As Máquinas-Gestos de Adriana Salazar na Galeria Toulouse (RJ)

Adriana Salazar, um dos maiores nomes da arte contemporânea colombiana chega ao Brasil para sua primeira individual, dia 4 de novembro, na Galeria Toulouse.

Na exposição, uma seleção especial de suas máquinas-objetos, dispositivos móveis que repetem ações humanas realizadas normalmente sem muita reflexão como fumar, fazer um brinde, ou até amarrar os sapatos.

A busca de Adriana Salazar por movimentos específicos começou em 2003 com a premiada peça Mademoiselle. Um frágil aparelho, delgado como um pé de abajur com um braço metálico, leva um cigarro à boca de um alargado tubo de ensaio com um êmbolo que suga a fumaça, para logo a expelir quando o êmbolo sobe, em um ciclo sem fim. Em 2004, foi a vez de Despreocupadas, em que um par de taças brinda compulsivamente.

Ao isolar as ações dos contextos, Adriana Salazar atinge uma função oposta a das máquinas tradicionais, que possuem um objetivo definido, uma finalidade. Sem valor prático, suas obras apresentam uma repetição isolada, como uma neurose sem contexto, sem sujeito, sem corpo.

Estas máquinas invertem os papéis sociais dos atores no ambiente da exposição: quando os espectadores bebem e fumam enquanto observam as obras, as obras bebem e fumam enquanto devolvem o olhar a seus contempladores.

Outras obras que fazem parte da curadoria da galerista Elisângela Valadares são: Máquina que intenta amarrar um zapato (Máquina que tenta amarrar um sapato); Máquina que intenta enhebrar uma aguja (Máquina que tenta enfiar uma agulha); Porristas ("líderes de torcida" ou "cheerleaders"); e Llorona e Consuelo (Chorona e Consolo), uma sentimental máquina que chora.

A abertura da exposição "Haciendo-lo Yo" também marca o lançamento do catálogo bilíngüe da artista, com texto de Gustavo Chirolla.