A semana do potiguar começou triste nesta última segunda-feira, 22 de maio. Uma das figuras mais cativantes da música nordestina, o forrozeiro de primeira grandeza Elino Julião, 69 anos, resolveu nos deixar órfãos de seu contagiante bom humor e de suas letras não menos divertidas. Foram mais de 50 anos de carreira, dezenas de discos lançados, sucessos nacionais e grandes parcerias. Elino passou mal em sua casa e faleceu na noite do sábado dia 20/5.
DifÃcil escrever sobre alguém que esbanjava vitalidade e entusiasmo, o cantor e compositor estava com exames médicos todos em dia e nenhum problema havia sido identificado. O melhor mesmo é pensar que – nada a ver com religião, OK – Elino Julião está em algum lugar acompanhado de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, seus parceiros mais famosos.
Autor de sucessos como “Xodó do Motorista†(gravado por Jackson), "Puxando fogo" (também registrado pelo Trio Elétrico de Dodô e Osmar) e "Meu saudoso Ceará" (gravado pelo rei do baião Luiz Gonzaga), Elino fechou muitos anos na década de 70 como um dos principais artistas contratados e entre os mais populares (inclusive em termos de venda de discos) da gravadora CBS.
Seria redundante descrever como um humilde nordestino que saiu das brenhas da cidade de Timbaúba dos Batistas (RN) para alcançar seu sonho de ser artista, com certeza Julião gostaria que lembrássemos das melhores partes de sua história.
Parceria de peso
Depois de tomar gosto pela música, influenciado por seu pai que tocava cavaquinho, o jovem Elino resolveu cair no mundo quando, aos 18 anos, foi convidado por Jackson do Pandeiro para se integrar ao grupo que o acompanhava. Não pensou duas vezes e zarpou para o 'sul maravilha' (Rio de Janeiro) – Elino conheceu do Pandeiro na Rádio Poti, na capital potiguar, onde cantava versões do próprio Jackson e do mestre Gonzagão.
Compositor e instrumentista, logo seguiria carreira solo – primeiro na Philips/Polygram e depois na CBS (hoje Sony Music). Seu ciclo na CBS encerrou em 1986, com a chegada de Michael Jackson e Julio Iglesias no mercado brasileiro.
A redescoberta
Após alguns anos no ostracismo, uma nova geração de artistas 'redescobriu' a música do forrozeiro através do Projeto Nação Potiguar (que lançou coletâneas com os principais sucessos de Elino), e o sorridente potiguar de Timbaúba dos Batistas voltou a ser pop: gravou discos e a agenda de shows voltou a ficar lotada. Sempre ativo, passou a lançar praticamente um disco por ano – incluindo compilações de músicas inéditas e hits do passado. Os últimos dois CDs lançados foram “A mulher é quem manda†(2005) e “Dentro do Movimento†(2006), ambos independentes.
Cheguei a entrevistá-lo na época do lançamento de “A mulher é quem mandaâ€, uma clara alusão ao seu amor 'submisso' (no melhor sentido da palavra) pela esposa e produtora Veneranda Araújo, e lembro que tirou de letra a pergunta sobre o tÃtulo do CD: “Mas não é mesmo?!â€. Esse é o Elino Julião que ficou e deve ficar guardado em nossas lembranças: sempre bem humorado e atencioso.
E viva Elino Julião!!
>>> leia mais
:: site oficial Elino Julião
:: blog Alma do Beco, de Eduardo Alexandre
:: matéria no DN Online assinada por Raquel Souza
:: matéria no jornal Tribuna do Norte
:: verbete no Dicionário Cravo Albin de música
:: artigo do poeta e compositor Bráulio Tavares no Jornal da ParaÃba
Grande Yuno,
Se pudesse ter uma musiquinha em mp3 do moço por aqui seria massa hein? Tenho uma coleção de Gonzagão em que ele canta uma das pérolas de Elino. Paranbéns pela justa homenagem.
Abraço,
EW
Boa.
Valeu.
Sem mais tempo para lincar mp3 (ou ainda há?), não será difÃcil ouvir algum no sÃtio do Julião.
e,
Yuno,
o linq do texto
do Bráulio Tavares
está indo parar na
Escalação da Seleção.
Entrei agora no link e deu no que é provavelmente a nova coluna do Bráulio.
Helena Aragão · Rio de Janeiro, RJ 26/5/2006 13:43
Ótimo artigo! Infelizmente ficamos todos mais pobres sem o Elino Juilão.
Eu já tinha lido essa crônica do Bráulio, mas o link que você passou é da página dele, que é atualizada todo dia. Para descobrir qual é a crônica, normalmente seria preciso clicar com o botão direito do mouse e clicar em Propriedades - mas já tentei e não consegui descobrir a URL daquela crônica.
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