver ai posicionamentos e concepções a respeito das causas e efeitos (também na educação escolar) da dimensão histórica e política que traz à luz a discussão sobre a liberdade de escolha tão propagada no Currículo escolar através dos Tema Transversais, ainda nos Parâmetros Escolar.

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Doroni Hilgenberg
 

Rosa,
Como pedagoga eu te compreendo... há uma gama de projetos e pacotes educacionais mas não há estrutura e nem competência para o aproveitamento integral do aluno em sua diversidade cultural e social. Uma lástima.
bjs

Doroni Hilgenberg · Manaus, AM 8/12/2009 20:03
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Rosa.Angel
 

Fico muito grata pela sua compreensão, isso é mesmo um desabafo... Agora, você que sabe a situação educacional brasileira, imagine a educação da florestania aqui no Acre: o é um caos total!

Rosa.Angel · Rio Branco, AC 8/12/2009 21:06
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ayruman
 

Projetos educacionais... Me engana que eu gosto! O "Haiti" passa longe das esferas de nossos governantes. O Haiti é aqui bem no seio das camadas socias que vivem uma dura e cuel realidade no dia a dia de sua sobrevivência.
Nossas lideranças políticas, a grande maioria, não estão nem aí. O que querem mesmo é dividir o "polpudo bolo" entre eles e para o povo fica os farelos. E olhe lá!


Saúde e Paz!!!

ayruman · Cuiabá, MT 3/6/2011 12:47
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