Uma Usina de Arte no Acre
O lugar é o Acre, no caminho do aeroporto que é Internacional. Assim você fica quase localizado no que é o assunto-Arte em questão.
Havia uma Usina, em tempos outros. As mulheres saiam de suas casas distantes com a lama até o joelho, pé no chão (ou não). O destino era a Usina de Castanha. Quebravam castanhas.
Anos depois, outros governos depois, uma Usina abandonada, falida. Aà veio a idéia: reformar!
Mas pra quê? Quebrar castanhas? Sim, sim. Somos quebradores de castanha na essência. Quebramos desde sempre, com Galvezes, Plácidos e, sobretudo com Marinas e Chicos. Esse é o Acre!
Neste exato momento, em uma lan-house da vida escrevo a vocês que eu, mulher, com a lama no chão de um dia bonito, digo-vos que temos aqui em funcionamento uma Usina. Uma Usina de Arte. Chama-se João Donato e está funcionando extraordinariamente a todo vapor.
Um Núcleo de Produção Digital, que tem como Coordenador o Cineasta Maurice Capovilla. Genial. Sim. Assino-vos que é um Cineasta grandioso, que tem deixado seus alunos despertos para uma linguagem audiovisual conectada as outras linguagens artÃsticas.
Outro Núcleo é o de Música. Ao Acre chegou, com seus cabelos revoltos, o reconhecidÃssimo musical Tim Rescala.
Artes Cênicas? O Núcleo é Coordenado pelo teatrólogo seduzido pelo Acre João das Neves.
Estamos formando um time. Um time em prol da Arte, que me orgulho muito em poder integrar.
Falo da Usina de Arte sem nenhuma pretensão de ser imparcial. Não o sou e nunca serei. Acredito nesse projeto com a mesma intensidade que acredito nos meus poemas. E senhores, isso beira a toda intensidade que há em mim.
A Usina de Arte João Donato, está começando seus cursos, que hão de durar inicialmente por dois anos. Os alunos não pagam nada. É uma escola pública de Arte. Os professores escalados são dos melhores. A construção é linda e imensa. Muitos jovens fazendo processo seletivo. Se inscrevendo, ligando, perguntando.
Para o Curso de Cinema, 197 inscritos. 40 vagas. Música e Teatro, cada um, mais de 200.
Enfim, tenho lido muito vocês, apesar de ter publicado pouco. Digo-vos com certeza, se há uma causa a ser empunhada a bandeira, essa é a Usina de Arte do Acre. A causa não é minha, é de todos os que teimam acertadamente em acreditar na humanidade. E pelo sempre que eu viver, teimosamente vou buscar elas: as causa que possam me manter viva!
A Usina de Arte João Donato, amigos-leitores e leitores-amigos, é um projeto apaixonante.
O próximo Núcleo a funcionar é o de Artes Visuais. O Coordenador é Danilo de S'Acre, que até em seu nome adotou a milênios esse Estado que vive intensamente a quebrar castanhas. É um talento.
Creio que com as bênçãos da Arte temos em meio a esses rios Amazônicos uma outra perspectiva, uma causa, uma nobre e apaixonante causa.
E é pra ela que chamo a atenção dos olhares cansados de desiludidas paisagens. Olhem, há uma Usina de sonhos bonitos urgindo por mais gente pra sonhar.
Querida WalkÃria:
Agrada-me muito o tom entusiástico da sua colaboração, a ponto de relevar outros aspectos eu diria claudicantes do texto.
Mas como há tempo para realizar quantas correções você desejar, passo a apontar alguns pontos em que considero que há erros gramaticais e outras sugestões para, do meu ponto de vista, melhorar o seu texto. É claro que você pode,ou não aceitá-las e, digo mais, assim do jeitinho emque se encontra, sua colaboração já merece o meu voto.
