A banda vem despontando com seu folk-rock diferenciado e arrebatou crÃticos com seu vocalista, já considerado um dos melhores do paÃs
Uma autêntica revolução vem acontecendo na música brasileira: o movimento indie se organiza e vai à luta. Novos trabalhos surgem a todo momento nas milhares de garagens espalhadas por esse planeta brasilis. Muitos deles apresentando uma qualidade musical digna de qualquer ouvinte mais exigente e que goste da cultura rock. Misturas finas com elementos regionais, performáticos, punks, hard-cores, folks, metaleiros, bangers, tem pra todo gosto. Fenômeno que vem crescendo muito em função dos novos caminhos que se abrem para a apresentação desses trabalhos, ampliando sua distribuição para um público que cresce por todos os cantos desse paÃs.
Os festivais indies estão pipocando em quase todos os estados brasileiros e contam com estruturas dignas de todo esse sucesso que se prenuncia. Não é novidade para ninguém, a grande mÃdia já começa a abrir os olhos para esse tipo de cobertura.
Em Mato Grosso, uma banda folk-rock vem despontando com um trabalho que merece muito a atenção do público brasileiro: a Vanguart. Aliás, isso já vem ocorrendo, pois a banda está com o pé na estrada e em 2005 circulou e encantou públicos dos estados de Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, Acre, Rio Grande do Norte, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Rondônia e Mato Grosso do Sul, ufa! Tem mais, excursão para todo o nordeste do paÃs e participação no Banda Antes da MTV, sendo celebrada como uma das grandes novidades musicais do paÃs nesse ano de 2006.
O ainda garoto Hélio Flanders, com pouco mais de vinte anos, lidera a banda compondo e interpretando praticamente todas as músicas. E parece ter fôlego para muitas travessias ainda. Hélio, na opinião de Fernando Rosa, da lendária Senhor F, de BrasÃlia, e Humberto Finatti, que escreve para a revista Dynamite, possui a maior voz do rock brasileiro atual. Não é por menos, o cara canta muito, emocionando muita gente por aà com suas canções de melodias inspiradÃssimas. Suas influências são assumidas e passam por Beatles, Bob Dylan, Nick Drake, Velvet Underground, Neil Young, um time em que Hélio Flanders pode jogar sem passar vergonha.
Vanguart é formada por Hélio, voz , violão-folk, gaita; Reginaldo, baixo e voz; o canadense David Dafré na guitarra; Luis Lazzaroto, teclados e vocais; Douglas Godoy, bateria. Harmônicos, bons instrumentistas, arranjos simples e eficientes, criativos, boas composições, eles têm todos os ingredientes para avançar ainda mais e derreter corações por esse Brasil surpreendente.
Já lançaram dois álbuns, o primeiro, The Noom Moon, e o segundo, Before Vallegrand (EP), com cinco músicas, todas cantadas em inglês. Quem quiser pode conferir aqui. Por último, lançaram o single Semáforo, o primeiro com as letras em português. Mais versátil agora, a banda está em fase de transição. Parece que não há limites de lÃngua pois já gravaram uma música em espanhol também.
Vou ser sincero, estou cada vez mais crÃtico com essas bandas nacionais que compôem em inglês. É muito entreguismo cultural.
lucasa · Porto Alegre, RS 31/8/2006 11:02é muito nacionalismo na cabeça, não é não? viva toda e qualquer lÃngua viva de qualquer povo - bororo, xavante, tupi-guarani, português, inglês, espanhol, chinês, japonês, alemão, francês, etc etc etc. o problema não é a lÃngua, é a falta de tato com ela, é a falta de jeito com os outros, o estrangeiro não é inimigo, pára com isso!
eduardo ferreira · Cuiabá, MT 31/8/2006 16:31
Não chega a ser nacionalismo, é que o povão não entende o que eles devem cantar.
Se o objetivo dele for fazer música pra brasileiro ouvir, só vai atingir uma mÃnima parcela da população, se tornando um grupo elitista.
Minha crÃtica é principalmente por que o artigo descreve uma revolução indie, mas na minha opinião revolução se faz com adesão e adesão com comunicação, e comunicação começa pela linguagem.
Que bom que eles estão começando a compor em português.
Acho que é natural que eles cantem em inglês. Tendo em vista o tipo de música que tocam. Samba em japonês deve ser bizarro. Acho que, ao menos em relação a área musical, não precisamos nos preocupar muito com entreguismo. O Brasil é um dos únicos paÃses que consome mais música nacional do que internacional. Deixa os caras tocarem.
Sergio Rosa · Belo Horizonte, MG 19/10/2006 11:41
certa vez, numa reunião para formatação de um festival de música 'alternativa' em cuiabá, observei uma cláusula de barreira que me deixou de cabelo arrepiado: só era permitido músicas com letras em português.
protestei veementemente e votamos pela mudança do tal item.
minha alegação: e se aparecer uma banda com música escrita em lÃngua xavante, bororo ou até em tupi-guarani? seria desclassificada uma banda pelo simples fato de compor em outra lÃngua que não o português?
claro que, no caso aqui, se questiona o inglês...mas acho bobagem esse tipo de limitação. o problema não é a lÃngua. as maiores barreiras estão nas mentes e corações que não se abrem para a grande festa coletiva que queremos fazer. sou a favor da altermundialização. sou a favor da liberdade de ir, vir, entrar, sair, desviar, pegar atalhos, voar, navegar, mergulhar, não ir quando não quiser ir, voltar quando bem entender...e por aà vamos. sem medo da cultura ou lÃngua alheia. somos o que somos. seremos serenos algum dia?
Po, vi um show da banda aqui no Rio e achei bonzão. O cara canta à beça mesmo. Até os covers dos Beatles e do Velvet Underground soaram não-apelativos. Me amarrei.
Thiago Camelo · Rio de Janeiro, RJ 19/10/2006 20:20
Em relação ao "entreguismo cultural", que dizer dos top10 da vida em radio, emetevê e o escambau?? Qual o povão que entende o que Janet Jackson o u Black Eyed Peas estão cantando? E realmente importa??
Eduardo, estou contigo e não abro, louvável o seu protesto!!
Vanguart!!!
Varadouro, varadouro, varadouro!!!!!!!!!!!!!!!
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