Caetano: aplausos (com medo) para “Alegria alegria”, em 1967,
vaias, bolas de papéis e pedaços de madeira para “É proibido proibir”, em 68.
Em setembro, fez quarenta anos de uma das vaias mais produtivas da história desse país: a que o Caetano levou no Festival Internacional da Canção (FIC), no auditório da PUC-RJ, em 1968, quando cantou “É proibido proibir“. A história da música é linda. O Caetano viu uma fotografia de uma parede pinchada nos protestos do maio parisiense, com o paradoxo: “Il est interdit d’interdire”. Ficou com a frase na cabeça e quando o Guilherme Araújo ficou sabendo disso, obrigou-o a fazer uma canção com a frase. Foi o Guilherme também que insistiu com o Caetano para ele entrar no FIC daquele ano e inscrever a música. “É proibido proibir” chegou às semi-finais. O Caê resolveu, então, tocar a música com os Mutantes: o Rogério Drupat fez arranjos eletrônicos e esquisitíssimos, que mais pareciam gritos desesperados – nada mais apropriado à idéia da música. Assim que entrou no palco, o Caetano já começou a ser vaiado de costas; o pessoal dos Mutantes não deixou por menos: viraram e começaram a tocar também de costas pra platéia. O Caetano ignorou e começou a cantar sua melodia ternária:
A mãe da virgem diz que não
E o anúncio da televisão
E estava escrito no portão
E o maestro ergueu o dedo
E além da porta,
há o porteiro, sim…
E eu digo não,
Eu digo não ao não…
A platéia virou pro palco e começou a tacar papel, papelão, pedaços de madeira no Caetano, que exaltado produziu um dos sermões mais perfeitos que eu já vi e que é um resumo de toda a patética juventude daquele tempo – época, aliás, que muitos idiotinhas de plantão gostam de proclamar como o tempo da juventude-inteligente-engajada; que nada… eram uns grandíssimos imbecis, que pregavam liberdade, mas eram censores artisticamente analfabetos- divago: volto à reação do Caetano, que basta:
Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? Vocês têm coragem de aplaudir esse ano uma música, um tipo de música que vocês não teriam coragem de aplaudir no ano passado… São a mesma juventude e vão sempre, sempre matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem. Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada. Vocês estão por fora. Vocês não vão vencer. Mas que juventude é essa? Vocês são iguais sabem a quem? Àqueles que foram no Roda Viva e espancaram os atores… Vocês não diferem em nada deles. Estão querendo policiar a música brasileira. Gilberto Gil está aqui comigo pra gente acabar com toda a imbecilidade que reina no Brasil.
E pra arrematar, a frase que deveria ser emoldurada:
Se vocês forem em política como são em estética, estamos feitos…
Política não tem nada a ver com estética, muito menos com ÉTICA.
Edu Cezimbra · Porto Alegre, RS 10/10/2008 10:21
politica nao tem a ver com ética?
rá! talvez seja por isso que o Lula continue solto
Meu, essa historia ta mal contada.
a coisa era feia então. Cae era um cara legal eu gostei e gosto ainda. Mas a Turba, a "Coisa" afinal a plateia tava certa. Ainda tinha capacidade de dizer NÃO! Depois disso os Generais deturparam, torturaram, mataram a tudo isso. E tai o Cae e o Gil, burgueses salvos em Londres vendo os discos voadores de então. Palmas pra eles né?
E viva o Lulinha paz e amor de hoje. (O Chaves e Bush são farinha do mesmo SACO!)
Pedro Rivero · Bélgica , WW 10/10/2008 23:45
Car@s,
Se a maioira dos cidadãos começarem a pensar como vocês , estaremos feitos.
Abraços,
Se a maioria dos cidadãos começarem?
A maioria dos cidadãos vão às urnas e esquecem em quem votaram logo depois.Nesta campanha recém-finda a maioria dos cidadãos não queria saber as propostas dos candidatos e sim quanto iam pagar pelo voto?!
E não é para menos: leiam esta notícia,aqui de Poa:
11/10/2008
Atuação da Câmara de Vereadores é irrelevante em Porto Alegre
Oitenta e oito por cento dos projetos de lei aprovados pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre (RS) são irrelevantes para a população. Um levantamento recente da organização não-governamental Transparência Brasil avaliou os projetos apresentados pelos 36 vereadores porto-alegrenses entre 2005 e Setembro de 2008.
A reportagem é de Raquel Casiraghi e publicada pela Agência de Notícias Chasque, 10-10-2008.
Ao todo, das 1.442 proposições apresentadas, 694 foram aprovadas. Destas, apenas 171 projetos-de-lei foram considerados pela Transparência Brasil como importantes para a população, alcançando apenas 12%. Os outros 88% são PLs relacionados a homenagens a pessoas e instituições, batismo de ruas e inclusão de datas comemorativas no calendário da cidade, o que segundo a ONG não geram real impacto sobre a vida da população.
O coordenador de projetos da Transparência Brasil Fabiano Angélico afirma que já há um senso comum de que vereador só dá nome de rua, mas ainda não existia um estudo que mostrasse essa situação.
“Nós detectamos que é muito grave o quadro. Os vereadores apresentam muitos projetos sem impacto para a coletividade, de uma forma mais ampla. E o que é mais grave, é que esses projetos são muito aprovados. Agora aqueles que têm um impacto real são baixíssimos o índice de aprovação, aquela proposta que vira uma lei”, analisa.
A vereadora Margarete Moraes (PT) lidera a lista dos projetos aprovados considerados relevantes pela Transparência Brasil, alcançando 34%. No entanto, nestas eleições Moraes não conseguiu se reeleger. Em seguida vem os vereadores Carlos Todeschini (PT) e Bernardino Vendruscolo (PMDB), ambos reeleitos.
Entre os irrelevantes, o campeão é o vereador José Carlos Nedel (PP), reeleito, que propôs 112 projetos sem impacto real: destes, 89 eram batismo de rua e 20 homenagens. Em seguida vem a vereadora Maria Luiza (PTB), que dos 98 projetos considerados irrelevantes, 92 se referiram a batismo de rua.
Outro dado alarmante, segundo Angélico, é o alto índice de aprovação dos projetos enviados pelo prefeito José Fogaça, o que mostra uma tendência de submissão dos vereadores. Enquanto o prefeito conseguiu aprovar 79,5% dos seus projetos de importância enviados à Câmara, os vereadores conseguiram aprovar apenas 29%.
Questionado se essa submissão seria devido à coligação do prefeito ter a maioria na Câmara, o pesquisador afirma que é necessário que os vereadores sejam independentes das costuras partidárias em qualquer cidade.
“Mas a questão a se pensar é a partir do que essas coligações se costuram. Uma das críticas que a gente faz é o elevado número de cargos de confiança que são criados e ligados ao Executivo. Isso acontece no plano federal, estadual e também no municipal. O prefeito cria um monte de cargos e aí você faz uma cooptação dos vereadores. Aí o prefeito está comprando apoio e o vereador está se vendendo”, afirma.
Confira mais dados sobre o levantamento da Transparência Brasil clicando aqui.
Rafael,
incrível você com esse trabalho. Eu estava lá!...
Excelente.
Abraço.
Rafael, parabéns e valeu pela lembrança de não morrer este momento em nossa memória (história). Chamou muito a minha atenção e votado, viu? Beijo.
Karla Gohr · Curitiba, PR 11/10/2008 16:03
Estamos proibidos de proibir essa mão violenta de larápios que tinham flores...só flores....(é de morrer de rir...)
Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada. Vocês estão por fora.
Sempre estivemos....
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