Vamos, no entanto, às sugestões:
Ao invés de "Havia uma Usina, a tempos outros", "Havia uma Usina, em tempos outros"
Ao invés de "As mulheres saiam de suas casas distantes com a lama até o joelho, pé no chão (ou não).", "As mulheres saiam de suas casas e percorriam, com lama até os joelhos e os pés descalços (ou não), um longo caminho até a Usina. Note que troquei "no chão" por "descalços"para evitar o ão-ão.
Ao invés de "Nesse exato momento, em uma lan-house da vida escrevo a vocês que eu, mulher, com a lama no chão de um dia bonito, digo-vos que temos aqui em funcionamento uma Usina"
Eu diria "Neste exato momento encontro-me em uma Lan House contemplando a lama no chão em um dia bonito e afianço-lhes: temos uma Usina em funcionamento.
Aqui um pequeno parenteses: a Usina se chama João Donato. Você poderia dizer quem foi esta ilustre figura. Outra coisa:é bom separar os parágrafos com um espaço pois a leitura torna-se bem mais convidativa.
Paro por enquanto por aqui, embora tenha outros reparos a fazer. Mas vou esperar a sua reação a estas minhas primeiras propostas para evitar de perder o meu (e o seu) tempo caso você ignore as minhas observações, o que é um direito que, evidentemente, lhe assiste.
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
Querida Walquiria:
Vi que vc aceitou parte das minhas sugestões. Então me animei a maisalguns toques: assino-vos pode ter até uma sonoridade agradável, mas não existe. Ou você assina ou não assina. O vos não cabe aÃ, meu bem. Assim como Digo-vos, embora não pelomesmo motivo. Digo-lhes e não Digo-vos.
beijos e abraços
do Joca Oeiras, o anjo andarilho
Querido Joca, algumas de suas dicas são muito bacanas, do tipo o espaçamento entre os parágrafos que facilitam a leitura e aquele em no lugar do a... e como pode ver, alterei e agradeço.
Mas outras mudariam totalmente o sentido local da linguagem. Quando falo em "mulheres pé no chão", e vc sugere que eu diga "mulheres sem calçado", tenho que lhe dizer que não estou falando do sentido limitado do "uso de sapatos", até por que não sei se as mulheres da Usina de antes não tinham os sapatos. Estou falando no sentido de serem mulheres simples, estou falando de serem reais, humanas, entende?
Não me coloco no mundo como jornalista e sim como pessoa que observa o mundo e "fala" dele. A minha linguagem é bastante local e "falo" com as palavras escritas. Meu texto é oral.
"Digo-lhes" pode não existir, mas eu "digo-lhe" que gosto dele assim mesmo, sem nenhuma existencia marcada e predestinada aos advogados das letras.
O mundo me é uma coisa complicada com rastros de "buniteza".
Joca, querido, você sabia da existência da Usina de Arte? O que acha dessa idéia de cursos de teatro, cinema e musica? Gosta dessa ideia?
Ah, pois eu acredito que é uma ideia muito boa e torço que dê certo.
Beijos, aguardo tua opiniao sobre a Usina de Arte.
Wal
Overmina em Construção
Querida WalquÃria:
Fui o primeiro a votar e creio já ter dado a minha opinião – e adiantado o meu voto – sobre o seu texto quando falei do meu agrado pelo tom entusiamado. Acho que ele tem uma vivacidade e um colorido bastante interessantes. Reconheço até que os cacoetes de linguagem se coadunam com este espÃrito. Foi o que quis dizer com a eufonia do tal assino-vos. Reconheço que exorbitei ( e disto me envergonho) ao propor o infeliz "pés descalços" mas mantenho, no geral, as crÃticas ao uso que você faz da lÃngua portuguesa.
Sobre a Usina de Arte, tenho a dizer que, se o mundo fosse do jeito que eu – e tenho certeza, você – gostarÃamos que fosse as Usinas de Arte seriam a regra em qualquer rincão do acre ou de Ruanda, assim como o entusiamo de pessoas lindas, como você, por elas.
Beijos e abraços
Do Joca Oeiras, o anjo andarilho
qual o endereço da usina de arte joão donato??
Rio Branco, Acre!
Se precisar do endereço completo, para correspondência, me avise.
:)
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